sexta-feira, 26 de março de 2021

DESAPRENDEMOS O AMOR?

 


DESAPRENDEMOS O AMOR?

 

Tempos difíceis

Dias de recolhimento

Tempo de medo

Medo de abraços

Não há apertos de mão

Vivemos com aperto no coração

Seguimos fugindo uns dos outros

 

Será que vamos aprender

A viver sozinhos?

Antes vivíamos em manadas!

Encontrar alguém é risco de morte

Voltamos no tempo

Estamos retrocedendo

Para poder continuar

É tempo de amar

Ou será que desaprendemos o amor?

 

Mário Feijó

26.03.21

quarta-feira, 10 de março de 2021

BORBOLETA DO MEU JARDIM

 


BORBOLETA DO MEU JARDIM

 

Arei todo o meu terreno

E plantei flores no meu jardim

Quero hoje e sempre

Borboletas, joaninhas e colibris

 

Sonho em olhar pra rua

Ver o colorido dos beija-flores

O corre-corre das borboletas

O perfume que dali exala

 

Outro dia me disseram

Que quando tocamos o corpo de alguém

Não tocamos apenas o corpo

Mas também sua alma

 

Não importa apenas o sexo do outro

Mas o conteúdo daquele ser (humano)

Que toca tudo aquilo que somos

Tudo o que temos na nossa essência

 

Mário Feijó

10.03.21  




FRUTOS DO AMOR

 


FRUTOS DO AMOR

 

Todos os dias

Em intensos abraços

Atiramo-nos no colo um do outro

Como se de nosso ventre

Fosse brotar o fruto do amor

 

Dizem que a maçã

É o fruto do pecado

Eu quero pêssegos teus

Enquanto te dou uvas e ameixas

 

Embriagados na salada mista

Bebo mais uma taça do teu vinho

Enquanto te embriagas em meus lábios

E seguimos estrada afora

Ébrios satisfeitos, felizes

 

Como se as manhãs fossem noites

Vemos estrelas em todos os lugares

Há o fulgor do sol nos dando vigor

Depois do cansaço de uma noite inteira de amor

 

Mário Feijó

07.03.21

sábado, 6 de março de 2021

PERMITA-SE... AMAR, PECAR, VIVER...

 


PERMITA-SE... AMAR, PECAR, VIVER...

 

Este é o ano em que completo setenta anos. Nunca me senti tão pleno e jovem como agora. Não arrasto os pés e ainda sei o que quero diante da vida e do amor.

Faz algum tempo que eu me aposentei. Não foi coisa recente porque eu me aposentei por problemas de saúde. Aí fui me cuidar e viver. Sai de um casamento com alguém que eu muito amava, mas que estava me incomodando bastante, eu não estava mais feliz, depois de vinte e cinco anos de relacionamento. Foi nesta hora que eu comecei a me amar mais e adotei o verbo “PERMITIR” como lema de vida.

Eu me permiti viver um novo relacionamento tão logo descobri que o meu antigo amor tinha acabado. Passei a viver melhor minha sexualidade quando também admiti que eu era macho sem ser machista e que no amor havia espaço para o amor com pessoas, não necessariamente do sexo oposto, porque em termos de sexo nada é oposto, mas sim imposto e eu estava quebrando esta regra pra mim, amando seres humanos, independente do gênero. Com alguns destes seres eu até fiz sexo, mas porque me abri para a vida e comecei a ser julgado.

Isto passou a não me incomodar mais quando eu descobri que era feliz seguindo os instintos da minha natureza e passei a me permitir ser eu mesmo, sem culpas. O que era pecado antigamente me deixava feliz agora, nesta última década em que vivi minha vida. Agora eu não pensava mais em morrer como na minha adolescência, onde eu sofria com o que pensavam a meu respeito. Passei a ser dono do meu destino e na minha vida mando eu.

Lembro de como doía ser chamado de “bichinha” quando eu não era, nem queria ser. Agora eu sou apenas um homem feliz, sem rótulos para se definir porque eu sou apenas um ser humano.

No começo da minha vida adulta eu trabalhava para viver e ajudar minha família, depois meus filhos, ultimamente alguns netos e acabei esquecendo um pouco de mim. Voltei a ser egoísta, quero cuidar mais de mim.

Quando me aposentei comecei a pintar e a escrever mais intensamente. No início apenas poemas, hoje escrevo contos, crônicas e pretendo escrever um romance.

Como eu disse: não gosto de rótulos. Sou um artista. Um ser humano. Um ser espiritual. Se alguém quiser me definir escolha estas categorias. Sempre gostei de cantar mas por medo não canto, nunca pratiquei. No entanto não tenho medo de me aventurar na arte e no artesanato e tudo o que eu faço através da arte me ajudam a viver melhor. A arte dá cores ao meu viver quase sempre monocromático e também àqueles que como eu não percebiam que a vida é muito colorida.

Algumas vezes eu pensei ser um anjo na vida de certas pessoas, mas tem muita gente que não acredita em anjos, muito menos em mim. Eu perdi minhas asas e acho que foi naquele 30 de novembro de 1951 quando eu pousei aqui neste planeta.

Confesso que tenho sentido falta de voar, sinto falta das minhas asas, mas está perto o dia que eu as receberei de volta. Até lá fico por aqui me permitindo apenas viver, inspirado em Felicidade...

 

Mário Feijó

06.03.21

quinta-feira, 4 de março de 2021

ENCONTROS E DESENCONTROS

 


ENCONTROS E DESENCONTROS

 

Um dia descendo as escadas

Tive meu primeiro encontro

Que belas coxas bronzeadas

Culpa do sol de verão

 

O tempo passou

Ocorreu meu desencanto

A vida passa e novos encontros aconteceram

Nem sempre tiveram a mesma paixão...


Algumas vezes bastou um olhar

Noutras, momentos de puro encantamento!

Um beijo, dois, e novos desencontros

E lá se vai o amor se desencantar

 

Tudo é sempre assim: fugaz!

Nem tudo é como a gente quer

Fica no peito a saudade do que poderia ser

Nos braços de um amor que é...

 

Mário Feijó

04.02.21