Este blogger contém as obras, artes plásticas e poesias de Mário Feijó. Também mostra os trabalhos em que o artista está envolvido no momento...
segunda-feira, 9 de abril de 2012
Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: O ESPELHO
Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: O ESPELHO: No espelho da sala eu descubro a minha viuvez. Sim ela estava patente na pele alva que o sol daquele ano, ainda não havia tocado. ...
O ESPELHO
No espelho da sala eu descubro a
minha viuvez. Sim ela estava patente na pele alva que o sol daquele ano, ainda
não havia tocado. Todo o meu corpo escondia-se nos prantos que eu derramava por
ti e eu definhava na dor da tua não presença.
Mas o espelho era cruel e parecia
me chamar para dentro dele ao teu encontro, como se me oferecesse os abraços
que eu precisava. No entanto havia em mim um resto de anos que teimava por
existir. Eu nem sabia se por carma ou por teimosia mesmo.
E foi então que eu comecei a ficar
indignado. É verdade, indignado mesmo. Algumas vezes reagimos e vivemos por
indignação. Visto que viver por viver é simplesmente morrer aos poucos.
Eu bem que podia ter morrido. Pensava
que já tinha cumprido tudo na vida, mas eu não tinha experimentado viver por
indignação.
Há pessoas que tecem a morte e
para desgosto destas eu sobrevivo.
Agora vivo para agradar aos peixes
e às plantas. Eu sobrevivo para agradar as rosas que morriam sem mim e até as
sempre-vivas que pareciam desesperadas. Mas
eu também sobrevivo para arrancar ervas daninhas, para ver as joaninhas passeando
por meu jardim que não tem sapos, como no jardim de Yara que mora do outro lado
do mapa.
Eu sei que cada canto do mundo tem
a sua diversidade e no meu jardim há um universo encantado. Há nele duendes e
um pote de ouro que o arco-íris esconde na poupança. Pobre coitado, tão
avarento, jamais desconfiou que eu quero sentimentos, como amor, solidariedade,
paixão, não miseráveis moedas empilhadas, umas em cima das outras. Isto é com
Judas que vendeu seu amigo por um punhado delas. Eu quero apenas vida, no
sentido mais visceral da palavra.
Por isto o espelho não me chama
mais...
Mário Feijó
09.04.12
sábado, 7 de abril de 2012
DOIS CAMINHOS UMA ESCOLHA
Fazer a caridade
Não nos torna ricos
Não nos torna santos
Não nos torna melhores
Se assim fosse
Madre Tereza de Calcutá
Doando-se ao próximo
Seria multimilionária...
O que nos torna ricos é ser político
Praticar delitos, roubar, ser traficante
Mas isto não nos torna santos
Nem tampouco seres melhores...
Cada um de nós faz escolhas
Sobre o caminho a seguir
E também escolher o que se quer:
Ter... ou Ser???
Mário Feijó
07.04.12
O GOSTO QUE TEMOS
Algumas vezes é preciso
Experimentar o gosto
Que o outro tem
Sim! Pois tem gente
Que tem gosto de fruta madura
Outros de melão azedo e alguns
De pudim de cachaça e cinzeiro...
Eu gosto do teu gosto
De cachoeira fresca
De sorvete de limão
De jabuticaba madura...
Do teu ar de potranca selvagem
Da tua pele sedosa de pêssego
Do teu olhar que me abraça
Como se fora uma ovelha que me aquece...
Mário Feijó
07.04.12sexta-feira, 6 de abril de 2012
METÁFORAS
Eu preciso de metáforas
Para colocar em meus versos
Disseram-me que estão amargos
Coloquei neles muitas flores: girassóis e outras
Com a intenção de atrair abelhas
Mas elas fazem mel longe de mim
E as borboletas que por aqui passaram
Morreram todas ontem...
Há lagartas sim
Que eu quando criança
Matava-as com medo...
Por que é que ninguém diz às crianças
Que lagartas são futuras borboletas?
Acho que minhas metáforas
Foram todas mortas
Quando pisei nas lagartas de outrora
E agora nem meus girassóis querem girar mais
Há somente luzes
Que se acendem sozinhas
Talvez elas queiram me dizer algo
Ou simplesmente me mostrar as metáforas...
Mário Feijó
06.04.12
quinta-feira, 5 de abril de 2012
HOJE
Hoje é um dia jamais sonhado
Que apesar das dificuldades
Que apesar das saudades
Me proporciona a consegue do ser que eu sou
Hoje eu sou resultado de meus atos
Do que eu penso, do que eu quis
E do que as pessoas próximas
Ajudaram nesta construção
Não há o que lamentar
Não há o que parar no tempo
Porque o ontem pode conter as saudades
Mas é no hoje que está a minha estrada...
Mário Feijó
05.04.12
A MENINA DO BALANÇO
Larissa era uma
menina tão doce que parecia haver mel nos seus abraços. Outro dia ela “descabelada”
veio em minha direção e eu lhe disse:
- Larissa, ainda não penteaste o
cabelo? Ao que ela me respondeu:
- É que você é muito mais
importante pra mim, vô. Então eu vim primeiro te dar um beijo.
Ela me desarmou com isto.
Larissa não quer ler! Larissa
não quer estudar. Larissa nunca tem deveres. Larissa só gosta de se balançar na
rede como se estivesse pendurada num balanço amarrado embaixo de uma árvore. E Larissa
balança tanto que já destruiu oito fones de ouvido do seu celular que ela
rebenta na rede. Ela nem quer créditos no celular, basta escutar músicas.
Algumas vezes eu ficava preocupado
pensando que ela não tinha inteligência para os estudos, mas outro dia estávamos
viajando e para passar o tempo brincamos de jogo de perguntas e adivinhação e
Lara, sua irmã, onze meses mais velha, sempre metida à sabichona e que em
algumas horas chama a Larissa de burra desistiu do jogo porque a Larissa
respondia questões gerais, de história, geografia e matemática, mais rápido e
certo que ela. Antes do final da viagem a Lara tinha um bico maior que um
tucano e a Larissa um sorriso enorme no rosto.
Passei a lhe dar mais crédito e
a fazer a irmã respeitá-la mais. Agora a Larissa balança na rede os seus
cabelos lisos e despenteados à vontade e eu não exijo tanto dela os deveres. Afinal
eu também era assim “meio infantil”, conforme definição dela própria, e eu
acabei conquistando o respeito das pessoas como profissional liberal, professor
e escritor.
Quanto ao futuro de Larissa eu
não sei, pois não consigo fazer previsões, mas estou deixando-a usufruir da
inocente criança que conscientemente ela cultiva na idade certa.
Mário Feijó
05.04.10
AMOR E FIDELIDADE
Ser fiel é uma responsabilidade
Por alguém com quem compartilhamos algo
Amor exige fidelidade...
Mário Feijó
05.04.12
quarta-feira, 4 de abril de 2012
APRENDE-SE
Aprende-se com a vida
A ser flexível sem quebrar
Que dores teremos sempre
E que elas nos estimulam
Não podemos fugir de nós
Tampouco ser autista por opção
Ver uma pedra no caminho
E tropeçar, sem contorná-la...
Há sinais de fumaça
Eu desperto, porém sigo
Cada um dos meus instintos
Cuidando de mim, não da vida dos outros...
Aprende-se amando
Respeitando a si e aos outros
O resto o mundo mostra
E diante dos vendavais envergamos
Só assim não quebraremos diante deles...
Mário Feijó
03.04.12
O SOL DO QUINTAL DA TIA LOURDES
Fazia uma
tarde brilhante. Dessas que parece ter Tia Lourdes passado saponáceo no sol, de
tão reluzente que ele se fazia.
Tia Lourdes
era dessas mulheres que mesmo com oitenta e tantos anos se achava na obrigação
de tudo limpar, e de tudo arear... talvez até o sol ela areasse, pensava eu.
Tia Lourdes
era uma daquelas idosas que mesmo alquebrada pela idade sempre me parecia uma
adolescente. Seus cabelos eram tão brancos que de tão brancos eu tinha a
impressão de que ela lavava com sabão em pó para clareá-los, como fazia com as
roupas. E os seus olhos então. Os seus olhos eram tão azuis, como os olhos do
céu naquela tarde. Não havia uma nuvem nele. Ela era pra mim o protótipo de
todos os seres que já passaram pela minha família, desde os meus pais aos meus
avós, maternos e paternos, e meus irmãos e tios.
Tia Lordes
era uma mulher linda, desde a juventude. Eu comparava sua beleza a beleza da
Virgem Maria que ela tanto venerava na igreja que ia.
Eu lembro que
na casa de tia Lourdes haviam chinelos para andar dentro de casa, chinelos para
andar na área cimentada e com pisos e chinelos para andar no quintal. E o quintal
era uma beleza. Lá haviam muitas frutas e flores e as flores que eu mais
gostava no quintal de Tia Lourdes eram os lírios e os copos-de-leite. Mas as orquídeas
também causavam inveja aos transeuntes. E naquele quintal “o que se plantava
dava”.
Há alguns
anos eu chupei bergamotas e resolvi jogar as sementes num canto, agora quando
vou visitá-la no mês de maio há sempre bergamotas (tangerina ou mexerica, como
chamam alguns).
Algumas vezes
eu penso que por ela limpar tudo, até o céu do quintal da Tia Lourdes é mais
limpos e quiçá seja por isto que os copos-de-leite e os lírios do seu quintal
sejam tão brancos.
Agora que
minhas lembranças do passado brotaram como se fossem a nascente de um rio. Eu clareio
minha mente com o sol do quintal da Tia Lourdes.
Mário Feijó
03.04.12
terça-feira, 3 de abril de 2012
MENINO QUE VOA
Eu já não me importo
Com meus cabelos encanecidos
Que me fazem ficar
Com cara de avô
(pois é isto o que sou)...
Também não me importo
Com a minh’alma que continua
Correndo descalça na chuva
Nem tampouco com os meus braços
Que se abrem toda vez que venta
Porque eu continuo sonhando
Que tenho asas e vou voar...
Mário Feijó
03.04.12
segunda-feira, 2 de abril de 2012
O PRIMEIRO BEIJO
Eu agora sou aquele menino
Que enrubesce quando tu
Seguras na minha mão e dizes
Eu quero ser tua namorada
Então meio sem graça
Em frente à porteira do campo
Onde sua avó mora
Ele a segura e dá o primeiro beijo
Tu que já esperavas por isto há tempos
Dizes fingindo inocência
Ah! Mas em frente à porteira?
Todos irão nos ver...
Aí ele de calças curtas
Corre para casa, coração disparado
Enquanto ela toda frajola
Sai rodando o seu vestido rodado de chita, feliz...
Mário Feijó
02.04.12
Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: GRITO SILENCIOSO
Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: GRITO SILENCIOSO: Eu só clamo por ti Mas o que eu queria mesmo Era gritar teu nome e que Eu sinto a tua falta Mas o universo é tão grande...
GRITO SILENCIOSO
Eu só clamo por ti
Mas o que eu queria mesmo
Era gritar teu nome e que
Eu sinto a tua falta
Mas o universo é tão grande
E eu não sei onde te encontrar
Ainda por cima tenho medo que meu grito
Torne as estrelas cadentes...
Há dias em que meu grito é silencioso
Noutros eu só falo com as paredes
Mas ainda há aqueles em que
A saudade é tanta que eu tenho
Que chorar escondido...
Mário Feijó
02.04.12
domingo, 1 de abril de 2012
AS MÁSCARAS CAÍRAM?
Algumas pessoas
Ao invés de serem honestas
Preferem ser falsas
Agindo na surdina
Outras mandam alguém
Para fazer o serviço sujo
E posam de boazinhas
Seria tão mais fácil
Olhar nos olhos da gente
E dizer tudo o que pensam
Então conseguiriam o que querem
Então preferem tentar
Destruir a imagem do outro
Mas elas não têm cacife
Porque são pessoas podres...
Mário Feijó
01.04.12
CONVERSA SÉRIA COM DEUS
Eu já tive algumas conversas
sérias com Deus, mas no último natal eu cheguei a discutir com Ele. Eu não
entendia porque eu tinha que sobreviver e tu não.
Eu não entendia também porque as
pessoas que vinham para me ajudar aproveitavam para saquear. É incompreensível
isto num ser civilizado. Será que na desgraça dos outros soltamos o criminoso
que está preso dentro de nós? E por que motivo isto acontece? Por que motivo
tudo é mais difícil nas horas difíceis? As mãos que te são estendidas algumas
vezes são bocarras que querem te devorar, aproveitando-se da tua fragilidade...
Por isto eu algumas vezes me refiro às pessoas que fazem isto como se fossem
abutres (coitados dos abutres, esta é a natureza deles, limpar a natureza), mas
as pessoas que agem assim, não estão limpando nada, além de sujar as suas
consciências.
Mas voltando à minha discussão com
Deus. Eu penso que pelo menos umas 3000 vezes eu repeti o seu nome, isto talvez
tenha me feito sobreviver, pois com sangramento no pulmão e sem respirar
direito, o esforço me deixou consciente. Segundo foi o desespero de ver ao meu
lado outro ser humano na mesma situação que eu, mas que não teve a mesma chance
de lutar pela sua sobrevivência. Esta eu até entendo, ela sempre foi apressada,
e partiu na frente.
Discutir com Deus não quer dizer
estar indignado com Ele, mas querer respostas. E naquele momento eu queria
respostas. Agora eu ainda as quero, não sei quando as terei...
Viver é um aprendizado. Viver com
dores é um aprendizado maior. E não ter respostas: um exercício de paciência.
Mário Feijó (31.03.12)
UMA MISTURA DE SAUDADES
A alma
da gente é feito a água: ela vem do céu e volta pro céu, num eterno ir e vir...
Goethe
Somos muito pequenos
Para entender a
grandiosidade de Deus
Para entender a
grandiosidade do universo
No tempo somos menos
que uma borboleta
Que vive apenas 24
horas...
Alguns ainda pensam
que são
Maiores que os
outros
Quando não passamos
De poeira cósmica...
Agora eu sinto
saudades
Numa mistura de
dores n’alma
Numa mistura de
nulidade
Numa certeza de
pequenez finita...
Neste momento tudo o
que eu queria
Era ser o nada para
então me recolher
A tudo o que eu
sempre fui...
Mário Feijó
31.03.12
sexta-feira, 30 de março de 2012
NA PRAIA COM AMIGOS
Era um dia quente no final do
verão, Daiane combinou com seus colegas de escola fazer um passeio na praia. O
objetivo era uma confraternização, visto que as aulas estavam reiniciando.
No entanto assim que viram as
dunas, Vitória e Ana Júlia muito afoitas, como se nunca tivessem visto o mar,
atiraram-se com roupa e tudo. Depois ficaram batendo queixo e tremendo de frio,
estragando a alegria do piquenique. Uma boa parte dos colegas influenciados
pelas duas fez o mesmo. Só os mais ajuizados esperaram a opinião do professor,
já que o objetivo não era este, mas sim colher subsidio para um trabalho de
aula.
Um dia na praia, sempre é um
motivo de felicidade para qualquer criança, para qualquer adolescente, mas o
mar tem que ser respeitado, principalmente os mares abertos, como são os mares
do Rio Grande do Sul. Os perigos sempre se fazem presentes e um dia de
felicidade e de irresponsabilidade pode também ser um dia fatal em nossas
vidas. E fatalidade não manda avisos.
O número de
salvamentos realizados pelos salva-vidas nos litorais Norte e Sul e balneários
de águas internas chegou a 1.022 até às 13h do dia 15/3/12, segundo
levantamento apresentado pela 42ª Operação Golfinho. O índice é 47% menor do
que o registrado no mesmo período do ano passado, quando foram resgatadas 1.919
pessoas. A Operação Golfinho teve início em 17 de dezembro.
As mortes por
afogamento também apresentaram redução. Os dados divulgados pela operação
mostram o perfil das pessoas que mais se arriscam. A maioria dos resgates
aconteceu entre as 14h30 e 19h e envolveu rapazes entre 11 e 20 anos.
Para o
comandante dos salva-vidas, tenente-coronel Rogério Alberche, é fundamental que
se conheça as áreas de banho antes de entrar na água. "Seja mar, rio ou
lago, é importantíssimo conhecer o local, saber se há pedras ou madeiras, e
banhar-se com água até a cintura". Outro conselho dos salva-vidas é que o
banhista mantenha-se calmo ao constatar a impossibilidade de retornar sozinho à
beira da praia. "Neste caso, o importante é manter a calma e procurar
boiar na água até a chegada dos salva-vidas".
Assim sendo,
penso eu que o mar ou até mesmo um local com águas paradas, mas desconhecidas,
deve ser respeitado.
Pensem nisto
colegas e aproveitem muitos verões que virão e tirem dos erros cometidos lições
para não repetirem o que fizeram outro dia, pois segundo o professor me falou
ele não mais os levará para fazerem passeios pelas ruas...
Beijos da Colega
Daiane
Mário Feijó
30.03.12
_____________________
* Exercício tema com minha personagem onde os alunos também receberam a incumbência de escrever sobre um piquinique na praia...
http://www.recantodasletras.com.br/escrivaninha/publicacoes/index.php
quinta-feira, 29 de março de 2012
NOSSAS MARCAS
Sopra o vento
Na beira da praia
E eu te procurava no horizonte
Quando lágrimas caíram nas dunas
Cada gota no chão
É uma palavra de saudade
São as marcas do nosso silêncio...
Mário Feijó
28.03.12
FLORES PARA VOCÊ
As minhas dores
Nem viraram flores
Que eu pudesse
A ti entregar
Elas viraram espinhos
Viraram cruzes
Que eu carrego
Com dificuldades...
As minhas dores
Hoje são sementes
Que plantei no solo
Esperando um dia brotar
São girassóis, rosas amarelas
Amores perfeitos, crisântemos,
Antúrios que eu planto
Todos para te dar...
Mário Feijó
28.03.12
RENOVANDO SONHOS
Havia muitos sonhos
Todos sonhos nossos
Restaram só os meus envelhecidos...
Mário Feijó
29.03.12
SÓ VOCÊ
Para não ouvir meus lamentos!
Só um mudo
Para me ouvir
E não contar meus segredos!
Só um mouco
Para não fazer pouco
De tudo o que eu passo
E dos meus passos
No espaço que tenho...
Só um louco
Para me abrir os braços
Encher-me de abraços
Sem nada pedir...
Mário Feijó
29.03.12
MÁGICAS DO TEMPO
Há poucas horas nos meus dias
E os dias do meu tempo somem
Desaparecem todos feito o coelho
Que eu tirava todos os dias da cartola
E agora? Bem agora
Chamam-me de louco
Mas quem não é?
Eles que se dizem donos da verdade?
Certamente que não o serão!
Cadê meu coelho? Onde está minha cartola?
Nestes tempos de hoje
Todos querem fazer mágica
Certamente que por isto
Não me sobra mais tempo
Porque tenho somente tempo para contar
Todas as mágicas que faço para sobreviver...
Mário Feijó
29.03.12
terça-feira, 27 de março de 2012
Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: TARADO
Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: TARADO: Ganhei um pequeno gatinho Que desde pequeno Assim que me via Vinha malandramente O seu rabo encostar em mim Eu ainda ...
Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: PRECISO DE ABRAÇOS
Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: PRECISO DE ABRAÇOS: Justo na hora em que Eu mais preciso de abraços Não posso recebê-los Tenho que resguardar meus costais Para só daqui a alg...
PRECISO DE ABRAÇOS
Justo na hora em que
Eu mais preciso de abraços
Não posso recebê-los
Tenho que resguardar meus costais
Para só daqui a algum tempo
Receber novos abraços apertados...
Minha neta hoje me disse
- Vô eu queria te dar um abraço apertado,
Que pena que não posso!
Guarde teus abraços Larissa
Eu vou cobrá-los todos...
Houve um tempo
Em que eu queria
Que o tempo parasse
Agora eu quero a sua celeridade
Nem me importo mais
Que eu não seja eterno...
Mário Feijó
27.03.12
TARADO
Ganhei um pequeno gatinho
Que desde pequeno
Assim que me via
Vinha malandramente
O seu rabo encostar em mim
Eu ainda não tinha um nome
Para dar aquele gato
E com certeza não cabia outro
Além de Tarado, sim ele era tarado em mim...
Se Tarado me visse miava
Sempre querendo comer
Ou pedindo um colo
Ele era assim, manhoso e guloso...
E Tarado cresceu
Enquanto eu envelhecia
E não combinava mais
Tarado enroscado em minhas pernas.
Tentei impedi-lo, enxotando-o
Até que Tarado entendeu aquilo
Como uma rejeição e sumiu para sempre...
Mário Feijó
27.03.12
segunda-feira, 26 de março de 2012
VAIDADE NA GAIOLA
Outro dia eu prendi
Minha vaidade na gaiola
Me despi do verbo
E me vesti de versos e de substantivos
Joguei fora os advérbios
Amarrei alguns pronomes...
Depois... depois eu visitei meus anjos
Que haviam fugido de minha gaveta
E deixei meus demônios
Todos a pão e água...
E a vaidade lá... presa na gaiola
Toda se fingindo de inocente
Gemendo, quase morta,
Ficando seu destino a lamentar...
Não me penalizei
Ela não é bicho fácil de lidar
Portanto não é bom facilitar
Olho na gaiola e chave escondida...
Mário Feijó
26.03.12
ALMA TRANSGRESSORA
Eu penso que minh’alma
É assim meio transgressora
Quando não sente culpas
Quando não acredita em pecados
Ela é capaz de qualquer coisa
Quando o assunto é amor
Não sofre culpas
Apenas respeita os outros
Vive um amor sem limites
Incondicional e se entrega
Minh’alma transgressora
É feito a duna no deserto
Que todo dia muda de lugar...
Mário Feijó
26.03.12
domingo, 25 de março de 2012
ENTRESSAFRA DO AMOR
Eu não sei
Se o amor na vida da gente
Também passa por períodos
De safra e entressafra
Parece-me que no momento
Nada que eu plante
Em meu coração dará flores
Então eu aproveito e guardo sementes
Quiçá um dia
Eu sinta uma raiz fisgando
Assim eu o regarei
Para ver se consigo colher algum fruto
Meu chão no momento está árido
Nenhuma semente germina
Vivo dias de desânimo
Mas há esperanças plantadas em meu coração...
Mário Feijó
24.03.12
sábado, 24 de março de 2012
Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: O AMOR
Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: O AMOR: Eu não sei se o amor tem períodos de entressafra, mas no caso de dúvidas guardei algumas sementes. Mário Feijó 24.03.12...
O AMOR
Eu não sei se o amor tem períodos de
entressafra, mas no caso de dúvidas guardei algumas sementes.
Mário Feijó
24.03.12
sexta-feira, 23 de março de 2012
Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: BANHO DE LUA
Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: BANHO DE LUA: À noite Todos os dias Luzia ia Na cachoeira se banhar Até que um dia Quando a bela Luzia Na luz da noite O corpo ...
BANHO DE LUA
À noite
Todos os dias
Luzia ia
Na cachoeira se banhar
Até que um dia
Quando a bela Luzia
Na luz da noite
O corpo despia
Entrou n’água
Que estava fria
E sua pele fez arrepiar
Houve um coiote
Que via Luzia
Todas as noites
Sob o luar
Até que um dia
Ele se transformou
Atacou Luzia
Feriu seu corpo e a matou
Agora nas noites
De lua cheia
A cachoeira sangra
Pela morte de Luzia...
Mário Feijó
24.03.12
Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: AS ROSAS CONTINUARÃO A FLORIR
Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: AS ROSAS CONTINUARÃO A FLORIR: Ainda bem que os passarinhos Não pararam de cantar Que as estrelas Não pararam de brilhar Que as ondas do mar Continuam ...
Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: SEM TI NÃO ME RESTOU NADA
Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: SEM TI NÃO ME RESTOU NADA: Foi tão pouco O que sobrou de mim, Além dos teus restos mortais, Das tuas cinzas Que o mar embaralhou Feito as cartas Na...
SEM TI NÃO ME RESTOU NADA
Foi tão pouco
O que sobrou de mim,
Além dos teus restos mortais,
Das tuas cinzas
Que o mar embaralhou
Feito as cartas
Nas tardes de domingo;
De uma cachorra neurótica
Que virou minha sombra e
Que discute com os gatos da vizinhança;
Das lembranças dos nossos
Dias sempre tão agradáveis
Que se impregnaram na minha mente
Na minha pele e nos meus dias
Que eu não sei
A direção que escolho
E ainda ouço os teus a me dizerem
“está faltando joia aqui”
“eu quero esta casa para nos confraternizarmos”...
Vão comemorar a tua morte?
É tão pouco o que restou de mim
E de toda esta gente...
Mário Feijó
23.03.12
AS ROSAS CONTINUARÃO A FLORIR
Ainda bem que os passarinhos
Não pararam de cantar
Que as estrelas
Não pararam de brilhar
Que as ondas do mar
Continuam a me falar de ti
Outro dia eu fui à praia
Queria caminhar contigo
Abracei-me ao sol
E me deixei levar rumo à maresia
Ainda bem que o tempo não parou
Eu já estou cansado de sofrer
E todos dizem que o tempo
É um santo remédio e que
Cura todas as dores...
Ainda bem que haverá outros verões
Que eu espero sejam diferentes deste!
Que as rosas continuarão a florir
Porque eu quero me enganar
De que daqui a pouco tu voltarás...
Mário Feijó
23.03.12
quinta-feira, 22 de março de 2012
ALGUNS PECADOS MEUS
Nem todos os pecados do mundo
São pecados meus...
A abelha zangada ferra alguém
A cobra esfomeada abocanha
E o culpado sou eu?
Não!
Eu não sou responsável
Pelos pecados do mundo
Nem pequei com Madalena
Foi ela quem me seduziu...
Outro dia eu vi
Dois perdidos numa noite de luar
A fazer amornas dunas
E também me deu a vontade de pecar
Mas nem todos os pecados do mundo
São pecados meus
Eu não sou tão amoral
Sou apenas um mortal
Que quebra regras
E que responde pelos pecados
Mas somente pelos seus...
Mário Feijó
22.03.12
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