Caiu o cachorro
da carroça de mudança.
A estrada era esburacada e o
cachorro caiu. Ficou ali perdido como quê pedindo abrigo, chapéu na mão...
- Não me
apontem o dedo! Não era eu o cachorro, tampouco era eu a dona dele. Sua dona é
a vida, mas ela com ele não se comprometeu...
O cachorro
virou cão de rua. Tinha até certo estofo, um “pedigree”, mas de adianta um
passaporte ou ter árvore genealógica na hora da mudança? Todos se perdem. Todos
se assustam e com o cachorro não foi diferente.
Este cachorro tem
medo do frio. Este cachorro tem medo da velhice. Ele sofre de abandono. Mas eu
pergunto quem não tem?!!
Talvez não
tenham medo as aves que voam rapineiras, à espreita, à caça porque elas pensam
que não têm predadores...
Todos somos
caça muito poucos são caçadores.
E o cachorro
pensa: nada como uma cama quente, uma cachorra ardente e braços ao redor do
corpo.
Com estes
pensamentos o cachorro se aquieta e dorme...
Mário Feijó
14.04.12
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