Aproxima-se o final do ano. Daiane
encantada descobre que no litoral gaúcho as escolas levam seus alunos para
comemorar o encerramento do ano letivo, num dos parques aquáticos locais.
Chegou em casa fazendo planos e
contando que em Fortaleza tem o Beach
Park, um dos maiores e melhores do nordeste. Mas ela nunca pode ir. Então
pensou, aqui eu vou.
Os meninos, como ela chamava,
Márcio e Marcos, tinham ido para Porto Alegre arrumar apartamento, verificar a
possibilidade de fazerem suas transferências para a Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Também caso ficasse difícil iriam ver preço de mensalidades e
matrículas na PUC/RS, tudo conforme tinham combinado e planejado fazer para o
próximo ano.
Daiane convidou Dona Maria de
Lourdes para ir junto, tão eufórica estava, mas esta disse, isto é coisa para a
tua idade guria. Eu já estou muito velha para isto.
Daiane foi no comércio procurar um
maiô, visto que não tinha nenhum ainda, e pensou que biquíni não ficaria legal
escorregando naqueles tobogãs altíssimos. Além do mais os meninos não estariam
juntos para protegê-la.
Fez uma cesta com lanches, água,
refrigerante, tudo como manda o figurino, já que nestes locais os lanches,
geralmente consomem todo o dinheiro, de quem já tem pouco, pensou ela. Ah, ia
me esquecendo, tenho que colocar também filtro solar, não quero ficar ardida e
nem vermelha, feito camarão ao bafo.
Chegou o grande dia. Daiane estava
feliz porque tinha passado em todas as disciplinas. Era sim motivo para
comemorar esta sua nova vida. Pegou sua cesta, toalha de praia, chapéu e todas
as parafernálias que juntou para levar e foi pra frente do colégio se juntar
aos colegas, esperando o ônibus que os levaria ao parque aquático.
De repente começou a cair um vento
forte, o céu foi escurecendo e todos começaram a ficar apreensivos com o
desfecho que o tempo poderia tomar.
- E agora? Dizia Letícia, colega
de Daiane.
- Meu Deus do céu, eu me preparei
a semana inteira para este passeio. Será que irão suspender? Dizia, entre apreensiva
e decepcionada Daiane.
Correram todos para dentro do
colégio, enquanto o tempo fechava e um grande temporal caia.
Foi um daqueles temporais
devastadores, como nunca se viu nos últimos tempos. Teve até furacão. Árvores
foram arrancadas, casas destelhadas e duas mortes na cidade.
Os professores ficaram sabendo que
o Parque havia sofrido danos sérios e que por este motivo o passeio seria
adiado.
Menos de duas horas depois o tempo
mudou, como se não tivesse acontecido nada.
Daiane convidou as colegas para
que fossem então todos para a praia passar o dia, só assim todos os
preparativos não seriam desperdiçados.
Daiane entre decepcionada e
preocupada com tudo o que o tempo causou na cidade e região, resolveu que
tempestades sempre aconteceram em sua vida e não seria esta que iria derrubar o
seu bom humor. O parque aquático podia esperar...
Mário Feijó
07.11.11