COISAS QUE A POESIA TORNA POSSÍVEL
Beijar a face do sol
Fitar a face da lua
Abraçar o vento
Entregar-se nos braços do mar
Conversar com os pássaros
Voar com eles até
Catar estrelas no céu
Sentir o perfume da lua
Entregar-se à paixão primaveril
Sonhar com outonos
Olhar para frente e verão
Caminhar por estradas cheias de brilhantes
Ir a Marte só para encontrar alguém
Ter sorriso de estrelas
Cheiro de primavera mesmo no inverno
Cheiro de amor na saudade
Ser feliz dentro das lembranças
Voar... voar... voar para quem não é pássaro
Beijos com gosto de jabuticaba madura
Pele com gosto de pitanga
Cheiro de chuva molhada
Amor que não acaba
Ser eterno no hoje
Descobrir que a vida é um presente e
Que precisa ser aberto todos os dias!
Sonhar... sonhar... sonhar, mesmo acordado e
Perceber que tudo é possível
Quando temos olhos de poesia...
Mário Feijó
11.04.15
Este blogger contém as obras, artes plásticas e poesias de Mário Feijó. Também mostra os trabalhos em que o artista está envolvido no momento...
sábado, 11 de abril de 2015
sexta-feira, 10 de abril de 2015
AMORES FEITOS DE BRISA
AMORES FEITOS DE BRISA
No inicio era apenas sexo
Éramos girafas no cio
E nosso encontro um tsunami
Porém quando baixou a força das águas
Descobrimos a beleza de estar juntos
De ouvir uma música
E nos perdermos dançando
Entregues um nos braços do outro...
Agora olhamos para trás
E vemos alguns estragos
Coisas que temos que colocar nos eixos
Vida que precisa ser arrumada
O que parecia ser somente paixão
Tornou-se um grande amor
Daqueles que nos assusta
E que também assusta aos outros...
Lá fora brilha um sol intenso
Até a lua não quis ficar na noite
Estava à beira mar com peixinhos
Que corriam em nossos pés
E estrelas sem brilho que se atiraram
Na noite passada ao mar...
Eu já fui furacão
E dizem que tu também
Mas nos braços um do outro
Somos apenas brisa de outono
Temendo o inverno que se aproxima...
Mário Feijó
09.04.15
ARTE QUE FAZ ARTE
ARTE QUE FAZ ARTE
A arte é extraída
Da alegria, da dor,
Da felicidade e de tantos outros
Sentimentos de um artista
Ela retrata o seu olhar do mundo
Usa tudo o que sente
Mistura em um caldeirão
E com pinceis e telas,
Caneta e papel
Ou material que recicla
E faz disto uma gestação
É chegada a hora da criação
E num parto muitas vezes doloroso
(ao mesmo tempo prazeroso)
O amor acumulado
O sentimento gestado
Nasce e torna-se sua obra
Um filho seu...
Mário Feijó
10.04.15
quarta-feira, 8 de abril de 2015
MÚSICA NA NOITE
MÚSICA NA NOITE
O mundo inteiro dorme
Na hora em que eu fecho os olhos
Sim! O meu mundo dorme comigo
Quando chega o meu sonho
Tenho paz e sonho com ela
E há em meus sonhos um fundo musical
É um assovio de “Moon River”
Acordo feliz e extasiado
A casa está silenciosa
No entanto a música continua
É apenas um assovio distante
E quando aquele homem
Que a assoviava se distancia
Leva consigo minha nostalgia
Eu apenas faço uma oração agradecendo a vida
Mário Feijó
08.04.2015
A LUA E O RIO
“MOON RIVER”
Era madrugada. Todos dormiam,
menos Peter que saia da lanchonete, onde trabalhava para sustentar a família. Ele
morava num subúrbio distante de Nova Yorque. Nascera lá, mas tinha também
cidadania brasileira porque os pais haviam ido pra lá tentar a vida.
Ele tinha apenas 14 anos quando os
pais morreram no terror do Wolrd Trade Center, em 11.09.2001. Fora morar com
uma tia. Passou-se muito tempo até que ele superasse o susto e o medo. Sua tia
tinha adoração por Audrey Hepburn e por Bonequinha de Luxo e, sempre que podia
ouvia e cantava Moon River. Agora a
música não lhe saia da cabeça enquanto caminhava, neste inicio de primavera, no
hemisfério norte, caminhando em direção ao lar, onde a esposa Karen lhe
esperava, corpo quente e uma térmica com café novinho, para lhe agradecer o
amor que lhe dava, agora que se preparavam para receber os gêmeos que chegariam
no verão.
Era paz em seu coração. Finalmente
tinha paz e esperança e queria que o mundo fosse tão belo quanto fora Audrey ou
tão encantador quanto fora o filme Bonequinha de Luxo.
Mário Feijó
08.04.15
Texto inspirado na coluna de David
Coimbra, publicado no dia 07.04.15, no Jornal Zero Hora, Rio Grande do Sul.
O rio - 07 de abril de 2015 (David Coimbra)
Quando fecho os olhos, pouco antes de dormir, às
vezes penso que o mundo inteiro está dormindo naquele momento… há algo de
importante nisso. Por mundo inteiro refiro-me ao meu mundo, claro. Ao mundo que
me interessa, são as pessoas que eu conheço.
Imaginar que todas as pessoas estão dormindo é
reconfortante. O sono é algo que nos iguala em nossa condição básica, que é a
condição animal. Durante essas horas, não existem poderosos nem oprimidos, não
existem ideologias, dogmas, crenças ou moral. Ninguém pode fazer mal a ninguém,
ninguém faz um comentário ácido na internet, ninguém tenta convencer ninguém de
que algo está errado, até porque erros não são cometidos durante o sono.
Durante o sono, dorme-se, tão somente.
Hitler, se vivo estivesse, estaria dormindo também,
e seu sono seria tão inocente quanto o de um nenê que nasceu ontem.
É tão bom pensar isso. Pensar que o mundo está em
repouso.
Noite dessas, alta madrugada, acordei. Continuei
deitado na cama, imóvel sob as cobertas, ouvindo o murmurar do silêncio. Nenhum
cachorro latia, nenhum carro passava ao longe, eu mal ouvia o ressonar da minha
companheira, ao meu lado. Então, baixinho, porém nítido, assomou um assobio.
Era um assobio masculino, tenho certeza, e ele vinha à distância, talvez lá da
outra ponta da quadra, além da esquina.
O que aquele homem fazia na rua àquela hora? Devia
caminhar sozinho e sem pressa. Ninguém assobia de madrugada, se está
acompanhado ou apressado. Imaginei que caminhasse de mão no bolso, olhando para
o céu azul-escuro, admirando alguma estrela mais vaidosa.
Prestei atenção para identificar a melodia.
Era Moon River, que a gloriosa Audrey Hepburn cantou sentada à
janela do seu apartamento em Bonequinha de Luxo. É uma música linda
e nostálgica. Uma música triste.
Fiquei ouvindo. Ele assobiava bem. O som veio
crescendo à medida que se aproximava. Moon River. Ele assobiava
para si mesmo, nem desconfiava que havia alguém acordado, deitado, ouvindo. A
melodia preencheu o quarto e o meu coração. Era como o rio da música, lento e
eterno, sempre o mesmo e mudando sempre.
Ele continuou assobiando enquanto se afastava, e a
melodia foi se esvanecendo aos poucos e, naquele instante, por algum motivo,
pensei em todas as pessoas que amo, que estavam quietas no escuro de seus
quartos, dormindo, sem saber que, em certa parte do mundo, alguém assobiava de
madrugada e que outro alguém ouvia em segredo. E, então, senti a emoção
aquecer-me o peito, e fiz uma pequena oração para que, quando a luz retornasse
e o rio dos dias voltasse a correr, tudo ficasse igual como nas horas de sono.
Tudo ficasse em paz.
terça-feira, 7 de abril de 2015
SIM
SIM
Eu poderia e posso amar-te
Por toda uma vida
Porque neste momento
Somos eternos
E o hoje é eterno
Enquanto há vida
E esperança nele...
Sim
Eu acredito
Que não somos os únicos
Diante de um universo
Infinitamente grandioso
Diante de forças
Que não podemos explicar
E diante do inexplicável
Eu me rendo e me curvo...
Sim
Eu sei que as forças
Que eu alimento em mim
Crescem e se propagam no universo
E me envolvem
E traçam o meu destino
Quando o amanhã for hoje
Portanto há volta
Da energia que irradiamos
Por isto aqui se faz
Aqui se paga...
Sim
Eu sou parte desta energia cósmica
Que evolui interagindo com o universo
E de acordo com a energia
Com a qual eu interajo
Cresço e evoluo nela.
Se quero o bem e o faço
Atraio o bem pra mim
E na força do bem eu me protejo...
Mário Feijó – 07.04.15
segunda-feira, 6 de abril de 2015
SER DE LUZ
SER DE LUZ
Ser de Luz
Que irradia energia
Cure-nos dos males
Instalados em nosso corpo
Dá-nos a benção da tua paz
Derramai sobre nossas cabeças
A cura do corpo e do espírito
Somos todos aprendizes
Ensina-nos a humildade
Dai-nos forças para suportar
As agruras do dia-a-dia
Guia a minh’alma
Por caminhos de amor
Para que minha energia
Abrigue os mais desvalidos que eu...
Mário Feijó
06.04.15
domingo, 5 de abril de 2015
PARTE DE MIM
PARTE DE MIM
Agora és uma parte de mim
A parte que me faz sonhar
A parte que me faz sentir arrepios
A parte que me fez descobrir o amor
Acabaste te tornando
Um rumo
Meu prumo
O caminho que sigo
A minha fonte de amor
E juntos temos visto estrelas
Temos corrido contra o vento
Esquecidos do tempo
Tudo em nome do amor
E quem desconhece o amor
Não saberá me entender
Nem consegue nos compreender
Mário Feijó
05.04.15
quinta-feira, 2 de abril de 2015
SERES PENSANTES
SERES PENSANTES
Éramos apenas sais minerais
Água, pó e minérios
Dispersos na natureza
Um dia
Uma força vital
Deu-nos vida
Sopramos ar
O ar que nos entra
E sai dos pulmões
E que nos transforma
Agora em seres vivos
Dentro de nós
Passa a morar um espírito
Que faz o corpo pensar
Porque a inteligência está com ele
Mário Feijó
02.04.15
quarta-feira, 1 de abril de 2015
A MENINA E A LAGARTIXA – FÁBULA
A MENINA E A LAGARTIXA – FÁBULA
Correndo pelos campos, laço
amarelo no cabelo que voava ao vento, Isabela saltitava dizendo-se borboleta. Cheirava
todas as flores e quando viu camélia gritou:
- Que lindas! Que perfumadas,
tinha ela quatro anos, na época.
- Isabela: camélias não têm
perfume!
- Têm sim! Retrucou.
- Então que perfume elas têm,
perguntou a avó.
- Elas têm perfume de primavera...
- Entra menina. Vai chover.
Isabela sem ter o que fazer,
dentro de casa, andava à procura de algo para se distrair.
Olhou num canto e viu uma lagartixa
que a olhava, entre curiosa e amedrontada.
De repente ouviu uma vozinha bem
baixa que dizia:
- Hei menina! Meninaaaaaaa. Qual é
o seu nome?
Procurou e não sabia de onde vinha
aquele sussurro.
Era a lagartixa querendo
conversar.
- Ué!! Você fala? Disse Isabela.
- Ué!! Você não fala? Por que eu
não posso falar? Disse a lagartixa quase se sentindo ofendida.
Assim ficaram as duas até
resolverem que ambas falavam e se entendiam.
Contou-lhe a lagartixa que tinha
nascido jacaré, mas que por falta de rios limpos torna-se lagartixa. Era muito
mais fácil andar se equilibrando por paredes do que nestes rios tão poluídos
por aí. Ainda por cima com tão poucos peixes.
- Nas paredes, pelo menos eu como
alguns mosquitos e já estou satisfeita.
- E você menina o que gosta de
comer? Disse a lagartixa.
- Eu como de tudo. Mas adoro os
doces e as lasanhas da minha avó, disse Isabela.
- Bem, tenho que ir porque até
agora ainda não comi nenhum mosquito e a minha barriga ronca. Você tem sua avó que
faz coisas gostosas.
- Beijos lagartixa. Não coma as
minhas borboletas, tá?
Nisto entra a avó que pergunta:
- Com quem falavas Isabela?
- Ah, vovó vamos mudar de assunto?
Quero um refrigerante com bolo. Pode ser?
Moral da história: quando o rio não está pra peixe até
jacaré vira lagartixa.
ORAÇÃO AO CRIADOR
ORAÇÃO AO CRIADOR
É bom quando abrimos os braços
E dentro dele abrigamos
Aqueles que desgarrados
Sentem-se perdidos, desiludidos
O calor do amor
A paz da fraternidade
A fé que tudo cura
Fazem milagres
Acreditar que tudo podemos
Que Deus está conosco
Quando em nossos braços
Amparamos aqueles que de amor precisam
Energias que se mesclam
Abrem caminhos para o Criador
Conectando-nos ao universo
Numa hora onde nos ligamos todos...
Mário Feijó
01.04.15
terça-feira, 31 de março de 2015
COISAS DE CRIANÇA POETA
COISAS DE CRIANÇA POETA
“- A tua amizade é a minha paz”. Daniele...
Conversando sobre a primavera e flores
Isabela diz a sua avó:
- que flor é aquela?
- Camélia. Diz Silvânia.
- Que cheirosa.
- Mas Camélia não tem cheiro.
- Tem sim!
- Cheiro de que?
- Cheiro de primavera. Disse Isabela.
MÁRIO FEIJÓ
30.03.15
ANINHADO
ANINHADO
Eu já nem digo mais
A um novo amor:
“esperei por ti a vida toda”
Porque quando digo fogem no susto
Agora eu apenas
Abro meus braços
Coloco uma música
Faço poemas e me aninho
O amor que me arrebata
Feito vento na janela
É insolente querendo me dominar
Temeroso eu fico em teus braços
Faço-me de bicho preguiça
Sem pressa de correr pela vida...
Mário Feijó
31.03.15
segunda-feira, 30 de março de 2015
AMOR SEM CULPAS
AMOR SEM CULPAS
Desde que escolhemos
Deixar o amor nos guiar
Descobrimos que nosso
Livre arbítrio não interfere
Nas escolhas que poderíamos fazer...
O amor simplesmente acontece
Não adianta espernear
Eu agradeço a Ele
Por ter me dado você...
Os outros que esperneiem
Pois que culpas tenho eu
Por amar você?
Mário Feijó
30.03.15
domingo, 29 de março de 2015
MUDANÇA DE ESTAÇÕES
MUDANÇA DE ESTAÇÕES
Nem bem o verão se foi
Ando a desfolhar-me
Ganhando resistências
Para o inverno que virá
Perco pétalas
Em cada sopro do vento
Olhos desbotados
Em folhas amareladas
Ainda sinto o cheiro da maresia
Que se impregnou
Na minha pele amorenada
Beijo em tua boca o salitre
Da água do mar
Como se fosse colibri
Procurando teu colo...
Mário Feijó
29.03.15
sábado, 28 de março de 2015
AMOR ETERNO, ETERNO AMOR
AMOR ETERNO, ETERNO AMOR
Duvidavas que eu pudesse amar-te
Ando te amando perdidamente
Quase a Marte fui, só delírios,
Na passagem vi estrelas
Estive no olho do furacão
Quando estive na aurora boreal
Amor eterno não se jura
O amor não vive delas
Mas do amor que sentimos
E que não precisamos comprovar
No entanto se quiseres saber
Espere pela eternidade
Lá continuará meu amor
Intacto dedicado a ti...
Mário Feijó
28.03.15
sexta-feira, 27 de março de 2015
GAIVOTA
GAIVOTA
Ando voando feito gaivota
Perdida à beira mar
Oras faminta
Aventuro-me na pesca
Noutras apenas pouso tranquila
Na areia quente
Confraternizando
Com aquelas cansadas do mar...
Mário Feijó
27.03.15
A ETERNIDADE DO DIAMANTE
A ETERNIDADE DO DIAMANTE
Eu te esperei
Por uma vida inteira
E agora que chegou
Não queria mais que partisse
Queria a rotina
Dos teus beijos
Do sexo que fazemos
A eternidade de um diamante
E agora te vejo partir
Como se fosse uma gema
Que se fragmenta
E tenho as dores dos pedaços
Bate o vento e vais
Chega a noite e te vais
Por qualquer motivo bobo
Vejo-te partir nas dunas à beira mar...
Mário Feijó
27.03.15
quarta-feira, 25 de março de 2015
ENERGIA DIVINA
ENERGIA
DIVINA
Tão forte
quanto os cactos
Que no
deserto sobrevivem
Sugando os
suores da noite
Eu sobrevivo
de teus beijos
Às vezes com
gosto de pitanga
Noutras parecendo
Uma jabuticaba
madura
Não me
deixarei vencer
Pelo calor
abrasador do sol
Que ao mesmo
tempo é vida
E a força
destruidora da minha pele
Eu sou
andorinha incansável
Que voa
milhares de quilômetros
Para procriar
e sobreviver
Seiva de cactos
que sobrevive em mim
Que me dá
sustentação e vigor
Como se fora
energia divina
Onde não perecerei
No desamor
dos desamados
Mas da seiva
de cactos
Que dentro
de mim é vida...
Mário Feijó
25.03.15
terça-feira, 24 de março de 2015
CORAÇÃO APERTADO
CORAÇÃO APERTADO
O meu coração
Sempre pareceu tão grande
Nele cabia todo mundo
E sempre sobrava espaço
Depois que você
Na minha vida entrou
O meu coração parece
Ter ficado apertado
Ou você passou a ocupar
Um espaço muito grande
Ou foram os outros
Que começaram a fugir
A mim não importa
Há sempre muito amor
Eu só não gosto da sensação
De me sentir abandonado
Por isto cresça em meu peito
Ocupe os espaços por outros deixados
Só não me iluda, nem me engane
Ou viverei angustiado...
Mário Feijó
24.03.15
SUSPIROS
SUSPIROS
Eu gostaria de entender
Um pouco mais de suspiros
Porque toda vez que estou feliz: suspiro
E toda vez que sinto saudades
Suspiros vêm
Alguns vêm dobrados
Como se fossem presentes d’alma
E por falar em alma
Toda vez que suspiro: ressuscito
Outro dia, depois do amor: suspirei
Ainda há pouco, apenas pensei no amor
E com novo suspiro: ressuscitei.
Mário Feijó
24.03.15
segunda-feira, 23 de março de 2015
PLANTAÇÃO DE BERINJELAS
PLANTAÇÃO DE
BERINJELAS
Este ano
acreditei
Em algo bem
diferente
Arei a
terra, reguei, afofei
E coloquei
mudas de berinjela
O meu
coração é assim
Está sempre
escaldado
E berin(gela)
tudo...
Mas não quero
coração frio
Quero-o bem
quente
Mesmo com
corpo suado
Dizem que o
amor
É uma flor
roxa
Mas neste
ano eu queria
A berinjela que
plantei
E agora que o
mês termina
Tenho águas de
março na boca
Dos teus
beijos misturados
Saliva que minha
boca gela...
Mário Feijó
23.03.15
domingo, 22 de março de 2015
APRENDENDO A SOBREVIVER
APRENDENDO A SOBREVIVER
Hoje eu senti saudades
Do que eu fui ontem
Porém que fui
Eternizei você em mim...
Agora estou forte
Teu corpo foi-se
Mas a tua alma
Está aprisionada em mim...
Aprendi a sobreviver de lembranças
As saudades salvam buracos negros
Que marcam e latejam...
Eu aprendi a ser feliz
Basta que o sol clareie meu dia
Basta que eu acorde pela manhã
E aspire no travesseiro
O cheiro que ali deixaste...
Mário Feijó
22.03.15
ENTRE O CÉU E O INFERNO
ENTRE
O CÉU E O INFERNO
Gente que não
mente, nem quando precisa,
pode causar
profundos danos
a corações
sensíveis...
Cristiane Lisbôa,
in: papel manteiga.
Algumas
vezes mentir
É
fazer caridade
A
mentira sem maldade não é pecado
E
a verdade às vezes é cruel e dói demais
Há
corações sensíveis
Mesmo
dentro de um corpo forte
E
mesmo os brutos amam docemente
Qualquer
um desmorona
Quando
está diante da verdade!
A
mentira geralmente
Parece
ser mais doce
E
quando amamos ficamos cegos
Diante
do amor que sentimos
Da
mesma forma como ficamos cegos
Diante
da possível feiura dos filhos
O
amor nos deixa cegos quando chega
Porém
só nos devolve a visão
Quando
resolve ir embora...
Mário
Feijó
22.03.15
sábado, 21 de março de 2015
FRASES AMOROSAS QUE JÁ OUVI OU DISSE
FRASES AMOROSAS QUE JÁ OUVI OU DISSE
“Largue tudo o que estás fazendo e me beija”...
“Eu preciso tanto de você”...
“Você é feito o ar que eu respiro”...
“Penso que não sei mais viver sem você”...
“Não se atreva a sair mais da minha vida”...
“Agradeço a Deus por ter você aqui comigo”...
“Eu aprendi a te amar, não quero jamais aprender a te
esquecer”...
“Teus beijos têm gosto de fruta madura”...
“Nos teus braços eu sinto a segurança que precisava”...
“Jamais senti tanto amor como o que sinto com você”...
“Beije-me e não me deixe mais...”
Mário Feijó
21.03.15
sexta-feira, 20 de março de 2015
SOLIDARIEDADE
SOLIDARIEDADE
Todos precisamos de ajuda. Ninguém consegue viver só. Podemos
até nos amar, porém não podemos fazer amor sozinhos.
Esta semana houve um dia em que ao sair da hidroginástica,
indo para o carro vi uma colega cadeirante tentando atravessar a rua e subir a
rampa da calçada. Eu, entre o prestativo e a falta de noção fui ajudá-la. Sem experiência
empurrei quando ela dizia: não coloque força.
Não temos noção da nossa força diante de um cadeirante e empurrei. Quando
fiz isto ela foi direto ao chão. Entrei em desespero para consertar, mas só
fazia trapalhadas quando tentava, até que um terceiro entrou na história e me tirar
dos apuros ajudando-a.
Minutos antes eu já tentava ajudá-la a sair da piscina. Ela disse
faça uma concha com as mãos, eu fiz e impulsionei, quase que a atirei do outro
lado. Não havia maldade. Era falta de noção mesmo, misturada à necessidade de
querer ajudar ao próximo. Vi que eu também preciso de ajuda para entender e
compreender aos que precisam, sejam eles cadeirantes ou não.
Pensei sobre mim e refleti sobre tantos outros “sem noção”
como eu, desde o poder público que pensa ajudar e atrapalha. Seja com
cadeirantes, cegos ou outra deficiência. Eu já vi corredor para cego com poste
em cima. Se o cego não estiver atento quebra a cabeça.
Por isto resolvi escrever este texto reflexivo, um “mea culpa”
para que os que me leem pensem e reflitam: E SE FOSSE COMIGO?
Mário Feijó
20.03.15
quinta-feira, 19 de março de 2015
BEIJOS ESTALADOS
BEIJOS ESTALADOS
Hoje eu me lembrei de Felicidade
Como se fosse fácil esquecer de vovó!
Seus beijos estalados
Até hoje moram nas minhas bochechas
Eu não devia, mas beijos de amor
Devemos dar a receita de como dá-los:
Basta encostar os lábios fechados
E chupar os beiços que eles estalam...
São assim inesquecíveis
Feito o cheiro de café que ela fazia
Ou o cheiro de pasto molhado
Em tardes de chuva...
E os beijos de Felicidade
Sempre foram estalados!
Não é à toa que vovó tinha este nome
Ela estalou felicidade por toda a minha vida...
Mário Feijó
20.03.15
A GRANDE CILADA
A GRANDE CILADA
Era um dia nublado. As folhas
secas rodopiavam pelas calçadas dando a sensação de abandono.
No meio da praça, embaixo das
árvores havia um corpo inerte de mulher. Guilherme e a esposa Alexandra corriam
ao redor da praça, no parque da Redenção em Porto Alegre, quando viram aquilo pararam
e foram até ela ver o que tinha acontecido. A mulher estava semiconsciente e
desorientada. Falava mal o português e trajava roupas africanas. Era negra. Tinha
uma cara belíssima. Parecia uma modelo de tão esbelta e bem tratada.
O casal logo tratou de chamar a
polícia pelo celular que carregavam. Guilherme que era médico começou a fazer
os primeiros socorros e entendeu em inglês que a mulher era filha do embaixador
da Nigéria que estava passeando em Porto Alegre. Tinha 25 anos, era solteira, e
resolvera passear sozinha enquanto os pais saiam para um compromisso social,
pois mesmo em férias tinham contato na cidade. Atendia pelo nome de Ndidi. Fora
o que descobrira.
Depois descobriram que por causa
das joias que usava fora assaltada. Levaram a maioria, mas a mulher estava
viva. Recebera uma pancada na cabeça, por isto estava zonza e meio inconsciente.
A SAMU logo chegara e a levara
para o pronto socorro. Guilherme que trabalhava lá como cardiologista não
precisara acompanhar e se comprometeu que depois iria até o hospital com a
mulher para prestar esclarecimentos e também depor à polícia, mas tinham que ir
em casa trocar de roupas e tomar um banho. Estavam suados, devido à corrida que
praticavam.
Isto fora o que a mulher dissera
enquanto falava coisas desconexas. Não dava para afirmar cegamente que tudo era
verdade. Ela falava a maioria das coisas em inglês, algumas em português e
outras numa língua que deduziram ser sua língua nativa ou algum dialeto
africano.
Alexandra achou tudo aquilo muito
estranho. Afinal fazia horas que não aparecia na cidade ninguém tão distante,
só para fazer turismo. Foram pra casa, intrigados e fazendo mil e uma
conjecturas sobre o ocorrido. Tinham planos de jantar fora àquela noite, afinal
fazia dois anos que tinham casado e queriam comemorar, porém não sabiam mais
quanto tempo estariam envolvidos com o episódio. Banharam-se, trocaram de roupa
e foram para o hospital.
Lá descobriram que a mulher estava
grávida, tinha ligações com o tráfico de mulheres para várias partes de mundo e
era amante de um traficante internacional...
Mário Feijó
19.03.15
terça-feira, 17 de março de 2015
ENCONTRO DE AMIGOS
ENCONTRO DE AMIGOS
Daiane veio de Porto Alegre,
especialmente para visitar a sogra. Porém não poderia deixar de se encontrar
com amigos de outrora que visitavam Osório. Junto com ela viera seus maridos,
Márcio e Marcos, e os filhos gêmeos.
Seus filhos, com quatro anos,
foram a atração do encontro, e o local, dentro do Condomínio Interlagos, na
cidade de Osório, era um pedaço do paraíso.
Ao fundo, a lagoa bucólica
inspirava poemas e canções a quem sabia fazê-lo. Na beira dos pastos gritavam
quero-queros e bem-te-vis. O vento era agradável, mas deixava seus pelos
eriçados, no frescor daquela tarde.
Ao lado de Daiane sentou-se Aurora
suspirosa, pensando em amores distantes, levados pelo vento ou pelo tempo, não
dava para determinar. Também conhecera naquele dia Rosa, uma nordestina que
morava no Rio de Janeiro, simpática e falante, mas reservada. Nina estava
feliz. Queria falar da vida e da amiga Natir que resolvera romper com o marasmo
da vida e estava reestruturando tudo em seu modo de viver. Cláudio também viera
por uns dias, pois estava em turnê pela região, com sua companhia de dança, e
sugerira que todos, sem exceção fizessem aula de dança, dizendo que cantar e
dançar rejuvenesce, melhorando a vida que terá mais alegria e disposição.
Era um momento de encontro de
amigos. Todos estavam felizes e perguntaram por Cristiano que não comparecera. No
entanto, eles sabiam que andarilho não para em lugar algum.
Daiane contou que fazia faculdade.
Tivera que parar seus estudos no primeiro ano de vida dos gêmeos, mas que agora
que eles já cresceram e estavam na creche, sobrava pra ela, um pouco mais de
tempo. Os maridos haviam se formado no semestre anterior e estavam trabalhando
no que gostavam. Frequentemente até viajavam para surfar na Praia de Garopaba e
do Rosa, em Santa Catarina.
Trocaram telefone, whatsapp e se
adicionaram nas redes sociais. Fora uma tarde inesquecível e proveitosa que
rendera muitas histórias. Prometeram se encontrar nos próximos verões, por estes
lados e pelo mundo afora, por onde quer que estivessem: livres, leves e
soltos...
Mário Feijó
17.03.15
Conto escrito na Oficina de Criação
Literária Itinerante.
Daiane é uma personagem que já
participou de outros contos, quem quiser conhecer sua história que procure no http://www.recantodasletras.com.br/escrivaninha/publicacoes/index.php
segunda-feira, 16 de março de 2015
EU ACREDITO NA FELICIDADE
EU ACREDITO NA FELICIDADE
Hoje ao abrir meus olhos
Vi a luz do sol brilhando
E descobri algo não tão óbvio:
Sou feliz!
A vida me proporcionou isto
Eu me permiti sê-lo
Eu amo e sou amado
Eu mereço isto
E como acredito em um Criador
Penso que devo agradecê-lo
Por ter acordado,
Por ter visto a luz do sol
E por ser feliz!
Mário Feijó
16.03.15
sábado, 14 de março de 2015
LUZES ACESAS
LUZES ACESAS
Luzes se acendem. Humanos adentram
àquele pequeno espaço. Baratas correm, ratos se escondem, aranhas arregalam
seus pequenos olhos. Espíritos se acordam. A biblioteca ganhou vida. Estava ventilada
com cultura, não era mais um depósito de livros.
Os escritores sentiam-se
realizados, tendo um lugar para se reunirem e aquele lugar, cheio de livros
transpirava sabedoria, cultura e arte.
Entre os livros da biblioteca
viviam espíritos que queriam aprender e, quando souberam que escritores se
reuniriam ali, todos ficaram ali, atentos.
Há espíritos que sabem que o
aprendizado é algo eterno e significa crescimento.
Havia dentro da biblioteca, não
somente espíritos aprendizes, mas também espíritos escritores. Uns moravam em
livros, outros nos altos das prateleiras. Havia os tímidos que se escondiam
entre os arquivos. Outro dia vi espíritos pendurados no teto da biblioteca.
No final daquele encontro alguns
espíritos falaram sobre a possibilidade de fazerem uma “feira espiritual do
livro” ali mesmo na biblioteca, a exemplo do que iria ocorrer na cidade naquela
páscoa... Ficaram lá discutindo e remoendo temas da reunião de escritores.
Desde aquele dia a Biblioteca de
Imbé nunca mais foi a mesma...
Mário Feijó
14.03.15
sexta-feira, 13 de março de 2015
SALIVA FRIA
SALIVA FRIA
Barba áspera
Tocando a pele sensível
Machuca apenas o coração
A pele apenas eriça
A saliva fria
Entra na boca
Como se fora um refresco
Em momentos quentes
Somos fortes
Frágeis são os outros
Que desconhecem o amor
Trouxeste luz
Aonde havia solidão
Trouxeste companhia
À minha escuridão
Mário Feijó
13.03.15
quarta-feira, 11 de março de 2015
AI DE NÓS
AI DE NÓS
Ai de mim
que não posso
Escolher a
quem amo
Ai de ti
que tivesses
Um dia que
fazê-lo
Porém há
escolhas
Que nem
sempre são
As mais
certas aos olhos dos outros
Mas é o amor
quem escolhe por nós
E não adianta
espernear
Quando o
amor acontece
Pode haver
conflitos
Mas teremos
que assumir as consequências!
Eu preferia
escolher a quem amar
Porém o
amor nos envolve por inteiro
Pés, mãos,
unhas, pele, cabelo
E quando a
gente vê não tem mais saída
Então o
nosso dia clareia
E somos
envolvidos completamente
Pela luz
que há no amor
Nesta hora
descobrimos
Que não dá
mais para esconder...
Ai de mim
Ai de ti!
Ai de
nós...
Mário Feijó - 11.03.15
BOEMIA E TRAIÇÃO
BOEMIA E TRAIÇÃO
Eu ando pela vida
Feito vento endiabrado
Que se espalha pelo prado
Refrescando flores do campo
E bebo em suas corolas
O néctar que me entregam
Aproveitando da vida
O mais puro amor
Tenho a liberdade do vento
Quero a alegria das andorinhas
Quando no final de tarde
Pousam todas no fio a gorjear
E vento não se aprisiona
Ele é boêmio e livre
Mesmo quando a ti se entrega
Numa taça semelhante à traição...
Mário Feijó
11.03.15
terça-feira, 10 de março de 2015
SEMPRE
SEMPRE
Sempre é o tempo
No qual deveriam durar
Todos os amores
Que deveriam se alastrar
Contagiar outros corações
E se transformar
Em amores fraternos
Em amores paixão
Em amores filiais
Em amor pela natureza
Onde todos se respeitariam
Onde a vida seria melhor
Onde não nos preocupássemos com o amanhã
Porque o sempre é hoje...
Mário Feijó
10.03.15
domingo, 8 de março de 2015
MULHER – CHAVE DA VIDA
MULHER – CHAVE DA VIDA
Embora nos classifiquem
Como homens, mulheres e crianças
Depois fazem outras variações
Menino, menina, velho, velha
Mas nada disto precisaria
Se nos respeitássemos como seres humanos
Nem precisaríamos nos preocupar com gênero
Porque o amor deveria ser o primordial
E a mulher seria respeitada
A criança igualmente
Os velhos seriam amados
E também os diferentes
A mulher que é a chave da vida
O símbolo da continuidade dos seres
A fêmea que reproduz e educa
E que nas horas do amor... sensualiza...
Mário Feijó
08.03.15
quinta-feira, 5 de março de 2015
O RECHEIO DO MEU SONHO
O RECHEIO DO MEU SONHO
Eu cultivava muitos sonhos
Todos muito pequeninos
Quase nenhum crescia,
Não se desenvolviam
Eram sonhos bobos, ingênuos
Muitos eram pequenos sonhos de amor
Alguns eram platônicos
E estes eram os que mais cresciam
De repente fui envolvido
Por um pequenino sonho
Que foi crescendo me absorvendo
E tomou conta da minha vida
Então deixou de ser sonho
Para se tornar realidade
Porque dentro daquele sonho
Feito um delicioso recheio estava você...
Mário Feijó
05.03.15
quarta-feira, 4 de março de 2015
OPORTUNIDADES
OPORTUNIDADES
É quase sempre assim
Algumas vezes esperando
O tempo passar
Deixamos oportunidades sumir
Oportunidades não voltam
Elas são águas de rio
Parecem as mesmas
Circulam pelo mesmo leito
Porém tudo é diferente
As pessoas não são as mesmas
Os momentos são outros
Os sentimentos mudam
E quando vamos ver
A vida mudou e nós ficamos parados
Esperando uma nova oportunidade
Que jamais será a mesma...
Mário Feijó
04.03.15
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