domingo, 27 de novembro de 2011

A VIDA É DOCE






A vida é mais doce
No sabor de um beijo
Há muitos beijos mentirosos
Beijos amargos, beijos falsos 

A vida é mais doce
Quando se ama
Quando se acredita no amor
Quando embarcamos na fantasia 

A vida é mais doce
Quando fazemos
Quando acreditamos
Quando temos fé 

A vida é mais doce
A favor do vento
Quanto existe tempo
Para você acreditar... 

Mário Feijó
27.11.11

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

ESPIRITO ASPIRANTE





Do sopro sobrou apenas
Um espírito benfazejo
Refletindo sua luz essencial
Azul, cálida e suave 

Foi o que sobrou
Daquele sopro de vida
Que agora espírito
Não mais respira 

Apenas suspira e aspira
Como todos os novos espíritos
Aspirantes à vida eterna 

Mário Feijó
24.11.11

TREZE ROSAS






Trago-te hoje
Treze rosas roxas
Poderiam ser vermelhas
Brancas ou amarelas 

Porém são rosas roxas
Rosas rubras putrefatas
Assassinadas na esquina
Na mão direita ensanguentada 

Trago-te treze rosas pálidas
Sem qualquer vestígio de hemoglobinas
Lábios desfigurados 

Cálidos à espera de um beijo
Começo ou despedida
Tudo dependerá do desejo 

Trago-te treze rosas roxas
Aqui e agora
Espinhos nas mãos
Cravos no coração
Tome! São tuas! 

Mário Feijó
24.11.11

SINTO VOCÊ EM MIM



Eu nunca ouvi teu choro
Tampouco ouviste o meu
Já ouvi o teu riso
Porém tu nem viste um sorriso meu 

O nosso sol é o mesmo
E brilha pra nós na mesma hora e local
A lua e as estrelas são as mesmas
Que brilham para nós dois 

És a minha perdição
Porque eu já senti teu cheiro
Quase o gosto que têm teus beijos
Eu já senti nos sonhos meus 

Eu sinto tua pele
Nas minhas mãos
Sinto o teu paladar
No céu da minha boca 

Mário Feijó
23.11.11

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

ROSTO ESCONDIDO





Há rostos escondidos
        Atrás de máscaras
Atrás de mentiras
Na frente de espelhos
Na frente da inveja 

Há rostos escondidos
Em lágrimas
Na poeira
Na sujeira
E na falsidade 

Há rostos escondidos
         No medo
Por trás das mãos
E de cinco dedos 

Mário Feijó
23.11.11

terça-feira, 22 de novembro de 2011

DEPOIMENTO DE VIDA






Durante a minha vida inteira eu pensei que ao chegar aos sessenta anos seria um inútil, que a gente não namorava mais, pois não tinha mais tesão. Ledo engano.

Também pensava que a gente ao se aposentar ficaria em casa de pijama, tomando remédios, esperando a morte chegar.

Descobri também um monte de coisas, que a juventude faz a gente pensar a respeito dos mais velhos e que são erros ou mitos.

Eu gostaria de depor aqui que tudo o que eu fazia quando era mais jovem faço agora. É óbvio que tudo tem limites e temos que perceber que, um homem de sessenta anos, não ficaria bem com um corte de cabelo tipo “gambá”, usado pelo Neymar. Da mesma forma também é ridículo uma mulher com esta idade com micro saia ou blusas “baby look”. Têm coisas que só o bom senso e o desconfiômetro mostram o caminho certo.

Não podemos acreditar nestes mitos do passado. Antigamente as pessoas envelheciam aos quarenta anos. Os tempos mudaram. A qualidade de vida das pessoas hoje é outra e pode-se manter saudável e produtivo até oitenta anos ou mais. Tudo depende da cabeça da pessoa.

Se você parar de sonhar, de criar, de produzir irá envelhecer, e isto não depende de idade. Depende da inteligência, da fé, do que a pessoa faz, e de não ter uma vida absolutamente sedentária.

Dar um passeio, caminhar, ler, escrever, pintar, cantar, ouvir música são coisas fundamentais na vida de qualquer pessoa, tenha ela a idade que tiver.

É importante não se tornar ranzinza com qualquer coisa e, ter consciência disto, para se corrigir. Também é importante aceitar as mudanças de comportamento. Pudores demasiados é sinal de velhice. Hoje muita coisa pode.

Não julgar os outros, não se punir com culpas, perdoar a si mesmo e aos outros, são alguns conselhos para se manter jovial. Quando puder dançar dance, se a vida lhe apresentar situações que tiver que cantar, cante. Sorria. O sorriso ajuda com os músculos da face e facilitam a elasticidade do rosto e dão mais alegria à sua vida. Então sorria. Cumprimente as pessoas e observe o mundo. Há poesia nele.

E por falar em poesia, ler qualquer coisa é importante, mas ler poesia dá elasticidade ao cérebro. Então pense nisto e pratique. A velhice não está no corpo das pessoas, mas na forma como elas pensam sobre si mesmas. Não se isole nunca. O isolamento leva à depressão e depressão é um curto caminho para a velhice e para a morte.

Tenha fé: em você, em Deus, em deuses, nos outros, em qualquer coisa, mas tenha fé. Ela é importante em nossas vidas...



Mário Feijó (22.11.11)        

ERRAR É HUMANO



                               Nada lhe posso dar que já não existam em você mesmo.
                                           Não posso abrir-lhe outro mundo de imagens, além
                                                          daquele que há em sua própria alma. Nada lhe posso dar a
                                          não ser a oportunidade, o impulso, a chave. Eu o ajudarei a tornar visível o seu próprio mundo, e isso é tudo.
Hermann Hesse

É tão pouco
Tudo o que eu quero
Sem ferir ninguém
Sem maldade alguma 
        Mas eu sou humano
        E humano erra 
Eu luto pelo que acredito
Eu dou o meu melhor
Eu sou perfeccionista 
        Porém sou humano
        E humano erra 
Muitos me julgam
Outros me condenam
Mas ninguém olha pra si
E deviam, porque:       
        Somos humanos
        E humanos erram... 
Mário Feijó
22.11.11

domingo, 20 de novembro de 2011

NO VELÓRIO





No velório havia café, chá, salgadinhos, água gelada, bolachinhas, salgadinhos e fofoca. No menu além de todas as iguarias havia o defunto como assunto. Este já fora execrado à boca pequena. Mas o tema não rendeu muito porque o homem era bom, pobre diabo. Então o assunto não rendeu muito.

Vanda Maria procurou outras vítimas já que o falecido foi marido de sua amiga, até ontem à noite.

- Você e eu precisamos emagrecer menina. Disse ela à Tereza.

- Eu já perdi quase dez quilos. Argumentou Tereza, querendo se livrar da prima. Mas Vanda não perdoou e perguntou:

- E seu marido? Como Está? Outro dia encontrei com ele. Que homem lindo!

- Nós nos separamos querida. Disse Tereza.

- Então é por isto eu você engordou deste jeito. Disse Vanda Maria à prima, de soslaio, e foi falar com outra Candinha.

Tereza ficou rosa choque e esqueceu aonde estava, querendo avançar na outra. Foi contida por colegas próximas que apreciavam a contenda, mas que não queriam perder o show gratuito.

A viúva inconsolável (minto, a viúva não estava inconsolável. Parecia estar numa festa de formatura agradecendo um diploma pelo qual havia lutado há anos).

Será que ficamos assim tão felizes depois de quarenta, cinquenta anos de convivência, quando o companheiro morre? Não sei! O mundo mudou, mas ninguém é obrigado mais a aturar o outro até à morte...

- Caros amigos, familiares e conhecidos do Sr. Francisco, homem bondoso e membro da Igreja (mentira). Dizia o padre.

- Vamos rezar e pedir pela alma deste nosso amigo (o padre não conhecia o morto, a mulher ele conhecia porque esta era da congregação).

Enquanto o padre rezava. Num momento de descuido, Tereza e Vanda Maria, as primas, atracaram-se e caíram na vala aberta para o defunto (que por pouco não se revirou no caixão).  



Mário Feijó

20.11.11


sexta-feira, 18 de novembro de 2011

O QUE É POESIA






Poesia é a forma de se contar
O que se passa dentro de nós
Através das coisas simples
Que acontecem ali fora...

Mário Feijó



O sol fica mais lindo
Quando eu estou feliz
As estrelas até me piscam
E as flores se abrem com prazer 

A poesia entra na nossa mente
Mas sai mesmo é do coração
Na poesia não há razão
Ela vai além da compreensão do sentir 

Somos meio loucos quando amamos
Também somos assim
Quando fazemos poesia
Quando escrevemos poemas...


Mário Feijó
18.11.11

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

AS PESSOAS MENTEM



Algumas pessoas mentem
Mesmo quando olham nos olhos
Mesmo quando derramam lágrimas
E fazem a gente chorar

Algumas pessoas mentem
Por amor, por necessidade,
Por maldade, para viver,
Por profissão ou por prazer

Algumas pessoas mentem
Olhando flores
Tecendo amores
Criando relações...

Algumas pessoas mentem
Mesmo quando o vento fala verdades
Mesmo quando a lua exala paixão
E quando colibris fazem amor...

Mário Feijó
15.11.11

CORAÇÃO SOLUÇANDO




Eu sou um menino
Cheio de sonhos de adulto
Que às vezes pensa como bicho
Noutras apenas namora o vento

E você por onde anda?
Não tem sonhos menino?
É um velho criança
E se esqueceu de viver...

Por onde andam teus sonhos?
Em que esquina você se perdeu?
Não ouve o sussurro das ondas
Tampouco namora as sempre vivas...

Ainda há pouco chovia
Eu ouvia teu coração soluçando
És agora um velho cansado
E teus lábios desaprenderam beijar...

Mário Feijó
15.11.11

AMOR É SEMPRE AMOR






Eu te amei tanto
Que algumas pessoas
Passaram a me odiar
Por causa deste amor 

Você poderia tê-lo preservado
Somente pra você
Mas quis exibi-lo como troféu
E nem, ao menos, me amou 

Ah! Eu te amei tanto
Que o mar por alguns dias
Levava suas ondas de volta
Sem querer aos meus pés tocar 

Só a luz me entendia
Brilhando sobre a minha cabeça
Como se dissesse não desista!
Amor é sempre amor! 

Mário Feijó
16.11.11

VIDA DE BORBOLETA





Algumas vezes eu penso
Que a vida é célere demais
Você ainda a tem por inteira
E a minha acaba-se com você 

Última chance de amor
Penúltima chance de amar
O vento que se espalhou ontem
Não é mais o mesmo
Que amanhã soprará 

Eu não queria somente ser usado
E depois descartado feito trapo velho
Acabaram-se nossas chances
O nosso filme já foi rodado 

Eu sou assim meio borboleta
Vivo um dia da tua vida
Enquanto tu ainda és lagarta
Que percorre no meu jardim...


Mário Feijó
16.11.11

domingo, 13 de novembro de 2011

Poetrix


CHUVA DE VERÃO 

Cai a chuva
Plantas reverdecem
Pássaros banham-se 

Mário Feijó
11.11.11


NO CINEMA 

Lábios mentolados
No flagra
Uma lanterna acende 

Mário Feijó
11.11.11 

ESTAÇÕES 

Passa uma nuvem
No verão chove
No inverno neva 

Mário Feijó
11.11.11 

RUA TEM DONO 

Formigas apressadas
Cargas pesadas
Caminhão transportou 

Mário Feijó
11.11.11

OS VENTOS ME COMPREENDEM






Lembra quando eu
Conversava com a passarinhada?
Pois é! Agora esqueci
Só guardei deles o sotaque 

Os ventos me entendem
Enquanto as ondas
Debatem-se querendo
Chamar a minha atenção 

A natureza me entende
As pessoas não
A natureza entende a vida
E as pessoas nem da morte 

Sorte dos pássaros
Que tudo aceitam
Sorte dos ventos
Que me compreendem


Mário Feijó
13.11.11

UM VELHO FAROL





Simples luz

Que atinge tão longe

E no horizonte

Mostra um caminho



Perde-se quem quer

O velho farol

Está lá aceso

Como no fim do túnel



Mário Feijó

13.11.11

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

ENTRE UMA TEMPESTADE E OUTRA











Aproxima-se o final do ano. Daiane encantada descobre que no litoral gaúcho as escolas levam seus alunos para comemorar o encerramento do ano letivo, num dos parques aquáticos locais.

Chegou em casa fazendo planos e contando que em Fortaleza tem o Beach Park, um dos maiores e melhores do nordeste. Mas ela nunca pode ir. Então pensou, aqui eu vou.

Os meninos, como ela chamava, Márcio e Marcos, tinham ido para Porto Alegre arrumar apartamento, verificar a possibilidade de fazerem suas transferências para a Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Também caso ficasse difícil iriam ver preço de mensalidades e matrículas na PUC/RS, tudo conforme tinham combinado e planejado fazer para o próximo ano.

Daiane convidou Dona Maria de Lourdes para ir junto, tão eufórica estava, mas esta disse, isto é coisa para a tua idade guria. Eu já estou muito velha para isto.

Daiane foi no comércio procurar um maiô, visto que não tinha nenhum ainda, e pensou que biquíni não ficaria legal escorregando naqueles tobogãs altíssimos. Além do mais os meninos não estariam juntos para protegê-la.

Fez uma cesta com lanches, água, refrigerante, tudo como manda o figurino, já que nestes locais os lanches, geralmente consomem todo o dinheiro, de quem já tem pouco, pensou ela. Ah, ia me esquecendo, tenho que colocar também filtro solar, não quero ficar ardida e nem vermelha, feito camarão ao bafo.

Chegou o grande dia. Daiane estava feliz porque tinha passado em todas as disciplinas. Era sim motivo para comemorar esta sua nova vida. Pegou sua cesta, toalha de praia, chapéu e todas as parafernálias que juntou para levar e foi pra frente do colégio se juntar aos colegas, esperando o ônibus que os levaria ao parque aquático.

De repente começou a cair um vento forte, o céu foi escurecendo e todos começaram a ficar apreensivos com o desfecho que o tempo poderia tomar.

- E agora? Dizia Letícia, colega de Daiane.

- Meu Deus do céu, eu me preparei a semana inteira para este passeio. Será que irão suspender? Dizia, entre apreensiva e decepcionada Daiane.

Correram todos para dentro do colégio, enquanto o tempo fechava e um grande temporal caia.

Foi um daqueles temporais devastadores, como nunca se viu nos últimos tempos. Teve até furacão. Árvores foram arrancadas, casas destelhadas e duas mortes na cidade.

Os professores ficaram sabendo que o Parque havia sofrido danos sérios e que por este motivo o passeio seria adiado.

Menos de duas horas depois o tempo mudou, como se não tivesse acontecido nada.

Daiane convidou as colegas para que fossem então todos para a praia passar o dia, só assim todos os preparativos não seriam desperdiçados.

Daiane entre decepcionada e preocupada com tudo o que o tempo causou na cidade e região, resolveu que tempestades sempre aconteceram em sua vida e não seria esta que iria derrubar o seu bom humor. O parque aquático podia esperar...



Mário Feijó

07.11.11

 

terça-feira, 8 de novembro de 2011

JOGO PERIGOSO





Depois que aprendi a amar
Descobri que não viveria
Mais sem teu amor 

E descobri que teu toque
Incendeia a floresta úmida
Que é o meu corpo 

Eu também descobri
Que as tuas digitais
São imprescindíveis
Na minha pele
E que o meu sangue
É combustível de amor 

Você faz um jogo perigoso
Quando tenta me seduzir
Para logo em seguida
Fazer-se bela e adormecida 

Depois eu também descobri
Que o teu corpo rejuvenesce
A minh’alma menina esmorece
Ao simples toque do teu olhar... 

Mário Feijó
07.11.11

SESSENTA ANOS EM SESSENTA SEGUNDOS






Era tão macia e quente
Que mais pareciam
Lábios molhados ardentes
Excitados ao toque do amor 

E da tua boca
Apenas um sussurro saia
Temendo acabar o encanto
Que se escondia no silêncio 

Mas era um amor consentido
Onde pouco tempo depois
Apresentou a cobrança
Daquele consentimento 

E o menino saciado
Descobrira o sexo
Quando lhe disseram:
Você vai ser papai! 

Mário Feijó
07.11.11

MUITOS SÃO OS CAMINHOS









Muitos são os caminhos, mas só um nos leva à verdade. A descoberta do caminho nos leva à evolução espiritual e ao conhecimento de si e das coisas de Deus.

Quando acreditamos, sem contestações que somos seres espirituais vivendo uma experiência evolutiva, não precisaremos mais explicar a mediunidade. Verdades não se explicam. É uma questão de aceitação somente e, isto só acontecerá pelo conhecimento, pela evolução e pela fé espiritual.

Há graças sim. Há curas sim. E todas acontecem pelo exercício da fé. Deus é amor e tudo pode. Nós, que aqui vivemos, viemos para trocar experiências de amor.

Quem quer curar o corpo físico tem que aprender a curar seus pensamentos e a dar uma ordem positiva a eles. A cura do corpo físico implica antes na cura do corpo espiritual.

Quando se fala em perdão queremos esclarecer que, primeiro, temos que perdoar. Quem não sabe se amar, quem não consegue se perdoar, não saberá fazer isto com os outros. Ame-se! Perdoe-se! E depois conversaremos.

Quem aprende, tem ainda, a missão de ensinar. O aprendizado é coletivo. Ninguém aprende só para si, aprende para ensinar, para evoluir e para praticar a caridade com seus irmãos, com seus amigos ou parentes, mas também com a sua comunidade.

Todos que se dizem espíritas e acreditam nas leis da doutrina espiritual têm que ser humildes.

Não basta ter fé, acreditar, fazer a caridade, praticar o amor, sem estar imbuído da humildade. O exercício destes sentimentos é que nos libertará deste planeta e nos levará a outros estágios, dentro de uma evolução espiritual.



Mário Feijó

(intuído pela espiritualidade)

03.11.11

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

CANÇÃO ENCANTADA






Os lábios que toquei

Cantam ao vento

Como se fossem sereias



Mário Feijó

07.11.11

AS PELES DE MARIA






Eriçada pele
De ovo macia
Marta hirta
Morta vadia 

Caça violentada
Nos casacos de Maria
Numa taça de Möet Chandon
Angustiada se sacia  

Sozinho e deprimido
Falido está seu amante
Geme sua artrite
Esperando que a crise passe
Na belíssima Wall Street 

Disfarçada de menina
Pensa Maria nas peles
Na vida fácil cada vez mais difícil
Enquanto acaricia
Sua pele envelhecida  

Mário Feijó
07.11.11

SUAVE






Sopra o vento
Apenas sopra
Suavemente
Como se fora
Asas de inseto
Abanando a flor
Que desvirginada
Entrega seu pólen  

Enquanto isto
No jardim
O colibri volúvel
Beija todas as flores
Delicado, suave... 

Mário Feijó
07.11.11

sábado, 5 de novembro de 2011

VIVO POR TEU AMOR






Eu sigo pela vida
Enganando a mim
Que sou feliz
E a ela que isto me basta
Vai que um dia
A vida me dê
Tudo o que eu sonhei
Então eu pararei
De me atirar
Nos braços do vento
De ser acolhido
Nas águas cálidas do mar
Vá que um dia
A vida se engane
Coloque você em meus braços
Só então eu saberei
Que já posso morrer
Porque descobri
O que é felicidade... 

Mário Feijó
05.11.11

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

FEITO GATO






Quisera ter
Só um pedaço teu
Por menor que fosse
Em um beijo
Em um abraço
Nas mãos


E te acarinhar
Feito um gato
Tomando banho de sol
Tomando um banho de língua


Depois me espreguiçar
Descer do telhado
E sumir pelo mato miando


Mário Feijó
04.11.11

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

SIMPLÓRIA






Deus do céu
Como é simplória
A vida desta mulher


Parece que não pensa
Não se cuida direito
Além do mais é relaxada 

Quisera eu ser assim tão parvo 

Pouca inteligência, pouco sofrimento 

Mário Feijó
03.11.11

A BRISA BRINCA NA PRAÇA





Sobre as dunas o vento brincava
Jogando sacos de plásticos
Que os veranistas na praia deixavam 

Bem próximo dali
Num balanço arrebentado
Divertia-se a brisa
Mesmo sem ter aonde sentar 

Os coqueiros que aprenderam
A se curvar aos ventos
Reverenciavam o sol
Num clima de quase verão 

Enquanto isto o velho pescador
Caminhava à beira-mar, por entre as dunas
Recolhendo o lixo do verão passado
Pensando no verão que se aproximava.



Mário Feijó
03.11.11

SALTO ALTO E BATOM VERMELHO




....................................As mulheres têm duas armas
.........................................O sorriso e a maquiagem
.................................................Napoleão Bonaparte

Somos sempre crianças
Diante de um novo amor
E a minh’alma sofre
Quando não sente o teu calor
Eu não me importo
Com o frio do inverno
Tampouco com a fome
Que eu possa sentir
Porque não existe dor maior
Que a dor do desprezo
De alguém a quem amamos
E se você me sorri
Coloca um batom vermelho
Pode pisar com teu salto
Que eu suportarei a dor...

Mário Feijó
03.11.11 

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A VELHA CINDERELA






A velha cinderela
Queria manter-se bela
Sem se importar com a idade


Demonstrava ter quase cem anos
Mas a pose de princesa
Ela ainda cultivava


O espelho pode não enganar

Mas a alma não olha dentro dele.


Mário Feijó
02.11.11

KA-KA-KA-KA





Eu não entendia
Porque sob os efeitos etílicos
Algumas pessoas riem tanto

KA-KA-KA-KA 

Até que eu e duas amigas
Abrimos uma garrafa de vinho
Conversamos e sorrimos
Mas quando abrimos a segunda garrafa

KA-KA-KA-KA 

Nesta hora eu comecei a entender
O porquê de rir tanto
E dizer tanta bobagem
Quem não está acostumado a beber

KA-KA-KA-KA 

Ontem valeu muito à pena
Lembramos do passado
Rimos de nós

KA-KA-KA-KA


Hoje eu já não sei mais
Porque rimos tanto ontem?

KA-KA-KA-KA 


Mário Feijó
02.11.11

A VELHA CINDERELA





A velha cinderela
Queria manter-se bela
Sem se importar com a idade


Demonstrava ter quase cem anos
Mas a pose de princesa
Ela ainda cultivava



O espelho pode não enganar

Mas a lama não olha dentro dele.



Mário Feijó

02.11.11