SURREAL
Ele
era assim:
Tinha
pernas de mosquito
E
me sugava feito larva
Querendo
em mim se instalar
Não
voava e nem tinha asas
Mas
as pernas eram de pernilongo
E
os lábios sugavam ávidos
Como
se fossem piranhas famintas
E
comia pedaços de mim
Esburacando
a minh’alma
Instalando-se
dentro dela
Feito
um câncer silencioso
Picou
a minha pele
Sugou
as minhas energias
Comendo
todo o meu sêmen
Finalmente
bateu asas e voou!
Mário
Feijó
04.03.13
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