sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

MATA DESVIGINADA E IMPURA



MATA DESVIGINADA E IMPURA

Há certo encanto
Naquele canto triste
Incerto na mata virgem
Desvirginada e impura
Desencantada e dura
Pássaros tristes e cegos
Gente burra e infeliz
Que procura a felicidade
Fazendo a infelicidade
Daqueles a quem diz amar

Da beira dos rios
A mata subiu os morros
Tentando sobreviver
Mas os homens subiram também
E desmataram tudo
Que na enxurrada vem

E os pássaros fogem
Indo para longe das cidades
Há em Londres lugares
Onde não existem mais pássaros
Há no Brasil (ainda) espaços
Com mais de 150 espécies
Enquanto os homens
Não desmatarem para construir
Sem critérios, sem planejamento
Em nome do lucro desmedido
Por amor ao próximo...

Mário Feijó
27.12.13

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