Este blogger contém as obras, artes plásticas e poesias de Mário Feijó. Também mostra os trabalhos em que o artista está envolvido no momento...
domingo, 14 de junho de 2015
LIÇÕES QUE A VIDA ENSINA
Temos todos que estar atentos
Aos sinais da vida
Ela nos ensina lições a cada momento
E tudo tem retorno...
Se você dá amor recebe amor
E se você erra em sã consciência
Ela um dia te cobra...
É importante perceber todos os sentimentos
E evitar estar envolvido em energias
Que podem prejudicar você um dia...
Você pode esconder dos outros os seus erros
Mas a vida te cobra seu preço porque te conhece
Por isto quanto mais você se envolve
Em bons sentimentos, mais eles envolvem você
E mais proteção você recebe...
E quanto mais proteção você tiver
Mais a sua luz brilha
Porque você é a estrela
Da sua própria vida...
Mário Feijó
_______________________
(Poema classificado no II Concurso Nacional da ABRACI que será declamado dia 08/12/08 na Academia Brasileira de Letras, para julgamento pelos acadêmicos, na cidade do Rio de Janeiro).
sexta-feira, 12 de junho de 2015
DIA DOS NAMORADOS
DIA DOS NAMORADOS
Do que adianta
Ter um dia dos namorados
Se nos outros você briga
Inferniza a vida do outro
Não sabe amar
Não se deixa amar
Não relaxa
Não goza...
Faça do dia dos namorados
Um recomeço para a paz
Para levar o “outro” aos céus
Aprenda a amar
Deixe-se amar
Aprenda a ceder, relaxe
Enfim grite, berre,
Não se preocupe com os vizinhos
Goze, goze muito,
Sorria feliz!
Mário Feijó
12.06.15
quinta-feira, 11 de junho de 2015
EU TE PROMETO
EU TE PROMETO
Se você me quer
Ou quer ser meu amigo
Eu te prometo companheirismo
Fidelidade e solidariedade
Um pouco de carinho
Mesmo quando estiver distante
Palavras de conforto e
Um ombro amigo
E se você for minha luz
Serei teu guia e te prometo
Manhãs de sol além de
Frutos maduros a cada empreitada
E nas horas de frio
Eu te prometo abraços quentes
Coração ardente para contigo
O inverno rigoroso enfrentar...
Mário Feijó
11.06.15
terça-feira, 9 de junho de 2015
A LUZ DO AMOR
(Pôr do sol no rio Guaíba em Porto Alegre. Foto: Mário Feijó)
A LUZ DO AMOR
Agora que és o sol
Que ilumina os meus dias
Ofereço-te as flores que se abrem
E os frutos que em mim amadurecem
Domei a luz
Para te dar o prazer
E o calor que ela produz
Tão somente pra te acolher
Fiz de ti minha direção
Meu ninho
Meu canto de paz
Abri no rosto um sorriso
Fiz de meus braços teu abrigo
E tudo renasce no amor que me das...
Mário Feijó
09.06.15
segunda-feira, 8 de junho de 2015
O AMOR É UMA CONQUISTA DIÁRIA
O AMOR É UMA CONQUISTA DIÁRIA
Eu já estava desiludido
Com quem dizia me amar...
Faltava-lhes convicção!
Já experimentei falsos amores
Amores egoístas
Amores mentirosos e até
Amores polêmicos...
Por não acreditar que pudesse ser amado
Comecei a fazer do amor um jogo
Havia dias em que me entregava completamente
Noutros eu me recolhia arrependido
O fato é que não queria mais sofrer
Por isto se você amar verdadeiramente
Conquiste quem você ama todos os dias...
Mário Feijó
08.06.15
sexta-feira, 5 de junho de 2015
ANJOS E DEMÔNIOS
ANJOS E DEMÔNIOS
Era uma vez uma
mãe, dessas, tão amorosa quanto a maioria que existe por aí. Dessas que ensina
tudo aos filhos e que não lhes deixa faltar nada.
Eu sou pai e avô e como crio duas
netas sozinho há nove anos, sou quase uma mãe. Sem trabalho de parto e sem os
nove meses grávido, mas tenho que ser: pai, mãe, avô e agora amigo. Faço quase
tudo por elas, como fazia antes pelos filhos, fico imaginando como são estas
mães que querem proteger, sem deixá-los sofrer decepções.
No entanto os filhos nem sempre fazem
tudo o que os pais ensinam, orientam. É mais fácil vê-los fazendo uma receita
para acne que uma amiga ensinou, do que a gente a dizer: isto não é bom.
Resta-nos deixá-los quebrar a cara. Mas nem sempre é assim... eles continuam
acreditando nos “amigos”, têm anseios além do que lhes é permitido.
E os pais, mães, avós (não interessa
quem os cria) que nunca ensinaram a eles a enfrentar o não, que tudo lhes
deram, não querendo que nada lhes faltasse, eles crescem querendo mais, porém
não fazem esforço para ter.
Então em determinado momento da vida,
eles pensam que seus pais já viveram muito, que está na hora deles usufruírem
do que eles conseguiram trabalhando, os filhos querem suas heranças, o que lhes
compete por direito. Mas que direito é este? E o que estas pessoas fizeram para
ter direito aqueles bens ou recursos financeiros?
Bem... a verdade é que estes não
aprenderam a lutar para ter e, tudo lhes foi cedido facilmente. Aí dentro deles
cresce um pequeno demônio que lhes dá uma ideia genial: abreviar a vida dos
pais, ou somente de um deles, algumas vezes do avô ou avó. Vemos estes exemplos
nos jornais e na TV com frequência. São pequenos monstros criados no próprio lar.
Esta semana li, horrorizado, a
história de um filho de 55 anos que matou a mãe, no dia das mães e a concretou
com cimento cola dentro de um armário e depois foi às compras.
Comecei a pensar sobre o fato e me
pareceu inumana tal atitude. Parece encarnação de um demônio. Só assim consigo
entender. Não acredito que um ser humano em evolução possa descer a este nível.
É uma frieza demoníaca.
Eu acredito em anjos e seu
contraponto são os demônios (ou anjos do mal). Assim, só assim dá pra conceber
uma atitude tão cruel como esta com a própria mãe, aquela que lhe gerou com
tanto amor, criou e educou.
Penso que talvez tenha faltado a este
individuo um pouco mais de “nãos”. O limite do não dá noção ao amor. Porém não
adianta somente os “nãos” tardios. Isto pode gerar desamor.
Não estou aqui julgando nem tampouco
tecendo pareceres. Mas fazendo uma reflexão sobre este e alguns outros demônios
que passaram pela minha vida e de gente próxima.
Vamos acreditar que o bem irá prevalecer
e que estes demônios fiquem restritos aos seus próprios infernos interiores e
que um dia o bem prevaleça sobre o planeta Terra.
Mário Feijó
05.06.15
quarta-feira, 3 de junho de 2015
A MORTE DA DOCEIRA Cap. II – Sequência de erros e arrependimento
Cap. II – Sequência de
erros e arrependimento
Havia anoitecido desde
que Alexandre saiu da praia. A hora agora já se aproximava das 9 horas da
noite.
Era uma noite escura. O
dia tinha se encerrado assim, visto que ainda chovia na cidade. Parecia a
cabeça de Alexandre quando percebia a enrascada em que se metia, complicando-o
cada vez mais.
Por que no dia do
acontecimento não foi direto à delegacia? Era o que perguntava a si mesmo.
Por que voltara ao
local do acidente (agora crime) e cortara a cabeça de Marina?
Por que levara a cabeça
para outro lugar?
Tudo isto lhe
atormentava agora. Pensava:
Agora sim eu cometi um
crime, quando antes tinha sido só um acidente. Ninguém mais vai acreditar em
mim se eu voltar e contar o que aconteceu.
Pensava “o destino nos
coloca por caminhos tortuosos, cheios de espinhos, momentos inexplicáveis.
Continuava pedalando. Olhava
mais para o pretume do asfalto do que para o céu nublado e foi num levantar de
olhos, quando já chegava à Costeira do Pirajubaé, que viu uma pequenina capela,
típica igreja açoriana, branca e amarela, no meio de muito verde. Parou e
sentiu vontade de lá entrar.
Alexandre largou a
bicicleta na frente da paróquia e enquanto subia os degraus da igrejinha ouvia
vozes que vinham do seu interior. Espiou. Tirou seu capacete e viu um padre ao
lado de uma senhora que com o véu na cabeça gesticulava e apontava para si.
Pé ante pé,
ajoelhou-se, precisava de um alento naquele turbilhão de pensamentos e culpas
por erros que não tinham mais como serem corrigidos. Lágrimas caem de seu
rosto...
O padre percebeu o
desespero do rapaz. Pede licença à beata e se dirige a ele dizendo:
- Venha meu filho.
Vamos até à sacristia, acho que você precisa conversar...
Depois de se confessar
Alexandre se sentia menos culpado. O que fizera com cadáver poderia até ser
monstruoso, mas foi em desespero e a pessoa já estava morta.
Voltou para o quarto da
pensão. Tinha a intenção de pegar suas coisas, devolver a bicicleta alugada e
voltar para sua casa.
Entretanto, nada seria
tão fácil como ele imaginara. Ao chegar na pensão para acertar suas contas
deparou-se com o Prof. Antônio, aquele mesmo que conversara na frente do mar.
Ele tinha um filho hospedado ali com a família, visto que sua casa no Pântano
do Sul era pequena e já estava cheia. Fora até o local buscá-los para jantar em
sua casa.
Bem, agora ele não
poderia mais sair apressadamente, teria que ter mais paciência, mas também nem
tinha comprado passagem para aquela noite. Se bem que passagem para Porto
Alegre, geralmente havia possibilidade, visto que havia vários ônibus saindo
desta capital para aquela.
O professor quando o
viu logo veio logo ao seu encontro, cumprimentando-o efusivamente e ele
disfarçou a impaciência e o desconforto daquele reencontro, porém o professor
puxa uma cadeira e faz menção de se sentar para uma conversa.
Alexandre então
perguntou:
- Onde o senhor
lecionava antes da aposentadoria? Quais matérias lecionava? Tinha muitos
alunos?
Na realidade ele não
queria resposta alguma, mas tentar disfarçar o desconforto que sentia. Desta
forma inventou outras perguntas sem esperar pelas respostas das que já tinha
feito.
O Professor Antonio
explicou que leciona Medicina Legal, na Faculdade de Medicina da PUC/Porto
Alegre, para turmas mistas, sempre com 40 a 50 alunos. Adorava lecionar e ver o
entusiasmo das garotas e rapazes, discutindo meandros de perícias e as
possíveis causas da morte. Continuou falando de suas experiências como docente,
em sua cidade, mas Alexandre já não prestava mais atenção à conversa, sendo
despertado do seu alheamento quando ouviu o professor lhe perguntar:
- Onde e como você
machucou tanto suas mãos?
Alexandre sem saber o
que responder disse:
- Sou
artesão/carpinteiro e sempre me machuco no trabalho, mas recentemente tive uma
briga. Alguém tentou roubar minha bicicleta. E deu o assunto por encerrado.
O professor que era
especialista na área, aposentado, sem ter o que fazer, ficou matutando sobre as
respostas. Não satisfeito pensou, depois pego o endereço deste rapaz na
recepção. Acho que vamos ter que conversar mais sobre este assunto futuramente.
Quando Marina chegou à
cidade, todos os homens a queriam. Tinha um jeito sedutor no olhar e seu modo
de caminhar enfeitiçava todos os homens. Ela fora para a ilha com um namorado,
Fábio, mas logo a relação terminou. Era estudante, na Universidade Federal e
sobrevivia como doceira, fizera um curso de culinária em Osório com uma
requintada doceira daquela cidade, chamada Silvania. Aprendera a colocar
sensualidade e prazer no sabor.
Pedro era um homem
tímido, solitário, talvez a profissão de pescador o induzira a viver bem assim.
Não tinha namorada. As mulheres não o achavam interessante e ele tentava não
chamar muito a atenção para si. Havia aprendido a ser assim e se escondia na
bebida que ora ou outra ingeria até quase cair.
E foi isto o que
aconteceu naquele inicio de noite, numa tarde chuvosa de abril.
Pedro fora uma das
vítimas daquelas maravilhas e ficara envolvido nas doçuras daquela paixão. Para
alimentar seus sonhos ele a seguia sempre que podia. Nunca havia visto uma
mulher tão sedutora e sem pudores. Estava enfeitiçado e a magia da ilha
contribuía para isto. Dizia-se que muitas bruxas eram atraídas para a ilha e
usavam as mais diversas artimanhas para terem os homens aos seus pés.
Naquela noite fatídica
ele a seguira tão logo ela saira do bar onde ele também bebia, ficara longe
espiando-a e viu quando ela encontrou Alexandre. Vira quando ela tentara
seduzi-lo e assistiu quando a história tomou outro rumo. Alexandre ficou
enfurecido com o assédio da mulher. Ele a empurrou e ela se desequilibrou e
caiu entre as pedras. Alexandre se foi. Pedro que viu tudo estava estarrecido.
Tremia tanto que não podia se mover de onde estava. O medo e a chuva o deixaram
sem ação. O corpo havia caído bem perto de onde estava. Quando o rapaz sumiu
foi até o local e vira que a mulher estava morta. Fugiu do local. Foi para sua
casa e já com o álcool fazendo efeito, deitou e dormiu.
Na manhã seguinte foi
ao quintal colher ervas para um chá. O aroma se espalhou pela casa, o tremor que
sentia foi passando, mas as lembranças não o deixavam. Teria sido aquilo um
sonho? Ligou o rádio e em todos os
jornais das emissoras que zapeava só ouvia:
Estava apavorado. Era
cúmplice de um crime.
O que iria fazer?
Pensou pobre e bêbado vão me acusar. Resolvera calar-se...
______________________
Construção coletiva do
segundo capítulo com a colaboração de:
Heloisa Mascolo,
Marlene Nahas, Natir Lacerda e Silvânia Anderson
CAPÍTULO III
A SAGA CONTINUA
terça-feira, 2 de junho de 2015
COM AMOR A VIDA É MELHOR!!!
COM AMOR A VIDA É MELHOR!!!
o amor dá mais cor à vida
o amor tudo cura
o poder do amor é hipnótico!
Mário Feijó
02.06.15
o amor dá mais cor à vida
o amor tudo cura
o poder do amor é hipnótico!
Mário Feijó
02.06.15
segunda-feira, 1 de junho de 2015
ENLOUQUEÇO SEM AMOR
ENLOUQUEÇO SEM AMOR
Algumas vezes
Quase enlouqueço
Quando não estas comigo
É um delírio por desamor
Sofro de abstinência
Enquanto fico
Sem o toque das tuas mãos
Enquanto fico
Sem os teus beijos
Penso que fazes parte de mim
Esvazio toda vez que te afastas
Quero-te próximo a mim
Quero-te em minha pele
E quando distante ficas
Jurando que me amas
O efeito não é o mesmo
O meu corpo sofre de solidão...
Mário Feijó
01.06.15
domingo, 31 de maio de 2015
SEGUINDO TEUS PASSOS NA AREIA
(pôr do sol da janela da minha casa em Capão da Canoa - RS. Foto: Mário Feijó)
SEGUINDO TEUS PASSOS NA AREIA
Eu até pensei não mais amar
De repente me pego
Caminhando na praia
Seguindo teus passos à beiramar
E tal qual um jesuíta
Escrevo na areia
Pensamentos meus
Todos voltados pra ti
Versos que me levam a sonhar
Que te trazem a mim
Enquanto contemplo as ondas
E o barulho do mar
E enquanto garças e gaivotas pescam
Surfistas entram na água gelada
Um prazer que não tenho: o frio
E mais adiante um homem da um salto n´água
O máximo que sinto é saudade do verão
Quando caminhávamos tomando sol
Conversando sobre a vida
Curtindo nosso amor lado a lado...
Mário Feijó
31.05.15
CONFIANÇA E DESCONFIANÇA
(pôr do sol no Guaíba - Porto Alegre - RS, foto Mário Feijó, sem nenhum tratamento, tal qual estava o momento...)
CONFIANÇA E DESCONFIANÇA
Algumas vezes eu penso
O que seria de mim
Se não confiasse
No que faço e em mim
Seria inseguro
E gente insegura
Comete mais erros
Fica medrosa e não é atraente
Eu gosto de gente firme
Segura, honesta, que sabe o que quer
Procuro não mentir, às vezes omito
Para não gerar desconfianças
Um pecadinho perdoável
Sou assim no amor
Era assim no trabalho
E por amor sou lua cheia
Mas na desconfiança sou lua
Que vai minguando aos poucos...
Mário Feijó
31.05.15
sábado, 30 de maio de 2015
AMAR SEM RESTRIÇÃO
AMAR SEM RESTRIÇÃO
Liguei para uma tia idosa preocupado
com sua saúde. A primeira coisa que ela fez foi perguntar:
- Como está você? E sua cara
metade? Estão felizes?
Ao que eu respondi que sim. Que
tudo está bem.
Sem qualquer pudor, sem
preconceitos, mesmo já tendo conhecido outras caras metades, algumas até que
passaram rapidamente pela minha vida.
Desta vez foi diferente. Ela só
disse:
- Meu filho faça suas escolhas,
mas seja feliz.
Eu só pude concluir que este era
um amor sem restrição.
Mário Feijó
30.05.15
P.S. Minha tia tem 85 anos.
sexta-feira, 29 de maio de 2015
ARCO-ÍRIS
ARCO-ÍRIS
Vestiu uma poesia listrada
E saiu por ai
Era em preto e branco
Amarelo e lilás
E ela sorria
Quando o vento passa
Levantando a saia
Fazendo carinho nos cabelos...
Estava tão feliz
Que logo descobriu a razão
Ela tinha chegado
Bem aonde nascia o arco-íris...
Mário Feijó
29.05.15
quinta-feira, 28 de maio de 2015
SORRISO
SORRISO
O que eu gosto mesmo
É de um sorriso no rosto
Preso entre duas aspas
Onde ficam os lábios...
Mário Feijó
28.05.15
DORES MORNAS
DORES MORNAS
Algumas vezes
Ao sentir decepção
Sinto uma espécie de vazio
E uma dor morna
Que dá sinais no coração
Deixa o cérebro em polvorosa
E faz um eco na alma
O corpo está quente
A alma vazia e gelada
O pulsar do sangue nas veias
Faz pressão nos ouvidos
Como se o coração
Não estivesse dentro do corpo
Mas numa caixa de algodão
E a dor que não dói
É morna e faz eco n’alma
Plaft, plaft, plaft
É meu coração pulsando
Dentro de um fardo de algodão...
Mário Feijó
28.05.15
quarta-feira, 27 de maio de 2015
IDADE
IDADE
Faz algum tempo
Que me esqueci da idade
Esqueci de olhar no espelho
E só lembro de viver e bem
Lembro da idade
Só quando falo de mocidade
Da felicidade que vivo
E de Felicidade, minha avó
O resto é seguir em frente
Sem temer(idade)
Com tenacidade
Com sagacidade
Olhar espelhos
Só pra ver minha face
Que canta feliz
Sem temer o tempo...
Mário Feijó
27.05.15
terça-feira, 26 de maio de 2015
EXPLICANDO A SAUDADE
EXPLICANDO A SAUDADE
Saudade a gente tem
Daquilo que não mais tem...
De alguém que morreu
Sentimos saudade...
De alguém que está ausente
Sentimos falta...
Do passado
Sentimos saudade
Porque passado não volta...
De momentos vividos
Sentimos falta
Porque podemos
Vivê-los novamente...
Saudade é assim
Um vazio sem explicação
De algo que não dá para recuperar
De alguém que não podemos ver
Daquilo que não podemos mais ser
Como nossos momentos de criança
Como da vida que um dia tivemos
Com nossos pais e avós
Isto é saudade
Algo que não volta mais...
Mário Feijó
26.05.15
segunda-feira, 25 de maio de 2015
OLHAR QUE SEDUZ
OLHAR QUE SEDUZ
A poesia
gosta de entrar em nós
pelos sentidos...
Primeiro
Ela nos seduz o olhar
Fica dentro dos olhos
Repousada algumas vezes
Noutras desce em lágrimas
E mora nos pensamentos...
Há vezes
em que ela
é apenas cor
noutras se veste de saudades
e se ela soubesse o bem que faz
moraria eternamente no coração
ao invés de ficar correndo
dentro das nossas veias...
Mário Feijó
25.05.15
Ler
Ler
É comprar
Um passaporte
Com visto permanente
Para o mundo dos sonhos
E da fantasia...
Mário Feijó
25.05.15
domingo, 24 de maio de 2015
CONVERSANDO COM A LUA
CONVERSANDO COM A LUA
Ser um eterno menino
É uma licença poética
À qual me reservo o direito
Sou um menino do chão
Noutras vezes sou
Apenas um anjo sem asas
Tenho medo de alturas
Mesmo assim eu voo
Quando baixo o telhado do céu
Não quero desaparecer no infinito
Mesmo quando penso que sou finito
E como acredito na eternidade
Continuo menino
Correndo atrás do vento
Debruçado na janela
A conversar com a lua...
Mário Feijó
24.05.15
sábado, 23 de maio de 2015
LUA PURITANA
LUA PURITANA
E depois que a lua
Escondeu-se por entre nuvens
Veio você me abraçando
Abrindo seus lábios
Implorando beijos meus...
Não havia mais desculpas
E por detrás das nuvens
A lua, recuperada, sorria
Tinha um falso pudor no olhar,
Mas ela já deveria estar acostumada
Com o carinho dos enamorados...
Mário Feijó
23.05.15
quarta-feira, 20 de maio de 2015
A MORTE DA DOCEIRA (suspense e terror)
A MORTE DA DOCEIRA
Alexandre adora Florianópolis, por
isto naquelas férias resolvera pegar sua bicicleta e conhecer todas as praias
ao redor da ilha, diziam ser 106.
A praia do morro das pedras era um
encanto e tinha uma vista maravilhosa, ficava bem embaixo do Retiro de Padres e
bem ali perto era a praia do Pântano do Sul. Ao passar por ali vê um senhor
parado, com uma maleta nas mãos, olhar distante, parecia um poeta buscando
inspirações. Foi até o homem e puxou conversa. Ele se chamava Antônio, era também
gaúcho (feito ele), porém estava aposentado e morava na região.
- Sabia que bem aqui houve um
crime recentemente?, disse-lhe Antônio.
- Não diga... Conte-me o que sabe,
por favor...
- Bem, encontraram um corpo de
mulher, em estado de decomposição, mas sem cabeça e completamente nu.
- Meu Deus, disse o rapaz.
- Faz poucos dias, e como estava
chovendo muito, levou mais dias para ser descoberto. Agora, toda vez que eu
passo por aqui fico lembrando disto e associo o cheiro do mar à podridão do
corpo em decomposição que vi.
- Florianópolis tem o apelido de
ILHA DA MAGIA, diz-se ser Terra de Bruxas. Teria sido um sacrifício? Perguntou Alexandre.
- Bem, o fato de ter chovido muito
naqueles dias, associado ao fato de ter havido muita trovoada, com raios e
trovões, fez o povo criar várias possibilidades, para este crime, ainda não resolvido,
disse o professor.
E há muitos suspeitos? Perguntou Alexandre.
- Eu soube que a mulher era uma
doceira jovem e viúva, que viera morar na região e que para sobreviver fazia salgados,
doces e tortas que ficaram famosos por estes lados, no entanto tinha um romance
com um pescador. Quando a história ficou séria ela fez ameaças aos filhos
menores do homem e também de destruir sua família. O homem apavorado deve ter
cometido o crime. É o que dizem por aqui. Se não foi isto, ninguém sabe o que
pode ter acontecido. Mas o amante da doceira é o primeiro e mais implicado
suspeito nesta história. Disse o professor, dando um suspiro.
- Sabe moço, falou Sr. Antonio,
ainda lembro de uma torta de maracujá com chocolate que comprava no mercadinho,
soube que era ela quem fazia. Dá água na boca lembrar aquilo.
- Infelizmente, isto não mais
importa agora, não é meu senhor? Não vamos macular tão linda paisagem com tristes
lembranças, falou Alexandre. Tenho que me ir. Foi um prazer conhecê-lo,
estendeu a mão machucada, forte, áspera, mas machucada, contrastando com a mão
macia do velho professor.
O rapaz pegou sua bicicleta e
partiu. O homem ficou olhando aquele jovem e começou a se perguntar onde ele
poderia ter machucado tanto assim suas mãos. Mas deixa pra lá, pensou Antônio e
voltando a olhar o mar e as pedras que nele batiam com tanta força. Coisas da
natureza, pensou.
Alexandre partiu pensando na noite
daquela sexta feira quando passeava por ali, sozinho em sua bicicleta com o
tempo se fechando e ameaçando chover. Reviveu novamente todo o horror que tinha
sentido quando aquela mulher dele se aproximara tão sedutoramente,
comportando-se feito uma vadia, embriagada, querendo com ele transar. Lembrava sua
ex-namorada, sempre tão risonha, gostosa e que parecia lhe amar. Fugira com
Fábio e dissera vir morar em Florianópolis, mas não era possível que fosse ela
e diante disto, pensando na traidora empurrou a mulher que perdera o equilíbrio
e caíra lá embaixo, entre as pedras. Alexandre fugira dali desesperado. Não sabia
o que fazer. Foi então que parou no mercadinho do caminho, comprou uma faca de
açougueiro e voltou a pé. Escondeu sua bicicleta no meio do mato e levou sua
mochila, com a faca dentro.
No local, como não havia uma alma
na rua e já era noite, resolvera descer entre as pedras e com a lanterna do
celular, procurava o corpo da mulher. Encontrou-o. Tirou toda a roupa, que
colocou na mochila. Examinando o corpo, viu que estava com o pescoço quebrado. Pegou
a faca e separou-o do corpo. A mulher já estava morta mesmo, e parecia-se muito
com sua ex. Colocou a cabeça na mochila, desceu até o mar e entrou na água. Era
uma água gelada. Assustadoramente gelada, feito aquele corpo, feito a sua alma,
feito o seu que agora tremia de frio e pavor. Pegou o blusão que estava separado,
vestiu e foi em busca da bicicleta.
Não havia pensamentos na cabeça de
Alexandre. Era uma mistura de sensações e sentimentos. Ele não conseguia
raciocinar direito. Será que Marina o havia reconhecido e por isto tentara
seduzi-lo? Era crime o que fizera ou fora legítima defesa? E agora que tinha a
cabeça da mulher na mochila o que ia fazer?
Estava próximo à beira-mar que sai
do túnel e que vinha para o aeroporto, mas ele não iria naquela direção, então
procurou um lugar mais claro, e mesmo diante do horror que sentia retirou a
cabeça da mulher da mochila. Era mesmo Marina. Sem saber o que fazer e diante
de tantos desatinos já cometidos jogou a cabeça, enrolada nas roupas que tirara
do corpo no riacho que havia ali perto.
Tinha medo. Continuava tremendo de
frio e pavor, mas agora seguiria em frente. Não iria se entregar. Queria ir
embora, mas ficara só para poder descobrir que pistas haviam. Agora que nada
direcionava pra ele resolvera que não ficaria mais um minuto naquela terra tão
bela, mas que iria continuar escondendo mais um segredo, além de todos os
segredos que as bruxas escondiam por ali.
Mário Feijó – 19.05.15
sábado, 16 de maio de 2015
AMOR SEM RAZÃO
AMOR SEM RAZÃO
O amor prevalece
Onde ninguém tem razão
Onde ambos cedem
Onde ninguém sobrevive
Impondo-se ao outro
Primeiro porque ele acontece
Sem razão alguma
Onde algumas vezes
Basta um cheiro, um olhar
O amor sobrevive
Quando olhamos na mesma direção
E não tentando descobrir erros um do outro
Então o amor acaba sendo prioridade
E por ser prioritário há concessões, doação
O amor é assim: sem razão...
Mário Feijó
16.05.15
sexta-feira, 15 de maio de 2015
TARDE AGRADÁVEL (texto de construção coletiva)
TARDE AGRADÁVEL (texto de construção coletiva)
Era uma agradável tarde de outono.
Tendo em vista o feriado que se emendou com o final de semana resolvi ir para o
campo. Adoro perfumes, cheiros diferentes e gostosos. De repente abrindo a
janela do carro vejo um campo florido, com flores lilases. O cheiro de lavanda
invade minhas narinas.
Não poderia continuar sem parar,
diante da sensação agradável que me envolveu. Lembrava-me os bons tempos em que
eu e Larissa nos conhecemos. Foi amor à primeira vista.
Sai do carro e me sentei em cima
de uma pedra. No entanto logo tive que sair correndo para o carro, pois atrás
havia três cabras e um bode que ao me avistar, logo fez menção de atacar. Que
raiva!! Tive que abortar meu deleite e procurar um outro locar para fazer meu
passeio de final de tarde. (Mário Feijó).
Retornamos para o carro correndo o
mais que podíamos, no início apavorados e em seguida rindo muito da situação. Eu
dizia que eram bodes e Larissa me corrigia: são cabras cheirando à lavanda.
Não conseguia parar de rir e como
bom fumante acendi um cigarro. Larissa, indignada disse pare com isto ou eu
abro a porta e pulo deste carro.
- Estava tão bom o cheiro de
lavanda e vem você com este vício estragar este perfume. Deste jeito prefiro
voltar às cabras, pelo menos estarei perfumada.
Gritei, rindo:
- Isto já é preconceito contra os
fumantes. (Heloisa Mascolo).
Seguimos por aquela estrada, na
região da serra gaúcha, apreciando as paisagens agradáveis e ao longe uma
pequena vila.
Eram casinhas pequeninas. Encantadoramente
cuidadas, numa paisagem bucólicas. Haviam jasmins plantados e floridos e o
cheiro de jasmim é algo que vai longe. Cheirinho marcante que lembrava paixão
em mim, romântico inveterado e apaixonado por flores.
Parei o carro para buscar uma flor
daquelas e a ofereci à Larissa. O cheiro invadiu o carro.
- Viu? Agora o perfume vai nos acompanhar,
como você queria, no caso das lavandas. (Silvania Anderson)
Foi uma tarde inesquecível. Tantos
aromas, tantas flores e paisagens, tantas lembranças revividas.
Reportei-me aos primeiros dias de nosso
namoro que já vinha caindo na rotina e pensei que tinha que fazer mais isto. Mais
passeios, mais brincadeiras, apreciar novas paisagens e fugir das cabras...
Lembrei que Larissa fugia de mim,
quase como nós fugimos das cabras, no entanto ela acenava com a esperança de
que eu poderia conquistá-la e foi o que aconteceu. Agora eu queria estar sempre
ao seu lado, mas tinha que fazer algo para amenizar a rotina da relação.
No outono as noites são mais
frias. Estava ficando tarde.
- Venha! Vamos entrar e tomar um
café quente, disse-lhe eu sorrindo e dando um delicado beijo em seus lábios.
(Marlene Nahas).
Voltamos para nossa casa. Acendemos
a lareira e enquanto eu abria um vinho, trazido da serra, ela preparava um
chimarrão e o calor do ambiente começava a nos envolver.
Vieram do campo algumas flores de
jasmim que colocamos em vasos. Eu pensava que tinha sido um bobo em ficar com
raiva do tal bode e de suas cabras.
Colocamos um filme na TV “meia
noite em Paris e envolvidos pelo clima do filme, regados a vinho, enrolados um
no outro, cobertos por uma manta, ficamos ali trocando juras de amor que
terminou de forma romântica e muito agradável. (Mário Feijó).
Técnica
Texto produzido em aula. Primeiro
cada participante sorteava um sentimento e um cheiro e tinha que inseri-lo em
seu texto. Terminada a sua parte passava para o outro que continuava o texto do
amigo inserindo as suas palavras até chegar de novo ao que iniciou a redação e
que deveria por um fim à história que ele começou.
quarta-feira, 13 de maio de 2015
VELHA HISTÓRIA DE AMOR
Um dia, eles adolescentes, encontraram
os lábios um do outro. Havia culpa, pecado e desejo, porém estavam
experimentando ser adultos. Há pouco eram crianças, mas os hormônios os
impeliam a fazer o que a igreja e os “outros” diziam ser errado.
Como podia ser errado um beijo
de amor? Então seria errado colocar comida dentro de uma panela para preparar o
almoço?
Eram coisas naturais e normais –
o beijo e a comida. A vida devia ser uma coisa natural feito o rio que nasce na
montanha e que, quer queira ou não, encontra o mar. Coisas naturais. Os opostos
que se atraem, base de uma mesma essência, feito ele com apenas 17 anos e ela
com 15. Como poderia haver algo de sujo num beijo? Então era sujo comer uma
fruta madura? Mas os lábios dela tinham gosto de jabuticaba madura colhida no pé.
Tanto fizeram que eles se
separaram. Ele já casou algumas vezes e nos intervalos entre um amor e outro a
procurou, mas ninguém sabia dela. Ninguém lembrava daquela família naquela rua.
Da última vez que ele a procurou começou a imaginar que ela teria sido um anjo,
ou até mesmo, um ser de outro planeta e desistiu de encontrá-la.
Pensando em colocar um ponto
final na história e guardá-la dentro de um livro ele escreveu um poema que
lembra os beijos que se perderam:
OS BEIJOS QUE EU NÃO TE DEI
Mário Feijó
Os beijos que eu não
te dei
Fazem falta no meu
acervo!
Eu penso que gosto
eles teriam?
Seriam doces? Secos
ou molhados?
Os beijos que eu não
te dei
Fizeram-me pensar
Que eu fui imaturo,
idiota
Que mal teria eu ter
me permitido?
Os beijos que eu não
dei
Ficaram com gosto de
pecado
Tinham toques de
minha inocência, hoje
perdida
E me deixaram na boca
Um sabor de
frustração...
Os beijos que eu não
te dei
Foram
depois depositados em outras bocas
Que eu, feito colibri
passei de flor em flor
Não tiveram marcas
particulares...
Mesmo assim eu penso
Que gosto teriam
Os beijos que eu não
te dei?
Mário
Feijó
13.05.15
terça-feira, 12 de maio de 2015
DESCOBRINDO-SE
DESCOBRINDO-SE
Agora que você já aprendeu a me
amar, não pense em me esquecer, não queira ir embora, nem tampouco sair da
minha vida. Não pense em outras bocas, além da minha, não sinta desejos por
outros corpos além do meu corpo.
E quando você estiver longe de mim
lembre-se da felicidade que descobrimos e o quão íngreme é o caminho para
chegar até ela.
Agora que você entrou na minha
vida não fique distante, mesmo estando perto. Esteja perto, mesmo quando
estiver longe.
Agora que você já descobriu que é
fácil ser feliz seja egoísta: ame-se e me ame também. Todos os outros que dizem
nos amar vão embora, menos quem se compromete com a felicidade.
Agora que você descobriu que os
outros sempre te julgarão e dizer que estamos erramos, mesmo quando podemos
estar certos. A maioria quer impor suas verdades. Descobrimos que somos donos
de nossas vidas só quando envelhecemos. Algumas vezes é tarde demais. Então não
tenha medo de amar. A felicidade assusta até a quem a vive e para os outros... Bem,
vamos esquecer os outros um pouco...
Algumas vezes esquecemos que viemos
nesta vida para aprender, para servir aos outros, aí nada aprendem, nem são
felizes. Outros aprendem, mas se tornam prepotentes e esquecem de servir aos
outros. Então não amam ninguém e tampouco conseguem ser felizes.
E há, ainda, os que só querem ser
felizes. Aí tudo se torna efêmero e perdem tempo sendo infelizes...
Mário Feijó
12.05.15
segunda-feira, 11 de maio de 2015
NÃO NOS PREOCUPAMOS MAIS COM OS OUTROS
NÃO NOS PREOCUPAMOS MAIS COM OS OUTROS
O que diria o tempo
Se nos encontrasse assim
Épocas diferentes
Agarrados sempre?
O que diria o certo
Se nos visse assim
Bichos de raças diferentes
Distraídos no amor?
O que diria o vento
Se tentasse nos empurrar
Para bem longe
E nos encontrasse assim amando?
O que dirão os outros
Que esqueceram de amar
Vendo-nos assim
Amando de todas as formas?
Paramos de nos preocupar
Com o Tempo, com o Certo,
Com o Vento e com os Outros
Só para ter mais tempo pra nós...
Mário Feijó
11.05.15
O que diria o tempo
Se nos encontrasse assim
Épocas diferentes
Agarrados sempre?
O que diria o certo
Se nos visse assim
Bichos de raças diferentes
Distraídos no amor?
O que diria o vento
Se tentasse nos empurrar
Para bem longe
E nos encontrasse assim amando?
O que dirão os outros
Que esqueceram de amar
Vendo-nos assim
Amando de todas as formas?
Paramos de nos preocupar
Com o Tempo, com o Certo,
Com o Vento e com os Outros
Só para ter mais tempo pra nós...
Mário Feijó
11.05.15
domingo, 10 de maio de 2015
MÃE: mulher-fêmea HUMANA
MÃE: mulher-fêmea HUMANA
Um dia ela já foi
Apenas uma costela do homem
E se transformou no ser
Que foi capaz de amar
Incondicionalmente
Aí foi tomando conta
Da vida de todos nós
E passou a habitar o coração
Tornou-se mãe, mulher,
Companheira, amiga,
Aquela que se dá por sua cria
Que gera filhos para si
E que também é capaz
De gerar filhos para os outros
Aquelas que não se enquadram
Nos requisitos anteriores
São apenas fêmeas
Que pensam apenas em si
E como tudo e todos
Também erra, porém
Tem que ser perdoada
Porque ela também nasceu humana
Mário Feijó
10.05.15
sábado, 9 de maio de 2015
“ACHO QUE JÁ BEBI TODAS”
“ACHO QUE JÁ BEBI TODAS”
E foi assim
Declamando estes versos
Que ela cheia de graça
Leu um de seus poemas
Estava encantadora
Salto alto
Saia rodada
Cabelos penteados
Acho que já bebi todas
Veio depois de um clericot
Quando tudo já tinha terminado
E o grupo se reunia para comemorar
E tropeçando em palavras
E também nas pernas
Ela pediu mais uma
E deu uma umbigada
Passando para o próximo poeta
O direito de recitar um poema...
Mário Feijó
09.05.15
quinta-feira, 7 de maio de 2015
FELICIDADE CONSTANTE
FELICIDADE CONSTANTE
A felicidade pode ser constante
Tudo vai depender
Do quanto você esteja
Disposto a investir nela:
Felicidade toma tempo
Exige
amor
Exige
devoção
Necessita
de doses diárias de carinho
Exige
concessão e abnegação
Necessita
de solidariedade
Necessita
de companheirismo
Felicidade é assim mesmo:
Egoísta!
Ela só faz você feliz
Se você colaborar
Investindo nela:
Tempo, paciência, sentimentos
Isto depende também
Do quanto de amor
Você tenha para doar...
Mário Feijó
07.05.15
METÁFORAS
METÁFORAS
Lido
Lida
Lindo
Feito metamorfose
Onde o gato vira
tigre
E devora a
gatinha
Que apenas
ronronava
Vida
Linda
Finda
Uma história
Que começara
serena
Apenas com uma
pluma ao vento
E termina com um tiro no peito
Tino
Timo
Primo
Apenas um destino
Apenas um sentimento
Lembranças de criança
Memórias de outra vida...
Mário Feijó
07.05.15
quarta-feira, 6 de maio de 2015
SOL FORTE
Nos sulcos da terra
Minha face árida
Escorrem lágrimas
Um sorriso triste
Formam o leito do rio
Apenas um oásis
Num deserto árido
Mesmo assim eu te quero
Sol forte abrasador
Que assola a terra seca
Que não deixa brotar
As sementes plantadas...
No meio da noite
Gotas de orvalho
Aninham-se em folhas verdes
Para nervosas
Atirarem-se ao solo
Tão logo o sol apareça...
Mário Feijó
06.05.15
terça-feira, 5 de maio de 2015
CHEIRO DE FELICIDADE
CHEIRO DE FELICIDADE
É tão bom quando chega o domingo. Toda
a família vem e se encontra na casa da vovó. Fico feliz em rever meus primos,
tios e até os cachorros e gatos que trazem. A casa vira um sítio. Por sorte
vovó mora no interior.
Fico com pena das goiabeiras,
pitangueiras e araçás, que quando veem aquele bando de gente da cidade, ficam
tremendo.
Essa gente não sabe as diferenças
entre um porco e um cabrito. Eu até expliquei para meu primo de quatro anos que
porco tem uma tomada no focinho e cabrito além de um saco ou tetas penduradas
(iguais às de vaca) têm galhos.
O bode Barnabé de vovó é tão
enfezado e não consegue admitir aquela urbanidade toda. Sai correndo atrás de
um e outro toda hora. Vovó tinha um galo que fazia a mesma coisa e bicava todo
mundo. Comemos ele no último natal, mas Barnabé, vovô não deixava.
Era bicho de estimação que o acompanhava
pelas ruas, onde quer que ele fosse. Era muito manso, mas endoidava quando via
seu território invadido.
Adoro ajudar vovó a socar café no
pilão. Ficava um cheirinho que se espalhava pela casa inteira. Uma vez fiquei
intrigado quando ela colocou uma menina negra dentro do pilão e batia com o socador
levemente ao seu redor. Disse ela que era simpatia para curar “arca caída”. Neste
instante ouvimos os gritos de três primos que entravam correndo pela casa. Eles
tinham descoberto na goiabeira uma “cachopa” de marimbondos. O berreiro foi
geral e virou assunto no resto do domingo.
Foi um dia das mães inesquecível. Penso
que fiquei por lá faz mais de cinquenta anos. Vivo agora das lembranças e da
felicidade daquele tempo que se estenderam por toda minha vida.
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segunda-feira, 4 de maio de 2015
TEMPERANDO A VIDA
TEMPERANDO A VIDA
Quando você suspira
Ou quando você respira
Parece que aspira a minha vida
Eu sinto que dentro mim
Nascem flores
Rejuvenesce o jardim da vida
E quando tu me beijas
Eu sinto mil colibris
Aspirando todos os meus polens
E neste momento
Eu me torno primavera
Porque tu feito botão
Em minha vida florisses
E eu meu torno flor
Exalando aromas
E eu me torno cor e calor
Para ir temperando a vida...
Mário Feijó
04.05.15
OLHAR POÉTICO
OLHAR POÉTICO
Como se fosse um sonho
Desses que nasce
De um pequeno anseio
Que cresce e se torna desejo
Então todo final de tarde
Quando a luz se desvanece
Escondendo todos os detalhes
Dando novas nuances
Tento me acostumar
Com os segredos da noite
E contentar-me com a pouca visão
Assim: há outro olhar
Que só a noite oferece
De um novo mundo
Sob o olhar da poesia...
Mário Feijó
04.05.15
domingo, 3 de maio de 2015
A VIDA FEITA DE PEQUENOS INTERVALOS
A VIDA FEITA
DE PEQUENOS INTERVALOS
Nós vivemos
De nos amar
A todo
instante
Manhã
Tarde
Noite
Porém para
continuar
Descobrimos que
precisamos
Fazer de tempos
em tempos
Pequenos intervalos...
Mário Feijó
03.05.15
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