quarta-feira, 15 de outubro de 2014

MINHA TERRA TEM...

MINHA TERRA TEM...

Tem tantas belezas
A minha terra natal
Que nem as sonha um poeta
E nem as canta um mortal...

Casimiro de Abreu

Ah! Têm tantas belezas
Esta nossa terra natal
Que vou de Santa Catarina ao Ceará
Apreciando o mar e os pores do sol

É tão grande este Brasil
E vivo por ele encantado
Feito tu oh Casimiro
Em um poema eternizado

Sou poeta aprendiz
Desde criança me fiz
Por poesia encantado

Em História resumos fazia
Viajando na Geografia
Fiz poemas apaixonado(s)

Mário Feijó

15.10.14

SEM SAPATINHOS DE CRISTAL

SEM SAPATINHOS DE CRISTAL

Se tudo era um sonho
Eu não quero acordar
Sei que não sou sapo
Porém passeei de carruagem

Quando o dia amanheceu
Não havia abóboras na porta
Tampouco um sapatinho de cristal
Mas eu fiz uma viagem encantadora

Agora no mundo real
À minha volta há água, água e mais água
Estou à beira da lagoa
Comendo moscas e mariposas, como sempre

Enamorado olho para a lua
Como se implorasse a ela
Um novo encantamento
Abro mais um livro e entro na sua história...

Mário Feijó

15.10.14

terça-feira, 14 de outubro de 2014

EXCITAÇÃO

EXCITAÇÃO

Ostras são moluscos
Que levemente tocadas
Fecham-se apavoradas

Eu te tocava
Você se encolhia
Por medo?
Por excitação?

Não queria te arrancar segredos
Meus beijos eram a única pressão
Enquanto tu ias eu vinha
Num jogo de sedução

Éramos deuses num oceano
Tu, molusco preso à pedra,
Eu, mar em movimento,
Onda – na força das marés...

Mário Feijó

14.10.14

À NOITE

À NOITE...

Na cama o gato ronronava
Eu olhava a lua uivando
Agradecendo pelo calor
Que o seu corpo emanava

O gato que ao dia branco era
À noite mudou de cor
- à noite, todos os gatos são pardos –
Não sei se era este o caso

Há controvérsias entre o céu e o inferno
Mas eu me perco pensando
Nos gatos de Alice mesmo o meu país
Não sendo aquela maravilha

Mas estava encantado
As nuvens despencavam numa chuva torrencial
Talvez por inveja, a lua chorava
Enquanto na cama o gato meu corpo aquecia...

Mário Feijó

14.10.14

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

ALMAS ABANDONADAS

ALMAS ABANDONADAS

Desde que partiste
Cada grão de areia
Cada folha caída
Cada inseto que me suga o sangue
Falam de ti, falam de nós
Lembram de ti com saudade

E eu vou me transformando
Ora em grão de areia
Ora nos ventos que levam
Os grãos de um lado para o outro

Há vezes em que eu sou folha seca
Que as árvores abandonam
Como se liberassem suas almas
Para correr o mundo
Em busca do teu amor...

Mário Feijó
13.10.14

sábado, 11 de outubro de 2014

O TEMPO COMPROVA

O TEMPO COMPROVA

Não foi apenas com sonhos
Que eu cobri as estrelas...
Usei tua pele nua para
Com ela construir caminhos...

E por onde eu passava
Havia sóis reluzentes
Desprendidos de outras galáxias
Para me mostrar destinos...

Destinos estes nunca escolhidos
Eles já estavam gravados
Feito figuras rupestres em cavernas

Não havia como contestar
Bastava ler e cumprir
O tempo comprova...

Mário Feijó

11.10.14 

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

PECADOS ALHEIOS

PECADOS ALHEIOS

A igreja matriz estava silenciosa
Escondia dentro de si pecados inconfessos
Daqueles que tentavam
Negociar com Deus as suas culpas

Nas cumeeiras dos telhados em reforma
E por entre os vitrais quebrados
Circulavam pássaros que entre
Os pecados alheios construíam seus ninhos

Em Conceição do Arroio
(hoje conhecida como Osório-RS)
Nossa Senhora espalhava ventos
Através de moinhos quixotescos

Enquanto por suas ruas
Os motoristas respeitam os transeuntes
Como se fizessem orações pela vida
Quando fazem reverências aos que atravessa seus caminhos...

Mário Feijó

10.10.14  

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

MULHERES CATANDO SONHOS

Oficina Literária Itinerante realizada hoje (09.10.14) na cidade de Osório, na praça pública da Igreja Matriz de N. S. da Conceição e no Recinto da Biblioteca Pública Fernandes Bastos.

 MULHERES CATANDO SONHOS

Na praça florida da matriz
Mulheres buscam dentro de si
A poesia que um dia
Varreram para debaixo do tapete

Conversando com a estátua
Ela buscava inspirações
Como se fosse uma menina
Que corria pela praça

O sabiá era displicente
Não tinha pudores em cantar
Encantando flores enquanto o sol
Envergonhado se escondia entre as nuvens

Um trabalhador tratava de pintar vasos
Limpando a praça que ficava
Com cheiro de casa limpa
E elas inspiradas desenhavam sonhos...

Mário Feijó

09.10.14


quarta-feira, 8 de outubro de 2014

AMORES MEUS

AMORES MEUS

Um dia alguém quererá saber
As mulheres a quem amei
- Mera curiosidade - , eu diria
De quem não tem o que fazer...

Eu prefiro dizer que amei:
Pessoas, bichos e a natureza.
Meus peixes vivem me mandando beijos
De dentro do aquário, onde se sentem felizes

Na rua o gato negro
Confunde-se com minha sombra
Atirando-se aos meus pés
Ele não quer comida: quer amor

Há gente que não entende isto!
Com quem eu faço sexo
Só a mim interessa e na maioria das vezes
É entre quatro paredes, isto posso dizer...

Mário Feijó
07.10.14

POR DETRÁS DA LUA

POR DETRÁS DA LUA

Não penses que me enganas
Agora que
Tu louca
Finges que me amas

Eu te via bela
Eras fera
Que se escondia
Numa lua nova

Eras tão menina
Que o sol em cisma
Tua pele morenava

Triste sina a tua
Que te enganas
Tão redondamente
És loura gelada...

Mário Feijó

08.10.14

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

AOS OLHOS DE QUEM NOS VÊ

AOS OLHOS DE QUEM NOS VÊ

Na rua nos olham
Com bondosos olhares
Alguns nos elegem
Seus heróis

Tenho medo da idolatria
Ídolos caem das alturas
Quando são descobertos
Como seres humanos que são

Enquanto isto...

Dentro de casa
Olhamos no espelho
E percebemos todos os nossos defeitos
Com a lupa de nossos olhos

Somos imperdoáveis feito o tempo
Não escondendo de mim os meus defeitos?
Conhecemos muitos defeitos que os outros não veem
Ou preferimos tão somente a beleza de nossa alma?

Mário Feijó

06.10.14

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

FLORIANÓPOLIS

FLORIANÓPOLIS – CIDADE MACULADA

Olho ao redor e vejo a magia de Florianópolis. Melhor dizendo sinto-a porque magia a gente sente e diante de tamanha beleza volto aos meus tempos de menino e adolescente correndo pela beira da praia no Estreito, no Abraão, Praia da Saudade e no Balneário. Ou quando caminhava, a pé pela Ponte Hercílio Luz.
Não consigo entender que o tráfico e bandidos possam estar dirigindo a cidade e o Estado, ou determinando o que devemos fazer.
Há poucos anos acontecia algo parecido em Nova York, mas “alguém” teve coragem e implantou “tolerância Zero”. Alguns dizem, mas e os direitos humanos?
Como é que podemos pensar em direitos humanos de uns poucos bandidos quando eles batem, destroem, mutilam e até matam usando menores infratores?
E não são poucos os que são atingidos. São milhares e até milhões quando o caos se alastra por todo o Estado.
Onde está o direito da população, de ir e vir, assegurado pela Constituição, em ter paz; não ter medo; não se submeter a tudo isto?
E a Cidade tão bela, e um Estado tão pacífico e ordeiro vira um campo de guerra. Vejam só: o bandido entra em um ônibus, manda todos descerem, menos o motorista, jogam gasolina, ateiam fogo e mandam que ele continue dirigindo. Para os bandidos há “direitos humanos”, mas para a população, o que há? Desespero, angústia, incertezas...
É chegada a hora de não ter medo. De enfrentá-los, caso contrário eles se instalam no poder, corrompendo ou elegendo seus governantes, porque parece que eles têm recursos pra isto. E como conseguem? Com Direitos Humanos... e vão enriquecendo e corrompendo, e amedrontando, e nos tornando seus reféns. Parece que a ordem se inverteu: os bandidos mandam e nós nos sujeitamos. E o que fazem nossos governantes “bananas”? Mandam “dialogar” como disse a “tia” na ONU.
Não dá para tolerar mais isto. É preciso que os governantes não se sujeitem, caso contrário começaremos a pensar que estão com o “rabo preso”.
Eu quero meus manezinhos na rua. Ouvir “ôóóóóóió tás pensando o quê?”. “Mofas com a pomba na balaia”... “vai indo toda vida, toda vida e lá na frente, dobra à direita, é logo ali”.
Estão pensando o quê? Mofem com a pomba na balaia. Sigam em frente, dobrem à direita ou à esquerda e vão para o inferno...
Sei que não dá mais para apagar as cicatrizes de tudo isto, mas podemos ser felizes longe das drogas e do tráfico. Falta boa vontade... falta querer... vamos lá?


Mário Feijó

03.10.14

HERÓIS IMPERFEITOS

HERÓIS IMPERFEITOS

Toda criança faz
Dos seus pais
Os seus heróis...

A criança cresce
Torna-se adulta
E faz de si seu herói

Então protesta contra tudo o que aprendeu
Os pais tornam-se nada mais que humanos
E carentes precisam de amor
Mas quem quer amá-los velhos, agora?

Desmistificados os heróis
Descobre-se que os ídolos
Têm os pés de barro
Que não são super-heróis, mas seres imperfeitos...

Quem vai contar à criança
Que seus pais são pessoas comuns?
Quem vai contar para o adulto
Que ele também envelhece?

Mário Feijó

03.10.14 

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

SARAU LIVRARIA CATARINENSE - 30.10.14






QUERO LEMBRAR DE ESQUECER

LEMBRAR DE ESQUECER

Todos os dias eu quero
Lembrar de esquecer
O desamor recebido
A inveja e a mentira
E a falta de abraços

Eu quero lembrar
De esquecer você
Que há muito tempo
Nem lembra mais de mim
Quero parar de sofrer...

Eu só quero lembrar de você
Somente nas minhas orações
Quando peço a Deus sempre
Para que você seja feliz
Porque eu te amo e sempre amarei

Mas eu quero lembrar de te esquecer
Para poder cuidar um pouco mais de mim
Para me permitir ser feliz
Numa vida onde nada é fácil
Nem pra você (eu sei), nem pra mim (você não sabe)...

Mário Feijó

02.10.14 


quarta-feira, 1 de outubro de 2014

GATO

GATO em gesso com verniz... pintei há poucos dias...

POR DO SOL

POR DO SOL

Na terra de Casimiro
Uma brisa fresca toca a minha pele
Enquanto embaixo das figueiras
O bem-te-vi saltou sobre meu poema
Querendo ser imortalizado nesta escrita

Barra de São João é um pedaço de paraíso
Em que o Cristo Redentor espalhou
Suas graças a todos os recantos do Rio (de Janeiro)...

As gaivotas e as garças
Em voos rasantes pousam
Para descansar poesia nas plantas ribeirinhas
E nos igarapés do rio São João

Bênçãos caiam nos raios de sol
Enquanto a mineira Eni
Servia-me um filé de cherne
Assado sobre um fogão à lenha...

Mário Feijó

29.09.14 

CORUJA

Coruja em gesso com verniz e acrílico que pintei por estes dias...

terça-feira, 30 de setembro de 2014

MAJESTOSAS GARÇAS

MAJESTOSAS GARÇAS*

Eu tentei fazer um passeio de barco
Mas Sr. Valter – o barqueiro – do pôr do sol
Disse-me “não Catarina, o barco pifou’’

Desolado sento-me no restaurante para almoçar
E apreciar a paisagem lúdica do lugar
Quando passa outro barco de pescadores
Rodeado por gaivotas voando e muitas garças
Pousadas no teto do barco...

Pousadas sobre o teto do barco? Coooomo?
Quer dizer que eu um menino sonhador
Poeta nas horas incertas
Não posso passear de barco e elas podem?!!!

Majestosas! Indiferentes a tudo
Seguiam rio acima acompanhando os pescadores
Já as gaivotas mais pareciam moscas de padaria
Que apenas beijam, beijam, mas não comem nada...

Mário Feijó
29.09.14


            *São João da Barra – Casimiro de Abreu - RJ 

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

À TERRA DE CASIMIRO DE ABREU

À TERRA DE CASIMIRO DE ABREU

Feito almas entrelaçadas
Duas figueiras se contorcem
Como dois seres apaixonados
À beira do rio caudaloso

O bem-te-vi gritava ao longe
Elas envergonhadas calaram-se
Sem deixar de balançar suas folhas

Do rio piscoso pulavam tainhas felizes
Que passeavam no rio para desovar
Enquanto isto nas figueiras bruxas e duendes
Acenam adeus ao “menino poeta” que por ali brincara

Não! Não se encantem por mim duendes
Não sou Casimiro reencarnado, mas um menino
Que teve oportunidade de envelhecer
Para passear por esta terra tão lúdica
Que me inspira poemas, versos e prosas...

Mário Feijó
29.09.14


quinta-feira, 25 de setembro de 2014

ADÃO E EVA

ADÃO E EVA

Certo dia veio Eva
Chamando-me de Adão
E querendo me levar ao paraíso

Eu lhe disse: “calma Eva”
Não sou o único Adão por estes lados.
Porém isto não lhe bastou

Pegou a cobra
E por pouco
Não me enfiou
A maçã goela abaixo

Sei que sou um “rico” pecador
(não me faço de “pobre” vítima)
Peco mesmo e tenho prazer em pecar
Mas não sou obrigado a pecar com Eva...

Mário Feijó

25.09.14

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

O CÃO E O PEIXE



O PEIXE E O CÃO

Algumas vezes eu me perco
Nas desrazões do teu silêncio
Quando penso ouvir os teus “t’amo”
E longe, ouço nas conchas do mar
Apenas a mudez da tua fala
           
Se fossemos índios
Eu te pediria sinais de fumaça
Mas na era da comunicação
Minhas redes sociais registram: NADA
É o que me tornei com a idade: nada...

Sinto-me um peixe, muitas vezes,
Que só: nada, nada, nada...
Enquanto isto passa a carruagem
E os cães não mordem, apenas ladram

Pelo menos se fosses um cão
Sei que estarias por perto
Porque até os cães vadios
Circulam pela rua, mas depois
Com o rabo entre as pernas voltam pro lar...

Mário Feijó

24.09.14  

terça-feira, 23 de setembro de 2014

O MENINO MOLHADO


CORAÇÕES QUE BATEM... ASAS

CORAÇÕES QUE BATEM... ASAS

O que será que há com você?
Fico na dúvida
Se te ‘divorciaste’ de mim
Visto que nem comigo casaste...

És filho, filha, netos, amigos?
Eu não sei quem és
Eu te conhecia bebê, porém
Adulto não te conheço mais

Antes precisavas da minha mão
Do meu colo e do meu coração
E só por mim, o teu coração batia

Agora ele bate as asas e voa
E o meu peito cansado
Desolado clama: “casa comigo”!!!

Mário Feijó
23.09.14



segunda-feira, 22 de setembro de 2014

VERDADES ESCONDIDAS

VERDADES ESCONDIDAS

Água, água, muita água
Tem gente que quase se afoga no sul
Enquanto no nordeste
Muitos morrem de sede

São tantas as promessas
Que jamais serão cumpridas
Dizem “eu lutarei por você”
E no poder lutam por si próprios

O pobre, de barriga vazia,
Enche a vida de ilusões e medo
Pensando agora tudo muda
Todos ficam com a sensação de paraíso

Quinze dias depois do voto
Todos descobrem as verdades escondidas
Os santos mostram-se demônios
E quem tem fome percebe “entrou numa fria”...

Mário Feijó

22.09.14

GONÇALVES DIAS QUE ME INSPIRA

GONÇALVES DIAS QUE ME INSPIRA...

Tudo era tão efêmero
Como foram teus beijos
Atiçando minha libido
E depois meus desejos

E depois dos desejos
Sentia a falta dos beijos
Que de teus lábios não venham
E por que não vinham teus beijos?

Não vinham teus beijos
Porque não se atiçara tua libido
Falta o desejo em ti
E não terás os meus beijos

Tudo isto porque na minha terra
Tem palmeiras onde canta o sabiá
As aves que aqui gorjeiam
Eu não posso te beijar

Ah! Gonçalves Dias
Por que não inspiras
Outros lábios? Por que?

Mário Feijó
22.09.14

sábado, 20 de setembro de 2014

GRITO NO ESCURO

GRITO NO ESCURO

Falo
        Beijos malditos
        Bendito amor
        Tortura minh’alma

Calo
        Caminhos tortuosos
        Pés descalços
        Barriga faminta

Ralo
        Desejos com as mãos
        Escorrem n’água
        Límpida, pura, serena

Falo não calo
As horas perdidas
Luas cheias vazias
Todas sem você...

Mário Feijó

20.09.14

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

TOBY - O MELHOR AMIGO

TOBY

Ele é assim
Meio sem-vergonha
Meio amigo
E me amava demais

Não abanava o rabo
Porque era rabicó
Não fiquei com ele
Por causa das “lambanças” que fazia

Não deveria ter acontecido
Esta ruptura no relacionamento
Mas Toby era inconsequente
Apesar da fidelidade canina

Meu coração ficou partido
Quando ele se foi
Era humilde demais
Mas era apenas mais um cachorro...

Mário Feijó

19.09.14

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

PELAS RUAS DO MUNDO

PELAS RUAS DO MUNDO

Os meus óculos
Já viram muita coisa neste mundo
De lágrimas que eu derramei
A traições amorosas

Há pouco estava embaçado
Pelo calor do vapor
Das lágrimas que escorreram
E no meu colo pingavam

Andava pelas ruas de Porto Alegre
Como se estivesse em Paris
Era tão somente mais um desconhecido
Mais um anônimo perdido no mundo

E os meus olhos azuis
Vestiram novamente seus óculos
E se foram pelas ruas do mundo
Procurando um coração
Que pudesse bater junto ao seu...

Mário Feijó

18.09.14

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

FINAL FELIZ

FINAL FELIZ

Era pra ser um amor
Destes que arrepia a pele
Que tira os nossos pés do chão
Que nos eleva às alturas

Mas você não se entregou
Por medo de sofrer
Porque não gosta de amar
Assim, entre nós criou-se vácuo

Eu queria um amor
Desses de final de livros
Onde o sempre é eternizado
E glamourizado pelo FIM escrito

E o amor que parecia perfeito
Murchou com o calor do dia
Não resistiu às estações seguintes
Como uma flor qualquer...

Mário Feijó
17.09.14

terça-feira, 16 de setembro de 2014

COLIBRI

COLIBRI

Eu ando pelos jardins
Entre extasiado e encantado
Com tantos perfumes diferentes
Mas nenhum se compara ao de Amor-Perfeito

Mas amores perfeitos são frágeis
Deixei-os às borboletas e insetos
Fui beijar Rosa que se desfolhou

Margarida ficou indecisa
Num jogo de bem-me-quer, mal-me-quer...

Cravos, Jasmins e Girassóis
Amavam-me por um dia
Depois murchavam diante do sol

Eu colibri solitário
Indeciso entre as flores
Que desabrochavam e feneciam
Tive que me contentar
Com as flores de plástico...

Mário Feijó

16.09.14

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

PÁSSARO FERIDO

PÁSSARO FERIDO

Eu lamento todos os dias
Os amores perdidos
Sejam eles filhos ou parceiros
Que voaram feito pássaros

Eu aprendi a respeitá-los
A respeitar seus novos amores
A respeitar seus novos vôos

Afinal todo pássaro
Um dia se empluma
Bate as asas e abandona o ninho

Ficam somente aqueles
Que têm suas asas cortadas
Que querem comida no bico
Ou que estão felizes na gaiola...

Mário Feijó

15.09.14

domingo, 14 de setembro de 2014

FILHOTES QUE NÃO SABEM VOAR

FILHOTES QUE NÃO SABEM VOAR

Agora eu entendo aqueles
Que não querem ter filhos
Que criam animais
Como se fossem gente

Os gatos nos amam e respeitam
Os cachorros são fiéis
Animais nos fazem companhias

Há uma síndrome de filhote
Na criação de hoje
Eles são eternos nos ninhos
Esperando tudo no bico

Todos os pássaros quando emplumam
Batem asas e voam, mas os filhos de hoje
Querem ser eternos no ninho
Onde nasceram e foram criados...

Mário Feijó

14.09.14

sábado, 13 de setembro de 2014

VAMOS NOS PERDOAR

VAMOS NOS PERDOAR

Havia uma teia de amor
Que eu criei para me proteger
E para abrigar aos que amava

De repente eu, Aranha,
Vi minha teia se romper
Fio a fio e todo amor
Ser rompido por um vendaval

Eram sentimentos doloridos
Aos quais eu não estava acostumado
E que não queria aceitar

Continuei amando
Fui me afastando e aprendi
Que mesmo distribuindo amor
Podemos ser feridos pelo ódio...

Mário Feijó

13.09.14

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

VAGALUMES NO ESCURO

PISCANDO NO ESCURO

Góticas são algumas catedrais
Catedráticos são alguns profissionais
Uns são estrelas no palco
Outras brilham no céu

Porém há estrelas também no mar
Sem brilho, mas vivas
Assim como eu que
Não estou nas praias, nem no ar

Tenho um brilho fosco
Apenas um lume no escuro
Vagalume que ao dia
Passa pela vida despercebido

Se está escuro luminescente sou
Num universo cheio de estrelas
Sou apenas mais uma pequenina
Acendendo, apagando, acendendo, apagando...

Mário Feijó

12.09.14

VALORES COM POUCO VALOR

VALORES COM POUCO VALOR

Dinheiro resolve tudo:
        Pra você nascer
        Pra você crescer
        Pra você viver
        Pra você morrer
É o que dizem

Eu só posso dar amor
Tenho sentimentos
Amo pessoas, animais,
O mar, o céu, o ar, as flores
Enfim amo a natureza

Tem gente que diz
Que o dinheiro compra tudo:
Compra a dignidade
Compra a verdade
Modifica as leis
Cria formas de conduta
Compra vidas e destrói pessoas

Mas quando o dinheiro acaba
Com ele acabam-se amores fúteis
Vão-se embora amizades interesseiras
E ficamos nós doloridos diante da verdade

Outros ficam brigando por heranças...

Mário Feijó
12.09.14


GATOS NA CHUVA

GATOS NA CHUVA

Gatos com sede
Bebem água afoitos
Cães fazem o mesmo
Splicht, splicht, splicht

A chuva que cai do telhado
Faz um som parecido
Com um animal sedento bebendo
Splicht, splicht, splicht

Pena que a frente fria
Nublou todo o céu
Visto que a lua está esplendorosa
Embalei o meu sono ouvindo
O barulho da chuva no telhado

As crianças vindo da aula
São como pintos molhados
Divertem-se pisando nas poças
E correndo umas das outras

Na soleira da porta
O gato molhado mia
As crianças parecem
Pintos recém-nascidos
Todos querem comer
Faça chuva ou faça sol
A vida continua como sempre foi...

Mário Feijó
12.09.14

terça-feira, 9 de setembro de 2014