COM AMOR A VIDA É MELHOR!!!
o amor dá mais cor à vida
o amor tudo cura
o poder do amor é hipnótico!
Mário Feijó
02.06.15
Este blogger contém as obras, artes plásticas e poesias de Mário Feijó. Também mostra os trabalhos em que o artista está envolvido no momento...
terça-feira, 2 de junho de 2015
segunda-feira, 1 de junho de 2015
ENLOUQUEÇO SEM AMOR
ENLOUQUEÇO SEM AMOR
Algumas vezes
Quase enlouqueço
Quando não estas comigo
É um delírio por desamor
Sofro de abstinência
Enquanto fico
Sem o toque das tuas mãos
Enquanto fico
Sem os teus beijos
Penso que fazes parte de mim
Esvazio toda vez que te afastas
Quero-te próximo a mim
Quero-te em minha pele
E quando distante ficas
Jurando que me amas
O efeito não é o mesmo
O meu corpo sofre de solidão...
Mário Feijó
01.06.15
domingo, 31 de maio de 2015
SEGUINDO TEUS PASSOS NA AREIA
(pôr do sol da janela da minha casa em Capão da Canoa - RS. Foto: Mário Feijó)
SEGUINDO TEUS PASSOS NA AREIA
Eu até pensei não mais amar
De repente me pego
Caminhando na praia
Seguindo teus passos à beiramar
E tal qual um jesuíta
Escrevo na areia
Pensamentos meus
Todos voltados pra ti
Versos que me levam a sonhar
Que te trazem a mim
Enquanto contemplo as ondas
E o barulho do mar
E enquanto garças e gaivotas pescam
Surfistas entram na água gelada
Um prazer que não tenho: o frio
E mais adiante um homem da um salto n´água
O máximo que sinto é saudade do verão
Quando caminhávamos tomando sol
Conversando sobre a vida
Curtindo nosso amor lado a lado...
Mário Feijó
31.05.15
CONFIANÇA E DESCONFIANÇA
(pôr do sol no Guaíba - Porto Alegre - RS, foto Mário Feijó, sem nenhum tratamento, tal qual estava o momento...)
CONFIANÇA E DESCONFIANÇA
Algumas vezes eu penso
O que seria de mim
Se não confiasse
No que faço e em mim
Seria inseguro
E gente insegura
Comete mais erros
Fica medrosa e não é atraente
Eu gosto de gente firme
Segura, honesta, que sabe o que quer
Procuro não mentir, às vezes omito
Para não gerar desconfianças
Um pecadinho perdoável
Sou assim no amor
Era assim no trabalho
E por amor sou lua cheia
Mas na desconfiança sou lua
Que vai minguando aos poucos...
Mário Feijó
31.05.15
sábado, 30 de maio de 2015
AMAR SEM RESTRIÇÃO
AMAR SEM RESTRIÇÃO
Liguei para uma tia idosa preocupado
com sua saúde. A primeira coisa que ela fez foi perguntar:
- Como está você? E sua cara
metade? Estão felizes?
Ao que eu respondi que sim. Que
tudo está bem.
Sem qualquer pudor, sem
preconceitos, mesmo já tendo conhecido outras caras metades, algumas até que
passaram rapidamente pela minha vida.
Desta vez foi diferente. Ela só
disse:
- Meu filho faça suas escolhas,
mas seja feliz.
Eu só pude concluir que este era
um amor sem restrição.
Mário Feijó
30.05.15
P.S. Minha tia tem 85 anos.
sexta-feira, 29 de maio de 2015
ARCO-ÍRIS
ARCO-ÍRIS
Vestiu uma poesia listrada
E saiu por ai
Era em preto e branco
Amarelo e lilás
E ela sorria
Quando o vento passa
Levantando a saia
Fazendo carinho nos cabelos...
Estava tão feliz
Que logo descobriu a razão
Ela tinha chegado
Bem aonde nascia o arco-íris...
Mário Feijó
29.05.15
quinta-feira, 28 de maio de 2015
SORRISO
SORRISO
O que eu gosto mesmo
É de um sorriso no rosto
Preso entre duas aspas
Onde ficam os lábios...
Mário Feijó
28.05.15
DORES MORNAS
DORES MORNAS
Algumas vezes
Ao sentir decepção
Sinto uma espécie de vazio
E uma dor morna
Que dá sinais no coração
Deixa o cérebro em polvorosa
E faz um eco na alma
O corpo está quente
A alma vazia e gelada
O pulsar do sangue nas veias
Faz pressão nos ouvidos
Como se o coração
Não estivesse dentro do corpo
Mas numa caixa de algodão
E a dor que não dói
É morna e faz eco n’alma
Plaft, plaft, plaft
É meu coração pulsando
Dentro de um fardo de algodão...
Mário Feijó
28.05.15
quarta-feira, 27 de maio de 2015
IDADE
IDADE
Faz algum tempo
Que me esqueci da idade
Esqueci de olhar no espelho
E só lembro de viver e bem
Lembro da idade
Só quando falo de mocidade
Da felicidade que vivo
E de Felicidade, minha avó
O resto é seguir em frente
Sem temer(idade)
Com tenacidade
Com sagacidade
Olhar espelhos
Só pra ver minha face
Que canta feliz
Sem temer o tempo...
Mário Feijó
27.05.15
terça-feira, 26 de maio de 2015
EXPLICANDO A SAUDADE
EXPLICANDO A SAUDADE
Saudade a gente tem
Daquilo que não mais tem...
De alguém que morreu
Sentimos saudade...
De alguém que está ausente
Sentimos falta...
Do passado
Sentimos saudade
Porque passado não volta...
De momentos vividos
Sentimos falta
Porque podemos
Vivê-los novamente...
Saudade é assim
Um vazio sem explicação
De algo que não dá para recuperar
De alguém que não podemos ver
Daquilo que não podemos mais ser
Como nossos momentos de criança
Como da vida que um dia tivemos
Com nossos pais e avós
Isto é saudade
Algo que não volta mais...
Mário Feijó
26.05.15
segunda-feira, 25 de maio de 2015
OLHAR QUE SEDUZ
OLHAR QUE SEDUZ
A poesia
gosta de entrar em nós
pelos sentidos...
Primeiro
Ela nos seduz o olhar
Fica dentro dos olhos
Repousada algumas vezes
Noutras desce em lágrimas
E mora nos pensamentos...
Há vezes
em que ela
é apenas cor
noutras se veste de saudades
e se ela soubesse o bem que faz
moraria eternamente no coração
ao invés de ficar correndo
dentro das nossas veias...
Mário Feijó
25.05.15
Ler
Ler
É comprar
Um passaporte
Com visto permanente
Para o mundo dos sonhos
E da fantasia...
Mário Feijó
25.05.15
domingo, 24 de maio de 2015
CONVERSANDO COM A LUA
CONVERSANDO COM A LUA
Ser um eterno menino
É uma licença poética
À qual me reservo o direito
Sou um menino do chão
Noutras vezes sou
Apenas um anjo sem asas
Tenho medo de alturas
Mesmo assim eu voo
Quando baixo o telhado do céu
Não quero desaparecer no infinito
Mesmo quando penso que sou finito
E como acredito na eternidade
Continuo menino
Correndo atrás do vento
Debruçado na janela
A conversar com a lua...
Mário Feijó
24.05.15
sábado, 23 de maio de 2015
LUA PURITANA
LUA PURITANA
E depois que a lua
Escondeu-se por entre nuvens
Veio você me abraçando
Abrindo seus lábios
Implorando beijos meus...
Não havia mais desculpas
E por detrás das nuvens
A lua, recuperada, sorria
Tinha um falso pudor no olhar,
Mas ela já deveria estar acostumada
Com o carinho dos enamorados...
Mário Feijó
23.05.15
quarta-feira, 20 de maio de 2015
A MORTE DA DOCEIRA (suspense e terror)
A MORTE DA DOCEIRA
Alexandre adora Florianópolis, por
isto naquelas férias resolvera pegar sua bicicleta e conhecer todas as praias
ao redor da ilha, diziam ser 106.
A praia do morro das pedras era um
encanto e tinha uma vista maravilhosa, ficava bem embaixo do Retiro de Padres e
bem ali perto era a praia do Pântano do Sul. Ao passar por ali vê um senhor
parado, com uma maleta nas mãos, olhar distante, parecia um poeta buscando
inspirações. Foi até o homem e puxou conversa. Ele se chamava Antônio, era também
gaúcho (feito ele), porém estava aposentado e morava na região.
- Sabia que bem aqui houve um
crime recentemente?, disse-lhe Antônio.
- Não diga... Conte-me o que sabe,
por favor...
- Bem, encontraram um corpo de
mulher, em estado de decomposição, mas sem cabeça e completamente nu.
- Meu Deus, disse o rapaz.
- Faz poucos dias, e como estava
chovendo muito, levou mais dias para ser descoberto. Agora, toda vez que eu
passo por aqui fico lembrando disto e associo o cheiro do mar à podridão do
corpo em decomposição que vi.
- Florianópolis tem o apelido de
ILHA DA MAGIA, diz-se ser Terra de Bruxas. Teria sido um sacrifício? Perguntou Alexandre.
- Bem, o fato de ter chovido muito
naqueles dias, associado ao fato de ter havido muita trovoada, com raios e
trovões, fez o povo criar várias possibilidades, para este crime, ainda não resolvido,
disse o professor.
E há muitos suspeitos? Perguntou Alexandre.
- Eu soube que a mulher era uma
doceira jovem e viúva, que viera morar na região e que para sobreviver fazia salgados,
doces e tortas que ficaram famosos por estes lados, no entanto tinha um romance
com um pescador. Quando a história ficou séria ela fez ameaças aos filhos
menores do homem e também de destruir sua família. O homem apavorado deve ter
cometido o crime. É o que dizem por aqui. Se não foi isto, ninguém sabe o que
pode ter acontecido. Mas o amante da doceira é o primeiro e mais implicado
suspeito nesta história. Disse o professor, dando um suspiro.
- Sabe moço, falou Sr. Antonio,
ainda lembro de uma torta de maracujá com chocolate que comprava no mercadinho,
soube que era ela quem fazia. Dá água na boca lembrar aquilo.
- Infelizmente, isto não mais
importa agora, não é meu senhor? Não vamos macular tão linda paisagem com tristes
lembranças, falou Alexandre. Tenho que me ir. Foi um prazer conhecê-lo,
estendeu a mão machucada, forte, áspera, mas machucada, contrastando com a mão
macia do velho professor.
O rapaz pegou sua bicicleta e
partiu. O homem ficou olhando aquele jovem e começou a se perguntar onde ele
poderia ter machucado tanto assim suas mãos. Mas deixa pra lá, pensou Antônio e
voltando a olhar o mar e as pedras que nele batiam com tanta força. Coisas da
natureza, pensou.
Alexandre partiu pensando na noite
daquela sexta feira quando passeava por ali, sozinho em sua bicicleta com o
tempo se fechando e ameaçando chover. Reviveu novamente todo o horror que tinha
sentido quando aquela mulher dele se aproximara tão sedutoramente,
comportando-se feito uma vadia, embriagada, querendo com ele transar. Lembrava sua
ex-namorada, sempre tão risonha, gostosa e que parecia lhe amar. Fugira com
Fábio e dissera vir morar em Florianópolis, mas não era possível que fosse ela
e diante disto, pensando na traidora empurrou a mulher que perdera o equilíbrio
e caíra lá embaixo, entre as pedras. Alexandre fugira dali desesperado. Não sabia
o que fazer. Foi então que parou no mercadinho do caminho, comprou uma faca de
açougueiro e voltou a pé. Escondeu sua bicicleta no meio do mato e levou sua
mochila, com a faca dentro.
No local, como não havia uma alma
na rua e já era noite, resolvera descer entre as pedras e com a lanterna do
celular, procurava o corpo da mulher. Encontrou-o. Tirou toda a roupa, que
colocou na mochila. Examinando o corpo, viu que estava com o pescoço quebrado. Pegou
a faca e separou-o do corpo. A mulher já estava morta mesmo, e parecia-se muito
com sua ex. Colocou a cabeça na mochila, desceu até o mar e entrou na água. Era
uma água gelada. Assustadoramente gelada, feito aquele corpo, feito a sua alma,
feito o seu que agora tremia de frio e pavor. Pegou o blusão que estava separado,
vestiu e foi em busca da bicicleta.
Não havia pensamentos na cabeça de
Alexandre. Era uma mistura de sensações e sentimentos. Ele não conseguia
raciocinar direito. Será que Marina o havia reconhecido e por isto tentara
seduzi-lo? Era crime o que fizera ou fora legítima defesa? E agora que tinha a
cabeça da mulher na mochila o que ia fazer?
Estava próximo à beira-mar que sai
do túnel e que vinha para o aeroporto, mas ele não iria naquela direção, então
procurou um lugar mais claro, e mesmo diante do horror que sentia retirou a
cabeça da mulher da mochila. Era mesmo Marina. Sem saber o que fazer e diante
de tantos desatinos já cometidos jogou a cabeça, enrolada nas roupas que tirara
do corpo no riacho que havia ali perto.
Tinha medo. Continuava tremendo de
frio e pavor, mas agora seguiria em frente. Não iria se entregar. Queria ir
embora, mas ficara só para poder descobrir que pistas haviam. Agora que nada
direcionava pra ele resolvera que não ficaria mais um minuto naquela terra tão
bela, mas que iria continuar escondendo mais um segredo, além de todos os
segredos que as bruxas escondiam por ali.
Mário Feijó – 19.05.15
sábado, 16 de maio de 2015
AMOR SEM RAZÃO
AMOR SEM RAZÃO
O amor prevalece
Onde ninguém tem razão
Onde ambos cedem
Onde ninguém sobrevive
Impondo-se ao outro
Primeiro porque ele acontece
Sem razão alguma
Onde algumas vezes
Basta um cheiro, um olhar
O amor sobrevive
Quando olhamos na mesma direção
E não tentando descobrir erros um do outro
Então o amor acaba sendo prioridade
E por ser prioritário há concessões, doação
O amor é assim: sem razão...
Mário Feijó
16.05.15
sexta-feira, 15 de maio de 2015
TARDE AGRADÁVEL (texto de construção coletiva)
TARDE AGRADÁVEL (texto de construção coletiva)
Era uma agradável tarde de outono.
Tendo em vista o feriado que se emendou com o final de semana resolvi ir para o
campo. Adoro perfumes, cheiros diferentes e gostosos. De repente abrindo a
janela do carro vejo um campo florido, com flores lilases. O cheiro de lavanda
invade minhas narinas.
Não poderia continuar sem parar,
diante da sensação agradável que me envolveu. Lembrava-me os bons tempos em que
eu e Larissa nos conhecemos. Foi amor à primeira vista.
Sai do carro e me sentei em cima
de uma pedra. No entanto logo tive que sair correndo para o carro, pois atrás
havia três cabras e um bode que ao me avistar, logo fez menção de atacar. Que
raiva!! Tive que abortar meu deleite e procurar um outro locar para fazer meu
passeio de final de tarde. (Mário Feijó).
Retornamos para o carro correndo o
mais que podíamos, no início apavorados e em seguida rindo muito da situação. Eu
dizia que eram bodes e Larissa me corrigia: são cabras cheirando à lavanda.
Não conseguia parar de rir e como
bom fumante acendi um cigarro. Larissa, indignada disse pare com isto ou eu
abro a porta e pulo deste carro.
- Estava tão bom o cheiro de
lavanda e vem você com este vício estragar este perfume. Deste jeito prefiro
voltar às cabras, pelo menos estarei perfumada.
Gritei, rindo:
- Isto já é preconceito contra os
fumantes. (Heloisa Mascolo).
Seguimos por aquela estrada, na
região da serra gaúcha, apreciando as paisagens agradáveis e ao longe uma
pequena vila.
Eram casinhas pequeninas. Encantadoramente
cuidadas, numa paisagem bucólicas. Haviam jasmins plantados e floridos e o
cheiro de jasmim é algo que vai longe. Cheirinho marcante que lembrava paixão
em mim, romântico inveterado e apaixonado por flores.
Parei o carro para buscar uma flor
daquelas e a ofereci à Larissa. O cheiro invadiu o carro.
- Viu? Agora o perfume vai nos acompanhar,
como você queria, no caso das lavandas. (Silvania Anderson)
Foi uma tarde inesquecível. Tantos
aromas, tantas flores e paisagens, tantas lembranças revividas.
Reportei-me aos primeiros dias de nosso
namoro que já vinha caindo na rotina e pensei que tinha que fazer mais isto. Mais
passeios, mais brincadeiras, apreciar novas paisagens e fugir das cabras...
Lembrei que Larissa fugia de mim,
quase como nós fugimos das cabras, no entanto ela acenava com a esperança de
que eu poderia conquistá-la e foi o que aconteceu. Agora eu queria estar sempre
ao seu lado, mas tinha que fazer algo para amenizar a rotina da relação.
No outono as noites são mais
frias. Estava ficando tarde.
- Venha! Vamos entrar e tomar um
café quente, disse-lhe eu sorrindo e dando um delicado beijo em seus lábios.
(Marlene Nahas).
Voltamos para nossa casa. Acendemos
a lareira e enquanto eu abria um vinho, trazido da serra, ela preparava um
chimarrão e o calor do ambiente começava a nos envolver.
Vieram do campo algumas flores de
jasmim que colocamos em vasos. Eu pensava que tinha sido um bobo em ficar com
raiva do tal bode e de suas cabras.
Colocamos um filme na TV “meia
noite em Paris e envolvidos pelo clima do filme, regados a vinho, enrolados um
no outro, cobertos por uma manta, ficamos ali trocando juras de amor que
terminou de forma romântica e muito agradável. (Mário Feijó).
Técnica
Texto produzido em aula. Primeiro
cada participante sorteava um sentimento e um cheiro e tinha que inseri-lo em
seu texto. Terminada a sua parte passava para o outro que continuava o texto do
amigo inserindo as suas palavras até chegar de novo ao que iniciou a redação e
que deveria por um fim à história que ele começou.
quarta-feira, 13 de maio de 2015
VELHA HISTÓRIA DE AMOR
Um dia, eles adolescentes, encontraram
os lábios um do outro. Havia culpa, pecado e desejo, porém estavam
experimentando ser adultos. Há pouco eram crianças, mas os hormônios os
impeliam a fazer o que a igreja e os “outros” diziam ser errado.
Como podia ser errado um beijo
de amor? Então seria errado colocar comida dentro de uma panela para preparar o
almoço?
Eram coisas naturais e normais –
o beijo e a comida. A vida devia ser uma coisa natural feito o rio que nasce na
montanha e que, quer queira ou não, encontra o mar. Coisas naturais. Os opostos
que se atraem, base de uma mesma essência, feito ele com apenas 17 anos e ela
com 15. Como poderia haver algo de sujo num beijo? Então era sujo comer uma
fruta madura? Mas os lábios dela tinham gosto de jabuticaba madura colhida no pé.
Tanto fizeram que eles se
separaram. Ele já casou algumas vezes e nos intervalos entre um amor e outro a
procurou, mas ninguém sabia dela. Ninguém lembrava daquela família naquela rua.
Da última vez que ele a procurou começou a imaginar que ela teria sido um anjo,
ou até mesmo, um ser de outro planeta e desistiu de encontrá-la.
Pensando em colocar um ponto
final na história e guardá-la dentro de um livro ele escreveu um poema que
lembra os beijos que se perderam:
OS BEIJOS QUE EU NÃO TE DEI
Mário Feijó
Os beijos que eu não
te dei
Fazem falta no meu
acervo!
Eu penso que gosto
eles teriam?
Seriam doces? Secos
ou molhados?
Os beijos que eu não
te dei
Fizeram-me pensar
Que eu fui imaturo,
idiota
Que mal teria eu ter
me permitido?
Os beijos que eu não
dei
Ficaram com gosto de
pecado
Tinham toques de
minha inocência, hoje
perdida
E me deixaram na boca
Um sabor de
frustração...
Os beijos que eu não
te dei
Foram
depois depositados em outras bocas
Que eu, feito colibri
passei de flor em flor
Não tiveram marcas
particulares...
Mesmo assim eu penso
Que gosto teriam
Os beijos que eu não
te dei?
Mário
Feijó
13.05.15
terça-feira, 12 de maio de 2015
DESCOBRINDO-SE
DESCOBRINDO-SE
Agora que você já aprendeu a me
amar, não pense em me esquecer, não queira ir embora, nem tampouco sair da
minha vida. Não pense em outras bocas, além da minha, não sinta desejos por
outros corpos além do meu corpo.
E quando você estiver longe de mim
lembre-se da felicidade que descobrimos e o quão íngreme é o caminho para
chegar até ela.
Agora que você entrou na minha
vida não fique distante, mesmo estando perto. Esteja perto, mesmo quando
estiver longe.
Agora que você já descobriu que é
fácil ser feliz seja egoísta: ame-se e me ame também. Todos os outros que dizem
nos amar vão embora, menos quem se compromete com a felicidade.
Agora que você descobriu que os
outros sempre te julgarão e dizer que estamos erramos, mesmo quando podemos
estar certos. A maioria quer impor suas verdades. Descobrimos que somos donos
de nossas vidas só quando envelhecemos. Algumas vezes é tarde demais. Então não
tenha medo de amar. A felicidade assusta até a quem a vive e para os outros... Bem,
vamos esquecer os outros um pouco...
Algumas vezes esquecemos que viemos
nesta vida para aprender, para servir aos outros, aí nada aprendem, nem são
felizes. Outros aprendem, mas se tornam prepotentes e esquecem de servir aos
outros. Então não amam ninguém e tampouco conseguem ser felizes.
E há, ainda, os que só querem ser
felizes. Aí tudo se torna efêmero e perdem tempo sendo infelizes...
Mário Feijó
12.05.15
segunda-feira, 11 de maio de 2015
NÃO NOS PREOCUPAMOS MAIS COM OS OUTROS
NÃO NOS PREOCUPAMOS MAIS COM OS OUTROS
O que diria o tempo
Se nos encontrasse assim
Épocas diferentes
Agarrados sempre?
O que diria o certo
Se nos visse assim
Bichos de raças diferentes
Distraídos no amor?
O que diria o vento
Se tentasse nos empurrar
Para bem longe
E nos encontrasse assim amando?
O que dirão os outros
Que esqueceram de amar
Vendo-nos assim
Amando de todas as formas?
Paramos de nos preocupar
Com o Tempo, com o Certo,
Com o Vento e com os Outros
Só para ter mais tempo pra nós...
Mário Feijó
11.05.15
O que diria o tempo
Se nos encontrasse assim
Épocas diferentes
Agarrados sempre?
O que diria o certo
Se nos visse assim
Bichos de raças diferentes
Distraídos no amor?
O que diria o vento
Se tentasse nos empurrar
Para bem longe
E nos encontrasse assim amando?
O que dirão os outros
Que esqueceram de amar
Vendo-nos assim
Amando de todas as formas?
Paramos de nos preocupar
Com o Tempo, com o Certo,
Com o Vento e com os Outros
Só para ter mais tempo pra nós...
Mário Feijó
11.05.15
domingo, 10 de maio de 2015
MÃE: mulher-fêmea HUMANA
MÃE: mulher-fêmea HUMANA
Um dia ela já foi
Apenas uma costela do homem
E se transformou no ser
Que foi capaz de amar
Incondicionalmente
Aí foi tomando conta
Da vida de todos nós
E passou a habitar o coração
Tornou-se mãe, mulher,
Companheira, amiga,
Aquela que se dá por sua cria
Que gera filhos para si
E que também é capaz
De gerar filhos para os outros
Aquelas que não se enquadram
Nos requisitos anteriores
São apenas fêmeas
Que pensam apenas em si
E como tudo e todos
Também erra, porém
Tem que ser perdoada
Porque ela também nasceu humana
Mário Feijó
10.05.15
sábado, 9 de maio de 2015
“ACHO QUE JÁ BEBI TODAS”
“ACHO QUE JÁ BEBI TODAS”
E foi assim
Declamando estes versos
Que ela cheia de graça
Leu um de seus poemas
Estava encantadora
Salto alto
Saia rodada
Cabelos penteados
Acho que já bebi todas
Veio depois de um clericot
Quando tudo já tinha terminado
E o grupo se reunia para comemorar
E tropeçando em palavras
E também nas pernas
Ela pediu mais uma
E deu uma umbigada
Passando para o próximo poeta
O direito de recitar um poema...
Mário Feijó
09.05.15
quinta-feira, 7 de maio de 2015
FELICIDADE CONSTANTE
FELICIDADE CONSTANTE
A felicidade pode ser constante
Tudo vai depender
Do quanto você esteja
Disposto a investir nela:
Felicidade toma tempo
Exige
amor
Exige
devoção
Necessita
de doses diárias de carinho
Exige
concessão e abnegação
Necessita
de solidariedade
Necessita
de companheirismo
Felicidade é assim mesmo:
Egoísta!
Ela só faz você feliz
Se você colaborar
Investindo nela:
Tempo, paciência, sentimentos
Isto depende também
Do quanto de amor
Você tenha para doar...
Mário Feijó
07.05.15
METÁFORAS
METÁFORAS
Lido
Lida
Lindo
Feito metamorfose
Onde o gato vira
tigre
E devora a
gatinha
Que apenas
ronronava
Vida
Linda
Finda
Uma história
Que começara
serena
Apenas com uma
pluma ao vento
E termina com um tiro no peito
Tino
Timo
Primo
Apenas um destino
Apenas um sentimento
Lembranças de criança
Memórias de outra vida...
Mário Feijó
07.05.15
quarta-feira, 6 de maio de 2015
SOL FORTE
Nos sulcos da terra
Minha face árida
Escorrem lágrimas
Um sorriso triste
Formam o leito do rio
Apenas um oásis
Num deserto árido
Mesmo assim eu te quero
Sol forte abrasador
Que assola a terra seca
Que não deixa brotar
As sementes plantadas...
No meio da noite
Gotas de orvalho
Aninham-se em folhas verdes
Para nervosas
Atirarem-se ao solo
Tão logo o sol apareça...
Mário Feijó
06.05.15
terça-feira, 5 de maio de 2015
CHEIRO DE FELICIDADE
CHEIRO DE FELICIDADE
É tão bom quando chega o domingo. Toda
a família vem e se encontra na casa da vovó. Fico feliz em rever meus primos,
tios e até os cachorros e gatos que trazem. A casa vira um sítio. Por sorte
vovó mora no interior.
Fico com pena das goiabeiras,
pitangueiras e araçás, que quando veem aquele bando de gente da cidade, ficam
tremendo.
Essa gente não sabe as diferenças
entre um porco e um cabrito. Eu até expliquei para meu primo de quatro anos que
porco tem uma tomada no focinho e cabrito além de um saco ou tetas penduradas
(iguais às de vaca) têm galhos.
O bode Barnabé de vovó é tão
enfezado e não consegue admitir aquela urbanidade toda. Sai correndo atrás de
um e outro toda hora. Vovó tinha um galo que fazia a mesma coisa e bicava todo
mundo. Comemos ele no último natal, mas Barnabé, vovô não deixava.
Era bicho de estimação que o acompanhava
pelas ruas, onde quer que ele fosse. Era muito manso, mas endoidava quando via
seu território invadido.
Adoro ajudar vovó a socar café no
pilão. Ficava um cheirinho que se espalhava pela casa inteira. Uma vez fiquei
intrigado quando ela colocou uma menina negra dentro do pilão e batia com o socador
levemente ao seu redor. Disse ela que era simpatia para curar “arca caída”. Neste
instante ouvimos os gritos de três primos que entravam correndo pela casa. Eles
tinham descoberto na goiabeira uma “cachopa” de marimbondos. O berreiro foi
geral e virou assunto no resto do domingo.
Foi um dia das mães inesquecível. Penso
que fiquei por lá faz mais de cinquenta anos. Vivo agora das lembranças e da
felicidade daquele tempo que se estenderam por toda minha vida.
____________________________
segunda-feira, 4 de maio de 2015
TEMPERANDO A VIDA
TEMPERANDO A VIDA
Quando você suspira
Ou quando você respira
Parece que aspira a minha vida
Eu sinto que dentro mim
Nascem flores
Rejuvenesce o jardim da vida
E quando tu me beijas
Eu sinto mil colibris
Aspirando todos os meus polens
E neste momento
Eu me torno primavera
Porque tu feito botão
Em minha vida florisses
E eu meu torno flor
Exalando aromas
E eu me torno cor e calor
Para ir temperando a vida...
Mário Feijó
04.05.15
OLHAR POÉTICO
OLHAR POÉTICO
Como se fosse um sonho
Desses que nasce
De um pequeno anseio
Que cresce e se torna desejo
Então todo final de tarde
Quando a luz se desvanece
Escondendo todos os detalhes
Dando novas nuances
Tento me acostumar
Com os segredos da noite
E contentar-me com a pouca visão
Assim: há outro olhar
Que só a noite oferece
De um novo mundo
Sob o olhar da poesia...
Mário Feijó
04.05.15
domingo, 3 de maio de 2015
A VIDA FEITA DE PEQUENOS INTERVALOS
A VIDA FEITA
DE PEQUENOS INTERVALOS
Nós vivemos
De nos amar
A todo
instante
Manhã
Tarde
Noite
Porém para
continuar
Descobrimos que
precisamos
Fazer de tempos
em tempos
Pequenos intervalos...
Mário Feijó
03.05.15
segunda-feira, 27 de abril de 2015
NO JARDIM
NO JARDIM
Eles eram amores perfeitos
E na luz do girassol
Beijinhos estrelados, jasmins,
Margaridas, lírios, cravos
Fugiam de bocas de leão...
Rosas morenas, Rosas rubras
Dançavam ao sabor do vento
Esperando se esconder
Na boca da noite
Doce mel abelhas nectavam
Borboletas polinizadas
Batiam asas coloridas
Enquanto eu apenas espirravam
Como se estivessem em crise alérgica
Caramujos coloridos procuravam
Pelo brilho do amor
Eu Pessoa pensava em Fernando
Enquanto o jardim poetizava Quintana
Ouvindo versos melodiosos de Drummond
Mário Feijó
28.04.15
PARE DE RECLAMAR! AME MAIS...
PARE DE RECLAMAR! AME MAIS...
Se você quer ser amada
Faça por merecer
Não tenha medo de ser mulher
Tenha orgulho em viver
Pare de reclamar da vida
Vá à luta
Ame seu homem intensamente
Não tenha medo de ser vadia
O amor nos faz feliz
E é a partir do sexo
Que realizamos fantasia
Perca as culpas
Perca o medo
Seja feliz todos os dias...
Mário Feijó
27.04.15
sábado, 25 de abril de 2015
MISSÃO DIVINA
MISSÃO DIVINA
Tenho admiração por tigres
Fortes, viris, dominadores
Quase extintos pela ganância...
Tenho dó desta mulher
Que age feito galinha
E faz muito cocó-ri-có...
Tenho nojo dos sapos
Que só comem insetos
E que são devorados por cobras...
Tenho medo das cobras
Que não fazem mal nenhum
Apenas lutam pela sobrevivência...
Tenho paixão por baleias
Um animal esplendoroso
Que consegue sobreviver em nossos mares...
Tenho carinho pelos macacos
Arteiros, parceiros, nossa imagem
Quase semelhança com nosso passado...
Tenho amor por bichos, por plantas,
Pelos que lutam pela sobrevivência
Cumprindo suas missões divinas...
Mário Feijó
25.04.15
sexta-feira, 24 de abril de 2015
AMOR QUE SE MULTIPLICA
AMOR QUE SE MULTIPLICA
Se você não souber amar
Proponha-se a aprender: pratique!
Se voe quer ser feliz
Tente ao menos uma vez. Não dói!
Se você quer ter dinheiro
Levante-se cedo, vá à luta: trabalhe!
Se você quer ter amigos
Abra seus braços e um sorriso no rosto!
É o começo...
Se você quer ver borboletas
Não crie sapos, eles devoram insetos...
O amor se multiplica
Quando aplicado sem restrição
Ai aparece a felicidade
Em tudo o que você faz...
Gente que ama e é feliz
Abre as portas para o sucesso
Aí o dinheiro aparece
Aprenda a não ser seu escravo...
Gente que tem amigos
Tem borboletas pousadas nos pensamentos...
Mário Feijó
24.04.15
AS TUAS COXAS
AS TUAS COXAS
Estas tuas coxas
Torneadas em mármore
Oras tão bronzeadas
Oras apenas carne sedutora
Escondem segredos
Não só quando se chegam
Mas também nas vezes
Em que me envolvem
Escondem segredos
Que afetam a minha libido...
Mário Feijó
24.04.15
quinta-feira, 23 de abril de 2015
AREIA E ÁGUA
AREIA E ÁGUA
Algumas vezes eu penso
Que tudo é eterno
Que não haverá mais noites
E que minha vida
Será de dias sem fim...
Eu penso que todos os dias
Serão dias de amor
Que todos os beijos
São favos de mel
E que nós vivemos em uma colmeia...
Eu gostaria da eternidade de uma primavera
Com flores se abrindo
Com borboletas voando
E nós vivendo a excitação
Que as primaveras incitam...
E penso ainda que todas as noites
Você estará me amando
Como se fossemos praia e oceano
Formando uma única paisagem
Mas eles são coisas distintas:
São areia e água...
Mário Feijó
23.04.15
quarta-feira, 22 de abril de 2015
CONVERSA DE APAIXONADOS
CONVERSA DE APAIXONADOS
Eu queria um beijinho...
Você tem algum?
Pode ser até um pequenininho
- Não. Não tenho. Pode ser selinho?
- Não. Selinho, não serve...
- Eu queria um beijinho,
Mesmo que fosse um pequenino
- Se você não quiser um selinho
Ficará sem meus beijos...
Mário Feijó
22.04.15
terça-feira, 21 de abril de 2015
MAÇÃ VERDE
MAÇÃ
Trazias na boca
O gosto do pecado
Maçã mordida
Semente plantada
E quando a lua
No alto do céu desponta
Eu vejo no mar
O rastro de um adeus
É o amanhã com gosto de despedida
O ontem com sabor de pecado
Maçã verde
Boca vermelha...
Mário Feijó
21.04.15
sábado, 18 de abril de 2015
AS MIL E UMA NOITES DE SHERAZADE
AS MIL E UMA NOITES DE SHERAZADE
Ontem, meu caro sultão, eu havia
pensado que poderíamos ter feito sexo oral, mas percebendo que o senhor estava
cansado quis apenas fazê-lo ter bons sonhos contando-lhe histórias que li e
ouvi pelo reino quando ainda era solteira.
Eu percebo, meu marido, que nunca
ouvi de outra mulher histórias tão interessantes sobre performances sexuais
quanto às que vivo com o senhor, agora que é meu marido. Confesso-lhe que estou
encantada. Pergunto-lhe se já ouviu falar do livro chamado Kamasutram, um
tratado indiano sobre o desejo.
Penso que meu senhor, Rei Shariar,
caso conseguisse um exemplar poderíamos
colocar em prática algumas posições que nele são mostradas, onde cada noite
seria única para nosso amor. Caso seja este o seu desejo, eu ficaria feliz em
praticá-lo com meu marido e senhor.
Hoje podemos começar onde ontem
paramos. Já mandei preparar uma banheira com sais aromáticos e ervas. Depois
iremos para nosso leito, onde mesmo extasiados poderemos continuar e, se o
senhor estiver disposto, tenho uma bela história para lhe contar, disse
Sherazade ao sultão.
Ouvi falar que Cleópatra e Marco
Antônio tinham um amor tão grande porque aprenderam a não ter pudores no amor.
Usava ela cremes afrodisíacos, leite de cabra no banho e até, ouvi dizer, que
raspavam os pelos pubianos. O senhor pode ter ficado horrorizado, mas
poderíamos tentar algo parecido, caso deseje. Lembre-se de que sou sua esposa,
mas sua escrava sexual, caso queira experimentar coisas novas.
Soube pela criadagem que o correio
persa trouxe-lhe uma encomenda esta tarde. Será possível que já tenha
conseguido o tal livro que lhe falei.
Esta noite pensei em fazer uma
dança sensual – a chamada dança do ventre – que aprendi com as dançarinas de um
grupo de teatro mambembe que se apresenta na cidade. Uma delas deu-me aulas à
tarde inteira.
Amanhã... somente amanhã
começaremos a praticar o que o livro Kama Sutra ensina, caso tenha sido esta a
encomenda que hoje à tarde lhe entregaram.
Mário Feijó
16.04.15
ESTÁTUA
ESTÁTUA
Já vens talhada
Não posso mais te moldar
Ou te aceito como és
Ou te descarto por não te amar
No entanto posso mudar tuas cores
E com pinceis e um pouco de tinta
Dou novos coloridos à tua face
Coloco cores em teus cabelos
Ainda ásperas estão tuas pernas
Por teus braços passo verniz
Dou um retoque em teus lábios
Passo tinta no nariz
Tento descobrir teu coração
Escondido por entre uma camada de gesso
Escondo completamente tua pele
Sem poder usar o vermelho
Sopro ar sobre tua cabeça
Tentando dar um pouco mais de vida
Mas a estátua continua parada
Sob a tinta escorrida
Somente o sol pode te dar um pouco de brilho
Vejo um sorriso escondido pelas tintas
Bate o vento cai a estátua
Em mil pedaços no chão partida...
Mário Feijó
18.04.15
quarta-feira, 15 de abril de 2015
SENHORITA M.
SENHORITA M.
Todos fugiam de ti com medo
Eu apenas te contemplava
Feito destino inevitável
De que me adiantaria fugir?
Mórbida passavas ao largo
Eras apenas um contraponto
À vida que todo o tempo
Fazia questão de me acompanhar
Há doçura no teu abraço
Já que a vida que me enredava
Sempre me oferecias apenas sofrimento
Tu, ao contrário, ofereces o descanso...
Mário Feijó
15.04.15
terça-feira, 14 de abril de 2015
BEIJOS COM CHOCOLATE
BEIJOS COM CHOCOLATE
Ontem à tarde
derretendo chocolate para fazer bombons ela vestiu-se apenas com avental e calcinha.
Afinal de contas a tarde estava quente e ela estava sozinha em casa.
Preparou as formas. Pegou leite
condensado, coco ralado e morando... lembrou que esquecera dentro do táxi as
caixas de morango. Telefonou para o taxista e pediu que mandasse lhe entregar
em casa, mas ele falou que não poderia ir e ia ver o que podia fazer.
A casa transcendia a chocolate
quente... Pensava na sua solidão e nos filhos distantes e se controlava para
que as lágrimas não se tornassem ingredientes da sua receita.
Seu coração era tão doce e
naquele momento estava amolecido pela saudade. Lembrava do ex-marido e da
saudade de ter alguém ou estar nos braços de alguém.
Distraída com as lembranças nem
ouvira alguém batendo na porta. Era um jovem entre 25-30 anos, alto, queimado
de sol, musculoso, sorriso de pipoca, tão alvo e brancos. Seus olhos verdes
pareciam o mar distante.
- Olá sou Roberto. Meu pai pediu
que lhe trouxesse os morangos que ficaram no táxi.
- Meu Deus. Não acredito. Lembra
de mim? Estudamos juntos.
Tinham sido os primeiros amores,
um na vida do outro e a vida os tinha separado.
Que homem lindo ele havia se
tornado. Agora ela percebia. Abriu somente uma fresta da porta para apanhar os
morangos, tendo em vista seus trajes.
Ele disse:
- Mas que cheiro delicioso de
chocolate não vai me oferecer um bombom?
- Entre que eu vou colocar uma
roupa decente, eu estava sozinha em casa e com este calor...
Roberto entrou e não resistiu
Heloisa naqueles trajes, puxando-a para si, ao que ela pegou um bombom de
chocolate e colocou na boca do rapaz tentando evitar o que parecia inevitável.
Roberto com o bombom na boca
apertou mais Heloisa contra o peito e tascou-lhe um beijo que era puro chocolate.
Os bombons de morango que seriam
os próximos a serem feitos foram esquecidos para depois. Heloisa nem lembrava
mais de seus trajes. Agora suas lágrimas nem faziam mais sentido...
Mário Feijó
14.04.15
segunda-feira, 13 de abril de 2015
BEIJOS DISTRAÍDOS
BEIJOS DISTRAÍDOS
Eu era feliz contigo
Porém teus beijos
Eram gelados
Mesmo quando juravas amor
Tua presença
Era ausente
Mesmo quando eu te via
Acabei me tornando
Uma pérola que se esconde
Dentro da sua ostra
Sobrevivi quando
Uma onda arrebatadora
Arrancou-me daquele leito aveludado
E a morte distraída foi embora...
Mário Feijó
13.04.15
sábado, 11 de abril de 2015
COISAS QUE A POESIA TORNA POSSÍVEL
COISAS QUE A POESIA TORNA POSSÍVEL
Beijar a face do sol
Fitar a face da lua
Abraçar o vento
Entregar-se nos braços do mar
Conversar com os pássaros
Voar com eles até
Catar estrelas no céu
Sentir o perfume da lua
Entregar-se à paixão primaveril
Sonhar com outonos
Olhar para frente e verão
Caminhar por estradas cheias de brilhantes
Ir a Marte só para encontrar alguém
Ter sorriso de estrelas
Cheiro de primavera mesmo no inverno
Cheiro de amor na saudade
Ser feliz dentro das lembranças
Voar... voar... voar para quem não é pássaro
Beijos com gosto de jabuticaba madura
Pele com gosto de pitanga
Cheiro de chuva molhada
Amor que não acaba
Ser eterno no hoje
Descobrir que a vida é um presente e
Que precisa ser aberto todos os dias!
Sonhar... sonhar... sonhar, mesmo acordado e
Perceber que tudo é possível
Quando temos olhos de poesia...
Mário Feijó
11.04.15
Beijar a face do sol
Fitar a face da lua
Abraçar o vento
Entregar-se nos braços do mar
Conversar com os pássaros
Voar com eles até
Catar estrelas no céu
Sentir o perfume da lua
Entregar-se à paixão primaveril
Sonhar com outonos
Olhar para frente e verão
Caminhar por estradas cheias de brilhantes
Ir a Marte só para encontrar alguém
Ter sorriso de estrelas
Cheiro de primavera mesmo no inverno
Cheiro de amor na saudade
Ser feliz dentro das lembranças
Voar... voar... voar para quem não é pássaro
Beijos com gosto de jabuticaba madura
Pele com gosto de pitanga
Cheiro de chuva molhada
Amor que não acaba
Ser eterno no hoje
Descobrir que a vida é um presente e
Que precisa ser aberto todos os dias!
Sonhar... sonhar... sonhar, mesmo acordado e
Perceber que tudo é possível
Quando temos olhos de poesia...
Mário Feijó
11.04.15
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