quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

PEGADAS NA AREIA


PEGADAS NA AREIA

Pegadas perdidas
De gente, de pássaro
De puto, de puta
De homem e de cavalo

A garça perdia
Pescava tatuíras
Homens e mulheres acordavam
Cedo para pescar filhotes

E a praia, antes deserta,
Enchera-se de carros e gentes
Como se estivessem aberto
Todas as portas do inferno

Gente mal educada
Que joga lixo por tudo
Que grita alto e bebe por todos os motivos
Que destrói a tranquilidade procurando por ela

E o prefeito pomposo
Do alto do trono
Destrói a praia
Para construir algo novo

Pegadas na areia
Lambidas pelo mar
Amanhã todos vão embora
Deixando na areia
Marcas que não vamos gostar...

Mário Feijó

31.12.15

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