ANJOS PERDIDOS
Ontem alguém me disse:
- Eu preciso tanto de um abraço.
Porém aquele apelo me soou como se
fora um “abrasso” torto, feito o de um pseudo poeta que escreve “abrasso” com
dois “s”.
Tinha o pedido o mesmo jeito do
casal que, olhando para um lado e para o outro, chega na Feira do Livro de
Tramandaí e me pergunta:
- Livro que fale de anjos, vocês
têm?
Enquanto eu pensava se havia algum
específico sobre o assunto, percebia neles o desespero de anjos desengonçados,
com asas quebradas, que procurava um manual de sobrevivência neste planeta, tão
complicado.
Há sim, anjos disfarçados de surfistas
que até aceitam receber dois tiros de um policial, somente para voltar para o
céu.
Há sim, muitos anjos perdidos,
querendo um kit de sobrevivência ou um manual para suportar tudo o que por aqui
acontece.
Há sim, os que pedem apenas
abraços...
Mário Feijó
26.01.15
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