quinta-feira, 6 de outubro de 2011

SABIÁ NA LARANJEIRA





Sempre tão vagas
São as lembranças que fazem
Minha saudade sobreviver
Instalada em meu coração 

Fogão à lenha
Pilão socando café
Que ainda há pouco
No sol torrava... 

Na cozinha Felicidade assovia
Uma cantiga antiga
Que se eternizou em mim
Mãe, avó, escrava, confidente... 

Na laranjeira um sabiá
Tenta acompanhá-la na mesma cantiga
Mas ela é mais sábia que todos
Os sabiás que cantam na região... 

O menino moleque corre pelo quintal
Depois vem comer com seus irmãos
O pirão de feijão escaldado
Num alguidar de barro sobre a mesa... 

Mário Feijó
06.10.11

Nenhum comentário: