sábado, 30 de abril de 2011

POETRIX XXXVI A XXL


POETAS: PÁSSAROS QUE ENCANTAM

Há pássaros que cantam
Outros apenas encantam
Há espaço para todos os pássaros...

Mário Feijó
30.04.11

O AMOR

O amor é uma força constante
Que oras se transmuta
E nem nos avisa...

Mário Feijó
30.04.11

ERVAS DANINHAS

Há muitas em nosso jardim
Temos que cuidar
Para que não tomem todo o quintal...

Mário Feijó
30.04.11

RUGAS

Quando fico triste ou preocupado
Vou lá e escrevo! Posso ter rugas no rosto
Quero minha alma lisinha... sou menino.

Mário Feijó
30.04.11

SOBRE O AMOR

Quando digo que te amo
É porque te quero
Quando não digo: quero que me queiras...

Mário Feijó
30.04.11

sexta-feira, 29 de abril de 2011

O JARDIM DE DEUS


Basta um sopro na floresta
Águas cristalinas correntes
Animais nativos preservados
Flores perfumando o campo

Basta um pouco de amor no coração
Para que se viva em paz respeitando a si
Respeitando a natureza e o vento...
Ah! O vento irá entender que é brisa...

Tudo é possível quando a gente quer
E o planeta pode ser o paraíso
O planeta pode ser o jardim de Deus
Basta uma comunhão dos homens e natureza

Animais serão preservados
Florestas estarão livres de queimadas
Áreas nativas serão respeitadas
Desta forma a raça humana preserva a si

Passaremos para outro estágio
Com o planeta em evolução!
Os ímpios e gananciosos serão dizimados
Não é sonho! Basta querer sobreviver...



Mário Feijó
29.04.11

quarta-feira, 27 de abril de 2011

TEMPESTADES


Não basta chover
De uma maneira
Que cause enxurradas

Para que a gente perceba
Que a tempestade
Está ocorrendo dentro de nós

Assim a chuva bate na janela
E por ela escorrem
Chuvas e lágrimas
De um coração aflito...

Lá fora chove
Dentro do peito
Há uma tempestade
Que se acalma com a bonança...

Mário Feijó
27.04.11

terça-feira, 26 de abril de 2011

CAVALGADA MACABRA




        É comum no Rio Grande do Sul “a cavalgada do mar”. E na quaresma alguns peões saem de Palmares até a cidade de Torres pelo litoral como se fosse (e é) um ritual folclórico.
Utilizando elementos desta cavalgada que começou em 1984 traçamos elementos para a nossa estória.
Há duzentos anos, ou um pouco mais, agregou-se ao grupo um “caboclo” que se dizia de São Francisco de Paula. Fez amizade com o pessoal e passou a participar da Cavalgada do Mar.
Nos dias da quaresma o pessoal larga tudo o que tem por fazer e viaja a cavalo por toda a extensão litorânea. Trazem consigo feijão, farinha e charque. Algumas vezes também algum animal para o abate ou aqueles que seguem a quaresma a risca, comem peixe pelo litoral.
Exatamente há 207 anos aquele individuo desconhecido da região e que dizer ser da serra trouxe na garupa uma prenda (na região a mulher é assim designada. Como já tinha feito amizade , ninguém estranhou, apesar de geralmente não ter mulheres nestas cavalgadas, mas não foi criado caso algum.
Na sexta feira depois da encenação da Paixão de Cristo, na cidade de Arroio de Sal, todos se dispersaram e não se sabia mais nada daquele individuo que se dizia chamar José Eleutério Castro.
E assim aconteceu durante sete anos, todavia cada ano, o individuo vinha com uma prenda diferente. Só que exatamente há duzentos anos ele trouxe além de uma prenda, um cusco (na região cães são assim designados) cujo nome era Jurema, pois se tratava de uma cadela e não de um cão.
Este foi um fato diferente dos demais anos e principalmente porque depois que todos foram embora “Jurema” ficou perambulando por entre os arbustos no alto das dunas. E à noite Jurema uivava, não deixando os moradores do vilarejo dormir. Até que resolveram investigar o motivo.
Jurema corria de um lado para o outro e em alguns pontos parava, cheirava e uivava. Resolveram cavar nestes pontos e começaram a achar pedaços de um cadáver humano em recente decomposição. Concluíram que só podia ser companheira de José Eleutério. Mas ao revirarem as dunas foram encontrando outros corpos: sete ao todo. Só poderiam ser as “prendas” trazidas por ele que ao final da cavalgada não as levava de volta.
Foi um alvoroço na cidade. No entanto ninguém sabia nada daquele individuo – agora um reconhecido “serial killer” da região. Resolveram esperar que no próximo ano ele volte e que traga na garupa mais uma de suas prováveis vítimas...

Mário Feijó
26.07.2011    

(A Cavalgada existe... e estória é inventada para brincar com meus alunos, já que eles adoram estórias de terror, além do mais a estória contada acontece há mais de 200 anos e a cavalgada começou no estado em 1984)...   

VIDA A DOIS

Todos os dias parecem ser iguais
A mesma luz do sol
Ilumina o nosso dia
No entanto eu percebo
Que o teu amor
Faz meus dias
Serem todos diferentes
Nuns eu descubro
Um colibri na janela
Recém-saído do jardim
Saciado de todas as flores
No outro vejo cores diferentes
Raios do sol passando pelas nuvens
Formando jatos de luz
Que me excitam...

Noutros é apenas o vento
Trazendo o barulho do mar
E me dizendo que tu
Fizeste eu me descobrir por inteiro
Descobrindo um novo sentido
Na vida a dois...

Mário Feijó
26.04.11

segunda-feira, 25 de abril de 2011

FAÇA COMIGO


Só o bom senso e a razão
Impedem-me de em teus braços
Eu me atirar sem noção
Em desatino querendo te amar

Mas a civilidade
E o bom senso
É uma razão social
Para que eu me controle

E não me atire
Em teus braços
Tirando as minhas roupas
E fazendo o mesmo contigo...

Sou um animal racional civilizado
Mas quem quer ser racional
Quando está excitado
Ou querendo amar?

Eu muito menos!
Quero-te! Desejo-te!
Em meus braços
Fazendo amor comigo...

Mário Feijó
24.04.11

sexta-feira, 22 de abril de 2011

UM MAR DE AMOR


Eu não sinto
Ciúmes de ti
Mas se não dizes
Que me amas

Eu fico perdido
Meio gato sem dono
E já penso que tens
Algum outro amor

Eu te quero
Sem posses
Só pelo teu desejo
E entrego inteira
Cada parte de mim

Cada pedaço de ti
É uma onda
Em meu mar inteiro
Tranquilo ou bravio...

Mário Feijó
22.04.11

FASES DE NÓS


Feito a lua minguante
Que perdeu metade de si
Perdi metade de mim
Me renovei, me reinventei

Transformei-me algumas vezes
Umas para melhor
Outras sinto que ré-volui
É como ter voltado no tempo

Ter voltado pra trás
Na minha evolução
Voltei a ser meio animal

Alguns até podem pensar
Que eu me reinventei
Porém irão descobrir
Que eu não sou nada
Do que eu queria ser...

Há dias que sou crescente
Noutros estou apenas minguante
Até descobrir que estou
Cheio de nadas, invisível no novo...

Mário Feijó
22.04.11

POETRIX XLII a XLV



POETRIX XLII a XLV

PÉROLAS

Uma ostra doente
Disse-me que sofria
Seu câncer a mais bela pérola...

Mário Feijó
22.04.11

ANJOS

Perdi meu tempo
Querendo minhas asas!
Asas de anjos são invisíveis!

Mário Feijó
22.04.11

LUAS

Nas quebradas do mundo
A lua minguante veio sofrida
Havia perdido metade de si...

Mário Feijó
22.04.11

RECADOS AO VENTO

Ontem o vento
Trouxe-me felicidade
Hoje a eternizou...

Mário Feijó
22.04.11

quarta-feira, 20 de abril de 2011

SOB A LUZ DO AMOR


É tudo tão claro
Feito mar azul
Feito olhos verdes
Cheios de lágrimas...

Fica tudo mais brilhante
Os olhos claros ficam transparentes
Sob a água das lágrimas
Sob a luz do amor...

É desta forma
Que toda emoção
Sempre causa lágrimas
Que nos lava a alma...

Mário Feijó
29.04.11

BEIJO TUA BOCA


Sou assim
        Vento sul
Beijo tua boca
        Quando ventilo pro norte...

Noroeste
        Derramo tuas lágrimas
E as seco com beijos
        Da boca da noite...

Mário Feijó
20.04.11

LÁBIOS VERMELHOS



Quando me olhas
Fico encantado
Lábios vermelhos
Há desejo e amor

És a rosa encarnada
Eu o colibri entontado
Buscando no teu néctar
O alimento do meu amor

Somos assim
Flores e pássaros
Encantando um ao outro

Pássaro ventilando sua rosa
Ambos amando-se mutuamente
Ajudando-se num amor que contagia...

Mário Feijó
20.04.11


terça-feira, 19 de abril de 2011

QUEM SABE O QUE É AMOR? (No dia do índio)


Se não fossem os portugueses
Quem sabe ainda viveríamos
Todos despidos pescando nas matas
Ou vivendo na beira do mar...

Se não fossem os índios
Dizimados pela colonização
Será que este país seria o mesmo?
Será que viveríamos esta ilusão?

Sim! Nos enganam que somos
Todos civilizados mas saímos
Pelas praias deixando restos de lixo
E no dia-a-dia aquele que pode
Passa a perna no outro...

Não se enganem! Este mês é abril
Hoje é dia do índio mas de civilizados
Alguns só têm as roupas que vestem!
Quando não roubam traficam e matam...

Quem se salvará neste planeta?
Quem serão os futuros índios
Quando houver uma prestação de contas?
Quem sabe o que é amor???


Mário Feijó
19.04.11

EU COMERIA VOCÊ


Ninguém é dono de ninguém!
Não precisamos de alguém
para que sejamos felizes!
A felicidade está dentro de nós...

Eu não preciso de ti
mas seria mais feliz contigo.
Sei que poderia te amar
mas neste momento comeria você

com faca ou sem qualquer talher
na mesa, na cama, na praia
ou em outro lugar qualquer.
A tua visão sempre abre meu apetite...

Querer-te é não ter limites.
Eu teria meu corpo saciado
e com certeza a minh'alma estaria em paz
tudo em ti, meu olhar satisfaz
mas não direi o que, nem quem tu és...

MÁRIO FEIJO
19.04.11

segunda-feira, 18 de abril de 2011

COM AMOR NO CORAÇÃO: SORRIA!


Queres rir de mim?
Sorria pra mim
Eu serei teu amigo
E não me farás sofrer...

Qual o motivo do teu desprezo?
És muito melhor que eu?
És um ser perfeito?
Não é melhor dar e receber amor?

Há energia positiva e negativa
Em tudo o que fazemos
Rir de mim – é negativo
Rir comigo – é positivo – e melhor...

Por que fazer separado?
Vamos fazer juntos algo que acrescente
O riso faz bem quando existe
Amor no coração...

Mário Feijó
18.04.11    

POETRIX XXXIV a XXXVIII


GUT-GUT

Delicado
Rosado
Bunda de bebê...

Mário Feijó
18.04.11

O HOMEM VÊ

Metade da formiga
É bunda que o homem
Pensa que é mulher...

Mário Feijó
18.04.11

INTELIGÊNCIA “PASSARAL”

Tolo colibri
Voa contra o vidro
Realidade virtual?

Mário Feijó
18.04.11

BANHEIRO QUIMICO

Tem gente
Que faz química
Todas as horas...

Mário Feijó
18.04.11

                        DUPLIX

DUNA E VENTO PASSAGEIRO?

Duna foge com o vento
Constrói castelos de areia
Efêmeros passageiros...

A duna é a mesma
O vento parece ser outro
Os passageiros não! São?  

Mário Feijó
18.04.11

domingo, 17 de abril de 2011

COMPLETAMENTE APAIXONADO



Nos raios do sol
Ao amanhecer seca-se o chão
Secam-se as brumas do meu coração
Abandonado por você

E da mesma forma
Como desaparece a umidade do sereno
Durante o dia seca pelo sol
Desaparecem de mim
As marcas do teu abandono...

Sigo a vida como se nada diferente
Tivesse acontecido à noite
Como se eu fosse um eterno ser amado
Completamente apaixonado por ti

É o que ao sol sou
Brilhante, ofuscante, sereno
Enquanto lá dentro um mar bravio
Apronta mais uma ressaca
Quando a noite vem...

Mário Feijó
17.04.11  

D. JOANINHA FOI ÀS COMPRAS



        D. Joaninha, meio que esbaforida corria por todas as pétalas que via no jardim. Eram muitas! Desde as mais formosas rosas, as de cravos e jasmins. Disputava espaço com abelhas uniformizadas, umas com listras amarelas e marrons, até à miudinhas, vestidas de negro.
        E naquela festa de um jardim florido D. Joaninha vestiu seu mais belo traje vermelho com “petit pois” negros. Era uma galanteza, mas ela não perdia o seu jeito apressado como se estivesse sempre alguns dias atrasada. Nem olhava para os lados.
Em festa estavam as borboletas que passavam pelo jardim quase sempre em sobressaltos! A vida já lhes era curta – viviam apenas 24 horas – imagine ter a vida abreviada por um pássaro faminto.
Já as abelhas – sempre metódicas – agiam como se precisassem colocar o serviço em dia, então faziam horas extras!
Haviam, no jardim, muitos outros insetos, desde grilos, alguns até muito falantes, outros camuflados ficavam entre as plantas, para escapar de seus predadores – que eram muitos, como sapos, pássaros e camaleões (estes nem tinham neste jardim).
As formigas nem se contava, a maioria andava pelo chão, mas quando apareciam as cortadeiras – salvem-se quem puder – cortavam tudo, de folhas a flores – restavam somente os caules pelados.
No entanto Joaninha continuava apressada. Se desse para comparar diríamos que o jardim era um “shopping”, as flores eram as lojas e os insetos os clientes. E em dia de promoção ou festas era uma loucura! Assim estava aquele dia! Assim eram todos os dias de D. Joaninha. Assim ela se sentia sempre: estressada! Era o que melhor lhe definia.
Pobre coitada de D. Joaninha só descansava quando a noite chegava. Que vida...

Mário Feijó
17.04.11   

sexta-feira, 15 de abril de 2011

AS RAZÕES DE DEUS


Deus deu-me o livre arbítrio
Para que eu escolhesse
O que fosse melhor pra mim
Mas também o que me fizesse feliz...

Então aparecem algumas pessoas
Que se dizem “amigos” e querem lhe dizer
O que você deve fazer, determinar suas escolhas
Escolhendo até a quem você deve amar...

Nascemos para sermos felizes
E os sonhos e realizações são nossos.
Àqueles que se dizem amigos
Devem seguir os seus próprios sonhos...

Deus deve ter tido
Razões especiais para fazer-me como sou
Para deixar que eu fizesse minhas escolhas
Então me deixe errar e acertar
Mas vivendo a minha vida...

Mário Feijó
15.04.11

quinta-feira, 14 de abril de 2011

A ILUSÃO NO AMOR





Eu não podia te contar
Porque você iria me odiar
Caso eu dissesse
Que sempre te amei...

Descobri que ficaste
Por mais de quarenta anos
Esperando que um dia
Eu dissesse que te amava...

Deixei o tempo passar
Foram-se oportunidades
E nem eu, nem você
Dissemos um ao outro: eu te amo!

O tempo passou
Eu casei algumas vezes
Com amor e até sem amor
E nenhuma delas deu certo...

Agora descubro que não posso te contar
Porque continuas a amar
Alguém que eu nunca fui
Penso que se eu nunca te disse
É porque realmente nunca te amei...

Mário Feijó
14.04.11

HAI-KAIS XXVI A XXX




XXVI

Corre o rio
Por fora eu
Juntos ao mar...

Mário Feijó
14.04.11

XXVII

Luz nos olhos
Sal na boca
Terra nos pés...

Mário Feijó
14.04.11

XXVIII

És vento eu
Rosa talvez
Desfolhada...

Mário Feijó
14.04.11

XXIX

Pedra inerte
Vento assopra
Chuva carrega...

Mário Feijó
14.04.11

XXX

Enxurrada não
Transborda o mar
Eu, rio sim...

Mário Feijó
14.04.11

A FALTA DE BEIJOS (tardes de chuva)


Eu que já era triste
Sem você e com a chuva
Fiquei muito mais
E as lágrimas rolaram num temporal...

Pensei que não resistirá
À solidão de estar tão só
Não era o momento
Para dizeres adeus...

No entanto a partida
Não espera uma hora triste
Tardes de chuva
Noites de desespero...

O adeus acontece assim
Pela falta de amor
Pela ausência de carinho
E pela falta de beijos

Mário Feijó
14.04.11

quarta-feira, 13 de abril de 2011

À ESPERA DE UM MILAGRE


Os olhos de Maria
Pareciam pássaros
Banhando-se em poças d’água
Depois d’uma tarde de chuva

E Maria irrigava-os
Com a saudade que sentia
Do amado que partiu
Enquanto no fogão cozinhava polenta

As crianças sorriam, alheias a tudo,
Ao drama de Maria
Que não sabia o que fazia
Para comprar comida...
Restava-lhe o fubá...

Choravam de fome os seis
Enquanto Maria salgava a água
Com as lágrimas derramadas
À espera de um milagre...

Mário Feijó
13.04.11

SORRISOS E SUPERAÇÃO


Havia um sorriso de esguelha
        Naquela boca
        Borrada de batom
        Molhada de lágrimas

Sempre há um sorriso
        Depois de um choro.
        Descobrimos a sandice
        Das lágrimas por frustrações...

A vida é cheia de erros e decepções
        E nós aprendemos com eles
Nem dá para se levar
Tão a sério todos os dias...

Um sorriso debochado
Um sorriso malicioso
Um sorriso de superação
E a volta por cima...

Mário Feijó
13.04.11

OS HOMENS DE MARIA


Eu vi os olhos tristes de Maria, marejados de lágrimas. Também pudera! O filho tinha sido atropelado por uma moto quando vinha da escola, logo após a descida do ônibus.
O menino estava deitado no pronto socorro, pálido, dolorido, ainda assustado com tudo o que lhe aconteceu. Levara 20 pontos na perna e o corpo todo doía, mas estava vivo...
Pedro era um menino lindo. Tinha apenas 10 anos mas já se percebia em seus traços a masculinidade brotante. E seus grandes olhos azuis encantavam a qualquer um, pois ele parecia carregar no rosto um pouco do mar azul de sua cidade.
De repente ouviu-se um  estouro, seguido de muitos outros, pareciam ser tiros e todos correram para a rua, alguns espiavam somente das janelas de suas casas querendo saber o que acontecia...
Fora um assalto mal sucedido no banco da pequena cidade e como não puderam levar nada, os bandidos fugiram atirando em todas as direções e em todas as pessoas que cruzassem seus caminhos.
Cinco foram mortos e doze os baleados sem perigo de morte, entre eles o marido de Maria, José, que já deu entrada no hospital, sem vida.
Maria estava desesperada mas descobriu que depois do primeiro susto não tinha mais lágrimas para chorar por qualquer desgraça e foi murchando, empalidecendo, caindo até se estatelar no chão branco, de mármore gelado, do hospital da sua cidade...
Num mesmo dia Maria quase perdera o filho para logo em seguida descobrir seu bem amado morto numa maca de hospital...

Mário Feijó
13.04.11  

terça-feira, 12 de abril de 2011

TU ÉS LUZ




P/ Mário Feijó (que envaidecido publica em seu recanto)

TU ÉS LUZ

Luz não foi feita para ser escondida debaixo da cama.
Não se coloca um lustre, um candeeiro sob a mesa...
Luz é dom!
Luz é vida!

O brilho ilumina e dá vida ...
Os dons não podem ser enterrados.
No Evangelho há uma parábola sobre isso.

Quem brilha não tem culpa de ter recebido intensa luz
Quem brilha não precisa dar explicações
A quem se ofusca...

Deixe-se brilhar naturalmente.
Permita-se brilhar sem culpa...

Leda SaraivaImbé - RS (Membro da Academia dos Escritores do Litoral Norte do RS)

SERENATA DE AMOR



Hoje eu quero sair por aí
Arrancando todos os possíveis sorrisos
Mesmo que seja somente um esboço
Se você preciso faço cócegas

Não quero lembranças tristes
Não quero saudades amargas
Não quero soluços sufocados
Quero sorrisos rasgados, soltos, gargalhados...

Vou abrir botões de rosas embrulhados
E desembrulha-los pra você com amor
Numa delicadeza difícil de resistir
Faço cócegas também nas roseiras...

Quero seguir os beijos do girassol enamorado
Quero descobrir a rota dos pássaros
E desviá-los para fazerem uma serenata de amor
Convidar o sol para refletir na lua e de lá te espiar...

Sou assim um anjo rebelde
Alterando rotas, alterando rotinas
Por amor a ti, por amor à vida
Por amor e respeito à minha felicidade...

Mário Feijó
12.04.11