quinta-feira, 10 de julho de 2014

PAIXÃO NACIONAL - A RESSACA



PAIXÃO NACIONAL – A RESSACA

1... 2... 3... 4... 5... 6... 7... Se eu fosse jogador de várzea não teria entrado em campo. Seria menos vergonhoso perder por W.O.
Diria que deu uma dor de barriga geral e pronto. Não passaria tanta vergonha e não envergonharia àqueles a quem eu represento.
Ah! Mas isto se eu fosse jogador de várzea que nem salário tem. Mas os que jogaram ontem pelo Brasil, contra a Alemanha que têm seus pesos a preço de ouro. Alguns valem mais que raríssimas obras de arte. Alguns (ou a maioria) que ganha mais que R$ 1.000.000.000,00 (veja bem mais que um milhão de reais por mês) e que jogam mundo afora. São chamados de estrelas do futebol e que aparvalhados corriam em campo feito “joões-bobos”, sendo driblados por uma equipe que em seu país não tinha crédito algum. Que empatou com Gana e que ganhou dos EUA por 2 a 1, vem e diante daquela que é o maior exemplo do futebol mundial, a seleção mundial e ganha de sete?
Armou-se um jogo para um jogador. E por conta de ser a seleção com o maior número de estrelas confiou apenas nisto. Mas o treinador não é um treinador voluntário, ele também tem salário superior à R$ 1.000.000.000,00 (hum milhão de reais). Seria verdade? Mas uma pessoa que ganha um milhão de reais pelo menos deve ter mais que uma alternativa de esquema tático. Deve estudar o outro time ou será que ele pensava que Nossa Senhora iria solucionar seus problemas.
Só que o nosso treinador esqueceu-se que Nossa Senhora estava ocupada atendendo aos desabrigados das enchentes de seu Estado, onde quase 20.000 habitantes estão desabrigados pelas cheias. Eu penso que Nossa Senhora não está nem aí para futebol, nós brasileiros sim. Futebol é uma Paixão Nacional, aqui na terra. Lá em cima (no céu) as preocupações são outras. Futebol é coisa do momento. Amanhã tem outro jogo. Daqui a quatro anos tem outra Copa.
Talvez até seja uma heresia de minha parte colocar Nossa Senhora nesta crônica, mas será que não foi isto o que nosso técnico fez quando colocou tudo sob sua responsabilidade?
Mas queridos amigos brasileiros, queridos conterrâneos: já choramos tudo o que tínhamos pra chorar. Já lamentamos tudo o que tínhamos para lamentar. Mas eu lembro de outras épocas onde dependemos da boa vontade e da teimosia de alguns treinadores que teimavam em fazer o seu trabalho, como o cavalo de padeiro, que só olha pra frente, coloca tudo “num piloto automático”.
Só que desta vez entramos para a história do futebol mundial como um exemplo negativo. Gravamos uma cicatriz que jamais será apagada. Até ontem éramos conhecidos como potência mundial, celeiro de bons atletas, e isto não dá para apagar.
A vida segue. Hoje a dor de cabeça é insuportável. Mas foi só um jogo de futebol. Que isto nos sirva de lição para não confiarmos tanto naqueles que nos dirigem. Lembrem disto quando depositarem seus votos em outubro. Será que não é hora de renovar? De levantarmos a cabeça e não engolir tudo o que nos colocam goela abaixo? Pensem nisto... pensem nisto...

Mário Feijó
09.07.l14

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