segunda-feira, 19 de novembro de 2012

DIAS DE SOLIDÃO



DIAS DE SOLIDÃO

                Hoje foi um daqueles dias em que pesou a falta de alguém ao meu lado, a falta de abraços que a vida não tem me dado, a falta de calor humano. As pessoas estão muito preocupadas consigo mesmas e eu não passo de um lixinho que pode ser jogado para debaixo do tapete. Pode ser até depressivo, mas não estou com dó de mim.
                O natal de aproxima, mas antes dele ainda tenho que passar pelo meu aniversário que me diz “viu? Sua vida está indo pro saco”. Este foi um ano em que eu não precisei de nada, além de ter feito três mudanças, eu só precisei de solidariedade. A única que foi solidária neste período foi Juliety (a cachorra poodle), porém eu tive que dá-la com medo que ela se atirasse da sacada muito baixa, mas quem tem vontade de se atirar da sacada agora sou eu...
Atraquei-me a uma garrafa de champanhe sozinho por falta de companhia. Estou a algum tempo pensando o que fazer nas festas de fim de ano. Queria ir para algum lugar, mas a desmotivação não me deixa nem escolher que lugar... meu sonho seria que alguém sugerisse “vem pra cá, minha cidade é um ótimo lugar, sossegado”, aí eu compraria uma passagem de avião e iria pra lá. E nem precisam cuidar de mim, eu sei me cuidar sozinho e também não sou sempre assim, geralmente sou uma pessoa melhor, alegre, mas ainda sopro minhas feridas...
Hoje passei o dia na cama, sem disposição para me levantar. Já fui até à academia que fica na frente da minha casa para me matricular. Penso que preciso de exercícios para produzir endorfinas, mas quem disse que fui fazer as aulas?
E as meninas nem percebem minha aflição (crio duas netas adolescentes, para quem não sabia)... Gente eu não quero pena, dó de ninguém, só quero um abraço, forças para prosseguir. Meus dias de vida doméstica estão me exaurindo. E meus problemas até são um pouco maiores, mas eu resolvi amenizar as tintas. Não sou e não quero ser “coitadinho”...
Estou cansando de fazer comida, de varrer a casa, de lavar louças. Não nasci pra isso, aprendi a fazê-lo, visto que já passei alguns perrengues na vida. Não me lamento por isto, pois consigo olhar para os lados e ver que tem muita gente em pior situação, mas o que eu posso fazer se neste momento o que mais precisava era de braços quentes ao redor do meu corpo.    
Resolvi escrevi sobre este dia e os dias que tenho passado, não para chamar atenção sobre a minha pessoa, mas porque sei que tem muita gente em situação pior que a minha. Precisamos reagir.

Mário Feijó
19.11.12

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