A ignorância é audaz; a sabedoria, reservada.
Tucídedes (460 a.C.)
Ah! minha amada
Agora eu vejo
O quão cruel fui com você
Deixei que pensasses
Que eu fosse um príncipe
Logo eu, que de pequeno nada tenho,
Além de uns desbotados olhos azuis
De uns ralos cabelos crespos
Que na velhice eu desbasto
E tentando ser nobre à altura
(Que tu pensavas eu ter)
Cometeste desatinos contra a tua pessoa...
Eu ainda poderia
Quiçá ser mais humilde
Mas teus olhos me idolatravam
E agora sofro a tua cruel partida...
Eu nada queria de ti
Além da simplicidade e compreensão
Faltou a cumplicidade que eu pensava existir
E agora descubro que não fui teu cúmplice...
Perdoe-me amada minha
Se querendo ser simples e natural
Eu te parecia um “deus”
Só que agora podes ter certeza
Os meus pés são de barro, feito os teus...
Mário Feijó
16.02.12
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