POEMAS AO VENTO
Poemas escritos em papel
Não tem como serem
Jogados no lixo seus rascunhos
São preciosidades que eu jogo ao vento
Para que ele sopre meus pensamentos
Recados meus aos pensamentos teus
E se você passar pela minha janela
Receberá na cabeça uma jorrada de poesia
Vá que o vento preguiçoso
Não tenha te soprado nos ouvidos
Tudo aquilo que eu ainda não disse...
Mário Feijó
29.11.21
BATOM VERMELHO
Era tão pouco
O que ela pedia
Era apenas uma célula
Do amor que eu tinha
Mas tu saias mundo afora
A desfilar desejos e paixões
E me deixavas desfeito em lágrimas
Filhos nos braços a sofrer de amor
Imortal era o teu desejo
Me usavas com luxúria
Indo depois embora sem um adeus
Deixavas em meus lábios teu batom vermelho
Entre a fumaça do cigarro
Esvaziavas garrafas
Tentando apagar desejos
E sufocar o teu amor por mim...
Mário Feijó
12.11.21
BOCA FECHADA
Faz tempo que eu
Retenho entre os dentes
Os beijos que não te dei
E estavam prontos pra ti
Hoje fecho minha boca
Para não gritar ao vento
O que é meu tormento
E o amor que de mim quer saltar
Olho para o céu
Fico vendo as estrelas
E penso em qual delas
Tu fizeste morada
Grito à brisa suave
Com cheiro de mato
Que faz eu de você me lembrar
Que eu ainda te amo querendo no céu te alcançar...
Mário Feijó
12.11.21
ENTRE DOIS MUNDOS
Desde o momento em que nascemos
Caminhamos sobre o fio da navalha
Estamos entre a vida e a morte
Nascemos para um dia morrer
Quando fechamos os olhos
Seja para dormir ou somente sonhar
Entramos em um mundo desconhecido
A ignorância do que pode nos acontecer
Ao deixarmos o corpo e morrer
Também nos impõe curiosidade
Sobre o real e o imaginário
No entanto mesmo que não percebamos
Caminhamos entre dois mundos:
Este que é palpável e real
E o imaterial onde as almas passeiam...
Mário R. Feijó
12.11.21
