sábado, 18 de abril de 2015

ESTÁTUA

ESTÁTUA

Já vens talhada
Não posso mais te moldar
Ou te aceito como és
Ou te descarto por não te amar

No entanto posso mudar tuas cores
E com pinceis e um pouco de tinta
Dou novos coloridos à tua face
Coloco cores em teus cabelos

Ainda ásperas estão tuas pernas
Por teus braços passo verniz
Dou um retoque em teus lábios
Passo tinta no nariz

Tento descobrir teu coração
Escondido por entre uma camada de gesso
Escondo completamente tua pele
Sem poder usar o vermelho

Sopro ar sobre tua cabeça
Tentando dar um pouco mais de vida
Mas a estátua continua parada
Sob a tinta escorrida

Somente o sol pode te dar um pouco de brilho
Vejo um sorriso escondido pelas tintas
Bate o vento cai a estátua
Em mil pedaços no chão partida...

Mário Feijó

18.04.15   

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