quinta-feira, 5 de abril de 2012

HOJE






Hoje é um dia jamais sonhado

Que apesar das dificuldades

Que apesar das saudades

Me proporciona a consegue do ser que eu sou



Hoje eu sou resultado de meus atos

Do que eu penso, do que eu quis

E do que as pessoas próximas

Ajudaram nesta construção



Não há o que lamentar

Não há o que parar no tempo

Porque o ontem pode conter as saudades

Mas é no hoje que está a minha estrada...



Mário Feijó
05.04.12

A MENINA DO BALANÇO






        Larissa era uma menina tão doce que parecia haver mel nos seus abraços. Outro dia ela “descabelada” veio em minha direção e eu lhe disse:

- Larissa, ainda não penteaste o cabelo? Ao que ela me respondeu:

- É que você é muito mais importante pra mim, vô. Então eu vim primeiro te dar um beijo.

Ela me desarmou com isto.

Larissa não quer ler! Larissa não quer estudar. Larissa nunca tem deveres. Larissa só gosta de se balançar na rede como se estivesse pendurada num balanço amarrado embaixo de uma árvore. E Larissa balança tanto que já destruiu oito fones de ouvido do seu celular que ela rebenta na rede. Ela nem quer créditos no celular, basta escutar músicas.

Algumas vezes eu ficava preocupado pensando que ela não tinha inteligência para os estudos, mas outro dia estávamos viajando e para passar o tempo brincamos de jogo de perguntas e adivinhação e Lara, sua irmã, onze meses mais velha, sempre metida à sabichona e que em algumas horas chama a Larissa de burra desistiu do jogo porque a Larissa respondia questões gerais, de história, geografia e matemática, mais rápido e certo que ela. Antes do final da viagem a Lara tinha um bico maior que um tucano e a Larissa um sorriso enorme no rosto.

Passei a lhe dar mais crédito e a fazer a irmã respeitá-la mais. Agora a Larissa balança na rede os seus cabelos lisos e despenteados à vontade e eu não exijo tanto dela os deveres. Afinal eu também era assim “meio infantil”, conforme definição dela própria, e eu acabei conquistando o respeito das pessoas como profissional liberal, professor e escritor.

Quanto ao futuro de Larissa eu não sei, pois não consigo fazer previsões, mas estou deixando-a usufruir da inocente criança que conscientemente ela cultiva na idade certa.



Mário Feijó

05.04.10  

AMOR E FIDELIDADE





Ser fiel é uma responsabilidade

Por alguém com quem compartilhamos algo

Amor exige fidelidade...



Mário Feijó

05.04.12

quarta-feira, 4 de abril de 2012

APRENDE-SE





Aprende-se com a vida
A ser flexível sem quebrar
Que dores teremos sempre
E que elas nos estimulam  

Não podemos fugir de nós
Tampouco ser autista por opção
Ver uma pedra no caminho
E tropeçar, sem contorná-la... 

Há sinais de fumaça
Eu desperto, porém sigo
Cada um dos meus instintos
Cuidando de mim, não da vida dos outros... 

Aprende-se amando
Respeitando a si e aos outros
O resto o mundo mostra
E diante dos vendavais envergamos
Só assim não quebraremos diante deles...


Mário Feijó
03.04.12

O SOL DO QUINTAL DA TIA LOURDES





Fazia uma tarde brilhante. Dessas que parece ter Tia Lourdes passado saponáceo no sol, de tão reluzente que ele se fazia.

Tia Lourdes era dessas mulheres que mesmo com oitenta e tantos anos se achava na obrigação de tudo limpar, e de tudo arear... talvez até o sol ela areasse, pensava eu.

Tia Lourdes era uma daquelas idosas que mesmo alquebrada pela idade sempre me parecia uma adolescente. Seus cabelos eram tão brancos que de tão brancos eu tinha a impressão de que ela lavava com sabão em pó para clareá-los, como fazia com as roupas. E os seus olhos então. Os seus olhos eram tão azuis, como os olhos do céu naquela tarde. Não havia uma nuvem nele. Ela era pra mim o protótipo de todos os seres que já passaram pela minha família, desde os meus pais aos meus avós, maternos e paternos, e meus irmãos e tios.

Tia Lordes era uma mulher linda, desde a juventude. Eu comparava sua beleza a beleza da Virgem Maria que ela tanto venerava na igreja que ia.

Eu lembro que na casa de tia Lourdes haviam chinelos para andar dentro de casa, chinelos para andar na área cimentada e com pisos e chinelos para andar no quintal. E o quintal era uma beleza. Lá haviam muitas frutas e flores e as flores que eu mais gostava no quintal de Tia Lourdes eram os lírios e os copos-de-leite. Mas as orquídeas também causavam inveja aos transeuntes. E naquele quintal “o que se plantava dava”.

Há alguns anos eu chupei bergamotas e resolvi jogar as sementes num canto, agora quando vou visitá-la no mês de maio há sempre bergamotas (tangerina ou mexerica, como chamam alguns).

Algumas vezes eu penso que por ela limpar tudo, até o céu do quintal da Tia Lourdes é mais limpos e quiçá seja por isto que os copos-de-leite e os lírios do seu quintal sejam tão brancos.

Agora que minhas lembranças do passado brotaram como se fossem a nascente de um rio. Eu clareio minha mente com o sol do quintal da Tia Lourdes.



Mário Feijó

03.04.12

terça-feira, 3 de abril de 2012

MENINO QUE VOA






Eu já não me importo
Com meus cabelos encanecidos
Que me fazem ficar
Com cara de avô
(pois é isto o que sou)... 

Também não me importo
Com a minh’alma que continua
Correndo descalça na chuva


Nem tampouco com os meus braços
Que se abrem toda vez que venta
Porque eu continuo sonhando
Que tenho asas e vou voar...


Mário Feijó
03.04.12

segunda-feira, 2 de abril de 2012

O PRIMEIRO BEIJO








Eu agora sou aquele menino

Que enrubesce quando tu

Seguras na minha mão e dizes

Eu quero ser tua namorada



Então meio sem graça

Em frente à porteira do campo

Onde sua avó mora

Ele a segura e dá o primeiro beijo



Tu que já esperavas por isto há tempos

Dizes fingindo inocência

Ah! Mas em frente à porteira?

Todos irão nos ver...



Aí ele de calças curtas

Corre para casa, coração disparado

Enquanto ela toda frajola

Sai rodando o seu vestido rodado de chita, feliz...



Mário Feijó

02.04.12

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: GRITO SILENCIOSO

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: GRITO SILENCIOSO: Eu só clamo por ti Mas o que eu queria mesmo Era gritar teu nome e que Eu sinto a tua falta   Mas o universo é tão grande...

GRITO SILENCIOSO





Eu só clamo por ti
Mas o que eu queria mesmo
Era gritar teu nome e que
Eu sinto a tua falta 

Mas o universo é tão grande
E eu não sei onde te encontrar
Ainda por cima tenho medo que meu grito
Torne as estrelas cadentes... 

Há dias em que meu grito é silencioso
Noutros eu só falo com as paredes
Mas ainda há aqueles em que
A saudade é tanta que eu tenho
Que chorar escondido...


Mário Feijó
02.04.12

domingo, 1 de abril de 2012

AS MÁSCARAS CAÍRAM?






Algumas pessoas
Ao invés de serem honestas
Preferem ser falsas
Agindo na surdina 

Outras mandam alguém
Para fazer o serviço sujo
E posam de boazinhas 

Seria tão mais fácil
Olhar nos olhos da gente
E dizer tudo o que pensam
Então conseguiriam o que querem 

Então preferem tentar
Destruir a imagem do outro
Mas elas não têm cacife
Porque são pessoas podres... 

Mário Feijó
01.04.12

CONVERSA SÉRIA COM DEUS



Eu já tive algumas conversas sérias com Deus, mas no último natal eu cheguei a discutir com Ele. Eu não entendia porque eu tinha que sobreviver e tu não.

Eu não entendia também porque as pessoas que vinham para me ajudar aproveitavam para saquear. É incompreensível isto num ser civilizado. Será que na desgraça dos outros soltamos o criminoso que está preso dentro de nós? E por que motivo isto acontece? Por que motivo tudo é mais difícil nas horas difíceis? As mãos que te são estendidas algumas vezes são bocarras que querem te devorar, aproveitando-se da tua fragilidade... Por isto eu algumas vezes me refiro às pessoas que fazem isto como se fossem abutres (coitados dos abutres, esta é a natureza deles, limpar a natureza), mas as pessoas que agem assim, não estão limpando nada, além de sujar as suas consciências.

Mas voltando à minha discussão com Deus. Eu penso que pelo menos umas 3000 vezes eu repeti o seu nome, isto talvez tenha me feito sobreviver, pois com sangramento no pulmão e sem respirar direito, o esforço me deixou consciente. Segundo foi o desespero de ver ao meu lado outro ser humano na mesma situação que eu, mas que não teve a mesma chance de lutar pela sua sobrevivência. Esta eu até entendo, ela sempre foi apressada, e partiu na frente.

Discutir com Deus não quer dizer estar indignado com Ele, mas querer respostas. E naquele momento eu queria respostas. Agora eu ainda as quero, não sei quando as terei...

Viver é um aprendizado. Viver com dores é um aprendizado maior. E não ter respostas: um exercício de paciência.

Mário Feijó (31.03.12)

UMA MISTURA DE SAUDADES





A alma da gente é feito a água: ela vem do céu e volta pro céu, num eterno ir e vir... Goethe





Somos muito pequenos

Para entender a grandiosidade de Deus

Para entender a grandiosidade do universo

No tempo somos menos que uma borboleta

Que vive apenas 24 horas...



Alguns ainda pensam que são

Maiores que os outros

Quando não passamos

De poeira cósmica...



Agora eu sinto saudades

Numa mistura de dores n’alma

Numa mistura de nulidade

Numa certeza de pequenez finita...



Neste momento tudo o que eu queria

Era ser o nada para então me recolher

A tudo o que eu sempre fui...



Mário Feijó

31.03.12

sexta-feira, 30 de março de 2012

NA PRAIA COM AMIGOS






Era um dia quente no final do verão, Daiane combinou com seus colegas de escola fazer um passeio na praia. O objetivo era uma confraternização, visto que as aulas estavam reiniciando.

No entanto assim que viram as dunas, Vitória e Ana Júlia muito afoitas, como se nunca tivessem visto o mar, atiraram-se com roupa e tudo. Depois ficaram batendo queixo e tremendo de frio, estragando a alegria do piquenique. Uma boa parte dos colegas influenciados pelas duas fez o mesmo. Só os mais ajuizados esperaram a opinião do professor, já que o objetivo não era este, mas sim colher subsidio para um trabalho de aula.

Um dia na praia, sempre é um motivo de felicidade para qualquer criança, para qualquer adolescente, mas o mar tem que ser respeitado, principalmente os mares abertos, como são os mares do Rio Grande do Sul. Os perigos sempre se fazem presentes e um dia de felicidade e de irresponsabilidade pode também ser um dia fatal em nossas vidas. E fatalidade não manda avisos.

O número de salvamentos realizados pelos salva-vidas nos litorais Norte e Sul e balneários de águas internas chegou a 1.022 até às 13h do dia 15/3/12, segundo levantamento apresentado pela 42ª Operação Golfinho. O índice é 47% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando foram resgatadas 1.919 pessoas. A Operação Golfinho teve início em 17 de dezembro.

As mortes por afogamento também apresentaram redução. Os dados divulgados pela operação mostram o perfil das pessoas que mais se arriscam. A maioria dos resgates aconteceu entre as 14h30 e 19h e envolveu rapazes entre 11 e 20 anos.

Para o comandante dos salva-vidas, tenente-coronel Rogério Alberche, é fundamental que se conheça as áreas de banho antes de entrar na água. "Seja mar, rio ou lago, é importantíssimo conhecer o local, saber se há pedras ou madeiras, e banhar-se com água até a cintura". Outro conselho dos salva-vidas é que o banhista mantenha-se calmo ao constatar a impossibilidade de retornar sozinho à beira da praia. "Neste caso, o importante é manter a calma e procurar boiar na água até a chegada dos salva-vidas".

Assim sendo, penso eu que o mar ou até mesmo um local com águas paradas, mas desconhecidas, deve ser respeitado.

Pensem nisto colegas e aproveitem muitos verões que virão e tirem dos erros cometidos lições para não repetirem o que fizeram outro dia, pois segundo o professor me falou ele não mais os levará para fazerem passeios pelas ruas...

Beijos da Colega Daiane


 
Mário Feijó
30.03.12

_____________________
* Exercício tema com minha personagem onde os alunos também receberam a incumbência de escrever sobre um piquinique na praia...

http://www.recantodasletras.com.br/escrivaninha/publicacoes/index.php

quinta-feira, 29 de março de 2012

D’US





Deus
D’us
D’eu 

        Daqui
        Dalí
        De lá
        De cá 

Ágora
Agora
Águia
Atila  

        Ágil
        Argila
        De um Deus
        Que tudo cria 

Criador
Criatura
Creia-me
Cred’us


Mário Feijó
28.03.12







[i] D-us, ou D'us, é uma das formas utilizadas por alguns judeus de língua portuguesa para se referirem a Deus sem citar seu nome completo.

NOSSAS MARCAS






Sopra o vento
Na beira da praia
E eu te procurava no horizonte
Quando lágrimas caíram nas dunas


Cada gota no chão
É uma palavra de saudade
São as marcas do nosso silêncio...


Mário Feijó
28.03.12


FLORES PARA VOCÊ




As minhas dores
Nem viraram flores
Que eu pudesse
A ti entregar
Elas viraram espinhos
Viraram cruzes
Que eu carrego
Com dificuldades...

As minhas dores
Hoje são sementes
Que plantei no solo
Esperando um dia brotar
São girassóis, rosas amarelas
Amores perfeitos, crisântemos,
Antúrios que eu planto
Todos para te dar... 

Mário Feijó
28.03.12

RENOVANDO SONHOS





Havia muitos sonhos

Todos sonhos nossos

Restaram só os meus envelhecidos...



Mário Feijó

29.03.12

SÓ VOCÊ





Só um surdo
Para não ouvir meus lamentos! 

Só um mudo
Para me ouvir
E não contar meus segredos! 

Só um mouco
Para não fazer pouco
De tudo o que eu passo
E dos meus passos
No espaço que tenho... 

Só um louco
Para me abrir os braços
Encher-me de abraços
Sem nada pedir... 

Mário Feijó
29.03.12

MÁGICAS DO TEMPO






Há poucas horas nos meus dias
E os dias do meu tempo somem
Desaparecem todos feito o coelho
Que eu tirava todos os dias da cartola 

E agora? Bem agora
Chamam-me de louco
Mas quem não é?
Eles que se dizem donos da verdade? 

Certamente que não o serão!
Cadê meu coelho? Onde está minha cartola?
Nestes tempos de hoje
Todos querem fazer mágica 

Certamente que por isto
Não me sobra mais tempo
Porque tenho somente tempo para contar
Todas as mágicas que faço para sobreviver... 

Mário Feijó
29.03.12

terça-feira, 27 de março de 2012

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: TARADO

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: TARADO: Ganhei um pequeno gatinho Que desde pequeno Assim que me via Vinha malandramente O seu rabo encostar em mim   Eu ainda ...

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: PRECISO DE ABRAÇOS

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: PRECISO DE ABRAÇOS: Justo na hora em que Eu mais preciso de abraços Não posso recebê-los   Tenho que resguardar meus costais Para só daqui a alg...

PRECISO DE ABRAÇOS




Justo na hora em que
Eu mais preciso de abraços
Não posso recebê-los 

Tenho que resguardar meus costais
Para só daqui a algum tempo
Receber novos abraços apertados... 

Minha neta hoje me disse
- Vô eu queria te dar um abraço apertado,
Que pena que não posso!
Guarde teus abraços Larissa
Eu vou cobrá-los todos... 

Houve um tempo
Em que eu queria
Que o tempo parasse
Agora eu quero a sua celeridade
Nem me importo mais
Que eu não seja eterno... 

Mário Feijó
27.03.12

TARADO






Ganhei um pequeno gatinho
Que desde pequeno
Assim que me via
Vinha malandramente
O seu rabo encostar em mim 

Eu ainda não tinha um nome
Para dar aquele gato
E com certeza não cabia outro
Além de Tarado, sim ele era tarado em mim... 

Se Tarado me visse miava
Sempre querendo comer
Ou pedindo um colo
Ele era assim, manhoso e guloso... 

E Tarado cresceu
Enquanto eu envelhecia
E não combinava mais
Tarado enroscado em minhas pernas. 

Tentei impedi-lo, enxotando-o
Até que Tarado entendeu aquilo
Como uma rejeição e sumiu para sempre... 

Mário Feijó
27.03.12

segunda-feira, 26 de março de 2012

VAIDADE NA GAIOLA






Outro dia eu prendi
Minha vaidade na gaiola
Me despi do verbo
E me vesti de versos e de substantivos
Joguei fora os advérbios
Amarrei alguns pronomes... 

Depois... depois eu visitei meus anjos
Que haviam fugido de minha gaveta
E deixei meus demônios
Todos a pão e água...

E a vaidade lá... presa na gaiola
Toda se fingindo de inocente
Gemendo, quase morta,
Ficando seu destino a lamentar... 

Não me penalizei
Ela não é bicho fácil de lidar
Portanto não é bom facilitar
Olho na gaiola e chave escondida... 

Mário Feijó
26.03.12

ALMA TRANSGRESSORA





Eu penso que minh’alma
É assim meio transgressora
Quando não sente culpas
Quando não acredita em pecados 

Ela é capaz de qualquer coisa
Quando o assunto é amor
Não sofre culpas
Apenas respeita os outros

E quando minh’alma ama
Vive um amor sem limites
Incondicional e se entrega 

Minh’alma transgressora
É feito a duna no deserto
Que todo dia muda de lugar... 

Mário Feijó
26.03.12

domingo, 25 de março de 2012

ENTRESSAFRA DO AMOR




Eu não sei
Se o amor na vida da gente
Também passa por períodos
De safra e entressafra 

Parece-me que no momento
Nada que eu plante
Em meu coração dará flores
Então eu aproveito e guardo sementes 

Quiçá um dia
Eu sinta uma raiz fisgando
Assim eu o regarei
Para ver se consigo colher algum fruto 

Meu chão no momento está árido
Nenhuma semente germina
Vivo dias de desânimo
Mas há esperanças plantadas em meu coração... 

Mário Feijó
24.03.12

sábado, 24 de março de 2012

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: O AMOR

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: O AMOR:   Eu não sei se o amor tem períodos de entressafra, mas no caso de dúvidas guardei algumas sementes. Mário Feijó 24.03.12...

O AMOR






 Eu não sei se o amor tem períodos de entressafra, mas no caso de dúvidas guardei algumas sementes.



Mário Feijó

24.03.12

sexta-feira, 23 de março de 2012

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: BANHO DE LUA

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: BANHO DE LUA: À noite Todos os dias Luzia ia Na cachoeira se banhar   Até que um dia Quando a bela Luzia Na luz da noite O corpo ...

BANHO DE LUA





À noite
Todos os dias
Luzia ia
Na cachoeira se banhar 

Até que um dia
Quando a bela Luzia
Na luz da noite
O corpo despia 

Entrou n’água
Que estava fria
E sua pele fez arrepiar 

Houve um coiote
Que via Luzia
Todas as noites
Sob o luar 

Até que um dia
Ele se transformou
Atacou Luzia
Feriu seu corpo e a matou 

Agora nas noites
De lua cheia
A cachoeira sangra
Pela morte de Luzia... 

Mário Feijó
24.03.12

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: AS ROSAS CONTINUARÃO A FLORIR

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: AS ROSAS CONTINUARÃO A FLORIR: Ainda bem que os passarinhos Não pararam de cantar Que as estrelas Não pararam de brilhar Que as ondas do mar Continuam ...

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: SEM TI NÃO ME RESTOU NADA

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: SEM TI NÃO ME RESTOU NADA: Foi tão pouco O que sobrou de mim, Além dos teus restos mortais, Das tuas cinzas Que o mar embaralhou Feito as cartas Na...

SEM TI NÃO ME RESTOU NADA





Foi tão pouco
O que sobrou de mim,
Além dos teus restos mortais,
Das tuas cinzas
Que o mar embaralhou
Feito as cartas
Nas tardes de domingo;
De uma cachorra neurótica
Que virou minha sombra e
Que discute com os gatos da vizinhança;
Das lembranças dos nossos
Dias sempre tão agradáveis
Que se impregnaram na minha mente
Na minha pele e nos meus dias
Que eu não sei
A direção que escolho
E ainda ouço os teus a me dizerem
“está faltando joia aqui”
“eu quero esta casa para nos confraternizarmos”...
Vão comemorar a tua morte?
É tão pouco o que restou de mim
E de toda esta gente...

Mário Feijó
23.03.12

AS ROSAS CONTINUARÃO A FLORIR





Ainda bem que os passarinhos
Não pararam de cantar
Que as estrelas
Não pararam de brilhar
Que as ondas do mar
Continuam a me falar de ti 

Outro dia eu fui à praia
Queria caminhar contigo
Abracei-me ao sol
E me deixei levar rumo à maresia 

Ainda bem que o tempo não parou
Eu já estou cansado de sofrer
E todos dizem que o tempo
É um santo remédio e que
Cura todas as dores... 

Ainda bem que haverá outros verões
Que eu espero sejam diferentes deste!
Que as rosas continuarão a florir
Porque eu quero me enganar
De que daqui a pouco tu voltarás... 

Mário Feijó
23.03.12

quinta-feira, 22 de março de 2012

ALGUNS PECADOS MEUS




Nem todos os pecados do mundo
São pecados meus... 

A abelha zangada ferra alguém
A cobra esfomeada abocanha
E o culpado sou eu?

Não!
Eu não sou responsável
Pelos pecados do mundo
Nem pequei com Madalena
Foi ela quem me seduziu... 

Outro dia eu vi
Dois perdidos numa noite de luar
A fazer amornas dunas
E também me deu a vontade de pecar 

Mas nem todos os pecados do mundo
São pecados meus
Eu não sou tão amoral
Sou apenas um mortal
Que quebra regras
E que responde pelos pecados
Mas somente pelos seus...


Mário Feijó
22.03.12

DESEJO IMORAL



Há um desejo imoral
Uma alma imortal
Que sempre nos acompanha
E que vive para aprender 

A carne é fraca
O corpo erra e nem sempre acerta
O que quer fazer
Mas aprendemos com os erros 

E se a alma for imoral?
E o desejo é imortal
O que irei fazer?
Continuar errando? 

Porém amar não é pecado
E eu posso escolher
Quem eu quero amar
Então que se danem os outros
São as minhas escolhas... 

Mário Feijó

22.03.12

terça-feira, 20 de março de 2012

SE EU PUDESSE VOLTAR NO TEMPO...



       

        Eu pularia alguns dias da minha vida
Eu jamais moraria na praia
Eu nunca viajaria no natal
Eu jamais teria me casado
Eu te diria muitas vezes “eu te amo”
Eu amaria intensamente as pessoas pelas quais eu me apaixonei, sem pudores
Eu ter-me-ia permitido mais
Eu me culparia menos por tudo
Eu me amaria mais do que amei
Eu não me fixaria num único lugar
Eu cantaria muito mais
Eu não me sacrificaria por meus filhos
Eu amaria menos aos ingratos
Eu cuidaria um pouco mais de mim
Eu me preocuparia menos com os outros
Eu viveria mais próximo dos campos e rios
Eu viveria rodeado de animais (eles são mais sinceros que os humanos)
Eu plantaria mais árvores, plantas e flores
Eu comeria mais vegetais
Eu caminharia ao menos meia hora por dia no sol da manhã
Eu faria mais exercícios
Eu beberia mais água
Eu dormiria menos que as minhas oito horas
Eu me perdoaria mais
Eu teria menos pudor com meu corpo
Eu teria economizado um pouco (e penso que seria rico)


No entanto eu me contentei em viver bem, não guardar dinheiro, amar sem restrições, ser feliz e sempre sofrer por amor...

Deu no que deu...



Mário Feijó
20.03.12

segunda-feira, 19 de março de 2012

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: MUITO MAIS QUE LÁGRIMAS

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: MUITO MAIS QUE LÁGRIMAS: Muito mais que lágrimas Eu verti por ti, por nós Que deixamos de existir E pela minha solidão   Você era a minha multidão ...

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: MILAGRES ACONTECEM

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: MILAGRES ACONTECEM: Olhos rasos d’água Alma seca Ressecado chão   Um pássaro cai Abatido por uma vassoura De uma bruxa Em seu voo rasante...

MUITO MAIS QUE LÁGRIMAS




Muito mais que lágrimas
Eu verti por ti, por nós
Que deixamos de existir
E pela minha solidão 

Você era a minha multidão
Em uma só pessoa
Preenchia todos os espaços
E quase me bastava, faltava pouco... 

E tu sabias tudo de mim
Sabias que eu era feliz
E que por ti abri mão
De muitas propostas de vida 

Nós tínhamos um sonho adolescente
De viajar mundo afora
De dar asas à imaginação
Porém você foi à frente... 

Mário Feijó
19.03.12