sábado, 31 de dezembro de 2011

COMO VIVEREI SEM TI?



Tu eras a luz
Que iluminava a minha caverna
E quando a tua luz se apagou
Tive que ir para o mundo

Lá fora havia abutres
Animais peçonhentos
Que esperavam para atacar
Uns me fulminavam com amor
(tão cheios de ódio, lamentando
Que o sobrevivente fosse eu)

Outros destruíram tudo o que era nosso
Não interessava a grande dor daquela perda
O dinheiro e os bens era o que lhes importava
E tal como aves de rapina
Não esperaram o calor do teu corpo sumir
Foram passando por cima de tuas cinzas no mar
Destruíram nosso lar, praticaram pequenos furtos
Uniram-se feito lobos para atacar
Com um único objetivo
De não deixar pedra sobre pedra

Minha dor?  Esta não bastava
Eles querem a minha distância – e conseguiram –
Do lar que construímos
E parece que estão decidindo
A minha pena de morte...

Mário Feijó
31.12.11  
  

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

AS DORES DA ALMA






As dores da alma são sempre as piores
ninguém vê, ninguém sente,
sofre somente o sofredor.... 

As luzes se apagaram todas
apesar do sol a pino
As planícies todas, da noite para o dia
transformaram-se em cordilheiras
cheias de pedras pelo caminho... 

O corpo não pede mais alimento
a água que bebemos para nos hidratar
é uma torrente caudalosa onde
se pudessemos nos afogaríamos... 

O amor não se explica
porque ele acontece
feito a luz do sol sob nossas cabeças
e a morte é a escuridão em pleno dia
que leva a nossa paz e o nosso bom senso... 

Mário Feijó
29.12.11

domingo, 18 de dezembro de 2011

UM AMOR TÃO DOCE




Tua doçura selvagem
Morde minha jugular
Mas solta sem ferir 

És o néctar da flor
E tens o ferrão da abelha
Há um jogo de interesses
Eu te dou meu colo 

Sem susto eu me entrego
E tu me amas e rejeitas
Estou nos lírios brancos
Sou a paz dos campos 

Encantado sou o girassol
Que só vê tua luz
Contando as horas da noite
Para na manhã te encontrar... 

Mário Feijó
19.12.11

ESTÁ EM NOSSAS MÃOS A DECISÃO





Nós não passamos
De poeira cósmica.
Somos apenas células
De um grande organismo 

A história do homem na terra
Não passa de segundos
Dentro do tempo cósmico
E nós não passamos de grãos de poeira 

O pior é que tem gente
Que se acha grande demais
Que acha que tem um rei na barriga
Pobres coitados – somos nada... 

Temos que aprender a evoluir
Temos que aprender a ser
Parte do todo e que se este todo adoece
Toda a raça humana será destruída...  

Mário Feijó
18.12.11

PAPOULAS






Algumas flores são tão singelas
Feito a papoula
Matéria-prima do ópio


Mário Feijó
19.12.11

EU PENSEI QUE ME QUERIAS





Algumas pessoas
Agem conosco
Como faz o vento
Acariciando as flores do campo
E o carinho faz com que
Entreguemo-nos de corpo e alma
Daí o vento torna-se furacão
Quebra nossos caules
Causando destruição
Eu pensei que me querias
Desta forma quero você mais não...


Mário Feijó
19.12.11

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

O AMOR É FRÁGIL FEITO OVOS





Estou lidando com ovos
Nossas relações estão
Tão frágeis quanto eles 

Ovos de faisão, de galinha,
Ovos de pata, de codorna,
Uma gracinha tão pequenos
Sensíveis – dizem que afrodisíacos são 

Ovos de marreca – uma delícia
Ovas de peixe
Dentro do aquário
Todos comem – temos que cuidar 

Ovas de esturjão dão-nos o caviar
Mãos carinhosas
O amor é tão frágil
Quebraram o meu... 

Mário Feijó
16.12.11

BASTA QUE ME QUEIRAS




Bastaria que tu
Tocasses teus lábios
Sobre a minha pele
Em qualquer parte 

Eu te ofereço os lábios
Meu rosto, meu pescoço,
O meu peito, minhas costas
Minhas coxas ou qualquer lugar 

Quero-te tocando minha pele
Com tuas mãos
Com tua boca
Com teu corpo 

Basta que tu me queiras
Como eu te quero
Como te desejo
Eu por ti espero... 

Mário Feijó
16.12.11

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

BEIJO UNO






Ouvia-se apenas uma música
Tocada pelo vento
Tocando em meus sentidos
Todos aguçados à tua espera 

E como se fossem acordes
Saídos de Bach, Strauss ou Mozart
Eu viajei no tempo
Somente para te encantar

Mãos dadas seguimos
Nem parecia a mesma estrada
Era apenas um campo florido
Flores brancas e no fundo a luz


Eram milhares de girassóis
Que giravam à energia solar
Irradiando uma paz desconhecida
Uno beijo nos fundimos rumo ao infinito


Mário Feijó
15.12.11

AS DORES DO MUNDO






Feito Mia Couto (escritor moçambicano)
No seu livro último “voo do flamingo”
Penso que deveria todas as noites
Recolher meus ossos para dormir... 

Só assim não sentiria dor
Seria apenas uma massa disforme de carne
Que se adaptaria em qualquer lugar
E que poderia ser engolida por qualquer buraco 

No outro dia
Meus ossos descansados
Seriam por mim recolhidos
E revestidos de carne 

Assim eu poderia sair pelo mundo
E viver as outras dores que ele tem
E não ficar apenas preocupado
Com as minhas próprias dores...


Mário Feijó
15.12.11

O CASAMENTO







                Daiane estava nervosa fazendo as unhas dos pés e das mãos. Sua vida mudaria radicalmente e definitivamente. O sonho de casar estava por se realizar e mais ainda, seu diário seria transformado em livro e lançado na Feira do Livro de Caspernoste.

Tudo começava a se encaixar. Chega desta vida de ser personagem. Agora ganhamos vida própria, depois que nos lançaram no livro “Aos ventos do mar e da lagoa”, ninguém mais nos prende. Cada um de nós: Daiane, Pedro Paulo, Mirna, Luna, Olivia, Rinaldo, Zica, Floriano e Alzirinha, Zeca, Catarina, Márcio, Cristiano, Aurora e até aquele Rapaz (que nunca se identificou), todos ganhamos o mundo e vamos viver nossos sonhos. Eu pelo menos decidi: vou morar em Caspernoste.

Talvez neste país ou até em outro qualquer, a vida como sonhamos e queremos não seria compreendida. Combinei com Marcus e Márcio e vamos para Caspernoste. Lá podemos casar e viver felizes os cinco. Cinco claro, pois vocês não sabiam, mas eu estou grávida. Espero dois bebês: Sol e Lua e vamos para Caspernoste. Lá podemos casar os três porque não existe nada que nos impeça de sermos felizes. A felicidade é sempre o mais importante naquelas paisagens.

Dia 25 de dezembro, já está acertado, virá uma carruagem, com dois corcéis alados brancos que nos levará rumo ao nosso novo destino. Já soube que a Editora Planetária está rodando dois milhões de exemplares da primeira edição de DIÁRIO DE UMA EX-PROSTITUTA ADOLESCENTE. Os meninos irão fazer trabalho voluntário na comunidade e eu vou me dedicar a escrever tão somente e criar nossos filhos.

Havíamos pensado, antes de partir em fazer um teste de DNA para descobrir a paternidade das crianças, mas os meninos acharam melhor que não. E também me disseram que no caso de gêmeos (os pais) fica difícil saber quem é o pai. Aí decidimos que não queremos saber. As crianças terão dois pais e uma mãe.

Meus colegas personagens, também foram convidados para trabalhar conosco em Caspernoste. Alguns decidiram que não se tornarão escritores, mas serão bem-vindos à comunidade onde iremos habitar e com as luvas que já recebi (não é dinheiro gente, lá não lidamos com dinheiro) todos poderão usufruir dos das benesses como: moradia, alimentação e trabalho. Pode até parecer uma revolta dos personagens, mas não é. Aprendemos com o Mago Alcy Cheuiche a sonhar e transformar nosso sonho em realidade. Por que ficarmos presos aos nossos autores? Vamos viver nossas vidas, sem amarras, sem preconceitos, num planeta onde o que prevalece é o AMOR.  

Almeri nos deu a luz de que poderíamos ir além e decidimos que assim seria. Eu pelo menos posso falar por mim, não pelos demais e o convite foi aberto. Pelo menos todos foram convidados para o lançamento do meu livro. Lá também será lançado o livro dos nossos autores-criadores “Aos ventos do mar e da lagoa” por isto todos foram convidados. Eu aproveito a oportunidade para oficializar minha união com os meninos, já que por aqui isto não seria possível. E como sei que enfrentaria muitos preconceitos, então decidimos mudar de planeta.

Ontem experimentamos nossas roupas. Os meninos com seus smokings brancos ficaram um arraso. Minhas roupas, não os deixei verem, mas vou contar só pra vocês: meu vestido é todo em seda e véus em tons de lilás com fios prata. Tive que fazer assim para cobrir um pouco minha barriga que já está bastante saliente. Entro agora no 5º. Mês.

Pensei em convidar Almeri Espíndola que nos proporcionou existirmos, visto que sem o esforço dela, nós seriamos meros anônimos, eu provavelmente ainda estaria no Ceará ou morta já e ao Professor Alcy para serem nossos padrinhos de casamento. Fico pensando se aceitarão pois por aqui as pessoas ainda não pensam muito na felicidade, mas com o que os outros irão dizer. E aos meninos eu sugeri que convidassem Maria de Lourdes que sempre me acolheu tão bem, mas sabem como é sogra (ainda mais sogra religiosa) e ao Cristiano para serem os padrinhos dos meninos. Quem sabe conseguiremos quebrar a resistência da vovó com a notícia da gravidez (gente eu ainda não tive coragem de contar pra “véia”).

Chegou o grande dia, hoje já é 24 de dezembro, nossa carruagem já está esperando. O casamento será em Caspernoste na missa da Meia Noite e no dia 1º. de Janeiro o lançamento do meu livro e o de todos os nossos autores. Sei como vou me senti, pois no lançamento do livro de nossos autores, em Osório, no começo de dezembro, foi uma felicidade impar. Vamos lá... e que Deus nos ilumine nesta nova empreitada. Fiquem em paz quem ficar por aqui, eu sei agora o que é Felicidade. Desejo o mesmo a todos vocês.

E naquela noite de natal todos viram no céu de Capão uma grandiosa luz e por ela subia uma carruagem puxada por dois corcéis alados brancos, onde pelo lado de fora balançava ao vento um véu com matizes lilases refletindo fios prata, realçados pelo brilho da lua.





Daiane



Mário Feijó

Dez/2011

A VIDA É UM APRENDIZADO




Quando eu vejo
As areias brancas
Embaixo dos coqueirais
Sabiás cantando
Periquitos em algazarra
Fazendo ninho lá no alto
Outros discutindo
(eu sei lá o quê?)
Vejo que nós – seres humanos –
Agimos da mesma forma
Lutamos por espaço
Brigamos pelas coisas que queremos
Defendemos nossos ninhos
E saímos à cata de um novo amor
Quando o velho acabou...

E o mundo continua ali:
Areias brancas, ondas batendo,
Coqueiros florindo e dando cocos,
Pássaros cantando
Moças na praia brincando
Homens jogando bola
Esperando que alguma delas
Note suas presenças...

É a rotina do mundo
Que não para
Dentro de nossas cabeças
O mundo muda
Mas as estrelas continuam no mesmo lugar
O sol todos os dias desponta
Para depois se esconder
Enquanto passamos pela vida
Quem aprendeu, cresceu
Quem não aprendeu,
Morre sem se conhecer
É mais uma estrela cadente...


Mário Feijó
14.12.11

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A ABELHA, A BORBOLETA E A JOANINHA





É noite e o calor do sol
Continua em mim
E na luz do luar 

Ouço aqui perto
O mar a mandar recados
E as abelhas que conversam
Apoiadas nos meus girassóis

- Eu não posso perder muito tempo
Diz a borboleta à Joaninha
Enquanto a operária se apressa
Temerosa de que não dê conta do néctar 

Nas alturas o sol apenas sorri
Emanando energias
A um planeta tão complexo
E tão cheio de vida feito a Terra. 

Mário Feijó
13.12.11

ENTRE RUAS...






Haviam muitos caminhos
Mas nenhum deles me levava a ti
Por entre ruas me perdi
Sempre a te procurar 

Quando amamos sempre procuramos
Procuramos um ao outro
Procuramos ser felizes
Procuramos estar completos 

Porém os mesmos caminhos
Que pareciam me conduzir a ti
Levavam-me à perdição
E eu voltava à minha solidão 

Continuo por entre ruas
Sempre olhando nos olhos
Querendo ver em que corpo tu te escondes
Em qual alma tu te abrigas 

Mário Feijó
13.12.11

EU TE AMO (Encantado)






Amar-te deixou de ser segredo
Desde que o vento enciumado
Tornou-se furacão e espalhou
Aos quatro cantos do mundo este amor 

A lua conformada
Ontem estava alaranjada
Dizendo estou “bege”
Pelo meu despudor 

Não me importa mais que saibam
Que eu te amo encantado
Feito um girassol que segue
O astro que lhe ilumina 

És meu sol e eu de longe te sigo
Como se fora o girassol
Contando as horas da noite
Para ver o dia chegar... 

Mário Feijó
13.12.11

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

SENTIMENTOS AMOROSOS




Quem disse que eu
Não conseguiria
Viver sem você
Mentiu ou se enganou 

Eu aprendi a não mergulhar fundo
Sentimentos dosados
Ensinam-nos a boiar
E a nadar mesmo fora d’água  

A felicidade é um mergulho no escuro
E quem tiver medo de mergulhar
Ou tiver medo do escuro
Desconhecerá o sentido dela 

Somos aprendizes sendo então temos
Que ser sinceros conosco e com os outros
E não ter medo de viver sentimentos de amor 

Mário Feijó
12.12.11

O AMOR FAZ SENTIDO





Não eram apenas sonhos
Que povoavam meus pensamentos
Mas brisas, cheiros e cores
E principalmente o abraço dos ventos 

Não eram apenas luzes
Que iluminaram meu caminho
Havia no ar um hálito
De hortelã silvestre com almíscar 

E eu me descobri
Muito mais feliz
Quando percebi
Que em minha vida havia amor 

O doce sabor do amor
Aliado ao perdão
Faz o mundo modificar
Faz tudo ter mais sentido 

Mário Feijó
11.12.11

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A ESPERANÇA

 

A esperança é algo
Que não devia acabar
Porque quando acreditamos
Tudo se torna possível 

No entanto sabemos
Que existem situações
Onde a esperança acaba
Onde ela não sobrevive. 

Quando alguém morre
Não adianta ter esperança
O corpo é finito
E não sobrevive 

Para os que acreditam
Na continuidade da vida
É diferente mas nada será igual

O dia que passou
Este também não volta.
A esperança é um sentimento abstrato
Que cabe muito mais
Em coisas igualmente abstratas...

Mário Feijó
08.12.11

O PODER DAS PALAVRAS




É mera
Quimera
Mera voz
Frank Sinatra
Withney Houston
Gal Costa 

É mera
É nova
É velha
É merda 

Quem disse que não posso
Eu posso dizer
Tudo o que quero
Tudo o que acho
Tudo o que penso 

É maravilhoso
Poder falar
Poder dizer... 

Mário Feijó
08.12.11

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

INSTINTOS

 

De todos os meus instintos
Eu preservo o meu amor
Amar e ser amado
É uma coisa que me salva 

Tenho instinto de sobrevivência
Instinto de beijar
Instinto de comer
Quero me salvar
Comendo você 

Instintivamente quero teu calor
Quero teu amor
Quero ser teu
Quer ter você 

Sou um animal
Sou um mineral
Sou puro instinto
Quando o assunto é amor  

Mário Feijó
07.12.11

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

DESCOBERTAS

 

Mais de meio século vivi
Entre sonhos e medos
Consumindo-me no tempo
Distraído não morri mas 

Quase nada sobrou
Quero ousar
Quero ir além de mim
Além das definições do que sou 

Não vou esperar
A outra metade de mim
Por mais meio século
Quero ir muito além de um ruído 

Agora não serei mais
Uma incógnita a ser desvendada
Eu vou além do meu ser
Eu vou além do que tu és...


Mário Feijó
02.12.11

FELICIDADE É SEMENTE EM SOLO ÚMIDO





A minha felicidade
Não conseguiu esperar por ti
Ela aconteceu numa das voltas
Que o mundo deu por aí 

Nada espera
E tudo pode acontecer
Enquanto o mundo gira
Enquanto você entontece 

E felicidade é assim
Ela acontece e brota diante da chuva
Como fazem as sementes grávidas
Diante de solo úmido... 

Eu tive amor bastante para nós
Durante muito tempo
Até que o nosso solo empobrecido
Tornou-se um deserto... 

Mário Feijó
05.12.11

A FORÇA DA NATUREZA






Diante da força da natureza
Eu sou quase nada
Eu sou quase nada no mar
Eu sou quase nada na chuva 

Eu sou quase nada diante do vento
Diante do luar eu mudo
Você pra mim é tudo
Quero teu corpo alcançar 

Volto a ser nada
Diante da luz do sol
E diante de um vulcão
Eu sou um nada longe
Contentando-me a reclamar poeira 

É o que eu sou na galáxia
Poeira efêmera
Que se esvai em segundos
Que o vento leva
Que se dilui na bruma... 

Mário Feijó
06.12.11

NA HORA DA FELICIDADE




Eu já vivi mais que meu pai
Muito mais que minha mãe
E bem mais que meu filho 

Eu penso que é porque
Tenho muito mais para aprender
Muito mais para pagar
Muito mais para sofrer 

Nada acontece por acaso
A vida só é longa
Diante do sofrimento 

Porque na hora da alegria
A vida é muito veloz
E diante da felicidade
Ela só deixa lembranças... 

Mário Feijó
06.12.11

DIA DE FESTERÊ





As andorinhas
Pousam no fio
Como se fossem
Notas musicais na pauta

A moça na janela canta
Uma música ritmada
Como vento incansável
Ao carregar areia da duna

O sabiá querendo escutar a moça
Disfarça buscando água na goteira
Chacoalhando-se como se tomasse banho
E voa procurando se secar numa toalha molhada

As andorinhas que nada cantam
Encantam-se a fazer verão
E a moça com uma flor no cabelo
Bate com os pés n’água saudando Iemanjá...

Mário Feijó
06.12.11  

domingo, 4 de dezembro de 2011

AMOR VOCÊ JÁ TEM BASTANTE





Dói no meu peito
Ver que amor
Você já tem bastante 

Dói bastante
O amor que me sobra
E não pode ser teu 

Eu não soube te amar
O tempo (maldito tempo)
Levou você como se fora
A duna que o vento
Leva de um lado para o outro... 

Amor você já tem bastante
Meu corpo transborda
Minha alva seca
Escorrendo pelas mãos... 

Mário Feijó
04.12.11

A FALTA QUE VOCÊ ME FAZ





É o meu corpo
Que sente a tua falta
Quando eu vou deitar
Quando esfrego minha pele 

É o meu corpo
Que sente a falta do teu amor
O teu calor que por ele se espalha
Como se me ninasse 

É o meu corpo
Que sofre crises de abstenção
Quando eu não posso te tocar 

No entanto é a minh’alma
Que sofre este desamor
Que se desalinha
Que fica sem energia... 

Mário Feijó
04.12.11