FORTES SÃO AS ÁGUIAS...
Alguns não fazem nem muito, nem
pouco nos seus dias e passam pela vida como se nem brisa fossem.
Não balançam as folhas do
coqueiro, tampouco arrepiam os lírios do campo.
Que vida mais insipida! Tudo aceitam,
nada contestam em nenhum contexto.
Há os que passam pela vida como se
fossem autômatos. Não é possível que nada se conteste que nada se faça para
mudar um contexto de mediocridade.
E a vida segue sem que nada
construam por si, por seus filhos, seus amigos, seus parentes, sua comunidade
ou pelos outros, anônimos seres.
Não somos animais irracionais que
só comem, descansam e lutam pela sobrevivência. Têm pessoas que nem isto fazem.
Eu conheço pessoas assim. Tenho algumas em minha família que nem trabalho têm. Dependem
da caridade dos outros, como não são nada, nada fazem.
É uma triste realidade esta e eu
resolvi tocar neste tema, quem sabe alguns que me lerem incentivem estes que
nem ler o fazem... tenho tentado há anos mudar o status quo de algumas destas pessoas. Pra ser bem específico desta
pessoa que para o leitor não interessa saber a identidade, e se interessar é
curiosidade não construtiva...
E quando eu arrumo algo para que
ele faça, diz que não pode, que arrumou algo para fazer. Contenta-se com muito
pouco, vive de nada, faz muitos filhos e não se preocupa com seus futuros.
Há vezes em que eu não consigo
entender. Mas tenho que respeitar, pois a vida não é minha e cada um tem que
cumprir seu próprio destino.
Um dia ainda adolescente ouvi um
ditado judeu de que “não devemos interferir no destino das pessoas”. Passei a
evitar fazê-lo diretamente, mas indiretamente, por sermos pais fica difícil não
querer interferir.
Muitas mães são assim. Acostumam mal
seus filhos e mesmo adultos estão sempre por perto os protegendo. Não temos o desprendimento
das águias que quando os filhotes nascem os empurram do ninho para que voem. Para
que se tornem donos de suas vidas. Para que se tornem fortes ou se esborrachem
de vez...
Também não temos a elasticidade do
bambu que se curva diante das adversidades para não se quebrarem...
Fortes são mesmo as águias, nós
não passamos de aprendizes nesta vida e pouco até usamos de nossa massa encefálica.
Dizem os cientistas que não usamos nem 10% do nosso potencial.
Será que quando aprendermos a usar
o nosso cérebro com um pouco mais de racionalidade não estaremos mudando a raça
humana e os destinos deste planeta?
Que outro animal mata por prazer?
Que outro animal suja tanto o planeta? Temos que usar um pouco mais o cérebro
pensando um pouco menos em nosso próprio bem, diante de uma vida tão efêmera...
Tenho a impressão que é chegada a
hora de começarmos a tentar pelo menos ser um pouco melhores...
Mário Feijó
05.07.12
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