UM BALANÇO DA VIDA
Eu já me questionei pelas pedras
no meio do caminho, até o dia que descobri que elas poderiam servir para que eu
nelas me sentasse e descansasse das agruras do dia a dia.
Eu já me questionei pelas
dificuldades, pelos problemas que enfrentava, pelo quão demorados são nossos
sonhos, diante da realidade, até que um dia eu descobri que tudo me ensinava.
Eu já me questionei pela vida, por
existir, já questionei a morte dos outros e a minha própria morte não
acontecida.
Eu já me questionei pelos amores
que tive, pelos amores que tenho, e pelos que ainda terei.
Já me questionei pelos filhos que
tenho, pelos netos que crio, pelos amigos que vêm e vão, pelos que se foram e
que nunca mais voltaram, estou sempre me questionando.
Eu também me questiono pelos
amores impossíveis, pelos amores possíveis, mas que eu não quero, pela forma de
amar, pela entrega e pelo egoísmo, meu e dos outros.
A vida é assim um eterno questionamento,
porém tudo o que me acontece me transforma, eu interajo com a vida, e não deixo
sucumbir diante dos percalços, nem pela demora na realização dos sonhos e
quando os realizo já tenho outros mais difíceis...
Existem horas em que eu penso que
sou inconstante, mas a vida é inconstante e eu só balanço nela, como se
estivesse num barco e balançando no movimento das ondas.
Amores eu já tratei de não mais
entendê-los, mas sim de vivê-los quando eles me interessam.
Dinheiro eu não me questiono mais.
Uso-os na medida em que tenho, vivo sempre na corda bamba, como se estivesse
sempre na corda bamba, mas a vida é assim: um balanço.
Agora eu só me permito, balanço de
acordo com a vida e não me questiono mais. Deve existir alguém que mexe com
minhas cordinhas porque eu me sinto uma marionete da vida e tratei de fazê-la
ser mais feliz, a partir do momento em que parei de me questionar...
Mário Feijó
03.08.12
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