domingo, 22 de março de 2015

ENTRE O CÉU E O INFERNO

ENTRE O CÉU E O INFERNO

Gente que não mente, nem quando precisa,
pode causar profundos danos
a corações sensíveis...

Cristiane Lisbôa, in: papel manteiga.


Algumas vezes mentir
É fazer caridade
A mentira sem maldade não é pecado
E a verdade às vezes é cruel e dói demais

Há corações sensíveis
Mesmo dentro de um corpo forte
E mesmo os brutos amam docemente

Qualquer um desmorona
Quando está diante da verdade!
A mentira geralmente
Parece ser mais doce

E quando amamos ficamos cegos
Diante do amor que sentimos
Da mesma forma como ficamos cegos
Diante da possível feiura dos filhos

O amor nos deixa cegos quando chega
Porém só nos devolve a visão
Quando resolve ir embora...

Mário Feijó
22.03.15



sábado, 21 de março de 2015

FRASES AMOROSAS QUE JÁ OUVI OU DISSE

FRASES AMOROSAS QUE JÁ OUVI OU DISSE



“Largue tudo o que estás fazendo e me beija”...

“Eu preciso tanto de você”...

“Você é feito o ar que eu respiro”...

“Penso que não sei mais viver sem você”...

“Não se atreva a sair mais da minha vida”...

“Agradeço a Deus por ter você aqui comigo”...

“Eu aprendi a te amar, não quero jamais aprender a te esquecer”...

“Teus beijos têm gosto de fruta madura”...

“Nos teus braços eu sinto a segurança que precisava”...

“Jamais senti tanto amor como o que sinto com você”...

“Beije-me e não me deixe mais...”

Mário Feijó

21.03.15

sexta-feira, 20 de março de 2015

SOLIDARIEDADE

SOLIDARIEDADE

Todos precisamos de ajuda. Ninguém consegue viver só. Podemos até nos amar, porém não podemos fazer amor sozinhos.
Esta semana houve um dia em que ao sair da hidroginástica, indo para o carro vi uma colega cadeirante tentando atravessar a rua e subir a rampa da calçada. Eu, entre o prestativo e a falta de noção fui ajudá-la. Sem experiência empurrei quando ela dizia: não coloque força.
Não temos noção da nossa força diante de um cadeirante e empurrei. Quando fiz isto ela foi direto ao chão. Entrei em desespero para consertar, mas só fazia trapalhadas quando tentava, até que um terceiro entrou na história e me tirar dos apuros ajudando-a.
Minutos antes eu já tentava ajudá-la a sair da piscina. Ela disse faça uma concha com as mãos, eu fiz e impulsionei, quase que a atirei do outro lado. Não havia maldade. Era falta de noção mesmo, misturada à necessidade de querer ajudar ao próximo. Vi que eu também preciso de ajuda para entender e compreender aos que precisam, sejam eles cadeirantes ou não.
Pensei sobre mim e refleti sobre tantos outros “sem noção” como eu, desde o poder público que pensa ajudar e atrapalha. Seja com cadeirantes, cegos ou outra deficiência. Eu já vi corredor para cego com poste em cima. Se o cego não estiver atento quebra a cabeça.
Por isto resolvi escrever este texto reflexivo, um “mea culpa” para que os que me leem pensem e reflitam: E SE FOSSE COMIGO?


Mário Feijó

20.03.15

quinta-feira, 19 de março de 2015

BEIJOS ESTALADOS

BEIJOS ESTALADOS

Hoje eu me lembrei de Felicidade
Como se fosse fácil esquecer de vovó!
Seus beijos estalados
Até hoje moram nas minhas bochechas

Eu não devia, mas beijos de amor
Devemos dar a receita de como dá-los:
Basta encostar os lábios fechados
E chupar os beiços que eles estalam...

São assim inesquecíveis
Feito o cheiro de café que ela fazia
Ou o cheiro de pasto molhado
Em tardes de chuva...

E os beijos de Felicidade
Sempre foram estalados!
Não é à toa que vovó tinha este nome
Ela estalou felicidade por toda a minha vida...

Mário Feijó

20.03.15

A GRANDE CILADA

A GRANDE CILADA

Era um dia nublado. As folhas secas rodopiavam pelas calçadas dando a sensação de abandono.
No meio da praça, embaixo das árvores havia um corpo inerte de mulher. Guilherme e a esposa Alexandra corriam ao redor da praça, no parque da Redenção em Porto Alegre, quando viram aquilo pararam e foram até ela ver o que tinha acontecido. A mulher estava semiconsciente e desorientada. Falava mal o português e trajava roupas africanas. Era negra. Tinha uma cara belíssima. Parecia uma modelo de tão esbelta e bem tratada.
O casal logo tratou de chamar a polícia pelo celular que carregavam. Guilherme que era médico começou a fazer os primeiros socorros e entendeu em inglês que a mulher era filha do embaixador da Nigéria que estava passeando em Porto Alegre. Tinha 25 anos, era solteira, e resolvera passear sozinha enquanto os pais saiam para um compromisso social, pois mesmo em férias tinham contato na cidade. Atendia pelo nome de Ndidi. Fora o que descobrira.
Depois descobriram que por causa das joias que usava fora assaltada. Levaram a maioria, mas a mulher estava viva. Recebera uma pancada na cabeça, por isto estava zonza e meio inconsciente.
A SAMU logo chegara e a levara para o pronto socorro. Guilherme que trabalhava lá como cardiologista não precisara acompanhar e se comprometeu que depois iria até o hospital com a mulher para prestar esclarecimentos e também depor à polícia, mas tinham que ir em casa trocar de roupas e tomar um banho. Estavam suados, devido à corrida que praticavam.
Isto fora o que a mulher dissera enquanto falava coisas desconexas. Não dava para afirmar cegamente que tudo era verdade. Ela falava a maioria das coisas em inglês, algumas em português e outras numa língua que deduziram ser sua língua nativa ou algum dialeto africano.
Alexandra achou tudo aquilo muito estranho. Afinal fazia horas que não aparecia na cidade ninguém tão distante, só para fazer turismo. Foram pra casa, intrigados e fazendo mil e uma conjecturas sobre o ocorrido. Tinham planos de jantar fora àquela noite, afinal fazia dois anos que tinham casado e queriam comemorar, porém não sabiam mais quanto tempo estariam envolvidos com o episódio. Banharam-se, trocaram de roupa e foram para o hospital.
Lá descobriram que a mulher estava grávida, tinha ligações com o tráfico de mulheres para várias partes de mundo e era amante de um traficante internacional...


Mário Feijó
19.03.15



terça-feira, 17 de março de 2015

ENCONTRO DE AMIGOS

ENCONTRO DE AMIGOS

Daiane veio de Porto Alegre, especialmente para visitar a sogra. Porém não poderia deixar de se encontrar com amigos de outrora que visitavam Osório. Junto com ela viera seus maridos, Márcio e Marcos, e os filhos gêmeos.
Seus filhos, com quatro anos, foram a atração do encontro, e o local, dentro do Condomínio Interlagos, na cidade de Osório, era um pedaço do paraíso.
Ao fundo, a lagoa bucólica inspirava poemas e canções a quem sabia fazê-lo. Na beira dos pastos gritavam quero-queros e bem-te-vis. O vento era agradável, mas deixava seus pelos eriçados, no frescor daquela tarde.
Ao lado de Daiane sentou-se Aurora suspirosa, pensando em amores distantes, levados pelo vento ou pelo tempo, não dava para determinar. Também conhecera naquele dia Rosa, uma nordestina que morava no Rio de Janeiro, simpática e falante, mas reservada. Nina estava feliz. Queria falar da vida e da amiga Natir que resolvera romper com o marasmo da vida e estava reestruturando tudo em seu modo de viver. Cláudio também viera por uns dias, pois estava em turnê pela região, com sua companhia de dança, e sugerira que todos, sem exceção fizessem aula de dança, dizendo que cantar e dançar rejuvenesce, melhorando a vida que terá mais alegria e disposição.
Era um momento de encontro de amigos. Todos estavam felizes e perguntaram por Cristiano que não comparecera. No entanto, eles sabiam que andarilho não para em lugar algum.
Daiane contou que fazia faculdade. Tivera que parar seus estudos no primeiro ano de vida dos gêmeos, mas que agora que eles já cresceram e estavam na creche, sobrava pra ela, um pouco mais de tempo. Os maridos haviam se formado no semestre anterior e estavam trabalhando no que gostavam. Frequentemente até viajavam para surfar na Praia de Garopaba e do Rosa, em Santa Catarina.
Trocaram telefone, whatsapp e se adicionaram nas redes sociais. Fora uma tarde inesquecível e proveitosa que rendera muitas histórias. Prometeram se encontrar nos próximos verões, por estes lados e pelo mundo afora, por onde quer que estivessem: livres, leves e soltos...

Mário Feijó
17.03.15

Conto escrito na Oficina de Criação Literária Itinerante.
Daiane é uma personagem que já participou de outros contos, quem quiser conhecer sua história que procure no  http://www.recantodasletras.com.br/escrivaninha/publicacoes/index.php

segunda-feira, 16 de março de 2015

EU ACREDITO NA FELICIDADE

EU ACREDITO NA FELICIDADE

Hoje ao abrir meus olhos
Vi a luz do sol brilhando
E descobri algo não tão óbvio:
Sou feliz!

A vida me proporcionou isto
Eu me permiti sê-lo
Eu amo e sou amado
Eu mereço isto


E como acredito em um Criador
Penso que devo agradecê-lo
Por ter acordado,
Por ter visto a luz do sol
E por ser feliz!

Mário Feijó

16.03.15

sábado, 14 de março de 2015

LUZES ACESAS

LUZES ACESAS

Luzes se acendem. Humanos adentram àquele pequeno espaço. Baratas correm, ratos se escondem, aranhas arregalam seus pequenos olhos. Espíritos se acordam. A biblioteca ganhou vida. Estava ventilada com cultura, não era mais um depósito de livros.
Os escritores sentiam-se realizados, tendo um lugar para se reunirem e aquele lugar, cheio de livros transpirava sabedoria, cultura e arte.
Entre os livros da biblioteca viviam espíritos que queriam aprender e, quando souberam que escritores se reuniriam ali, todos ficaram ali, atentos.
Há espíritos que sabem que o aprendizado é algo eterno e significa crescimento.
Havia dentro da biblioteca, não somente espíritos aprendizes, mas também espíritos escritores. Uns moravam em livros, outros nos altos das prateleiras. Havia os tímidos que se escondiam entre os arquivos. Outro dia vi espíritos pendurados no teto da biblioteca.
No final daquele encontro alguns espíritos falaram sobre a possibilidade de fazerem uma “feira espiritual do livro” ali mesmo na biblioteca, a exemplo do que iria ocorrer na cidade naquela páscoa... Ficaram lá discutindo e remoendo temas da reunião de escritores.
Desde aquele dia a Biblioteca de Imbé nunca mais foi a mesma...

Mário Feijó

14.03.15


sexta-feira, 13 de março de 2015

SALIVA FRIA

SALIVA FRIA

Barba áspera
Tocando a pele sensível
Machuca apenas o coração
A pele apenas eriça

A saliva fria
Entra na boca
Como se fora um refresco
Em momentos quentes

Somos fortes
Frágeis são os outros
Que desconhecem o amor

Trouxeste luz
Aonde havia solidão
Trouxeste companhia
À minha escuridão

Mário Feijó

13.03.15

quarta-feira, 11 de março de 2015

AI DE NÓS

AI DE NÓS

Ai de mim que não posso
Escolher a quem amo
Ai de ti que tivesses
Um dia que fazê-lo
Porém há escolhas
Que nem sempre são
As mais certas aos olhos dos outros

Mas é o amor quem escolhe por nós
E não adianta espernear
Quando o amor acontece
Pode haver conflitos
Mas teremos que assumir as consequências!

Eu preferia escolher a quem amar
Porém o amor nos envolve por inteiro
Pés, mãos, unhas, pele, cabelo
E quando a gente vê não tem mais saída

Então o nosso dia clareia
E somos envolvidos completamente
Pela luz que há no amor
Nesta hora descobrimos
Que não dá mais para esconder...

Ai de mim
Ai de ti!
Ai de nós...

Mário Feijó - 11.03.15


BOEMIA E TRAIÇÃO

BOEMIA E TRAIÇÃO

Eu ando pela vida
Feito vento endiabrado
Que se espalha pelo prado
Refrescando flores do campo

E bebo em suas corolas
O néctar que me entregam
Aproveitando da vida
O mais puro amor

Tenho a liberdade do vento
Quero a alegria das andorinhas
Quando no final de tarde
Pousam todas no fio a gorjear

E vento não se aprisiona
Ele é boêmio e livre
Mesmo quando a ti se entrega
Numa taça semelhante à traição...

Mário Feijó
11.03.15


terça-feira, 10 de março de 2015

SEMPRE

SEMPRE

Sempre é o tempo
No qual deveriam durar
Todos os amores

Que deveriam se alastrar
Contagiar outros corações
E se transformar

Em amores fraternos
Em amores paixão
Em amores filiais
Em amor pela natureza

Onde todos se respeitariam
Onde a vida seria melhor
Onde não nos preocupássemos com o amanhã
Porque o sempre é hoje...

Mário Feijó

10.03.15

domingo, 8 de março de 2015

MULHER – CHAVE DA VIDA

MULHER – CHAVE DA VIDA

Embora nos classifiquem
Como homens, mulheres e crianças
Depois fazem outras variações
Menino, menina, velho, velha

Mas nada disto precisaria
Se nos respeitássemos como seres humanos
Nem precisaríamos nos preocupar com gênero
Porque o amor deveria ser o primordial

E a mulher seria respeitada
A criança igualmente
Os velhos seriam amados
E também os diferentes

A mulher que é a chave da vida
O símbolo da continuidade dos seres
A fêmea que reproduz e educa
E que nas horas do amor... sensualiza...

Mário Feijó

08.03.15


quinta-feira, 5 de março de 2015

O RECHEIO DO MEU SONHO

O RECHEIO DO MEU SONHO

Eu cultivava muitos sonhos
Todos muito pequeninos
Quase nenhum crescia,
Não se desenvolviam

Eram sonhos bobos, ingênuos
Muitos eram pequenos sonhos de amor
Alguns eram platônicos
E estes eram os que mais cresciam

De repente fui envolvido
Por um pequenino sonho
Que foi crescendo me absorvendo
E tomou conta da minha vida

Então deixou de ser sonho
Para se tornar realidade
Porque dentro daquele sonho
Feito um delicioso recheio estava você...

Mário Feijó

05.03.15

quarta-feira, 4 de março de 2015

OPORTUNIDADES

OPORTUNIDADES

É quase sempre assim
Algumas vezes esperando
O tempo passar
Deixamos oportunidades sumir

Oportunidades não voltam
Elas são águas de rio
Parecem as mesmas
Circulam pelo mesmo leito

Porém tudo é diferente
As pessoas não são as mesmas
Os momentos são outros
Os sentimentos mudam

E quando vamos ver
A vida mudou e nós ficamos parados
Esperando uma nova oportunidade
Que jamais será a mesma...

Mário Feijó

04.03.15

terça-feira, 3 de março de 2015

O TEMPO DE AMAR

O TEMPO DE AMAR

Temos vinte minutos
Mas o que podemos fazer
Em apenas vinte minutos?

Pouca coisa
Ou qualquer coisa rapidamente
Ou amor ligeiramente

Porém o amor pode ser feito
Em qualquer tempo
A toda hora
A todo o momento

Para o amor não há hora
O amor apenas existe
E pode ser demonstrado
Em um milionésimo de segundo

Mário Feijó

03.03.15

segunda-feira, 2 de março de 2015

O CALOR DO AMOR

O CALOR DO AMOR

Eu que sou
Apenas alguém que ama
Andei por muitas estradas
Sempre em busca do amor

Chamaram-me de encantador
E por mim muitos se apaixonaram
Mas isto não é amar
É apenas ser amado

Tive muitos amores platônicos
Nenhum deles correspondidos
Mas isto também não é bom

Mas sentir o calor de alguém
A quem amamos é como sentir
O calor do sol nos aquecendo
E isto faz toda a diferença

Mário Feijó

02.03.15

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

LUA NEGRA

LUA NEGRA

Até semana passada
Ela se escondia na noite
Face negra, vestida de negro
Pensei: não quer aparecer

Hoje ela me abriu um sorriso
Meio de perfil
Tímida, logo se foi embora

Vi um pássaro negro
Na borda do telhado
Meu gato ficou à espreita
E eu de orelhas em pé
À procura da lua negra...

Mário Feijó

26.02.15

AMORES PERFEITOS

AMORES PERFEITOS

Eu plantei
Amores perfeitos em meu jardim
Alguns brotaram em minha vida
Outros, imperfeitos foram
Nem floriram
Nem girassóis tentaram ser
Desistiram de tudo
Mas eu não desisti
Plantei dálias, antúrios,
Pimentas e azaleias
Porém como a vida dá muitas voltas
Só os amores perfeitos
Teimaram em brotar...

Mário Feijó

26.02.15

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

É LOUCURA QUERER SER FELIZ?



É LOUCURA QUERER SER FELIZ?

         Fazer coisas diferentes, mudar os caminhos da nossa vidinha (algumas vezes morna e insossa) com o objetivo de ser feliz é loucura?
Por que será que as mudanças de vida assustam tanto? Será que temos sempre que ser previsíveis, rotineiros e iguais?
Somos um bando de animais seguindo seu líder? Ou somos todos diferentes e precisamos ser respeitados?
Eu quero ser livre, seguir a minha consciência, estar em paz comigo e não me preocupar tanto com os outros. Mas não quero me preocupar principalmente com aqueles que se acostumaram com a infelicidade e pensam que tudo está bom assim como está.
Outro dia escutei uma mulher octogenária dizendo:
“- Para quê sorrir? Eu sempre fui assim. Estou bem assim!” Escutei isto tristemente porque é como passar uma vida em branco.
Eu tenho o direito de ser feliz, de sorrir, de amar, e de estar bem. Porém eu posso e quero decidir isto sem que os outros me determinem o que fazer. Quero decidir quando quero ser feliz porque nem todo o tempo podemos, mas perseguir a felicidade é um direito que temos e eu escolhi ser feliz.

Mário Feijó

25.02.15 

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

PAIXÃO E RAZÃO

PAIXÃO E RAZÃO

A paixão é um precipício perigoso
Onde o amor desmedido
Algumas vezes nos leva
E onde ele se atira

Tenho todo respeito pelo amor
Onde com rédeas curtas
Tento mantê-lo em um nível
Próximo da razão

Mas o que fazer com um potro selvagem
Quando ainda pensamos ser
Um adolescente amando pela primeira vez
E sempre querendo mais e mais?

Em disparada nos vemos
Diante do precipício
Tento criar asas e voar
E pousar na placidez do vale...

Mário Feijó

23.02.15

SERÁ APENAS TEMPESTADE DE VERÃO?

SERÁ APENAS TEMPESTADE DE VERÃO?

Eu pensei que
Entrarias na minha vida
Como se fosse uma brisa
Daquelas refrescantes
Que acontecem em tardes
Quentes de verão

Mas tu tinhas tudo
Que o verão tem
Muito suor amor, noites quentes
E calor nas alturas

E quando por mim passaste
Era como se levasses
A primavera embora
Minhas flores murcharam

Agora voltas feito furacão
Uma tempestade transformou
A nossa vida que parecia tranquila...
Fico assustado com mudanças de tempo.

Mário Feijó
23.02.15




quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

APRENDA A ABRAÇAR

APRENDA A ABRAÇAR

Aprenda a me abraçar
Aprenda a se abraçar
Aprenda a enfrentar a vida

Um abraço enlaça, une
Cria energia ao redor de nós
Protegendo-nos de energias negativas

Não tenha medo de viver intensamente
Não tenha medo de sorrir gostosamente
Tudo muda com o amor
E o amor balança, mas resolve

Assim como o vento
Que quebra os galhos podres das árvores
Que derruba estruturas mal feitas
O amor joga fora tudo o que não serve

Mário Feijó

18.02.15 

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

SOMOS OS HERÓIS DE NOSSAS VIDAS

SOMOS OS HERÓIS DE NOSSAS VIDAS

Quando você se apaixonar
Atire-se de cabeça
Não pense nas consequências
Pense somente no amor

Amar é não ter medidas
É não ter saída
É ter que se entregar

O amor tudo resolve
Quando é verdadeiro
Quando é cúmplice, companheiro
Porque amar não é problema, mas solução

Não pense no que os outros pensam
Porque os outros são os outros
E eles podem até ser covardes
Mas só você é o herói da sua vida...

Mário Feijó

17.02.15

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

PECADORA CONFESSA

PECADORA CONFESSA

As orações da tua penitência
Por culpas que te ferem
Não aliviam dores
Nem os pecados confessos

É preciso mais que a água benta
Quando aspergidas as atiras
Em devotos fiéis

Guarde teu casto amor
É preciso que tuas mãos
Não apenas abençoem
Mas que voraz toquem meu sexo

Somos carne-pecado
Aprendemos através dos erros
Como queres falar de amor
Sem ao menos comigo praticá-lo...

Mário Feijó
16.02.15


FLOR FERIDA

ROSA FERIDA

Agora que sou flor
Uma flor murcha,
Queria ser eterno
Ferir-me em espinhos

Porque eu arrisco me desfolhar
Sem medo de viver intensamente
Sem medo do vento que chega
Desfolhando e ferindo pétalas

Agora que sou flor
Tocada pelos insetos
Que me levaram todo o pólen
Que meu néctar acabou
Queria ser novo botão
Para quando pousasses no meu jardim

Mário Feijó

16.02.15 

domingo, 15 de fevereiro de 2015

ROLINHAS NO FIO

ROLINHAS NO FIO

Agora que experimentei o amor
Não basta te tocar poucas vezes
Eu quero sentir teu cheiro todos os dias
Impregnar meu corpo com tua presença

Quero você
Quero tocar tua alma
Quero tatuar meus beijos
Na tua pele e saciar
A minha boca sugando você

Como se fossemos duas rolinhas
Pousadas no mesmo fio
Construir um ninho
E voar na mesma direção...

Mário Feijó

15.02.15

EXISTEM AMORES IMPOSSÍVEIS?

EXISTEM AMORES IMPOSSÍVEIS?

Todos os amores são possíveis
Por isto eles acontecem
Nós é que impomos condições
Ou a sociedade os proíbe...

É alguém mais velho com alguém mais novo
Dois menores, dois do mesmo sexo,
Raças diferentes, alguém pobre com um abonado
Orgulho? Preconceito? Motivação moral ou religiosa?
Quem impede nossa felicidade?

Nascidos para amara e ser amado
Amar ao próximo sem condições
Sujeitamos-nos à opinião do outro
E deixamos de ser felizes e aprender com o amor

Ainda hoje, li que no Paquistão, as mulheres
São punidas quando se apaixonam...
Estamos num planeta de expiações
E nos proibimos o amor...

Que evolução é esta?

Mário Feijó

15.02.15

sábado, 14 de fevereiro de 2015

SEM SOMBRA DE DÚVIDAS: É AMOR!...

SEM SOMBRA DE DÚVIDAS: É AMOR!...

Era tão grande a solidão
Que nem sua sombra
O acompanhava mais

E foi perdendo o senso
Não sabia mais definir amor
Tampouco sabia os limites dele

Aos poucos se misturou ao vento
No jardim tornou-se perfume de rosas
E nos animais era o feromônio

Não queria atrair ninguém
Apenas queria viver sem limites
O amor que ora sentia

E quando a chuva caiu
Havia no ar cheiro de grama molhada
Os botões se abriram em flor
E o colibri voltou a tocar suas pétalas...

Mário Feijó

14.02.15 

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

CÓPIA DAS CHAVES

CÓPIA DAS CHAVES

Agora que conheces o meu coração
Nada te impede de entrar
E sair da minha vida
A hora em que tu quiseres

Mexeste com meus sentimentos
Fizeste com que meu coração
Desabrochasse como se fora
Um jardim na primavera

Agora que conheces todos os meus segredos
Sabes como abrir minhas portas e janelas
Nada mais te impedirá de entrar e sair
Então leve uma cópia das chaves

E faça de mim o que quiseres
Podes determinar até se choverá
Ou se o sol brilhará meu cenário
As portas estão todas abertas...

Mário Feijó

13.02.15

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

ALIMENTADA COM SERRAGEM ELA NASCEU CARA DE PAU

ALIMENTADA COM SERRAGEM ELA NASCEU CARA DE PAU

         Desde criança ela sempre foi tão bonitinha. Todos diziam que ela era um amor. Pudera! A mãe tivera desejos na gravidez e comera serragem. Além de bela teve cara de pau.
Ainda ontem, a menina, agora mulher contava que a mãe tinha ciúmes dela. Queria chamar atenção só pra si e disputava espaço com a filha, mas a menina com sua cara de pau superara o quesito.
Sempre chamara a atenção para si. Tinha que se superar, disputava com a mãe a atenção dos outros. Contava piadas, fazia brincadeiras e fazia língua pra todo mundo.
Ela dizia que não sabia o motivo pelo qual a mãe parecia lhe odiar, porém na aula de hidroginástica ela contou, para todos os colegas, que seu pai tinha uma fábrica de móveis e quando a mãe engravidou teve desejos de comer serragem. Por pouco não se tornou Pinóquio. Cara de pau: da mãe e da filha.
Agora, já na terceira idade, ela toda floral, maiô colorido, brincos combinando faz questão de pegar os espaguetes da mesma cor do acessório de banho, para fazer seus exercícios.
Feito perereca na lagoa ela coaxa piadas nas aulas, feliz, visto que nos últimos tempos perdeu mais de vinte quilos e porque a mãe (morta há muito tempo) não havia compreendido que ela tinha cara de pau porque a mãe comera serragem quando ela estava em seu ventre.
Esta parece uma história ficcional, mas é tão verdadeira quanto sua personagem que aqui omiti os créditos devido aos direitos autorais que a própria quererá cobrar: cara de pau, lembra?
No entanto para que não tenhamos dúvidas sobre quem falamos ela sempre se veste com uma capa verde invisível, tipo mulher maravilha e mergulha na piscina de uma “Piccola Casa”. Sempre que pode ela salienta que não abre mão da felicidade. Tristezas ficam escondidas sobre o manto da capa verde desde o dia em que casou com aquele ogro poeta.
Mulheres assim tinham que ser clonadas, reproduzidas aos montes, mesmo quando os maridos implicam com suas alegrias porque elas não deixam a tristeza entrar pela porta.
Assim é nossa cara de pau que não se deixa afundar porque sua estrutura é toda em madeira de lei.

Mário Feijó

12.02.15 


quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

CABE A NÓS O ENCONTRO

CABE A NÓS O ENCONTRO

Algumas vezes o amor
Faz a gente caminhar
Por terrenos inóspitos
E de repente: areia movediça!

Fomos acostumados
A sentir culpas por tudo
E até o fato de amar faz com que
Sintamos culpas pela felicidade

Pisamos em areia movediça
Quando o assunto é amor
Visto que a qualquer momento
Podemos afundar e nos perder

Todos queremos ser encontrados
Mas algumas vezes estamos perdidos
Apenas dentro de nós mesmos...
Neste caso, só nós podemos nos encontrar...

Mário Feijó

11.02.15 

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

AMORES DIFERENTES

AMORES DIFERENTES

Quando a gente vive
O amor por um dia
Uma semana ou um mês
Fica fácil compreender
Àqueles que pedem o amor eterno

Amores são como pessoas
Pássaros, folhas, flores
Cada um é diferente do outro
Têm características próprias
Porque todos os seres são diferentes

E eu te queria
Eternamente em meus dias
Já que fez toda a diferença
Enquanto esteve na minha vida...

Mário Feijó

11.02.15

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

TENHA PAZ NO CORAÇÃO

TENHA PAZ NO CORAÇÃO

Você me diz
“Tenha paz no coração”
Mas como posso ter paz
Se meu coração
Está ocupado pela saudade

Eu fiquei sozinho
Nem o vento me faz mais companhia
Penso que foi embora contigo
Desde que bateste as asas
E por entre as nuvens sumiste

Mário Feijó

09.02.15

domingo, 8 de fevereiro de 2015

ABRAÇADO AO VENTO

ABRAÇADO AO VENTO

Quem é você?
Quem sou eu?
O que será que significamos
Um para o outro neste momento?

Desde que você se foi
Ficou comigo dor,
Sombras, lágrimas, vento,
Luar, sol, maresia e saudades

Uma saudade que dói
Que neste momento sangra
Que faz meu coração esquecer quem sou...
Quem é você? Quem foi você?

Penso que estou me perdendo
Dentro de uma escuridão
Não vejo luz neste túnel

Onde você está?
Para onde você foi?
Eu já não sei o que fazer...
Só me restou abraçar o vento...

Mário Feijó
08.02.15



POR NÃO SABER AMAR...

POR NÃO SABER AMAR...

Por que será
Que todos a quem eu amo
Dão-me adeus
Vão-se embora definitivamente

Já foi assim com filhos
Já foi assim com mulheres
Já foi assim com amigos
Isto sempre acontece com todos

Vão-se embora sem adeus
Meu destino é uno
Quando te encontrei
Eu me perdi no duo

E agora não sei seguir
Sentei na primeira pedra do caminho
E chorei a minha incompetência
Por não saber amar...

Mário Feijó

08.02.15  

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

FRASES QUE FAZEM SENTIDO E ME FAZEM PENSAR

FRASES QUE FAZEM SENTIDO E ME FAZEM PENSAR

Todo fim é um recomeço... Mário Feijó


Não vou falar mais o que penso, mas vou pensar mais sobre o que falo... Mário Feijó

sábado, 31 de janeiro de 2015

FRASES QUE FAZEM SENTIDO




FRASES QUE FAZEM SENTIDO.


SEM VOCÊ OS FILHOS QUE PODERÍAMOS TER TIDO TORNARAM-SE ÓRFÃOS ANTES DE TER NASCIDO... 


Eu pensava haver me encontrado. 
Foi só você chegar e me perdi completamente...

Mário Feijó

Só a tua presença curará esta ausência que teima em morar em mim.

-Z--Z--Z-Z--Z--Z

Faz somente um minuto que já era "ainda há pouco", mas ele já é passado.

-x-x-x--x

O passado nem precisa ser tão distante, um minuto basta.

Mário Feijó





SETE DIAS

SETE DIAS

Fiquei sonhando
Por sete dias
Momentos que
O tempo dirá

Eu peço perdão 
Por pecados não cometidos
Como se estivesse no inverno
Pensando somente no verão

És apenas uma gestação
Eu apenas te espero... 
E como se fosses fêmea no cio
Estendo-te a mão abraçando-te ...

Sete dias depois de ansiedades
Olho para o céu e te vejo
Saindo das nuvens
Feito anjo que desce à terra...

Mário Feijó

31.01.15 

ALIMENTO DE MINH’ALMA

ALIMENTO DE MINH’ALMA

Hoje eu queria poder
Abrir minhas asas ao vento
E voar ao teu encontro
Como se eu fosse um pássaro
Uma borboleta ou até mesmo
Um anjo de asas quebradas

E ao tocar teu corpo
Viajar por recantos desconhecidos
Como fazem as águias
Quando buscam alimentos

Eu me sustento de amor
Não de sangue ou dinheiro
Mas apenas dos sentimentos
Escondidos n’almas...

Mário Feijó

31.01.15 

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

AMORES QUE NASCEM ESPECIALMENTE PARA NÓS

AMORES QUE NASCEM ESPECIALMENTE PARA NÓS

Será que você sabia
Que estou grávido?
Sim! Uma vida inteira
Espero por ti

Ainda quando apenas
Habitavas meus sonhos
Dizendo que me amavas
Agora estas por nascer

Nascimentos de amores
Esperas sem prazos
Quase um parto
Desde que te anunciaste.


Amores nascem a todo o momento
Mesmo quando parecem inoportunos
Mesmo quando desestruturam nossa vida
Mesmo quando parecem fazer sofrer
Mesmo quando parecem ter sido roubados

Mas amores não podem ser roubados
Eles são sempre diferentes
E nascem especialmente
Para cada um de nós...

Mário Feijó
30.01.15