(Foto: Praia do Itaguaçu - Fpolis -SC autor: Mário Feijó)
A VIDA SEMPRE DÁ O TROCO
Um dia
eu pensei que o meu pai era um “idiota safado” quando aos quarenta e tantos
anos ele ficou viúvo e arrumou uma nova companheira. Eu via aquela mulher como
uma usurpadora de lares e o meu pai como um velho assanhado.
A vida
fez com que eu, aos sessenta anos, perdesse minha companheira num acidente. A
família da minha companheira, já no dia em que ela havia sido cremada me
perguntou:
- você
não tem um amigo para dividir um apartamento com você? Sugerindo que eu saísse
da casa onde morávamos juntos há quase seis anos.
Isto
que eu estava com seis costelas (arcos costais) quebradas, duas vertebras e os
dois pulmões perfurados... (em decorrência do acidente que havíamos sofrido
juntos). E quando eu perguntei sobre prazos, a filha que sempre me tratou como
se eu fosse seu pai, disse-me “eu não faria nada que minha mãe discordasse,
pensei em trinta dias”. Eu saí da casa em vinte dias, diante de “tanto amor e
solidariedade”... e se eu não gostasse tanto de você, nem deixaria você voltar
para a casa...
Cheguei
à conclusão de que a vida só estava me dando o troco. Eu jamais fiz isto, porém
o olhar que tive para com a substituta de minha mãe, com o meu pai. A vida
estava me dando o troco...
Eu jamais fiz isto, porém olhar
que eu tive para com a substituta da minha mãe e por não ter compreendido meu
pai, fez com que a vida me ensinasse a me curvar diante dela. Foi um pagamento
na mesma moeda com um pouco mais de crueldade. Eu penso que por ter um pouco
mais de condições financeira pude sair com mais facilidade da situação, mas não
sem dores, sem marcas, mas aquela pobre coitada, depois que meu pai também
morreu perdeu-se pelo mundo e eu não soube mais nada a respeito dela...
O mesmo acontece comigo agora que
me perco no mundo...
Mário Feijó
15.11.12
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