PAIXÃO
NACIONAL
Hoje
é dia de jogo. Há quase um eco de 200 milhões de brasileiros com o coração
batendo em um mesmo compasso. Não há como contestar: o futebol é uma paixão
nacional. Ainda mais sendo época da copa, jogada no nosso quintal: aí a coisa
pega fogo. Tem gente que infarta, outros roem todas as unhas que têm.
É
uma beleza ver o país inteiro vibrando numa mesma causa. O país para e todos se
sentam numa mesa de bar ou nos sofás disponíveis. Há os, como eu, que desandam
a trabalhar e deixam a televisão ligada na expectativa de ouvir um grito de
gol. Não consigo ficar quieto sentado ou tomando todas.
Normalmente
já há uma polaridade quando é jogo de campeonato estadual. No Rio Grande do Sul
é Grêmio e Internacional, o famoso GRENAL. No Rio de Janeiro é Flamengo e
Fluminense ou Vasco e Botafogo. Em São Paulo é Santos e Corinthians, quando o
São Paulo não está na briga. Em Minas Gerais é Cruzeiro e Atlético. E por aí
vai. O país se transforma em final de campeonato. E agora caminhamos para uma
final de campeonato mundial – A copa do Mundo – evento que só acontece uma vez
a cada quatro anos e a cada vez num canto do mundo. Desta vez somos os
contemplados.
Antes
da Copa começar até havia aqueles que eram contra, mas foi o jogo começar e
tudo se acalmou. O país botou o agasalho e virou técnico. Todos palpitam e o
país inteiro joga com as pernas de Neymar. Eu já vi isto antes, todos dependíamos
de Pelé, depois todos dependíamos de Ronaldo e num país onde todos os meninos
querem ser jogadores de futebol elegemos a cada temporada um Salvador da Pátria.
E se o país perde a culpa é sempre do treinador e dos “pernas de pau”. Os ídolos
viram Judas e são malhados como se estivéssemos em pleno sábado de aleluia. Só a
vitória interessa...
A
bem da verdade não queremos mesmo saber se o guri de 22 anos tem perfil
psicológico e pernas para aguentar tanta responsabilidade, mas colocamos nele e
nos demais “coadjuvantes” a responsabilidade de uma vitória de todos nós. É a
frustração que queremos jogar fora; são as decepções da vida que queremos
eliminar, então só a vitória interessa.
Sendo
assim vamos torcer... e seja lá o que Deus quiser...
Mário
Feijó
04.07.14
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