domingo, 31 de janeiro de 2016

AS CONTRADIÇÕES DO AMOR

O AMOR DEVIA SER ASSIM


Claro como a luz do sol
Límpido quanto água da chuva
Sereno feito o sono depois do amor
Fresco como a brisa de verão
Cristalino feito riso de criança
Doce como chocolate
Plácido quanto águas de um lago
Gostoso como um sorvete em dias quentes


O AMOR É ASSIM


No entanto ele oferece
Noites de trovoadas
Águas turbulentas
Sono com pesadelo
Vendavais arrasadores
Gemidos solitários
Amargor do jiló
Águas de cachoeira
Queima a boca feito ferro em brasa


Mário Feijó
22.01.16


AO TEMPO PERDIDO: PEÇO PERDÃO

AO TEMPO PERDIDO: PEÇO PERDÃO

Tudo o que eu quero hoje
É pedir ao tempo
Ao tempo perdido
Ao tempo ido
E que não volta mais:
Perdoe-me!

Perdoe-me pelo tempo perdido
Com coisas pequenas
Com bobagens de adolescência
Penso que devia ter amado mais

Amado mais meus pais
Meus irmãos e também amigos
Vivido muito mais os amores
Ter aprendido estas lições
Que só o tempo me ensinou!

Chego à conclusão
De que o aprendizado só veio
Quando ganhei idade
E agora o tempo me castiga
Com o desamor!

Perdão meus pais
Perdoem-me amigos
Perdão amores
Amores não vividos
Por preconceito
Por pudores!

Perdoe-me tempo
Perdoe-me vida
Agora já não dá mais
Para correr atrás
De tudo o que perdi!

Só o que me resta
É entregar-me ao vento
Entregar-me ao sol
Porque o tempo já consumiu
Todas as minhas vontades
E o que me resta é o caminho
Para um tempo desconhecido!

Mário Feijó
31.01.16

sábado, 30 de janeiro de 2016

FAZENDO TIPO

FAZENDO TIPO

Ele era assim
Feito tempestade
Vestido ou nu
Tinha eletricidade

Se havia sol
Era radiante
Se havia lua
Raios faiscantes

E a temperatura
Quase sempre subia
Ia de um Pai Nosso
Mesmo com a Virgem Maria

E o vento passava
Como uma simples brisa
Mas quando ele voltava
Obra prima: Mona Lisa!!

Mário Feijó

30.01.16

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

A FELICIDADE EXIGE QUE SUJEMOS OS PÉS

A FELICIDADE EXIGE QUE SUJEMOS OS PÉS

Algumas vezes
Fazer contas diante do amor
Nunca dá certo
Então abra um crédito
Em nome da vida
Em busca da fugaz felicidade

Eu sei que sou feliz
E sei que também és
Mas também sei
Que temos que pagar um preço
Para continuar sendo felizes

Eu quero ser feliz sem medos
Eu quero ser feliz sem sofrer
Porém percebo que é uma utopia
Querer pisar na lama
E não sujar os pés...

Mário Feijó

20.01.16

CERTO OU ERRADO?

CERTO OU ERRADO?

Não adianta seguir 
'Passos para ser feliz'
E ter o coração em descompasso
Tenha sempre por objetivo a felicidade
Sem muita preocupação 
Com o certo ou errado
Deixe o amor falar mais alto
Mas cuidado para não sofrer demais
O amor sempre tem um preço
E por amor andamos sobre brasas
Depois tratamos a ferida
Pense que todos os dias
O sol nasce e com ele a luz
Que nos ilumina onde extasiados
Somos girassóis a segui-lo...


Mário Feijó
14.01.16

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

BORBOLETAS E BEIJOS

BORBOLETAS E BEIJOS

Acabou-se a primavera
Morreram todas as flores
E com elas foram-se os sonhos
Como se fossem borboletas indo embora

Chega o calor do verão
Com ele chuva, suor e cerveja
Tudo é efêmero
Feito amores de carnaval

Em redenção eu te espero
Quando vier o outono
Para fazer nosso ninho
Antes que chegue o inverno

E assim passageiro
Feito brisa de verão
Foram tuas carícias e abraços
Beijos florais de uma primavera distante

Mário Feijó

07.01.16

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

É PRECISO AMAR

É PRECISO AMAR


É preciso amar
A tudo e a todos
Como se o amanhã
Não existisse

Porque na realidade
O que existe mesmo
É o presente

O passado não volta
O futuro é incerto
A única certeza que temos
É o momento atual

Por isto coloque energia positiva
No seu dia a dia
E viva com amor à natureza
E ao próximo... o resto virá naturalmente.

Mário Feijó

06.01.16

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

EU SUSPIRO QUANDO A NOITE VEM

EU SUSPIRO QUANDO A NOITE VEM

Quando você chega
É brisa fresca
Em tarde de verão
Que provoca arrepios

Faz chamego em meus cabelos
Sussurra em meu ouvido
Coisas que só quem ama
Sabe as palavras certas a dizer

E teu sorriso é um sussurro
Que me faz suspirar
Aspirando beijos que trazes
Em tua boca beijável

Somos assim: céu azul
Que se mistura ao mar
Lá no horizonte onde as estrelas descem
Quando se aproxima a boca da noite

Mário Feijó

04.01.15 

domingo, 3 de janeiro de 2016

QUERO SER TEU

QUERO SER TEU

Quero ser teu amigo, esteio
A mão que te ampara
O rumo da tua estrada
O sol que ilumina tua vida

Quero ser teu sem pudor
Com amor, na alegria e tristeza
Teu motivo pra felicidade

Quero teu o pássaro
Que te acorda todas as manhãs
Ser o teu guia, o mais gostoso pecado
Na tua vida ser a maçã

E se por acaso fores expulso
Eu te ofereço um paraíso
Um lugar, um abrigo, um ombro
O meu intenso amor, ser teu amigo

Mário Feijó

03.01.15

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

PARA DIZER ADEUS (Douglas)

PARA DIZER ADEUS (Douglas)


Para dizer-te adeus
Bastaria um até logo
A vida é tão breve
E logo nos encontraremos
Em algum lugar
Deste imenso universo

E se acreditas em Deus
Melhor ainda, saberei
Que deves estar perto d’Ele
Sofrendo menos que por aqui

Soubeste fazer escolhas
Sim! Mesmo nas dificuldades da vida
Tu a fizestes em detrimento da felicidade
Que procuravas, como fazem os pássaros
Quando voam procurando a quem amar

E sempre podemos contar contigo
Porque eras luz na nossa escuridão
Que irradiavas nos teus olhos claros
E que cintilavam nos teus dentes brancos

Agora és a estrela que tentaste ser
Quando andavas por aqui
E eu rogo a Deus que te ampare
Que te coloque num lugar de luz
Porque sem luz não conseguirás ficar

Mário Rogério Feijó

01.01.16

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

PEGADAS NA AREIA


PEGADAS NA AREIA

Pegadas perdidas
De gente, de pássaro
De puto, de puta
De homem e de cavalo

A garça perdia
Pescava tatuíras
Homens e mulheres acordavam
Cedo para pescar filhotes

E a praia, antes deserta,
Enchera-se de carros e gentes
Como se estivessem aberto
Todas as portas do inferno

Gente mal educada
Que joga lixo por tudo
Que grita alto e bebe por todos os motivos
Que destrói a tranquilidade procurando por ela

E o prefeito pomposo
Do alto do trono
Destrói a praia
Para construir algo novo

Pegadas na areia
Lambidas pelo mar
Amanhã todos vão embora
Deixando na areia
Marcas que não vamos gostar...

Mário Feijó

31.12.15

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

TINHOSA

VIDA ESPERTA (TINHOSA)

Sentada na varanda
Vida apreciava a brisa
Fresca que vinha do mar
Enquanto tecia tramas

E não fora somente agora
Ela já fazia isto
Há algum tempo

Eu deixara minhas vontades
Há muito abandonadas
Tudo que planejava
Tinhosa, Vida tinha outros rumos

Eu decidira não mais me debater
Como se estivesse em um redemoinho
E ia adaptando minha felicidade
Ao que me era apresentado...

Mário Feijó

29.12.15

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

AREIA FOFA

AREIA FOFA

Se procurar bem, você acaba encontrando.
Não a explicação duvidosa da vida,
Mas a poesia inexplicável da vida!

Carlos Drumond de Andrade


Então os meus pés afundam
Na areia fofa à beira-mar
Penso na vida enquanto
Tatuíras se afundam na areia, medrosas

Eu, igualmente medroso, afundo-me
Em saudades e lembranças
Enquanto o tempo célere cobra de meu corpo
Uma lentidão até há pouco tempo inexistente

O sol, tímido, esqueceu que é verão
E desbotado esconde-se entre nuvens
Tão cansado quanto eu

Penso nos bons momentos em que
Eu tinha asas e ia longe
Tão longe que desaparecia por entre as nuvens
Agora apenas me afundo na areia fofa

Mário Feijó

28.12.15

sábado, 26 de dezembro de 2015

PASSIONAL É A FLOR QUE FICA PARADA

PASSIONAL É A FLOR QUE FICA PARADA

Qualquer lugar
Serviria para o nosso amor

Você é o urânio
Que mantém em mim
Esta bomba ativa
A ponto de eclodir
Como fazem as flores
Que se abrem ao sol
Quando desponta a primavera

Ou como fazem os ovos
Sob o calor das aves

Eu sou livre
Quando estou contigo
Feito pluma solta no ar
Embalada pela força da natureza

E me atiro para qualquer lugar
Tal qual as dunas
Que à beira-mar mudam-se
Pela vontade dos ventos

Mário Feijó

26.12.15

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

URSO DENTRO DA CAVERNA

URSO DENTRO DA CAVERNA

         Acordei com a intenção
De apagar lembranças
Que só fazem sofrer...

Eu lembrei do teu riso frouxo
Que me fazia sorrir
Das tiradas “sem noção”
- mentiras mal contadas

Mas lembranças são nódoas
Que não conseguimos apagar
Nem mesmo com cloro ativo
Porque fica na memória sua cicatriz

Eu preferia não ter em mim
Este vazio tão cheio de ti
Parecendo um problema sem solução
E com tanta coisa sem explicações

Ficaram mágoas sem explicação
Tramas mal urdidas, parecendo novela mexicana
Onde nunca ficou explicado a Regra do Jogo
Em que não há mocinhos, mas muitos bandidos

É como se na minha caverna
Tivesse entrado um urso selvagem
Destruindo tudo que era meu
Além de levar você dos meus natais...

Mário Feijó

25.12.15 

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

ASSISTINDO À CHUVA

ASSISTINDO À CHUVA

Assistindo à chuva na janela
Eu vejo gotas levadas pelo vento
Em desespero querendo ganhar o chão

Há um bailado de gotas aflitas
Umas abraçam-se inseguras
E fortalecidas, sem medo
Formam poças no solo

A grama molhada arrepia-se
Quando o vento sopra
As árvores têm suas almas lavadas
E deixam-se brotar em flores e frutos

Os passarinhos correm de um lado para o outro
Alguns se arriscam em banhos refrescantes
Outros voam felizes para os ninhos
Na janela o gato silencioso assiste a tudo

À beira-mar a garça solitária
Busca o alimento dos filhotes
Enquanto tatuíras assustadas
Escondem-se embaixo das caudas das ondas...

Mário Feijó

23.12.15

sábado, 19 de dezembro de 2015

CAMINHOS

CAMINHOS

No jardim
Desiludida
A rosa despiu-se
De todas as pétalas

Pálida, transparente,
Ainda lhe restava no caule
O pólen germinador

Porém estéril
Estava todo o jardim
Recentemente todos os girassóis
Haviam secado

Embaixo do alpendre da janela
Havia uma cascata
Que também secara
Tal qual lágrimas por ali derramadas

A terra, agora seca e árida,
Serviu apenas para a construção
De um castelo que subia aos céus
E por este caminho muitas almas deram adeus...

Mário Feijó

19.12.15

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

O BRASIL É NOSSO

O BRASIL É NOSSO

Brasil
Tenho estado calado
Por falta de opções

Jamais pensei
Que numa terra tão profícua
O que mais prospera
É o roubo e a corrupção

Demônios vestiram-se de anjos
Deram pão velho
E água enlameada
Para toda a população

E para os que trabalham
Soltam sanguessugas
Mosquitos e muita lama
Que turvaram as nossas cores

Brasil, Brasil, brasileiros
Esta é a nossa pátria
Vamos acreditar que é possível
E com uma cédula eliminar estes políticos...

Mário Feijó

18.12.15

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

VIAGEM

VIAGEM

         Quando eu era criança encontrei-me com a morte. Ela vestiu-se de homem do campo, roupa limpa, calça preta, camisa branca e usava chapéu. Parecia ter uns 40 anos e me pegou pela mão e me levou a passear pelo azul infinito.
Para onde fomos eu nunca soube. Isto ficou para a minha memória pós-morte quando eu perder a consciência nesta vida. Certamente eu não poderia ter consciência de que no outro mundo é muito melhor.
Passados quase sessenta anos eu penso quando será que ela irá voltar? Sim. Um dia ela vem buscar cada um de nós. No entanto penso: será que ela envelheceu?  Será que mandará o mesmo emissário? Ou virá alguém mais moço? Será um homem ou uma mulher? O que ela tem a ver com gênero? Por que se veste de homem ou mulher?
Coisas da minha cabeça, certamente.
Com dores, espero aliviado o dia que ela venha pegar e minhas mãos e me levar de volta para o lugar onde, definitivamente eu nunca deveria ter saído.
Que viagem!!!!

Mário Feijó

14.12.15

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

GATAS DOMESTICADAS

GATAS DOMESTICADAS

Duas meninas doces
Duas gatas manhosas
Imploravam amor
Queriam amar e ser amadas

Aconchegadas em camas quentes
Uma contente ronronava,
A outra arisca arranhava

Ambas sentiam a falta do lar
Uma era apenas “diva”
A outra “divina” é
Ambas têm as garras afiadas

Agora miam macio
Diante de um afago
Diante de um bombom
Ou diante de um cheiro agradável...

Mário Feijó

11.12.15

domingo, 6 de dezembro de 2015

OS EXTRATERRESTRES DENTRO DA GARRAFA PET


OS EXTRATERRESTRES DENTRO DA GARRAFA PET

Ela era uma garrafa plástica que jogada ao mar ficou à deriva por muitos anos. Ganhou cracas, até que um dia foi parar na beira da praia. O líquido que havia dentro deteriorou, ficou rosa. Porém ela continuou intacta.

A primeira vista poderia ser um objeto estranho. Muita imaginação e ela poderia ser um detrito espacial, caído de outro planeta. Seu conteúdo pode ser um gás mortal aos terráqueos e quando for aberto se espalhar pela atmosfera destruindo o ar que respiramos. Quiçá ao ser aberto e em contato com os gazes terrenos entre em combustão e destrua todo o planeta? Somos frágeis embora pensemos que nunca seremos destruídos pelo nosso próprio lixo.

Eu deixei a garrafa onde ela estava. Não tive coragem para abri-la. Tampouco havia uma lixeira onde eu pudesse deposita-la. E se houvesse um extraterreno espiando minha atitude e me abduzisse? Nem sou covarde, mas se sobrevivi a tantos acidentes quem me garante que eu sobreviveria a um ataque extraterrestre? Não posso correr mais riscos.

Além disto quem garante que aquela massa pastosa lá dentro não é um monte de seres extraterrestres prontos para se desenvolverem e eclodir diante do primeiro contato com a nossa atmosfera. Não, eu não poderia libertá-los. Eu não posso ser o responsável pela invasão de seres estranhos no planeta.

Diante da dúvida e da minha responsabilidade com os demais seres humanos deixei a garrafa onde estava, torcendo para que o sol fizesse de todo o seu ingrediente um cozido e que os extraterrestres simplesmente morram dentro da sua nave espacial, disfarçada de garrafa pet.

Fui pra casa tranquilamente tomar um café. Nestas alturas os extraterrestres já estão mortos e eu tranquilamente posso caminhar pela orla marítima de Capão da Canoa sem sustos.

Ufa!!!

Mário Feijó

06.12.15 




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sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

CONSCIÊNCIA DISPERSA

CONSCIÊNCIA DISPERSA

Quando somos jovens
Não nos preocupamos com a vida
Algumas vezes ficamos assustados
Quando a morte acontece

Então envelhecemos
E a morte se faz presente todos os dias
Seja nas ruas ou nos obituários de jornais
Ou nas dores do corpo

E descobrimos que o existir
É quase tão efêmero quanto
Um raio em noite de chuva
Iluminando e se apagando na escuridão!

Como ser humano
Pouco me interessa
A eternidade da alma
Coisa tão incerta!

De que me interessa ser eterno
Se viverei de outra forma
Terei outro corpo sem matéria
E uma consciência dispersa...

Mário Feijó

03.12.15

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

EFEMERIDADE

EFEMERIDADE

Efêmera é a vida
Tal qual pássaros
Chocados no ninho
Emplumados batem as asas: voam...

Amores refrescam a pele
Feito asas de colibri
Que lentamente batem
Pra sumir na imensidão

Você é assim
Quando bate tuas asas
Para longe de mim...

Assim são os anjos
Invisíveis que nos protegem
E nós ficamos sem saber
Quando batem as asas e voam...

Mário Feijó

30.11.15

SIM, SIM! NÃO, NÃO!

SIM, SIM! NÃO, NÃO!

Sim
         Não
                   Sim!
Subida
Caída
Escorregão!

Sim! Sim!
Não! Não!

Mário Feijó
30.11.51


CONSTRUÇÃO



CONSTRUÇÃO

Alma sólida
         É pedra
Descanso
         Construção

Pedra no caminho
Pedra sob pedra
         Tijolinho... construção!

Mário Feijó

30.11.15

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

PARA SEMPRE

PARA SEMPRE

SEMPRE
         Sempre mais
Sempre-viva

Mário Feijó

27.11.15

IR...Responsável



IR
  Responsável
        Pede perdão
Sem cultivar
                Amores perfeitos

__________________

27.11.15   

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

DECIDA-SE

DECIDA-SE

Algumas pessoas dizem amar
Porém não confiam nos outros
Colocando em risco a união
E a credibilidade do amor investido

Decida-se:
Ou você confia e se entrega
Ou por desconfiança cai fora
Porque amar é se entregar...

Mário Feijó
25.11.15


segunda-feira, 23 de novembro de 2015

LAMBENDO OS DEDOS

LAMBENDO OS DEDOS

Eu tinha sonhos
Feito pássaros
Voando sem destino certo.
Era uma criança!

Tornei-me adulto
E os meus sonhos pararam de voar
Pousaram na minha vida:
Doces! Cheios de recheio!

Não resisti: voltei a ser criança
Estou lambendo os dedos
Há uma realidade feliz
Dentro dos meus recheios!

Mário Feijó

23.11.15

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

EU SOU PEDRA

EU SOU PEDRA

A pedra do teu caminho
Onde podes descansar
Ou a pedra que te atrapalha
E que te faz na vida contornar
      
Eu sou a pedra bruta
A pedra preciosa
Depende da maneira
Com que vais me encarar

Eu sou a pedra da construção
O alicerce, a base sólida,
A tua argamassa
O teu solo, o teu chão

Descansado fico estático
Olhando pra cima
Vejo o céu, vejo as estrelas
Você é meu universo

Mário Feijó

20.11.15 

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

ASAS DE BORBOLETA NA BEIRA DO VULCÃO

ASAS DE BORBOLETA NA BEIRA DO VULCÃO

Faz um ano
Que eu abri minhas asas
E feito borboleta
Voei ao teu encontro

Foi como se um vulcão
Entrasse em erupção
Lavas escorriam
Por todo um povoado

Mudanças ocorreram
Na minha vida e na tua
Flores se abriram
E o terreno ficou mais fértil

Asas de borboleta são frágeis
Lava de um vulcão devasta a planície
Há cuidados que são necessários
Para que as asas não queimem
Na beira do vulcão...

Mário Feijó

18.11.15

terça-feira, 17 de novembro de 2015

CEDER

CEDER

Cede
Ceder
Sedento
Suarento
Sede
Sediar...

Talvez algum dia
Pratique cedendo
Amar!

Mário Feijó
17.11.15

INDO MAIS FUNDO

INDO MAIS FUNDO

Na segurança da corda
Que lança o balde
Para buscar a água
No fundo do poço

Confesso que me perdi
Já não sei se sou água
Se sou corda
Que dá segurança
Ao balde que se atira
Para buscar a água

Porque o poço certamente
É o amor que me toca
Que me envolve
E que eu gostaria
Que te envolvesse

No entanto o mais importante
É saciar a sede
E amar sem restrições
Certamente mergulhando fundo
E transbordando de amor

Mário Feijó

17.11.15

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

POÇO DO AMOR

POÇO DO AMOR

O amor é um voto de confiança
Caso contrário um balde
Não se atiraria ao fundo do poço
Caso não confie que a corda não o segure

Assim somos nós, meros baldes,
Se não houver uma corda segura
Quem vai se atirar no fundo do poço?

Seja este poço uma promessa de amor
Ou simplesmente uma vida a dois
Direcionada por uma convivência harmônica

Amor é confiança, segurança
Enquanto não houver uma corda segura
Não dá para se atirar no fundo do poço

Mário Feijó

16.11.15  

domingo, 15 de novembro de 2015

DEPOIS DA CHUVA

DEPOIS DA CHUVA

Naquela tarde de sol
Eu já não sabia mais
O que eram gotas da chuva
Ou lágrimas caídas

Havia paz em meu coração
A mesma paz
De uma tarde de sol
Cheiro de evaporação

O mato e a grama
Ainda estavam molhados
O vento fazia as árvores chorarem
E suas lágrimas misturavam-se às minhas

Eu não conseguia definir o que sentia
Tamanha era a saudade
E tinha medo da distância
Que estava sendo construída

Depois da chuva
Eu e as árvores nos solidarizamos
E atiçados pelo vento
Deixávamos que as lágrimas caíssem

Mário Feijó
15.11.15


quarta-feira, 11 de novembro de 2015

TADINHOS...

TADINHOS...

Vendo uma reportagem na TV, sobre comportamento de cães, de que eles precisam ter um líder e para isto só com adestramento.
Lembrei dos tempos em que éramos crianças e obedecíamos nossos pais. Tornamo-nos adultos educados. Passamos por dificuldades e fomos à luta. Nunca ninguém me deu algo sem que eu merecesse. Pensei “éramos adestrados” uma outra versão para educados, como acabam se tornando os animais.
Chegou a hora de ter filhos e pensamos “tadinhos”. Deixamos decidirem sobre tudo. Não nos chamam de “senhor, senhora”. Não nos pedem a benção... e o respeito sumiu. Sumiu em casa e nas escolas nem se fala. Tentamos ser democráticos demais. Desapareceu a liderança dos pais.
Acho triste que os valores tenha se perdido pelo caminho. E penso ainda que na angústia da falta de um líder, da falta de comando, muitos dos filhos não vão mais à luta. Nunca vi tantos adultos entre 25 e 40 anos que não trabalha esperando que os pais lhes deem “uma bolsa família”.
Os filhos completam 18 anos e quem pode já dá um carro. Os que não podem partem pras drogas, já que este é um caminho fácil para todos os sonhos. Os que não consomem, traficam.
Outros dormem, dormem, dormem... geração de cansados. Exigem dos pais o conforto que foram educados para ter. Sim! Somos culpados. Não ensinamos a dar valor ao que se conquista. E se eles não sabem e não obedecem mais aos pais, jamais saberão respeitar a um chefe. Qualquer salário recebido é pouco. Diz a mãe “tadinho”, diz a tia “coitado”, diz o governo coitados e assim prolifera uma geração de coitados.
Ficou mais barato para o governo dar “uma ração” (bolsa família) do que dar educação e ensinar a vencer. Continuam eternos dependentes sem perspectiva. Eu já ouvi que se deve ensinar a pescar do que dar o peixe, no entanto criar uma dependência ficou mais fácil para os governos. E para os pais (perdidos) a situação fica insuportável. Acabam patrocinando eternamente os filhos para não se incomodarem. Só que chega uma hora em que estes pais se aposentam (e não existem aposentadorias milionárias), nesta hora fica impossível continuar patrocinando tudo. E os filhos não têm a renda que pensam ser justas para eles, então a relação pais X filhos fica complexa, além do que eles pensam que seus pais não os amam mais.
É complicado. Deveríamos repensar a educação. Investir mais em cultura e nas relações humanas. Trabalhar não desmerece ninguém. Estudar só engrandece e ler... ah, ler: ler é descobrir um mundo novo. Aumentar nossa capacidade de cognição, de nos relacionarmos com o outro, de entender o mundo e de respeitar nossos pais. Entender que o amor não é medido em dinheiro. Eu já vi muitos ricos, a literatura tem muitos casos, de pessoas abastadas que deixam sua fortuna para um animal: um cão, um gato ou instituições de caridade. Antes não compreendia isto. Hoje entendo. Penso que é uma forma de dizer: vá à luta! Cresça!
Bem não sou nenhum “expert” sobre o assunto. Porém espero que façam pelo menos uma reflexão sobre esta realidade e aos que parei de “dar tudo o que tinham direito”: perdão, mas tenho que cuidar um pouco de mim, a velhice chegou...

Mário Feijó
11.11.15

terça-feira, 10 de novembro de 2015

RETALHOS DE NÓS DOIS

RETALHOS DE NÓS DOIS

Desde que você se foi
Minha vida ficou vazia
E procurei nas gavetas
As tuas lembranças
Guardadas em pequenas coisas:
Num canto havia um isqueiro
Noutro uma camiseta
Que usaste quando fomos à praia
No criado mudo ainda está
Tua garrafa d’água vazia
A garrafa de café espera por ti
(eu não vou fazer café só pra mim)
No computador vi tuas fotos antigas
E isto deu muita saudade
Fiquei costurando nossas lembranças
Fazendo retalhos de nós dois
E costurei meu dia
Com o cheiro teu em todas as minhas coisas...

Mário Feijó

10.11.15 

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

AMORES VÊM E VÃO

AMORES VÊM E VÃO

Quando o sentimento é puro
Nada nos separa
De um grande amor

E quando um destes amores vai embora
É como ave que emplumou
E ganhou os céus
Em busca de novos horizontes

Não há como voltar para o ninho
Só porque um dia foi feliz ali
A experiência não se repete
E o amor é cristal que ao ser quebrado
Não tem mais conserto

Uma águia quando se atira das rochas
Ganha um novo mundo
Ou renasce depois para uma nova vida

Dê adeus aos amores que partem
Eles cumpriram suas missões
Vida nova é o que merecem
Quando a chance aparece...

Mário Feijó

09.11.15

domingo, 8 de novembro de 2015

À BEIRA DO CAOS

À BEIRA DO CAOS

Perde-se a inocência
Em uma noite fria
Ou numa noite d’amor

Perde-se a inocência
Diante de uma traição
Ou diante de mentiras
Que te enredam a descobrir o caos

E quando deixamos a inocência de lado
Podemos cometer pecados
Por sentimentos vis
Feito Ira, Ódio e Vingança

Eu confesso: já estive à beira do caos
Porém não perdi a inocência
E vencer o mal
É a maior provação

Somos testados todos os dias
Temos que estar alertas
Acreditar na força do amor
E que o nosso lar não é aqui
Mas para onde estamos indo...

Mário Feijó
08.11.15

http://www.recantodasletras.com.br/poesias/5441948

sábado, 7 de novembro de 2015

BARCO SEM RUMO

BARCO SEM RUMO

Da testa escorre o suor
Susto? Medo? Pavor?
Está complicado
Viver em um país desgovernado

A qualquer momento
Podemos bater contra o “rochedo”
E todos afundamos juntos
O barco é o mesmo pra todos...

Mário Feijó

07.11.15

ALÉM DA RAZÃO

ALÉM DA RAZÃO

Não basta a união de corpos
Para gerar o amor
Geramos filhos desta forma
(na maioria das vezes)
E eles se esquecem
(na maioria das vezes)
Que por amor foram gerados

Depois de muito tempo
Gente descobre que foi usado
Feito uma marionete
Para colocar no mundo seres insensíveis
(na maioria das vezes)

Devíamos amar uns aos outros
No entanto por desencontros
Somos abortados da vida
De quem deveria nos amar
Sem questionamentos

Há energias que parecem
Manipular cada um de nós
Mas a razão e a inteligência
Deveriam prevalecer
O amor não deveria ter máculas...

Mário Feijó

07.11.15

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

A GATA BORRALHEIRA MEDROSA

A GATA BORRALHEIRA MEDROSA

Ela sempre se sentiu
Um peixe fora d’água
Até que resolvera sair de casa (drogas!)
Longe se apaixonou perdidamente
Para logo então descobrir
Que seu príncipe era sapo

O que lhe parecia o começo
De uma vida maravilhosa
Acabou se tornando seu calvário
Tendo o sapo como carcereiro

Ela sonha com a natureza
Idealizou um amor
Que só existe em contos de fadas
Agora chora quando queria sorrir

Lágrimas escorrem por seu rosto
E ela tem medo de fugir da prisão
Falta-lhe ânimo, fechou-se para o amor

Enquanto isto o tempo passa
E ela chorosa derrama-se em lamentos
Esperando mais um capítulo da vida
Sem coragem para escrever
A sua própria história...

Mário Feijó

04.11.15