DOCES AMARELOS
Hoje depois do almoço peguei o jornal Zero Hora e comecei a
ler o encarte de domingo, o Caderno Dona. Na capa Glória Menezes, resolvi ler a
entrevista que ela deu. Sua história. Sua vida com Tarcísio Meira. Sua filha
Maria Amélia chegando e eu dormi com elas chegando para a entrevista. Nesta
hora eu dormi ou fui transportado para a entrevista. Não gostei de Maria
Amélia. Não foi receptiva comigo (desculpe Maria Amélia, não conheço você
pessoalmente).
Conversa
vai, conversa vem, estávamos naquela mansão toda branca. Linda e branca. Criados
por todo lado. Não sei se era a casa de Glória e Tarcísio, mas me pareceu que
sim. Tive sede e como não achei água, nem os criados ofereceram eu levantei uma
orquídea e tomei a água que estava no vaso.
Conversando
com Glória apresentei-me como escritor e fui ao carro buscar alguns de meus
livros. Achei quatro dos mais antigos, mas os três últimos não estavam lá. Fiquei
decepcionado. Queria mostrar os trabalhos mais recentes. Tudo isto fazia com
que Maria Amélia antipatizasse mais e mais comigo. Parecia que eu não era
competente e eu queria provar que era.
Trouxe-os
mesmo assim e até entreguei um exemplar do meu livro infantil “O Menino Molhado”,
não sabia se ainda havia crianças na família, mas pensei que Glória pudesse ter
bisnetos.
Sugeri que,
se ela permitisse, escreveria sua biografia. Ela mostrou-se feliz e eu disse
que já tinha escrito a de Fernanda Montenegro (no sonho era real, mas mesmo em
sonho acho que delirei).
Nesta hora
Maria Amélia disse:
- Mamãe, o
título poderia ser “Doces Amarelos”, são os que a senhora mais gosta.
No sonho
foi lindo. Todos aprovaram imediatamente e eu achei incrível. (Quando acordei
achei bobo). Porém no sonho eu pensava em “pastel de Belém” e “fios de ovos”,
delícias portuguesas que Maria Amélia disse que a mãe provara em Portugal e
adorara.
O local
onde eles moravam era algo cinematográfico. Havia um jardim muito grande e bem
cuidado. Flores por todo lado, mas, os criados, não sei qual o motivo, ficavam
todos na saleta escutando a conversa. E eu ali morrendo de sede.
Comecei a conversar
com Glória e a planejar o livro. Tinha vontade de assistir a peça que ela apresentaria
hoje em Porto Alegre (Ensina-me a viver), eu já lera o livro e me divertira muito,
mas não o motivo, não poderia ir. Além do mais ela estava ocupada demais com a
entrevista e com a peça que mais tarde apresentaria no Teatro São Pedro, por
isto eu não poderia ficar mais ali. Sai e, morrendo de sede, voltei a beber a
água do vaso de orquídeas, pensando em mil histórias daquela diva da televisão
para colocar em Doces amarelos.
Mário
Feijó
11.10.15
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