sábado, 29 de junho de 2013

ENTRECORPOS



ENTRECORPOS

Eu já tive pressa
Agora eu me recolho
A um silêncio aconchegante
No interior dos teus abraços

Ainda me excita
O ar de primavera que exalas
Nestes meus dias de inverno
Quando tenho frio e me aqueces...

Enquanto no sul
A neve ameaça cair
Eu me afundo em teu corpo
Como se caísse numa fogueira...

Mário Feijó
29.06.13

sexta-feira, 28 de junho de 2013

ESPERE-ME



ESPERE-ME


Não fuja do amor
Que eu possa te oferecer
Quando sentir que meu coração
Bate descompassado pelo teu

Permita-se respirar fundo
A brisa do mar
O ar puro
Que a natureza e eu te oferecemos

Não fuja de mim
Não fuja das batidas do meu coração
Eu já fiz isto por outros amores
E te garanto não foi bom não...

Quando eu chegar
Espere-me de banho tomado
Dependendo da estação
Espere-me com um café quente ou suco gelado...

Pés no chão
Sem roupas por baixo
Basta um roupão
E os lábios mornos...

Mário Feijó
28.06.13

quinta-feira, 27 de junho de 2013

AMIGA SILENCIOSA



AMIGA SILENCIOSA

Quando eu mais precisei
Teus braços me acolheram
E não foi uma, nem duas vezes
Foram muitas...

Sempre silenciosa
Tu me compreendeste
Frondosa me amparaste
E sob a tua proteção eu me refresquei

Outrora, na fome,
Recebi o teu alimento
Além da tua sombra acolhedora
Deste-me o perfume de tuas flores

Não te basta acolher ninhos
Divides minhas angústias
No entanto usando de desculpas
Serraram o teu caule – eu morri um pouco...

Mário Feijó
27.06.13  

quarta-feira, 26 de junho de 2013

NOITES DE SACANAGENS



NOITES DE SACANAGENS

Por estes lados
A lua que ontem se despia
O fazia na mesma hora
Em que nós tirávamos nossas roupas

Hoje ela se esconde
Por detrás de nuvens lacrimosas
Eu não sei se é porque tu
Aqui hoje não estás

Ou se simplesmente
Porque ela é voyeur
E hoje não pode nos assistir

Tu distante ris na solidão
Enquanto a “síndica” (ao lado)
Apura suas antenas pensando ouvir
Nós dois em noites de sacanagens...

Mário Feijó
25.06.13

CHEIRO ADOCICADO DO AMOR



CHEIRO ADOCICADO DO AMOR

Tuas faces
Tua pele rosada
O que fazes?

Não tem cheiro de pele
Mas um cheiro
Quase adocicado de amor

Não tem gosto
Nem desgosto
Agora que o inverno chegou

É apenas uma gota de sêmen
Fruto de uma história de amor

Não espere a lua crescer novamente
Ela inteira se renovou
E tu o que fazes? O que expeles?
É só cheiro doce do amor...

Mário Feijó
26.06.13