ELA É INGRATA
Ela é linda, mas ele a chama de ingrata
Tudo porque ele a sustentou
Por mais de 25 anos
E a queria sempre dentro de casa
Lavando, passando, cozinhando...
Ela não podia se arrumar
Que ele a chamava de assanhada
Se os filhos se machucassem
Ela era a culpada e o máximo
De elogio que recebia era de que
Ela estava mais ou menos...
O menor carinho fora de casa
Era por ele repudiado...
Ela se sentia prisioneira, escrava
Estava saturada daquela vida
Além do mais ele tinha outras na rua
E não fazia questão de escondê-las...
Ela deu um basta!
Já foi até confundida com a Vera Fischer
É uma mulher que todos admiram
Desabrochou para a vida
Enquanto ele murchou e vive
Feito um zangão que não sai do jardim
Para os outros, hoje ele diz:
Esta mulher é uma ingrata...
Mário Feijó
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