sábado, 3 de setembro de 2011

“VIAJANDO”... (foco narrador: eu omnisciente).





 
Era final de tarde, ainda em agosto, à beira-mar, um frio de fazer “cusco tremer” dizem os gaúchos.  Eu me sentei à beira da lareira para me aquecer enquanto da cozinha vinha o cheiro de pão de assando que tinha colocado no forno.
Sem mais nem menos eu me vejo num descampado, roupas árabes, montado em um alazão branco com mais quatro companheiros. Estávamos em fuga. O local era desértico, porém frio, mas ao mesmo tempo eu sentia um enorme calor nos pés... no entanto o tempo ali ameaçava chover. Fugíamos, eu não sei de quem e nem para onde. Eu sentia que estava sendo perseguido e meu corpo inteiro doía...
Tudo era muito real. Eu sentia o frio, o medo, o cavalo a trotear e até ouvia o trovejar ao longe.
Corríamos muito e não parecíamos sair do lugar. O cenário permanecia o mesmo. O medo ainda era intenso quando de repente um raio caiu entre os cavalos. Bruuuum!!! Fora um trovão que ali onde eu estava.
Nessa hora eu senti que não havia caído apenas do cavalo, mas da cadeira de balanço na frente da lareira e acordei assustado.
Da cozinha vinha um cheiro de pão queimado que eu por ter dormido esquecera de tirar do forno...
Descobri que tinha “viajado na maionese”!

Mário Feijó
02.09.11

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