Faz pouco tempo em que eu acreditei que um presidente negro, para a nação mais poderosa do mundo fizesse alguma diferença.
Havia uma expectativa em torno disto e no entanto na madrugada do dia dois de maio de 2011m, vem a público Mr. Obama para afirmar publicamente, ao mundo inteiro: “Nós matamos Osama Bin Laden”.
Eu aprendi desde criança, que não devemos matar e roubar, entre outros pecaditos, mas o próprio presidente vir a público pela primeira vez, numa rede mundial dizer “nós matamos”. Isto não é vingança? Isto não é terrorismo? Isto não é descer ao mesmo nível do criminoso? Mas o pior de tudo é ouvir isto do próprio presidente dos EUA, porque sua popularidade está em baixa e ele quer se reeleger.
Eu teria vergonha se o presidente do meu país fizesse uma declaração destas.
Pior ainda é ouvir declarações de todos os presidente à beira do nosso quintal quererem tirar proveito da mesma façanha e fazerem declarações públicas.
Não estou julgando ninguém, pois não sou juiz, tampouco quero julgar alguém por isto ou aquilo. Mas tanto alarde faz com que eu me preocupe com o que os fanáticos farão em represália.
Isto sim foi um ato que me choca mais que uma Tsunami – desastre natural – pois coloca muitas vidas em risco deliberadamente, o que não acontece com desastres. As pessoas colocam-se em risco se quiserem... Isto me parece uma provocação à guerra, à matança, dizer que estamos numa guerra sem lei e que podemos fazer tudo em nome da vingança, já é outra estória.
Houve alarde sim, no 11 de setembro de 2001 e em outros onze depois. Mas não foram os criminosos que o fizeram. Foram os mesmos que hoje têm o poder.
Eu posso dizer que temo pela humanidade e pelo que virá em nome da justiça que se diz estar fazendo. Quem viver verá...
Mário Feijó
03.05.11
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