OS
EXTRATERRESTRES DENTRO DA GARRAFA PET
Ela era
uma garrafa plástica que jogada ao mar ficou à deriva por muitos anos. Ganhou cracas,
até que um dia foi parar na beira da praia. O líquido que havia dentro
deteriorou, ficou rosa. Porém ela continuou intacta.
A primeira
vista poderia ser um objeto estranho. Muita imaginação e ela poderia ser um
detrito espacial, caído de outro planeta. Seu conteúdo pode ser um gás mortal
aos terráqueos e quando for aberto se espalhar pela atmosfera destruindo o ar
que respiramos. Quiçá ao ser aberto e em contato com os gazes terrenos entre em
combustão e destrua todo o planeta? Somos frágeis embora pensemos que nunca
seremos destruídos pelo nosso próprio lixo.
Eu deixei
a garrafa onde ela estava. Não tive coragem para abri-la. Tampouco havia uma
lixeira onde eu pudesse deposita-la. E se houvesse um extraterreno espiando
minha atitude e me abduzisse? Nem sou covarde, mas se sobrevivi a tantos
acidentes quem me garante que eu sobreviveria a um ataque extraterrestre? Não posso
correr mais riscos.
Além disto
quem garante que aquela massa pastosa lá dentro não é um monte de seres
extraterrestres prontos para se desenvolverem e eclodir diante do primeiro
contato com a nossa atmosfera. Não, eu não poderia libertá-los. Eu não posso
ser o responsável pela invasão de seres estranhos no planeta.
Diante da
dúvida e da minha responsabilidade com os demais seres humanos deixei a garrafa
onde estava, torcendo para que o sol fizesse de todo o seu ingrediente um cozido
e que os extraterrestres simplesmente morram dentro da sua nave espacial, disfarçada
de garrafa pet.
Fui pra
casa tranquilamente tomar um café. Nestas alturas os extraterrestres já estão
mortos e eu tranquilamente posso caminhar pela orla marítima de Capão da Canoa
sem sustos.
Ufa!!!
Mário Feijó
06.12.15
https://www.facebook.com/mario.feijo2