sábado, 26 de dezembro de 2020

MEDO DO AMOR

 


MEDO DO AMOR

 

Há tanta gente que mente

Mentem por medo de amar

Mentem por medo da verdade

Mentem por medo da solidão

 

Há muitos que mentem amar

E por isto vão embora

Porque têm medo da vida

 

Há os que ficam

Por medo das mentiras

Por medo de enganos

Por desenganos no dia-a-dia

 

E há os que sofrem

Porque se entregam

Para não ficarem só

E acabam enganando a si mesmos

 

Mário Feijó

26.12.20

AS VÁRIAS FACES DO AMOR

 


AS VÁRIAS FACES DO AMOR

 

Há frescor no amor

E cada um novo amor

É um amor diferente

Cada um tem seu sabor

 

Alguns nos trazem filhos

Outros nos dão prosperidade

Alguns nos trazem problemas

Outros uma grande insanidade

 

Buscamos sempre em todos

Um pouco de paz e tranquilidade

Mas há amores que são de fases

Outros produzem ansiedade

 

No momento eu busco um amor

Que só me traga a paz

E a alegria perdidas

Visto que só restou a maturidade

 

Mário Feijó

26.12.20

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

DAR E RECEBER AMOR

 


DAR E RECEBER AMOR

 

Por amor eu já fui

Ao inferno e voltei

Algumas vezes

 

Sempre sofremos

No entanto crescemos

Evoluímos, amadurecemos

Com nossas experiências

 

O fato de nos darmos

Faz com que sirvamos de escada

O outro cresce, nós aprendemos

 

No entanto voltamos a errar

E o amor unilateral volta a acontecer

É tempo de reconstruir uma estrada de mão dupla

Dar amor a quem faça isto com você...

 

Mário Feijó

17.12.20

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Caros amigos e irmãos

 

Caros amigos e irmãos

 

Nesta caminhada terrena, onde todos nós tivemos um ano difícil, alguns com perdas seríssimas, outros mesmo sofrendo conseguiram sobreviver, venho tornar público o meu desejo e votos de um feliz natal e um próspero ano novo, a cada um de vocês, suas famílias, e amigos.

O ano não foi muito produtivo, gerou muito medo em alguns, recolhimento em outros e eu me coloco em todos os perfis: por isto procurei ficar o máximo possível em meu canto.

Torço para que a mudança de ano possa nos trazer uma vacina que facilite a troca de carinho e abraços, para que nós possamos, olho no olho, demonstrar o amor que temos guardado no peito por todos aqueles de quem gostamos.

Assim desejo a TODOS os irmãos de caminhada que o natal seja o prenúncio de alegrias, muita paz, amor e quiçá dinheiro a todos nós.

Com carinho, são os meus votos a todos vocês.

 

Mário Feijó

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

PEDRA QUE SANGRA

 


PEDRA QUE SANGRA

 

Foi de dentro de uma pedra

Que eu vi brotar sangue

Era dor que nela havia

Era amor que dela transbordara

 

Caído na estrada

Ficou um corpo estendido

Enquanto a pedra sangrava

Porém não havia mais dores

 

Os amores haviam sumido

Feito água da chuva

No asfalto quente: evaporara

 

A pedra guardara em si

Todas as lembranças daqueles amores

Que a água da chuva acabara de lavar

 

Mário Feijó

11.12.20

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

SERÁ QUE NÃO EXISTO?

 


SERÁ QUE NÃO EXISTO?


Por que será

Que não acredito mais em ti?

Junto ao meu amor ferido

Veio morar comigo a desconfiança

 

O teu querer é pouco

Por isto não te quero mais

Penso que passei a me amar

 

Não é o mesmo amor

Que ainda cultivo por ti

Mas um amor que me dá esperança

E quando eu passo na rua


Não acredito mais

Que alguém possa um dia me querer

Eu deixei de existir sem você?

 

Mário Feijó

10.12.20

 

CORAÇÃO SEM MISTÉRIOS

 








CORAÇÃO SEM MISTÉRIOS

 

Não há mistérios

Em meu coração

Nem portas

Nem chaves

 

Há apenas um pulsar

Pela vida que nele habita

E ele pulsa, pulsa

Pulsa por você

 

Não há mistérios

Em meu coração

Há metáforas de que

Nele habitam sentimentos

 

Mas meus sentires

Estão alojados em meu cérebro

Que tem neurônios, vontades

E que é minha fonte de amor

 

Mário Feijó

10.12.20

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

UMA GAIVOTA POUSA NO MEU CORAÇÃO

 



UMA GAIVOTA POUSA NO MEU CORAÇÃO

 

Raios de luz

Atravessam minha pele

E como se fosse um prisma

Reflete o meu coração

 

Partido, dilacerado

Quase gelado

Fragmentado

Como se fora um cristal quebrado

 

Ao longe uma gaivota

Pousa docemente sobre o mar

E quieta espera

 

As ondas apenas balançam

O meu coração apenas pulsa

À espera de alguém para amar

 

Mário Feijó

07.12.20  

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

FERIDAS INVISÍVEIS E DOR

 


FERIDAS INVISÍVEIS E DOR

 

Se era dor

O que tu querias me causar

Conseguisse!

 

Se era só me ferir

Tu também o fizeste...

Ninguém vê

Eu sinto! É só minha esta dor!

 

Dores são assim: só nossas

Ninguém as sente

Só nós as sentimos...

 

Elas são cruéis

Cruéis porque não deixam

Nenhuma marca aparente

São feridas na alma

 

E se era dor

O que tu querias me causar

Conseguisse!

Estou prostrado sem ti...

 

Mário Feijó

01.12.20

CORAÇÃO FERIDO

 


CORAÇÃO FERIDO

 

Quando você foi embora

Dizendo pra mim: boa viagem

O meu coração sangrou

Foi uma dor de morte

Ouvir o teu adeus

 

Agora vivo tentando

Curar minhas feridas

Estancar o sangue que corre

E as lágrimas que de meu rosto escorrem

 

Todas as partidas são doloridas

Algumas delas irremediáveis

Impossível consertar o que se quebrou

 

Então tenho que esperar que o luto

Daquela cruel partida

Um dia volte a trazer alternativas para viver

 

Mário Feijó

01.12.20

terça-feira, 24 de novembro de 2020

SERES SOLITÁRIOS

 


SERES SOLITÁRIOS

 

Solidão é algo que dói

E aliada à velhice

Ganha maior peso...

 

Não é difícil convivermos

Consigo próprio

O difícil é aceitar

A ausência do amor que acontece...

 

A vida é passageira sabemos

A juventude nem bem nos deu adeus

E já temos que conviver com dores

Remédios para dormir e acordar

 

E como se não bastasse

Fomos obrigados a nos isolar

Devido a uma pandemia

Que atacou a todos os seres solitários...

 

Mário Feijó

24.11.20

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

DOCES SONHOS

 


DOCES SONHOS

 

Sempre é bom sonhar

Os sonhos são impulsos

Que nos alimentam

Numa vida muitas vezes insípida

 

Sonhos são metas

Que burladas por nós,

Por fatos do caminho ou por outros

Nos fazem dar um passo atrás

 

E como se fossem espumas

Dissipam-se com água limpa

Ou feito fumaça que o vento leva

Aí começa novo ciclo

 

Onde voltamos a sonhar

Novos sonhos, novas metas

Como se fosse chocolate

Que desmancha na boca

 

Mário R. Feijó

23.11.20

 


sábado, 14 de novembro de 2020

haikai92

 



Carne sangra

rio que corta

Lágrima que escorre


________________

14.11.20

HAIKAI 91





 Foste risos

foste rios

eu sou mares


_______________

14.11.20

CORTANDO LAÇOS




 

CORTANDO LAÇOS

Há muito tempo

Não jorravam mais lágrimas

Destes olhos meus

 

Eu era apenas um rio seco

Desde as várias mortes

Que por mim passaram

 

Aí eu descubro o amor

E desgraçadamente me entreguei

- corpo e alma –

Como sempre faço

 

E fomos indo

Tu sempre partindo

Restando pra mim as angústias

Nas horas do adeus

 

Eram estradas a serem vencidas

E todas as estradas me apavoram

Muitas delas foram fatais

Então peguei tua preciosa faca

E cortei nossos laços...

 

Mário Feijó

14.11.2020

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

NEGRAS INACABADAS

 


NEGRAS INACABADAS

 

São obras não concluídas

Feito sonhos de amor

Pão que vai ao forno

E por algum motivo queimam

 

É o céu ameaçador

A chuva que não cai

Dia límpido e ensolarado

E que por descuido queima a pele

 

São negras inacabadas

São poemas sem rimas

Sem métrica, sem harmonia

Sem música, sem ritmo

 

E tal qual um dia

Que de repente

Troveja, despeja raios no solo

E se transforma em uma tormenta...

 

Mário Feijó

0.11.2020  

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

SONHOS QUE ARDEM


 

SONHOS QUE ARDEM

 

Sonhos

Rios

Estradas tristes

Sorrisos amargos

 

Ruas

Rios alagados

Crianças que choram

Fome!

 

Fogo

Animais queimando

Fumaça

Tosse! Muita tosse!

 

Pantanal alagado

Distorção

Um pantanal queimado

E mais árvores para derrubar... caos!

 

Mário Feijó

25.10.10

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

 


CHINELOS TROCADOS

 

Todos os dias ao sair da cama ela colocava seus pés alvíssimos no piso gelado da casa. Para que não apanhasse “friagem” nos pés, como diziam os antigos, deixávamos ao seu alcance uma sandália de borracha para que calçasse.

Cabelos desgrenhados, parecendo fios de lã que haviam sido desenrolados por um gato, ela não se preocupava em arrumá-los, vez ou outra, mal os tirava da frente dos olhos. Não dava para achar o fio da meada, caso alguém resolvesse procura-lo.

Os olhos dela eram de um azul celestial, beirando a transparência. Se um dia teve dentes, não havia mais sinal deles em sua boca.

Na cozinha todas as seis crianças se sentaram ao redor da mesa. O cheiro de café tomara conta daquela pequena mesa de café.

De repente, aparece na cozinha, ninguém menos que ela – vó Angelina – atônita! Talvez tenha acordado com a algazarra de todas aquelas crianças famintas que se preparavam para ir à escola.

Fez-se silêncio!

Todos tinham medo dela. Não que fizesse mal a qualquer um, mas era sabido que a avó paterna, em seus setenta e sete anos, estava senil. Mesmo que não contassem bastava olhar para aquele vestido azul clarinho com flores também azuis, de um fino tecido de algodão. Por cima, ela sempre usava um cardigã cinza de lã, podia ser verão ou inverno. Nos pés ela trazia as tais sandálias, sempre com os pés trocados.

O pai das crianças fazia um café que, geralmente, era servido com leite fresco, colhido por um dos filhos na frente do portão, que o leiteiro lá deixara. Os pães também eram torradinhos e frescos que o pai comprara antes de acordar as crianças, na padaria do Sr. Marcelino.

O filho mais velho ajudava a arrumar os menores e depois tinha que entrar no quarto dos pais (a mãe ainda dormia) para pegar um penico cheio de urina e merda para despejar na “patente” que ficava no fundo do quintal. Algumas vezes o penico transbordava em suas mãos parte dos detritos fedorentos. Era uma rotina tão marcante que o menino mesmo quando já tinha quase setenta anos, lembrava daquele cheiro fétido e desagradável.

Tudo retornava à sua mente quando o dia amanhecia e sem perceber, ao se levantar, ele calçava as sandálias que estavam ao lado da cama e sentia algo diferente: os chinelos estavam trocados sob seus pés...

 

Mário Feijó

22.10.20

 

sábado, 17 de outubro de 2020

PANTANAL E AMAZÔNIA...

 


AH! SE NÃO FOSSEM...

 

Ah!  Se todas as dores do mundo

Não me caíssem nas costas

Eu teria mais tempo para olhar o mar

Mais tempo para cheirar as flores

E mais tempo para te amar

Porque o mundo está muito machucado

Por uma pandemia que já dizimou a muitos

E aniquilou tantos outros

 

Os meus olhos estão nublados

Por prantear o mundo

Pela fumaça que queima o “Pantanal”

E destrói grande parte da Amazônia

 

Ah! Se não fossem as dores do mundo

Dos animais que agonizam e morrem

Das pessoas que passam fome

Ai sim eu diria: como é bom

Viver no Planeta Terra!

 

Mário Feijó

17.10.20




sexta-feira, 16 de outubro de 2020

NÃO VOU MAIS CHORAR

 



NÃO VOU MAIS CHORAR

 

E se amanhã eu chorar

Quero que seja de alegria

Porque já chorei muito atualmente

E viver aos prantos é uma agonia

 

Não quero mais pensar em doenças

Nem tampouco em pandemia

Quero poder sentir o sol

E absorver dele a luz que irradia

 

Quero soprar ao vento palavras de amor

Sentir saudade dos muitos que se foram

Lembrar-me de Sônia e de Luzia

 

Mulheres que às vezes me davam nos nervos

Mas normalmente para elas eu sorria

Quero ter novamente

A vida que tive um dia...

 

Mário Feijó

16.10.20

terça-feira, 13 de outubro de 2020

A MINHALMA CHORA LUZIA... E A CULPADA É VOCÊ

 



LUZIA - A MINHALMA CHORA... E A CULPADA É VOCÊ

 

A minh'alma chora neste momento porque não verei mais teu sorriso lindo e encantador. Não verei mais teu corpo e cara bonitos que encantavam a todos nós.

 

A minh'alma chora porque eu aprendi a amar, mas não me ensinaram a esquecer, e você será eternamente inesquecível. Eu era somente teu amigo, mas poderia ser teu irmão, conforme dizias.

 

A minh'alma chora e vai chorar por muito tempo pelas saudades que eu já sentia por não te ver lá no hospital, queria ir lá e te dar uns tapas, por nos abandonar de forma tão abrupta, nós não merecíamos isto. Agora as lâmpadas da casa da Graça não queimarão mais porque você não está lá para queimá-las (isto é uma piadinha nossa, mas você entende).

 

A minh'alma vai chorar toda vez que uma brisa suave bater em meu rosto, porque eu vou lembrar-me de você embaralhando cartas e eu dizendo que o vento me deixaria gripado.

 

A minh'alma vai chorar quando eu olhar para o céu e pensar que no meio de tantas estrelas você é mais uma que estará lá brilhando e piscando pra mim, como sempre fazia de forma delicada, amável e brejeira.

 

A minh'alma continuará chorando enquanto minha sanidade existir, mas ela nem existirá por tanto tempo assim, afinal não somos eternos... Espere não existiremos muito tempo por aqui, afinal a vida é curta, rápida e passageira, qualquer hora a gente se encontra em algum lugar deste enorme universo. Aí sim, vamos soltar o riso quando você disser: BATI...

 

Beijos querida amiga, irmã. Descanse em paz e que Deus te abençoe... estamos aqui rezando por você.

 

Mário Feijó

13.10.20


INGRATIDÃO E MUDANÇAS

 

INGRATIDÃO E MUDANÇAS


 


Nossos dias são incertos

A vida é assim!

Ela não dá garantias do amanhã

O que importa é o presente

 

O presente é um presente em nossas mãos

Se for para ter medo não podemos segurar

Tudo nos escapará feito água corrente

Que não conseguimos reter

 

Ela vai embora

Por caminhos muitas vezes tortos

Nos rios que rasgam

Pela vida afora

 

Há sempre dor:

Por um amor perdido

Por ingratidões

Por mentiras que dizem a nosso respeito!

 

Mário Feijó

13.10.20

DÓI MUDAR

 

DÓI MUDAR

 



Há sempre muitas dores

Em qualquer partida

Eu diria que a dor

É inerente a qualquer mudança

 

Um bebê que nasce

Causa primeiro dores na mãe

Para depois gerar

Uma enorme felicidade

 

Queremos sempre o comodismo

Temos medo do que pode vir

E por isto deixamos

A felicidade ir embora

 

A vida não é para quem tem medo

Ela é feita para quem tem coragem

Primeiro para admitir nossos erros

E depois para mergulhar sem saber onde cair...

 

Mário Feijó

13.10.12

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

DESEMBRULHANDO O PRESENTE (primeira crise)

 


DESEMBRULHANDO O PRESENTE (primeira crise)

 

Faz muito pouco tempo que eu era uma criança querendo ser adulto. Agora acordo e descubro que quarenta anos se passaram, em minha existência.

Não! Eu não vou surtar, mas nunca pensei em morte. Bem, eu penso que criança não pensa em morte e, até ontem, eu era quase uma criança. Fazia o que queria e para ser “bonzinho” dizia sim pra todo mundo. Tomo consciência de que muita gente que eu amava já morreu e, que, antigamente as pessoas viviam muito menos que isto.

Socorro! Estou tendo minha primeira grande crise existencial! Estou me conscientizando de que nos tempos atuais as pessoas vivem em média oitenta anos, e eu já vivi metade da vida sem grandes preocupações com a morte. A humanidade já superou grandes crises, sendo a AIDS uma das mais recentes, mas ainda não superamos um vírus invisível e letal que nos faz usar máscaras, e isto me assusta.

Portanto, não direi mais:

- Sim senhor! Sim senhora!

Agora vou tomar minha vida em minhas mãos, feito um cavalo selvagem, domá-la e viver! Não serei mais um! Não serei mais um personagem. As máscaras na cara de todos mostram-me que eu preciso falar e sorrir com os olhos. Ser eu mesmo, para não ser mais um animal em uma manada, fazendo o mesmo que os outros, seguindo um líder...

Eu quero olhar a lua e imaginar que nem ela será limite para meus sonhos. Quero poder dizer “não” sem sentir culpas porque as culpas e o pecado forjaram minha vida durante muito tempo. E, se eu quiser atingir as estrelas sei que consigo porque tenho imaginação e meus sonhos pertencem somente a mim... Portanto, eu posso, se eu quiser.

Haverão os que me chamarão de louco, porém se eu fizer “loucuras” serão loucuras que abrirão minhas estradas, na busca do meu EU e da FELICIDADE que eu tenho direito porque a felicidade é um direito do ser humano e eu sei que fazendo isto estarei indo de encontro a tudo o que sempre quis, no sentindo de me sentir realizado com a vida que tenho.

É chegada a hora de queimar todas as culpas que me impediam de extirpar as dores por não ser eu mesmo. É chegada a hora de viver cada dia como se fosse o último porque a vida é um presente e, se é presente, tenho que vivê-la hoje, agora, urgente!

Aviso a todos que estou desembrulhando a vida. Estou desembrulhando meu presente!

Daqui a pouco descubro que já estarei com setenta, oitenta anos e não quero estar arrependido...

 

Mário Feijó

17.09.2020

 

Este texto foi escrito numa homenagem ao grande amigo que se acha meu filho postiço Vladimir Cunha, uma luz em minha vida. Parabéns pelo teu dia meu querido.

 

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

TOC-TOC-TOC

 


TOC-TOC-TOC

 

- Não adianta bater!

Dizia ela à amiga.

Quero ver você

Mas não abrirei esta porta

 

Porém a vida continua

Apesar de cada um procurar

Uma caverna para se esconder

Somos novamente bichos entocados

 

O medo entrou em nossas vidas

Feito culpa por pecados de amor

Antes havia a culpa por tudo

Agora restou o medo em abraços contidos

 

Toc-toc-toc

Vamos abrir nossos corações

Para deixar entrar e sair o amor

Exterminando o vírus da indiferença ao próximo

 

Mário Feijó

14.09.20

 

sábado, 12 de setembro de 2020

MEDO E SOLIDÃO




MEDO E SOLIDÃO

 

A bruma entra na cidade

Feito sangue correndo nas veias

Passam por ruas largas

Tomam conta da natureza e das pessoas

 

Respira-se um ar de maresia

As roupas ficam umedecidas

Os ossos doloridos estalam

Os corpos não querem acordar

 

Todos se escondem de um vírus universal

Desde que o verá se foi

Agora já é fim do inverno intenso

 

Ninguém sabe o que é pior

O medo do vírus que ameaça nossas vidas

Ou a dor da solidão por ele imposta...

 

Mário Feijó

11.09.20


segunda-feira, 7 de setembro de 2020

O CIRCO





 O CIRCO


A chuva cai

Lavando a cara do palhaço 

Que sorria


Por baixo de sua máscara

O que vemos é apenas

Dor e sofrimento


O burro que se vestia de gente

Cai de quatro

E começa a comer todos os papéis 

Até mesmo aquele que lhe dava identidade 


A banda toca 

Cada músico a sua música 

Como se tocassem suas vidas

Enquanto o maestro perdido faz gestos descoordenados...


MARIO FEIJO

07.09.20

A PLANTA

 



A PLANTA


Hoje nasceu mais uma raiz

Que me vincula à terra

Sou planta e daqui não posso sair


Já dei muitas flores

Que de tão comuns 

Passaram imperceptíveis 


Os frutos foram devorados

Alguns apenas apodreceram no chão 

Suas sementes não frutificaram

Viraram húmus no solo seco


Galhos novos brotaram

Alguns serviram de sombra aos desabrigados 

Outros foram utilizados por pássaros 

Que cantavam alegremente a vida...


Mário Feijó 

07.09.20

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

VOCÊ É A POESIA

 

VOCÊ É A POESIA

 

Tu me pediste

Para ti um poema escrever

Mas ele já estava escrito

No dia em que fui te ver

 

Escrito em teus olhos

Brilhantes feito estrelas

E como elas tão preciosos

Muito mais que diamantes

 

Para mim não existem palavras

Que eu possa te descrever

Porque teu cheiro é a poesia

Que eu tento aqui dizer

 

Não que eu queira te iludir

Com algumas palavras bonitas

Porque disto eu não preciso

E sei que me acreditas...

 

Mário Feijó

16.10.1979

Para a amiga Profa. Lila em Florianópolis - UFSC

AS MENINAS DO 2º. ANDAR

 

AS MENINAS DO 2º. ANDAR

Olho contente pra cima

E vejo o segundo andar

O motivo é as belas meninas

Que trabalham por lá

 

Sorrindo subo as escadas

Contando um, dois, três,

Razão e motivo eu tenho

Pois estou mais perto de vocês

 

Quatro, cinco, seis

Continuo as escadas subindo

Pois as belas e simpáticas garotas

Trabalham e estão sempre sorrindo

 

Flores mulheres, meninas flores

Perfumadas, como num jardim

Que pena este perfume

Não seja somente pra mim

 

Sorriso espanta tristeza

E eu garanto que é uma beleza

Ver todas sorrindo assim:

Faces coradas, moças amadas

Tanta beleza espalhada

Pelas moças do segundo andar...

 

Mário Feijó

31.08.1979 (Florianópolis – UFSC)

 

Poema escrito para as amigas Marlene, Vanderli e Lúcia

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

TEMPO DE MUDANÇAS

 

TRABALHO DE Neri Luiz Cappellari

TEMPO DE MUDANÇAS

 

Nada muda pra pior

Mudanças sempre causam medo

Nesta pandemia muitos estão morrendo

Outros irão aprender que não dá pra viver só

Temos que olhar para o próximo como irmãos

Porque estamos em um mesmo barco

Que é o planeta Terra

Somos irmãos e não para

Para que nos escondamos em nossa cabine

O momento é de se ajudar

Esta pandemia vai mudar as pessoas

Temos que subir nossa vibração

Uns subirão aos céus

Outros subirão de patamar evolutivo

Isto deverá servir para refletir

Por enquanto eu não vejo mudança em nada

Tem muita gente fazendo o mesmo de sempre

Ou apenas se escondendo

Para não praticar a caridade

Não pensam nos outros

Não pensam nos que estão sofrendo com frio e fome

E a caridade não é só dar dinheiro

Mas dar amor, carinho e atenção

Eu não sou um messias

Mas pensem, reflitam, curem suas almas

Só assim a cura virá...

 

Mário Feijó

17.08.20

COISAS DA PRAIA

 


COISAS DA PRAIA

 

Um cachorro latindo para o céu

Um casal brincando à beira mar

Um homem correndo sem parar

Uma mulher bonita a caminhar

 

Enquanto isto, displicentes,

As garças pescam

As ondas batem na praia

A maresia molha as dunas

 

Pombos se aglomeram

Em torno de uma vasilha de ração

E tatuíras se escondem

Dos pássaros que as querem devorar

 

O poeta apenas caminha

Observa a natureza

Fotografa, escreve, reflete

E deixa suas marcas na areia...

 

Mário Feijó

17.08.20

sábado, 15 de agosto de 2020

 

BRUXINHA

 

Todos os dias

Tenho me encontrado

Com uma bruxinha boa

 

Ela tem cabelos coloridos

Olhos rasos d’água

De uma bica

Que mata minha sede

 

Há dias em que seu sorriso

É o único alimento

Que recebo

 

Noutros há sonhos

De ver nossas almas voando

Eu na carona de sua vassoura

Fazendo mágicas de amor...

 

Mário Feijó

15.08.20

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

 

HOJE

 

Hoje é um daqueles dias

Que eu não gostaria

De ter acordado

 

Queria não estar neste mundo

Onde tudo é dor

Onde a falta de amor

Nos faz ficar doentes

 

Além das dificuldades naturais da vida

Conviver com o desamor

É algo que afeta o corpo

Que cria feridas na alma

 

E assim esfolado

Lambendo minhas feridas

Encontro tempo para gritar

Amai-vos uns aos outros...

 

MARIO R. FEIJÓ

07.08.20