TADINHOS...
Vendo
uma reportagem na TV, sobre comportamento de cães, de que eles precisam ter um líder
e para isto só com adestramento.
Lembrei
dos tempos em que éramos crianças e obedecíamos nossos pais. Tornamo-nos
adultos educados. Passamos por dificuldades e fomos à luta. Nunca ninguém me
deu algo sem que eu merecesse. Pensei “éramos adestrados” uma outra versão para
educados, como acabam se tornando os animais.
Chegou
a hora de ter filhos e pensamos “tadinhos”. Deixamos decidirem sobre tudo. Não nos
chamam de “senhor, senhora”. Não nos pedem a benção... e o respeito sumiu. Sumiu
em casa e nas escolas nem se fala. Tentamos ser democráticos demais. Desapareceu
a liderança dos pais.
Acho
triste que os valores tenha se perdido pelo caminho. E penso ainda que na angústia
da falta de um líder, da falta de comando, muitos dos filhos não vão mais à
luta. Nunca vi tantos adultos entre 25 e 40 anos que não trabalha esperando que
os pais lhes deem “uma bolsa família”.
Os
filhos completam 18 anos e quem pode já dá um carro. Os que não podem partem
pras drogas, já que este é um caminho fácil para todos os sonhos. Os que não
consomem, traficam.
Outros
dormem, dormem, dormem... geração de cansados. Exigem dos pais o conforto que
foram educados para ter. Sim! Somos culpados. Não ensinamos a dar valor ao que
se conquista. E se eles não sabem e não obedecem mais aos pais, jamais saberão
respeitar a um chefe. Qualquer salário recebido é pouco. Diz a mãe “tadinho”,
diz a tia “coitado”, diz o governo coitados e assim prolifera uma geração de
coitados.
Ficou
mais barato para o governo dar “uma ração” (bolsa família) do que dar educação
e ensinar a vencer. Continuam eternos dependentes sem perspectiva. Eu já ouvi
que se deve ensinar a pescar do que dar o peixe, no entanto criar uma
dependência ficou mais fácil para os governos. E para os pais (perdidos) a
situação fica insuportável. Acabam patrocinando eternamente os filhos para não
se incomodarem. Só que chega uma hora em que estes pais se aposentam (e não
existem aposentadorias milionárias), nesta hora fica impossível continuar
patrocinando tudo. E os filhos não têm a renda que pensam ser justas para eles,
então a relação pais X filhos fica complexa, além do que eles pensam que seus
pais não os amam mais.
É
complicado. Deveríamos repensar a educação. Investir mais em cultura e nas relações
humanas. Trabalhar não desmerece ninguém. Estudar só engrandece e ler... ah,
ler: ler é descobrir um mundo novo. Aumentar nossa capacidade de cognição, de
nos relacionarmos com o outro, de entender o mundo e de respeitar nossos pais. Entender
que o amor não é medido em dinheiro. Eu já vi muitos ricos, a literatura tem
muitos casos, de pessoas abastadas que deixam sua fortuna para um animal: um
cão, um gato ou instituições de caridade. Antes não compreendia isto. Hoje entendo.
Penso que é uma forma de dizer: vá à luta! Cresça!
Bem
não sou nenhum “expert” sobre o assunto. Porém espero que façam pelo menos uma
reflexão sobre esta realidade e aos que parei de “dar tudo o que tinham direito”:
perdão, mas tenho que cuidar um pouco de mim, a velhice chegou...
Mário
Feijó
11.11.15
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