domingo, 3 de junho de 2012

O PULO DA GATA


O PULO DA GATA



        Entrei na esquina e num salto preciso a gata pulou em meu pescoço. Quis gritar, mas não pude! Estava petrificado com o susto.

        Era uma gatinha doméstica, filhote e só queria brincar. Depois de passado o susto relaxei observando que a gata saltou no meu pescoço por causa do cachecol. Tirei-o do pescoço e passei a provocá-la arrastando no chão o objeto que a fascinava.

Eu morava ali perto e a tal gata pintada me seguiu até em casa. Tinha três cores. Parecia um filhote de tigre. Olhos esverdeados e era encantadora. Parecia um filhote abandonado querendo se adonar de alguém. Sim, pois gato não tem dono. Eles é quem escolhem alguém de quem pensam ser donos (eu penso assim).

Quando cheguei com o bichinho em casa minha filha se encantou por ela e a adotou. Ela entrou, mas meio ressabiada olhava tudo em posição de autodefesa e vagarosamente passou a cheirar tudo e depois morder. Saltou pelos cantos e de vez em quando pulava sobre qualquer coisa pendurada.

Minha primeira providência foi leva-la para vacinar e também dar-lhe um antivermífugo. Acabamos ficando com ela em casa, no entanto tínhamos outro problema a administrar: nossa cachorra poodle.

Eu até aquele dia jamais me encantara por gatos. Achava-os lindos em fotos, mas minha mãe, que era alérgica, colocara em nossas cabeças uma aversão pelo bicho. Além do mais eu criava peixes ornamentais, desde que me conheço por gente e peixes e gatos não era uma boa combinação. Isto sem considerarmos a tal poodle que era neurótica e odiava gatos.

Quando Juliety entrou em casa e viu a tal gata disparou atrás do bicho e as duas por onde passavam foram derrubando tudo. De vasos com flores, até aparelhos celulares, porta-trecos, etc.

Resolvemos colocar a cachorra na rua e a gata dentro de casa evitando assim o que parecia o ensaio de uma guerra. Mas a gata dentro de casa também era um problema por causa dos peixes. Tive que providenciar tampas de vidro para o aquário, assim a gata apenas passa seus dias namorando-os e dando cabeçada no vidro tentando comê-los...



Mário Feijó

03.06.12

  

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