domingo, 17 de abril de 2011

D. JOANINHA FOI ÀS COMPRAS



        D. Joaninha, meio que esbaforida corria por todas as pétalas que via no jardim. Eram muitas! Desde as mais formosas rosas, as de cravos e jasmins. Disputava espaço com abelhas uniformizadas, umas com listras amarelas e marrons, até à miudinhas, vestidas de negro.
        E naquela festa de um jardim florido D. Joaninha vestiu seu mais belo traje vermelho com “petit pois” negros. Era uma galanteza, mas ela não perdia o seu jeito apressado como se estivesse sempre alguns dias atrasada. Nem olhava para os lados.
Em festa estavam as borboletas que passavam pelo jardim quase sempre em sobressaltos! A vida já lhes era curta – viviam apenas 24 horas – imagine ter a vida abreviada por um pássaro faminto.
Já as abelhas – sempre metódicas – agiam como se precisassem colocar o serviço em dia, então faziam horas extras!
Haviam, no jardim, muitos outros insetos, desde grilos, alguns até muito falantes, outros camuflados ficavam entre as plantas, para escapar de seus predadores – que eram muitos, como sapos, pássaros e camaleões (estes nem tinham neste jardim).
As formigas nem se contava, a maioria andava pelo chão, mas quando apareciam as cortadeiras – salvem-se quem puder – cortavam tudo, de folhas a flores – restavam somente os caules pelados.
No entanto Joaninha continuava apressada. Se desse para comparar diríamos que o jardim era um “shopping”, as flores eram as lojas e os insetos os clientes. E em dia de promoção ou festas era uma loucura! Assim estava aquele dia! Assim eram todos os dias de D. Joaninha. Assim ela se sentia sempre: estressada! Era o que melhor lhe definia.
Pobre coitada de D. Joaninha só descansava quando a noite chegava. Que vida...

Mário Feijó
17.04.11   

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