segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

PECADORA CONFESSA

PECADORA CONFESSA

As orações da tua penitência
Por culpas que te ferem
Não aliviam dores
Nem os pecados confessos

É preciso mais que a água benta
Quando aspergidas as atiras
Em devotos fiéis

Guarde teu casto amor
É preciso que tuas mãos
Não apenas abençoem
Mas que voraz toquem meu sexo

Somos carne-pecado
Aprendemos através dos erros
Como queres falar de amor
Sem ao menos comigo praticá-lo...

Mário Feijó
16.02.15


FLOR FERIDA

ROSA FERIDA

Agora que sou flor
Uma flor murcha,
Queria ser eterno
Ferir-me em espinhos

Porque eu arrisco me desfolhar
Sem medo de viver intensamente
Sem medo do vento que chega
Desfolhando e ferindo pétalas

Agora que sou flor
Tocada pelos insetos
Que me levaram todo o pólen
Que meu néctar acabou
Queria ser novo botão
Para quando pousasses no meu jardim

Mário Feijó

16.02.15 

domingo, 15 de fevereiro de 2015

ROLINHAS NO FIO

ROLINHAS NO FIO

Agora que experimentei o amor
Não basta te tocar poucas vezes
Eu quero sentir teu cheiro todos os dias
Impregnar meu corpo com tua presença

Quero você
Quero tocar tua alma
Quero tatuar meus beijos
Na tua pele e saciar
A minha boca sugando você

Como se fossemos duas rolinhas
Pousadas no mesmo fio
Construir um ninho
E voar na mesma direção...

Mário Feijó

15.02.15

EXISTEM AMORES IMPOSSÍVEIS?

EXISTEM AMORES IMPOSSÍVEIS?

Todos os amores são possíveis
Por isto eles acontecem
Nós é que impomos condições
Ou a sociedade os proíbe...

É alguém mais velho com alguém mais novo
Dois menores, dois do mesmo sexo,
Raças diferentes, alguém pobre com um abonado
Orgulho? Preconceito? Motivação moral ou religiosa?
Quem impede nossa felicidade?

Nascidos para amara e ser amado
Amar ao próximo sem condições
Sujeitamos-nos à opinião do outro
E deixamos de ser felizes e aprender com o amor

Ainda hoje, li que no Paquistão, as mulheres
São punidas quando se apaixonam...
Estamos num planeta de expiações
E nos proibimos o amor...

Que evolução é esta?

Mário Feijó

15.02.15

sábado, 14 de fevereiro de 2015

SEM SOMBRA DE DÚVIDAS: É AMOR!...

SEM SOMBRA DE DÚVIDAS: É AMOR!...

Era tão grande a solidão
Que nem sua sombra
O acompanhava mais

E foi perdendo o senso
Não sabia mais definir amor
Tampouco sabia os limites dele

Aos poucos se misturou ao vento
No jardim tornou-se perfume de rosas
E nos animais era o feromônio

Não queria atrair ninguém
Apenas queria viver sem limites
O amor que ora sentia

E quando a chuva caiu
Havia no ar cheiro de grama molhada
Os botões se abriram em flor
E o colibri voltou a tocar suas pétalas...

Mário Feijó

14.02.15 

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

CÓPIA DAS CHAVES

CÓPIA DAS CHAVES

Agora que conheces o meu coração
Nada te impede de entrar
E sair da minha vida
A hora em que tu quiseres

Mexeste com meus sentimentos
Fizeste com que meu coração
Desabrochasse como se fora
Um jardim na primavera

Agora que conheces todos os meus segredos
Sabes como abrir minhas portas e janelas
Nada mais te impedirá de entrar e sair
Então leve uma cópia das chaves

E faça de mim o que quiseres
Podes determinar até se choverá
Ou se o sol brilhará meu cenário
As portas estão todas abertas...

Mário Feijó

13.02.15

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

ALIMENTADA COM SERRAGEM ELA NASCEU CARA DE PAU

ALIMENTADA COM SERRAGEM ELA NASCEU CARA DE PAU

         Desde criança ela sempre foi tão bonitinha. Todos diziam que ela era um amor. Pudera! A mãe tivera desejos na gravidez e comera serragem. Além de bela teve cara de pau.
Ainda ontem, a menina, agora mulher contava que a mãe tinha ciúmes dela. Queria chamar atenção só pra si e disputava espaço com a filha, mas a menina com sua cara de pau superara o quesito.
Sempre chamara a atenção para si. Tinha que se superar, disputava com a mãe a atenção dos outros. Contava piadas, fazia brincadeiras e fazia língua pra todo mundo.
Ela dizia que não sabia o motivo pelo qual a mãe parecia lhe odiar, porém na aula de hidroginástica ela contou, para todos os colegas, que seu pai tinha uma fábrica de móveis e quando a mãe engravidou teve desejos de comer serragem. Por pouco não se tornou Pinóquio. Cara de pau: da mãe e da filha.
Agora, já na terceira idade, ela toda floral, maiô colorido, brincos combinando faz questão de pegar os espaguetes da mesma cor do acessório de banho, para fazer seus exercícios.
Feito perereca na lagoa ela coaxa piadas nas aulas, feliz, visto que nos últimos tempos perdeu mais de vinte quilos e porque a mãe (morta há muito tempo) não havia compreendido que ela tinha cara de pau porque a mãe comera serragem quando ela estava em seu ventre.
Esta parece uma história ficcional, mas é tão verdadeira quanto sua personagem que aqui omiti os créditos devido aos direitos autorais que a própria quererá cobrar: cara de pau, lembra?
No entanto para que não tenhamos dúvidas sobre quem falamos ela sempre se veste com uma capa verde invisível, tipo mulher maravilha e mergulha na piscina de uma “Piccola Casa”. Sempre que pode ela salienta que não abre mão da felicidade. Tristezas ficam escondidas sobre o manto da capa verde desde o dia em que casou com aquele ogro poeta.
Mulheres assim tinham que ser clonadas, reproduzidas aos montes, mesmo quando os maridos implicam com suas alegrias porque elas não deixam a tristeza entrar pela porta.
Assim é nossa cara de pau que não se deixa afundar porque sua estrutura é toda em madeira de lei.

Mário Feijó

12.02.15 


quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

CABE A NÓS O ENCONTRO

CABE A NÓS O ENCONTRO

Algumas vezes o amor
Faz a gente caminhar
Por terrenos inóspitos
E de repente: areia movediça!

Fomos acostumados
A sentir culpas por tudo
E até o fato de amar faz com que
Sintamos culpas pela felicidade

Pisamos em areia movediça
Quando o assunto é amor
Visto que a qualquer momento
Podemos afundar e nos perder

Todos queremos ser encontrados
Mas algumas vezes estamos perdidos
Apenas dentro de nós mesmos...
Neste caso, só nós podemos nos encontrar...

Mário Feijó

11.02.15 

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

AMORES DIFERENTES

AMORES DIFERENTES

Quando a gente vive
O amor por um dia
Uma semana ou um mês
Fica fácil compreender
Àqueles que pedem o amor eterno

Amores são como pessoas
Pássaros, folhas, flores
Cada um é diferente do outro
Têm características próprias
Porque todos os seres são diferentes

E eu te queria
Eternamente em meus dias
Já que fez toda a diferença
Enquanto esteve na minha vida...

Mário Feijó

11.02.15

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

TENHA PAZ NO CORAÇÃO

TENHA PAZ NO CORAÇÃO

Você me diz
“Tenha paz no coração”
Mas como posso ter paz
Se meu coração
Está ocupado pela saudade

Eu fiquei sozinho
Nem o vento me faz mais companhia
Penso que foi embora contigo
Desde que bateste as asas
E por entre as nuvens sumiste

Mário Feijó

09.02.15

domingo, 8 de fevereiro de 2015

ABRAÇADO AO VENTO

ABRAÇADO AO VENTO

Quem é você?
Quem sou eu?
O que será que significamos
Um para o outro neste momento?

Desde que você se foi
Ficou comigo dor,
Sombras, lágrimas, vento,
Luar, sol, maresia e saudades

Uma saudade que dói
Que neste momento sangra
Que faz meu coração esquecer quem sou...
Quem é você? Quem foi você?

Penso que estou me perdendo
Dentro de uma escuridão
Não vejo luz neste túnel

Onde você está?
Para onde você foi?
Eu já não sei o que fazer...
Só me restou abraçar o vento...

Mário Feijó
08.02.15



POR NÃO SABER AMAR...

POR NÃO SABER AMAR...

Por que será
Que todos a quem eu amo
Dão-me adeus
Vão-se embora definitivamente

Já foi assim com filhos
Já foi assim com mulheres
Já foi assim com amigos
Isto sempre acontece com todos

Vão-se embora sem adeus
Meu destino é uno
Quando te encontrei
Eu me perdi no duo

E agora não sei seguir
Sentei na primeira pedra do caminho
E chorei a minha incompetência
Por não saber amar...

Mário Feijó

08.02.15  

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

FRASES QUE FAZEM SENTIDO E ME FAZEM PENSAR

FRASES QUE FAZEM SENTIDO E ME FAZEM PENSAR

Todo fim é um recomeço... Mário Feijó


Não vou falar mais o que penso, mas vou pensar mais sobre o que falo... Mário Feijó

sábado, 31 de janeiro de 2015

FRASES QUE FAZEM SENTIDO




FRASES QUE FAZEM SENTIDO.


SEM VOCÊ OS FILHOS QUE PODERÍAMOS TER TIDO TORNARAM-SE ÓRFÃOS ANTES DE TER NASCIDO... 


Eu pensava haver me encontrado. 
Foi só você chegar e me perdi completamente...

Mário Feijó

Só a tua presença curará esta ausência que teima em morar em mim.

-Z--Z--Z-Z--Z--Z

Faz somente um minuto que já era "ainda há pouco", mas ele já é passado.

-x-x-x--x

O passado nem precisa ser tão distante, um minuto basta.

Mário Feijó





SETE DIAS

SETE DIAS

Fiquei sonhando
Por sete dias
Momentos que
O tempo dirá

Eu peço perdão 
Por pecados não cometidos
Como se estivesse no inverno
Pensando somente no verão

És apenas uma gestação
Eu apenas te espero... 
E como se fosses fêmea no cio
Estendo-te a mão abraçando-te ...

Sete dias depois de ansiedades
Olho para o céu e te vejo
Saindo das nuvens
Feito anjo que desce à terra...

Mário Feijó

31.01.15 

ALIMENTO DE MINH’ALMA

ALIMENTO DE MINH’ALMA

Hoje eu queria poder
Abrir minhas asas ao vento
E voar ao teu encontro
Como se eu fosse um pássaro
Uma borboleta ou até mesmo
Um anjo de asas quebradas

E ao tocar teu corpo
Viajar por recantos desconhecidos
Como fazem as águias
Quando buscam alimentos

Eu me sustento de amor
Não de sangue ou dinheiro
Mas apenas dos sentimentos
Escondidos n’almas...

Mário Feijó

31.01.15 

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

AMORES QUE NASCEM ESPECIALMENTE PARA NÓS

AMORES QUE NASCEM ESPECIALMENTE PARA NÓS

Será que você sabia
Que estou grávido?
Sim! Uma vida inteira
Espero por ti

Ainda quando apenas
Habitavas meus sonhos
Dizendo que me amavas
Agora estas por nascer

Nascimentos de amores
Esperas sem prazos
Quase um parto
Desde que te anunciaste.


Amores nascem a todo o momento
Mesmo quando parecem inoportunos
Mesmo quando desestruturam nossa vida
Mesmo quando parecem fazer sofrer
Mesmo quando parecem ter sido roubados

Mas amores não podem ser roubados
Eles são sempre diferentes
E nascem especialmente
Para cada um de nós...

Mário Feijó
30.01.15

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

QUE ELA ME ENCHA DE BEIJOS NA PRÓXIMA SEMANA

QUE ELA ME ENCHA DE BEIJOS NA PRÓXIMA SEMANA

O amor é tão bom quando entra nas nossas vidas,
mas tão difícil de administrar quando entra na hora errada...
Mário Feijó

Não sei se reparaste
Há poucos dias
Coloquei no céu
Um pedacinho da lua, só pra ti

Até parece ser
Apenas um gomo de laranja
Era apenas um fiapo
Ainda na quarta-feira passada

Estamos em fases, eu e ela,
Eu pela solidão
Ela enamorada d’outro
Encheu-se de mim, mês passado

Espero-a este mês mais amorosa
Passando pelo meu quarto
Ainda que somente crescente
E que me encha de beijos
Por mim, fique cheia novamente...

Mário Feijó
29.01.15


quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

PUNTA DEL ESTE

PUNTA DEL ESTE

Abro o jornal e leio, com saudades de uns poucos dias que passei pelo Uruguay e fui à Punta Del Este. Não... não me hospedei na cidade porque não sou tão endinheirado e o Uruguay pode ser pobre, mas Punta é rica.
Só que a saudade que bateu não é porque Punta Del Este é rica. Mas porque o balneário é realmente encantador e passear por lá e pelos arredores, pelas áreas mais agrestes da região é algo que me fez viajar na imaginação e agora. Eu nem pensei que o lugar tivesse me marcado tanto quanto vejo agora olhando as páginas do caderno de domingo.
Foram dias lindos os que eu passei no Uruguay e tenho saudades. Até já pensei em ir morar por lá...
É tão bom passear por um lugar assim e ter ao lado amigos, nem que seja só um e que depois ele te diga adeus. Fica a saudade gostosa do amigo e do lugar.
E quando eu vejo algo velho ou “vintage” dou risadas porque Punta pode ser linda, moderna, rica mas o resto do Uruguay é assim: meio “vintage”...

Mário Feijó

28.01.15


terça-feira, 27 de janeiro de 2015

TUAS ASAS


TUAS ASAS

Quando estavas comigo
Flanavas feito gaivota
Tranquila sobre o mar

Agora que alçaste voo
Nem sei como partiste
Sob o colchão
Encontrei tuas asas

Imaginação minha
Ou são minhas próprias asas
Há tempos aposentados?

Impossível! Sempre me pego voando
Devem ser realmente as tuas
Venha buscá-las! Não quero que
Por falta delas deixes de sonhar!

Mário Feijó

27.01.15 

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

ANJOS PERDIDOS



ANJOS PERDIDOS

Ontem alguém me disse:
- Eu preciso tanto de um abraço.
Porém aquele apelo me soou como se fora um “abrasso” torto, feito o de um pseudo poeta que escreve “abrasso” com dois “s”.
Tinha o pedido o mesmo jeito do casal que, olhando para um lado e para o outro, chega na Feira do Livro de Tramandaí e me pergunta:
- Livro que fale de anjos, vocês têm?
Enquanto eu pensava se havia algum específico sobre o assunto, percebia neles o desespero de anjos desengonçados, com asas quebradas, que procurava um manual de sobrevivência neste planeta, tão complicado.
Há sim, anjos disfarçados de surfistas que até aceitam receber dois tiros de um policial, somente para voltar para o céu.
Há sim, muitos anjos perdidos, querendo um kit de sobrevivência ou um manual para suportar tudo o que por aqui acontece.
Há sim, os que pedem apenas abraços...

Mário Feijó

26.01.15

domingo, 25 de janeiro de 2015

O MEDO E O DESTINO



O MEDO E O DESTINO (fábula)

         Um dia o Medo encontrou-se com o Destino...
Apavorou-se, escondendo-se. O que fazer? Pensou.
Sempre achou que o Destino poderia lhe ser fatal. Aquilo o apavorava mais...
Escondeu-se pensando que o Destino passaria ao largo. Porém o Destino estava acompanhado de Vida e o Medo sabia que se pretendesse ter Vida, por quem sempre fora apaixonado, teria que enfrentar o Destino.
Nesta hora o Medo amparou-se em Coragem, sua irmã, e enfrentou o Destino que ainda tentou criar algumas tramas, mas diante de Coragem deixou a Vida correr.
E o Medo ganhou Vida só porque enfrentou o Destino.

Mário Feijó

25.01.15 

RAÍZES FRATERNAS



RAÍZES FRATERNAS

Amigos verdadeiros
São árvores
Criam raízes
Nas nossas vidas...

Mário Feijó

25.01.15

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

REZEM POR MIM... (Conto)

REZEM POR MIM... (Conto)

Marido morto, sendo velado na sala. Ela inconsolável entra no Facebook e pede “rezem por mim”, enquanto retocava o batom vermelho.
Preciso de muita oração para que até sexta feira eu esteja bem para poder dançar. Infelizmente ele morreu, mas eu estou viva, pensava ela enquanto pedia orações pra si.
Ela nunca acreditou muito em outra vida. Mas pensava em orações pra si, não para o falecido. Ela queria estar bem para não faltar ao bailinho já marcado há meses. Sabia que lá, seria o centro das atenções, e todos iriam consolá-la. Agora ela até já poderia ceder, discretamente, aos encantos dos cortejadores.
Puxa com tantas datas para morrer. Ele tinha exatamente uma semana antes do bailinho! Não, eu não posso faltar. Pensava ela retocando o batom vermelho, dentro de um vestido estampado. Eu não vou colocar um vestido preto. Valdo sabia que eu era alegre, expansiva e que gostava de roupas coloridas, prefiro agradá-lo...
Ele sempre fora um marido submisso. Ela sempre uma luz de farol acesso. Via-se ao longe. E sempre atraia marinheiros, muitos marinheiros.
Tereza era assim. Um tipo meio cigano. Muitos brincos, colares, balangandãs. E não seria nesta hora que ela abriria mão de suas excentricidades. Sei lá se a vida continua mesmo. E eu não vou desperdiçá-la sofrendo, dizia.
Voltemos às mensagens do Facebook de Tereza que informava o horário do enterro e que o velório já estava acontecendo.
Rezem por mim... escrevia ela a cada curtida na nota de falecimento...

Mário Feijó

23.01.15

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

CONTIGO EU FUI FELIZ

CONTIGO EU FUI FELIZ

Desde que partiste
Eu corro atrás do vento
Tentando a todo o tempo
A tua saudade abraçar

Foram-se embora
Meus dias de arte
Quero te desenhar
Mas faltam-me as tintas

No vazio que deixaste
Entrou em mim
Um caos rançoso
Que me consome o ânimo

Plantei amor-perfeito
Do jeito que era o nosso
Mas eles não me dizem
“Contigo eu sou feliz”...

Mário Feijó

21.01.15

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

LÁGRIMAS COM LEITE CONDENSADO

LÁGRIMAS COM LEITE CONDENSADO

Hoje eu estava distraído na vida. Sentia a falta de algo, faltava cor, não sabia mais colorir o amor. Decidido a me superar corri para a dispensa e quis adoçar minha vida. Abri uma lata de leite condensado e depois de algumas colheradas percebi que nem a moça que havia nele me alegrava mais, como sempre fez.
Antes eu corria atrás do vento só pra ver se abraçava a tua saudade. Faltam-me fantasmas que queiram conversar. Desaprendi de fazer arte. Já não pinto mais. Já não desenho mais. Por sorte minha agenda tem sempre páginas em branco. Histórias de louco, de paixões, de desamor, de saudade é o que elas mais gostam: escrevo. Porém continuo vazio de mim e cheio de ti, aprisionado à tua ausência.
Ninguém mais me disse o que tu dizias sorrindo:
- “Hoje eu sou feliz, você me faz feliz”!
Por que levaste de mim estes preenchimentos? Por que construístes tanta saudade? Não te vejo mais fazendo tricô, no entanto teces saudades que não têm mais fim.
Eu tive ilusões quanto ao amor. Agora tenho desilusões que a esperança criou. E ninguém comigo para as nossas tardes de café e chimarrão.
Tuas amigas que se diziam nossas amigas foram-se todas, uma a uma. Teus parentes, eram mesmo como tu dizias, ainda bem que não são meus, então não me fazem falta. Mas os meus não são melhores. Há muito que aprender na vida. Ninguém se doa por amor ao outro e o meu amor acho que acabou de tanto que doei. Não sobrou nada pra mim.
Dizem que o amor são sementes que plantamos pelo caminho, um dia florescem... Acho que as minhas sementes secaram ao sol, ou não foram aceitas pela terra que plantei.
Não pense que sou infeliz, abri mão da infelicidade. Mas saudade dói e minha casa, minha vida, meu mundo ficaram vazios desde que fizeste (em mim) jorrar tantas lágrimas.


Mário Feijó

21.01.15

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

PORTA ABERTA

PORTA ABERTA

Você chegou
A porta aberta te esperava
Corpo quente
Cheiro de mar
Calor do sol

Derreteu-se na minha cama
Como manteiga que se espalha
Em frigideira quente

Tinha sede de beijos
Corpo de seres dos mares
Ouvi o canto da sereia
E para não ficar encantado
Ao fundo deixei uma música tocar

Como se não estivesse alimentado
Aquele corpo saciou-se no meu...
Todos os pelos ainda estão eriçados
Desde que com o verão chegaste

Eu só havia tomado um cálice
Daquele vinho delicioso
No entanto acabei dormindo
E quando acordei não mais sabia
Se tinha sido realidade ou fantasia...

Mário Feijó

20.01.15 

INVERTENDO PAPÉIS

INVERTENDO PAPÉIS

Quando tu foste embora
Cheguei a procurar
Se não terias deixado
Sobre o criado mudo
Algumas moedas

Foi um amor tão frio
Como se eu tivera sido
Uma mera prostituta
Que tu usas
E depois dás adeus

Há amores assim
Que nos usam e partem
Enquanto o que queremos
É alguém que esquente
A nossa cama e nosso corpo

Nem uma palavra houve
Tudo era mecânico
A paixão e o amor feito.
Queria mais de ti
Queria também respeito

Por sorte não somos mais adolescentes
Amor igual ao teu não me fere mais,
Nem quando chegas nem quando vais
E da janela te atirei algumas moedas
Quiçá te pague o metrô ou te sirvam
Para comprar alguns pães ou mais amor

Mário Feijó

20.01.15

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

ROMÂNTICO

ROMÂNTICO

Eu quero um amor
Que me faça perder a cabeça
Que no outro dia ainda me ame
E diga que de mim precisa

Não quero somente um amor
Que perca a cabeça por mim
Que enfie os pés pelas mãos
E que me deixe escorrer pelos dedos

Quero um amor que me abrace com ternura
Que não extraia de mim
Somente os meus gozos
Para os gozos seus

Mas um amor que se jogue em meus braços
Que diga que o sol é todo pra mim
Que as estrelas serão nossas viagens
E que as flores são nossas primaveras

Eu quero um amor assim: romântico
Que queira entrar em livros
Como se fosse uma história a ser contada
Que de manhã me beije
E que à noite se entregue por inteiro...

Mário Feijó

19.01.15

OS LOBOS QUE ALIMENTAMOS

OS LOBOS QUE ALIMENTAMOS

Faço de mim casa de sentimentos bons, onde a má fé não faz morada e a maldade não se cria. Cerco-me de boas intenções, me reservo pros poucos e melhores amigos. Permito-me o riso.
Caio F Abreu


Há dentro de nós
Lobos selvagens
Que todos os dias
Temos que domar

Algumas pessoas não conseguem
E os lobos se tornam maus
Não amam ninguém
Não respeitam a cria alheia

Tudo devoram em nome da fome
Que consome suas vidas
E que os impulsiona pra frente

Cuidado com os lobos que alimenta
Um dia cedo ou tarde
Ele poderá devorar também você...

Mário Feijó

19.01.15

domingo, 18 de janeiro de 2015

SOMOS INTEIROS

SOMOS INTEIROS

Somos tudo um para o outro
Eu sou tua luz
Sou tua sombra
A outra parte de ti

Não sou tua metade
Porque somos inteiros
Eu não me divido
Tampouco quero te dividir

Somos lua e sol
Dividindo o mesmo dia
Exalando a mesma luz

Somos flores que precisam de água
Eu preciso do teu amor
Como a seiva que me faz florescer...

Mário Feijó

18.01.15

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

ESPELHO, ESPELHO MEU...

ESPELHO, ESPELHO MEU...

Espelho, espelho meu
Que mostra a minha face cansada
O corpo encurvado
Reflexos da minha idade.
Por que deixaste que
O pouco de belo
Que em mim havia fosse embora?
Será que é porque nunca me amaste
Ou por que sempre foste cruel comigo
Fazendo-me acreditar que eu
Estava desprovido de qualquer beleza?
E agora será que mentes
Ou mentem aqueles que veem em mim
Uma beleza tardia, atemporal?

Meus olhos são mais benevolentes comigo
Eles não se abalam com meus cabelos encanecidos
Com meus olhos desbotados, nem se incomodam
Com a protuberante barriga
Que você faz tanta questão de realçar...

Ah! Espelho, espelho meu
Você não vê minha alma de criança
Não percebe que a idade
Também me proporcionou felicidade...
Você parece tão ranzinza espelho meu
Que já estou até achando
Que é você quem envelheceu...

Mário Feijó

15.01.15

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

CHUVA REFRESCANTE


CHUVA REFRESCANTE

Gente que não sabe amar
Deixa morrer uma samambaia
Não pode ter peixinhos num aquário
Deixa violetas morrer

Isto que violeta sobrevive
Até com o vapor
De água do banheiro
Ou de dias úmidos

Então violetas, samambaias
Peixes no aquário não faz sentido
Porque a pessoa não sabe amar
O que lhe rodeia, imagine crianças...

Para alguém que não sabe amar
Todos os dias são iguais
Aí caso o sol não apareça
Amaldiçoam a chuva refrescante...

Mário Feijó

14.01.15

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

NOSSOS PRISIONEIROS

NOSSOS PRISIONEIROS

Nascemos para ser livres
Somos iguais e estamos num planeta
Onde o que fizermos ao outro
Reflete-se o ato em nossa vida

No entanto o dentro de nós
Acontece e se passa
Só pertence a nós
(erros ou acertos)
Amores proibidos aprisionam-nos

Costumo dizer que o céu
Está em qualquer lugar
Mas o inferno é uma fogueira
Que arde dentro do peito...

Mário Feijó

12.01.15 

”SOMOS FELIZES”

"SOMOS FELIZES"

Quando te ouço dizer
Somos felizes
Percebo que comigo
Tu nunca o foste

Sempre faltou algo
Sempre faltou amor
Nada transbordava
Andávamos por águas rasas

O amor nos leva
A navegar sem medos
A soltar âncoras
A enfrentar tempestades

Nosso amor era daqueles
Que na primeira brisa
Virou a embarcação
Percebi isto quando te soltei no mar

Mário Feijó

13.01.15

GATA NO CIO

GATA NO CIO

A gata no cio ronronava
Arrastando-se no chão
Desesperada queria amor

Prisioneira de humanos
A gata não entendia por quê
Não podia vadiar nos telhados
Subir em árvores atrás de pardais

Lá no térreo ronronava
Um gato malhado
Que percebera
Sua paixão adolescente

E pela sacada a gata no cio ronronava
Vestidos de pássaros seus sonhos
Asas criaram e a gata no cio
Lá do alto se atirou...

Mário Feijó
13.01.15


P.S. a gata teve que colocar pinos nas pernas, mas sobreviveu e hoje já sonha com gatos que não sejam castrados.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

PENSAMENTOS




O tempo pensa que engana a gente,
mas somos nós quem enganos o tempo...

Mário Feijó
12.01.15

PENSAMENTOS...



Envelhecer o corpo é só um detalhe cruel que devemos aprender a respeitar...


Envelhecer é sorte de poucos...

Mário Feijó
12.01.15

PAIXÃO É UM POTRO SELVAGEM















PAIXÃO É UM POTRO SELVAGEM

Todo amor
Já passou um dia
Por períodos de paixão

E paixão é um potro selvagem
Perde-se o juízo
E muitas vezes
Cometemos desatinos em seu nome

E como potro precisa de doma
Para se tornar obediente
Assim é a paixão
Tem que ser domada

Caso contrário cavalgamos
Sem sela e sem arreios
E se quisermos ver no que vai dar
É só deixá-la em campo aberto

Mário Feijó

12.01.15

domingo, 11 de janeiro de 2015

RAIO DE LUZ

RAIO DE LUZ

Eu tinha sonhos
Sonhos que você levou
Quando abriu suas portas
E nela deixou a morte entrar

Não se despediu
Não me disse adeus
Apenas disse:
Eu sou feliz!

Então aprendi a ser feliz
Todos os dias, todas as horas
Numa rude esperança de partir

Tal qual você fez...
Caiu um raio de luz
e você dentro dele sumiu...

Mário Feijó
11.01.15 

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

NO CALOR DOS DESEJOS


NO CALOR DOS DESEJOS

Eu tenho desejos
Iguais aos que você tem
E se todos temos desejos
É porque amamos a alguém

O desejo me mantém vivo
Algumas vezes ele muda
E vai de alguém pra não sei quem
Mas o fato é que ele vivo me mantém

E não é somente desejo de coisas
Mas disseram que o desejo por sexo é luxúria
Mesmo sendo desejo de amor

Porém eu não me incomodo
Respiro abraços vivo o meu desejo
Desfrutando o bem deste calor...

Mário Feijó

07.01.15

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

O BATER DA PORTA



O BATER DA PORTA

Era quase noite
Quando basteste à minha porta
Trazias no corpo queimado de sol
Ainda o salitre da maresia

Apenas flanavas feito gaivota
E no teu corpo quente havia
Um sorriso branco de nuvens
Como se fosse tarde de verão

Não ouvi o som da tua voz
Apenas te entregaste ao amor
Não te reconheci homem ou mulher
Eras apenas um anjo querendo ser amado

E pouco tempo depois
Saciados do amor
Ouço o bater da porta
E assustado acordo para a vida...

Mário Feijó

06.01.15

DOIS (POETRIX)


DOIS

MAR "cielo"
MAR azul
MAR e rio

Mário Feijó
06.01.15