BRISA
– A PRINCESA DOS VENTOS
Durante
muito tempo ela contara com a cumplicidade do Vento, mas aquela noite,
especialmente aquela noite ele tratou de espalhar seus segredos aos quatros
cantos da terra. Sempre fora um amigo, mas aquela noite comportava-se feito
amante traída, vingativo e cruel.
Tinha
seu pai como aliado. Ele a amava desde antes do ventre intumescido de sua mãe. Parecia
um amor de outras vidas. Ele a amava como se fora uma princesa, idealizada nas
fábulas infantis.
Senis
os dois?
Não!
Talvez ele que acreditava em sonhos.
Ela
era pura realidade, mas não contava com o desatino do Vento, para arrancar-lhe as
folhas, como faz no outono com todas as plantas.
Ela
queria apenas mais respeito e seus segredos guardados. Porém naquele dia o Vento
não era apenas um vento qualquer, ele era mais que isto, vinha vestido de tufão,
tamanha era a sua violência.
Ela,
uma simples Brisa, sentia-se ultrajada, rosa desfolhada, desnuda. Não queria
ter sua vida espalhada feito panfletos ao vento.
Brisa
era assim, guardava o perfume das flores, dava frescor à vida, transmutava o
ar, era tão suave que todos a admiravam.
Sua
mãe Tempestade apenas por ela chorava. Raios, seu pai, geralmente vinha junto
com sua mãe e quando estavam furiosos, Brisa se recolhia. Conhecia-os. Sabia
que não eram maus, apenas trabalhavam para Natureza e tinham que cumprir com as
determinações do mestre das Intempéries...
...
Mário
Feijó
01.04.14
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