D. Joaninha, meio que esbaforida corria por todas as pétalas que via no jardim. Eram muitas! Desde as mais formosas rosas, as de cravos e jasmins. Disputava espaço com abelhas uniformizadas, umas com listras amarelas e marrons, até à miudinhas, vestidas de negro.
E naquela festa de um jardim florido D. Joaninha vestiu seu mais belo traje vermelho com “petit pois” negros. Era uma galanteza, mas ela não perdia o seu jeito apressado como se estivesse sempre alguns dias atrasada. Nem olhava para os lados.
Em festa estavam as borboletas que passavam pelo jardim quase sempre em sobressaltos! A vida já lhes era curta – viviam apenas 24 horas – imagine ter a vida abreviada por um pássaro faminto.
Já as abelhas – sempre metódicas – agiam como se precisassem colocar o serviço em dia, então faziam horas extras!
Haviam, no jardim, muitos outros insetos, desde grilos, alguns até muito falantes, outros camuflados ficavam entre as plantas, para escapar de seus predadores – que eram muitos, como sapos, pássaros e camaleões (estes nem tinham neste jardim).
As formigas nem se contava, a maioria andava pelo chão, mas quando apareciam as cortadeiras – salvem-se quem puder – cortavam tudo, de folhas a flores – restavam somente os caules pelados.
No entanto Joaninha continuava apressada. Se desse para comparar diríamos que o jardim era um “shopping”, as flores eram as lojas e os insetos os clientes. E em dia de promoção ou festas era uma loucura! Assim estava aquele dia! Assim eram todos os dias de D. Joaninha. Assim ela se sentia sempre: estressada! Era o que melhor lhe definia.
Pobre coitada de D. Joaninha só descansava quando a noite chegava. Que vida...
Mário Feijó
17.04.11
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