segunda-feira, 8 de agosto de 2011

POR TUA CAUSA






Por tua causa
        Eu pensei que pudesse
        Ter direito à felicidade
        E sonhei... 

Por tua causa
        Eu sonhei viver um grande amor
        Desses do tipo “capa e espada”
        Um amor arrebatador... 

Por tua causa
        Eu acreditei que minha vida
        Pudesse ter alguma razão
        E que pudéssemos nos amar... 

Por tua causa
        Eu descobri o preconceito
        Descobri que nem tinha direito
        De querer contigo sonhar... 

Por tua causa
        Eu piquei meu coração
        E agora pode ser tarde
        Pois joguei os pedaços ao vento... 

Mário Feijó
08.08.11

NOBRE CORAÇÃO








Enquanto não amarmos um animal,
uma parte da nossa alma
permanecerá adormecida.
Anatole France



Nobre coração – tente o mais que puder
Bater até cansar – resista ou
Que eu envelhecido e cansado
Te peça para parar... 

Bata sempre mais forte
Quando eu ver um corpo bonito
Mas também quando ver uma flor se abrir
No meu jardim ou por onde eu passar... 

Nobre coração – veja mais longe
Que os meus próprios olhos
E não deixe se enganar
Diante de amores senis... 

Ensina-me sempre a aprender
A dividir e não somente a somar
E que eu possa amar mais e mais
Até àqueles que na vida não me amam... 

Nobre coração que se esconde em meu peito
Diga ao meu cérebro, muitas vezes tão racional
Que não há irracionalidade num abraço
E que amar não dói, mas prolonga a vida... 

Mário Feijó
08.08.11

domingo, 7 de agosto de 2011

OUÇA

 



Ouça-me por um momento apenas
Quero que você me ouça, nada mais...
Há dias assim, que eu só preciso ser ouvido
Noutros quero apenas silêncio e te olhar... 

Há magia no calar, no saber ouvir
E eu estou na fase do dizer silenciosamente
Do toque de pele, do roçar de lábios
Na tua pele, na tua boca, então ouça... 

Ouça! Tente ao menos uma vez
Sem julgamentos, com desprendimento...
Ouça o vento e sinta o que ele diz... 

Há magia no olhar
No silêncio, barulho do mar
Tudo isto só porque quero dizer que te amo... 

Mário Feijó
07.08.11

sábado, 6 de agosto de 2011

QUANDO O AMOR ACONTECE





Existem culpados
Quando nasce uma flor
Quando cai um relâmpago
Quando muda o tempo
Ou quando brota um amor? 

Se não existem culpados
Para os fatos da natureza
São tudo fatos naturais
Como eu serei culpado
Por querer te amar? 

Só porque você acha
Que eu seja água do rio
Que não corre para o mar
Porque sou água que evapora
Não me queira condenar... 

O amor vê a outra pessoa
E acontece algo inexplicável
Você começa a sofrer por não ser correspondido
Então não queira achar as razões do amor
Não me condene e deixe-me te amar... 

Mário Feijó
Agosto/2011

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

CONVERSA ENTRE AMIGOS





Todos têm um bichinho
Um objeto, ou algo de estimação
Eu tenho a minha laranjeira
Com ela converso, conto meus segredos
Ouço os seus, falo do tempo, do vento
Converso sobre saudades
Conto todos os meus amores
Falo da minha mocidade...

Conto do tempo perdido com coisas bobas
Enquanto o mundo gira apressadamente
Falo de todas as minhas dores
Quero saber de seus frutos porque quero
Plantar na terra novas sementes...

Parece coisa de criança brincando com seu amigo invisível
Mas eu sou assim, meio adulto, meio criança, um pouco
Já cansado, em outros tempos um velho.

Eu lhe pergunto dos seus, ao que ela me diz:
- foram-se mundo a fora!
Crio meus filhos pro mundo e fico no meu canto
Cumprindo minha missão.

Dou-lhe meu abraço, cheiro suas folhas
E me recolho diante de sua sabedoria amiga...


Mário Feijó
05.08.11

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

EU SOU NUVEM AO VENTO





Pode o vento soprar
Para qualquer lado que for
Em você vou pensar
E ainda sentir este amor... 

Eu sou aquela nuvem que passa
Jogada de um lado pro outro
Que se transforma a cada encontro
A cada mudança do tempo... 

Eu sou a nuvem que chora
A cada encontro contigo
É que não quero mais ser
Tão somente amigo mas também teu amor... 

Eu sou a luz do sol
Que bate no gelo e o derrete
Evaporando volto aos céus
Pra depois novamente por ti chorar... 

Mário Feijó
04.08.11  

AMOR DESCOMUNAL





Eu poderia ser árvore
Não ter nenhum sentimento
Ou poderia ser até
Uma pedra fria 

Como também poderia
Ser apenas um passarinho
E pra você construir meu ninho
Sem ter amor por você 

Amor é coisa de gente
Não é apena cio
Ou um instinto animal

E se um dia eu renascer
Penso que por ti ainda vou ter
Este amor descomunal... 

Mário Feijó
04.08.11

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O AMOR POR TI





Poderia ser apenas
Uma pedra rolando morro abaixo
Ou até mesmo água
Caindo da cachoeira... 

Como poderia ser um vulcão
Em plena erupção a jorrar
Lava impiedosamente... 

Quiçá fosse apenas um passarinho
A visitar seu ninho
Levando comida aos seus filhotes
Mas não é nada disto 

Foi apenas o amor
Que fez erupção em meu coração
Transbordou feito cachoeira
E lá no meu peito fez seu ninho por ti... 

Mário Feijó
03.08.11

UMA ESTORIA DE AMOR E FIDELIDADE

As cegonhas que fazem ninho na Croácia todos os anos, fazem um longo caminho de 13 mil quilómetros da África do Sul pelo vale do Nilo

Malena e Rodan, uma linda história de amor.
Foto: Divulgação/EFE
Uma amada ferida pelos disparos de um malvado, Um galã apaixonado que cruza meio planeta para visitá-la todos os anos, apesar de todas as dificuldades. A história parece mais um roteiro de filme de romance, mas é a realidade da vida de um casal de cegonhas na Croácia.
A cada primavera, o país se emociona com a chegada do macho Rodan que volta da África ao país balcânico para encontrar sua amada Malena, que não pode voar devido às sequelas de um tiro d qual foi vítima há 18 anos.
O casal de aves oferece este ano, um espetáculo de alegria, já que em seu ninho, há quatro filhotes recém-nascidos, enquanto os demais estão por sair de seus ovos, segundo informou a imprensa local.
Malena foi encontrada ferida, em 1993, em um campo perto de Slavonski Brod, uma cidade de 200 km a leste de Zagreb, com a asa ferida por tiros dados por um caçador italiano.
Stipe Vokic, porteiro de uma escola primária, cuidou da ave, conseguiu curá-la e fez um ninho no telhado da escola para ela.
Faz nove anos que Rodan se apaixonou por Malena, que não pode acompanhar seu amado na viagem até à África, pois apresenta sequelas do ferimento que a impedem de voar para a rota migratória que faz as aves de sua espécie todos os anos.
Durante o inverno, Vokic cuida e alimenta Malena, mas todas as primaveras, quando Rodan regressa, ele mesmo trata de cuidar da companheira. Ele leva-lhe comida fresca, arruma o ninho e alimenta os filhotes.

Foto: Divulgação/EFE
"É uma relação terna, da qual se pode fazer um filme de amor", comenta Vokic ao jornal Vecernji list.
Em Julho, Rodan ensinará aos seis filhotes a voar e, em meados de agosto, voarão juntos até África.
"A cada ano, me parte o coração quando chega a hora de partirem. Rodan chama Malena, para que vá com ele, mas ela não pode. Até hoje, já criaram 35 filhotes", diz Vikic.
Esta primavera, a imprensa croata publicou a triste notícia de que Rodan não estava de volta e, certamente, alguma coisa ocorreu na África, mas para a alegria de todos, apareceu de repente, apesar de mais cansado do que nunca.
As cegonhas que fazem seus ninhos na Croácia todos os anos, realizam uma longa viagem de 13 mil quilômetros pelo Vale do Nilo até à África do Sul, caminho onde encontram muito perigos e penúrias.

Foto: Divulgação/EFE
                       Normalmente eu não coloco em meu blog estórias ou relatos de terceiros, mas esta estória é linda demais e como eu falo muito em amor resolvi reproduzí-la aqui. Mário Feijó

A ESPUMA O AMOR

Foto: Capão da Canoa-RS ao amanhecer no verão



Sou a areia da praia
Que as ondas batem
Mas com ela não se importam
Feito a espuma à beira mar... 

Sou o pólen
Que o vento carrega
Que fecunda outras flores
Sem incomodar a ninguém...

Se você não me ama
Se você não me toca
Eu não sou nada além
De uma espuma à beira mar... 

Do que me adianta
Ter tido este corpo
Se eu não posso te sentir
O prazer que ele proporciona? 

Serei tão somente sempre
A espuma das ondas
Que as ondas jogam do mar? 

Mário Feijó
03.08.11

terça-feira, 2 de agosto de 2011

VOCÊ TEM...





Você tem a força dos ventos
Que move o mundo
Que leva vida de um lado ao outro
É o responsável pelo movimento das marés... 

Você tem a força dos ventos
Quando mexe com minha estrutura
Desestrutura todos os meus sentimentos
E me deixa de pernas pro ar... 

Eu já não sei o que faço
Para que entendas meu amor
Quase tão impossível quanto
O amor de uma rosa por seu beija-flor... 

Eu sou assim
Entrego todos os pontos
Quando o teu vento
Sopra na minha direção...

Mário Feijó
01.08.11

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

DIÁRIO DE UMA (EX)PROSTITUTA ADOLESCENTE



Cap. IV
LÁGRIMA ARREPENDIDA / LÁGRIMA TATUADA
 

Daiane tinha projetos de renascer donzela nos mares do sul. Renegar um passado de pecados vivido, porém estava assustada com as propostas do destino. Não menstruou no último mês. Seria cobrança ou castigo pela vida abandonada?
Apegou-se a todos os santos e rezava com ardor para que não estivesse grávida.
Era quase final de outubro e o tempo dava amostras de que o verão seria intensamente quente e seco.
Daiane apegara-se à D. Maria de Lourdes que além de muito maternal também lhe dava amostras de uma amizade sincera.
Certa manhã ela estava na portaria da pensão quando viu os dois rapazes cobertos por roupas justíssimas de neoprene, prancha embaixo do braço dirigindo-se para o mar. Era uma visão tão encantadora que na mesma hora Daiane sentiu as pernas fracas e um calor úmido escorrer por suas pernas. Sentou-se e ao se perceber molhada foi ao banheiro, descobrindo nesta hora que havia menstruado. Pensou “ou foram as rezas ou esta visão de há pouco, Deus do céu! Cruzes!”.
Chorou lágrimas arrependidas e com elas sentia-se lavar seu passado, suas culpas, seu medo de menina, seu gozo inocente e quase indecente, redimindo-se de todos os pecados. Perdoou-se e pensou numa vida nova que agora poderia ter. era sua chance de redenção, mas aqueles rapazes: “eita visão dos infernos pra me atormentar”! Não sou de ferro, pensou.
Passaram-se os dias e já em pleno verão Daiane atarefada havia se enturmado com os hóspedes e principalmente com os gêmeos de Maria de Lourdes. Mantinha uma distância discreta dos mesmos, ao mesmo tempo em que abria algumas portas insinuando toda a sua beleza adolescente e de uma fêmea no cio...
Em fevereiro quando aconteceu o Planeta Atlântida encontrou com os rapazes meio desinturmados, pois aquele não era os seus ambientes, mas queriam se enturmar e foram assistir aquele festival musical. Daiane aproximou-se deles e passou a existir entre os três um clima de intimidade e gentilezas sutis, ora um trazendo um refrigerante, ora outro trazendo uma cerveja.
No final da noite ela já havia beijado um deles mais de uma vez ou seria aos dois uma ou outra vez? Não importava! Estava se divertindo pela primeira vez, desde que viera do nordeste. estava feliz e antes do show terminar foram embora a pé, pela praia. Lá o clima esquentou e os dois a beijavam e acariciam de uma forma tão deliciosa que não pensou em mais nada, entregou-se à paixão dos gêmeos.
   Sentia-se tão feliz que de seus olhos corriam as lágrimas antes arrependidas, agora soltas, como se fossem cachoeira fresca lavando sua face.
Neste dia Daiane decidiu tatuar na nuca duas lágrimas... 

Mário Feijó
01.08.11






EU SEMPRE TE AMEI





Eu queria poder
Dizer que te amo
Mas as palavras
Se calam em minha boca... 

Eu queria poder
Escrever que te amo
Mas as palavras
Se apagam nas páginas... 

Eu queria falar
Que te amo, mas
Emudeço e não falo
Os meu lábios se calam
Em promessas de amor... 

Então eu grito ao vento
E a escrita do tempo
E parece lá ficar
Talvez algum dia possas
Compreender o quanto te amei... 

Mário Feijó
01.08.11

domingo, 31 de julho de 2011

POR TI...





A minha boca cala
Mas o meu corpo inteiro clama
O meu corpo inteiro fala
O que eu sinto por ti... 

A minha boca cala
Mas o que eu queria
Era poder gritar
Que te quero, que te amo... 

A minha boca cala
Mas o meu coração pulsa
As pernas tremem
A pele inteira se eriça... 

A minha boca cala
Enquanto meus olhos brilham
O corpo sua e se arrepia
Porque eu tenho necessidade de ti... 

Mário Feijó
31.07.11  


sexta-feira, 29 de julho de 2011

FÔLEGO DE GATO





Haja fôlego
Para sobreviver
Haja fôlego
Para amar você 

Fôlego de gato
Sobre/vida
Sete vidas
Sobrevivida a cada dia 

Espero por ti
Todos os dias
Sobrevivendo sem ti
Nem sei mais
Quantas vidas ainda me restam 

Que me queiras
É o que eu quero
Enquanto ainda
Vivo meus últimos dias... 

Mário Feijó
29.07.11

ENTRE A SEDUÇÃO E O AMOR





        Quando cheguei de madrugada, a cama estava vazia. Eu morria de frio e ela tinha ido embora, talvez por ciúmes ou para me encostar na parede. Até a cachorra ela levou consigo, sinal de que estava mesmo brava. Resolvi tomar um banho para me esquentar enquanto a cama aquecia com o lençol elétrico ligado. Ao sair do banho e entrar no quarto deparei-me com Vera, minha cunhada, deitada em nossa cama.

Seu rosto estava afogueado e suas mãos cobriam os seios nus. Era óbvio que eu não esperava por esta situação e era apaixonado por minha mulher, Vera sabia disto e aproveitou a situação para tentar me seduzir. O que ela não tinha inventado à irmã?

Quem resistiria ao apelo daquela jovem de 18 anos, corpo esculturalmente lindo? Mas meu amor por minha esposa era mais forte. Se eu ficasse sei que não resistiria à tentação, então o melhor era sair de casa e no outro dia procurar minha mulher para explicar que eu não tinha culpa e nem criei aquela situação. Contar-lhe-ia que devia ser armação de sua irmã, pois eu a amava mais que tudo. A carne até pode ser fraca em algumas situações mas meu amor era muito mais forte...



Mário Feijó

29.07.11

quarta-feira, 27 de julho de 2011

ENTRE O BEM E O MAL





        Outro dia alguém perguntou:

- quem criou o bem e o mal?

Ao que eu me meto a responder, sem muita propriedade certamente, mas com a certeza da experiência vivida.

Deus nos fez à sua imagem e semelhança. No entanto deu-nos o livre-arbítrio, onde as escolhas e os caminhos somos nós que fazemos. Portanto, nós seres humanos, escolhemos entre o bem e o mal, o certo e o errado!

Mas o que é o bem e o mal? Ainda insistiriam. E eu responderia: o bem é tudo o que nos eleva a alma, tal como: respeitar o limite dos outros e da vida; é não querer para os outros o que não quer para si. É respeitar o planeta como a sua casa, sua morada.

Aí começam algumas regras do bem viver. Limites entre um e outro.

Mário Quintana disse:

“Somos donos dos nossos atos, mas não somos donos dos nossos sentimentos. Somos culpados pelo que fazemos, mas não pelo que sentimos. Podemos prometer sentimentos. Atos são pássaros em voo”.

Certamente ele falou isto também, não porque estivesse criando leis sociais, mas pela observação da vida, pela experiência dos anos vividos.

Compete a cada um de nós escolher estes atos e o amor sempre pode fazer de nós seres melhores. Se decidimos com amor, certamente estaremos dando o melhor de nós. Desta forma estaremos decidindo pelo bem...

Mas tudo não passa de conceitos. Conceitos que aprendemos com a família, com a escola, com a sociedade e são regras sociais. Regras estas que compete a nós, pela nossa visão diante dos fatos decidir. Assim estaremos decidindo entre o bem e o mal.

Eu já ouvi um provérbio ou dito popular que dizia que o bem e o mal são dois lobos dentro de nós. Sobrevive o que nós alimentamos...



Mário Feijó

27.07.11             

SER FELIZ





Houve um tempo
Em que eu queria tanto da vida...
O tempo passa e eu descubro
Que pouco me basta para ser feliz... 

Ter saúde – me basta
Ter filhos saudáveis – me basta
Dias de sol, noites de luar,
Tardes amenas – tudo me basta... 

Basta eu respirar fundo
Compreender a vida
Dar graças por tudo
Agora me basta... 

E eu sigo assim
Feliz por tão pouco
Compreendendo os percalços da vida
Isto agora é o que me basta... 

Mário Feijó
27.07.11

terça-feira, 26 de julho de 2011

DESDE QUE PARTISTE





Algumas vezes tornam-se
Tristes os meus sonhos!
Clamo por ti neles e
Meus braços continuam abertos! 

É um vazio tão grande no corpo
Que faz buracos em meus ossos
Numa osteoporose lenta e dolorida
Atravessando-me a alma... 

A dor causada – esta já não importa –
Batem janelas ao vento – todas abertas à tua espera –
E também bate a porta como se
Em fúria quisessem acabar este martírio... 

E tu não vens – sem nexo saio a caminhar
Os pés me queimam na areia quente
Deste chão que já não sei porque
Ficou tão desértico feito minha vida – desde que partiste!!!


Mário Feijó
26.07.11

MEU AMOR





Diga olhando em meus olhos

“Eu não te quero, não te amo”

Certamente eu sofrerei menos

Mas quando te encontro me chamas de ‘amor’...



Mário Feijó
26.07.11

BRAÇOS ABERTOS





Por que foram inventar
Braços abertos e alguém dentro?
Tenho certeza que sofreria menos
Sem este vazio cheio de você...


Mário Feijó
26.07.11

segunda-feira, 25 de julho de 2011

ANJO INCOMPREENDIDO





Se você ouvir
O bater das asas
De alguma borboleta, Amy
Diga sim, sim, sim...


Se você escutar
Uma orquestra de batidas
De corações não diga não!
Não pode ser! 

Tudo é possível
Agora onde você está
Até ver homens alados
E anjos em todo lugar... 

Então diga sim!
Sim ao amor
Seja mais complacente
Porque todos querem te ajudar... 

A vida é assim, Amy
Ela vai além da morte
Espero que compreendas
E que não pares de cantar... 

Mário Feijó
25.07.11

A MAGIA DE AMY WINEHOUSE





Ela era apenas uma menina
Que só queria sonhar
Deslumbrada fugiu da realidade
Que tirou seus pés do chão... 

A menina descobriu
Que sabia encantar
E subiu à sua cabeça
O pensamento de que tudo podia... 

Pensou-se fada
Tocava uma varinha
E talentosa fazia magias
Exploraram-na sem piedade... 

E num delírio das drogas
Amy voou para o mundo
Onde realmente os anjos são mágicos
Agora sim ela poderá voar...


Mário Feijó
25.07.11

O MUNDO MÁGICO DOS ESCRITORES





A você que me lê
A você que escreve
Hoje é o seu dia
Faça um pouco de história
Pegue as asas do vento
Vá até o firmamento
E faça poesia... 

Há estrelas no olhar
Eu quero lê-las no teu
Eu quero sentar nelas
E poder contar
Nos versos dos passarinhos
Quando cantam
Ao construir seus ninhos
Gorjeando cantigas de amor... 

Eu quero raios da lua
Para gravar na pele nua
De qualquer trovador
Escrever compassos
Construir meus laços
Em abraços para falar de amor... 

Quero deixar cantigas
No canto dos grilos
Que sapos se encantam
Sem os querer devorar... 

É assim que são
Todos os escritores
Levam-nos ao mundo da magia
Incentivando-nos a querer sonhar...


Mário Feijó
25.07.11

domingo, 24 de julho de 2011

IMAGEM EM DOBRO (conto)




Cap. III – Diário de uma prostituta adolescente



IMAGEM EM DOBRO



Maldita hora em que eu fui atrás de Olívia, na cidade de Osório, pensou Daiane. Além das preocupações que eu já tinha ela me criou outras. Falou-me para cuidar de uma possível gravidez. Já imaginou? Além de tudo, mais isto.

E não é que a cartomante podia ter razão. Antes de fugir ela havia mantido relações com Dagoberto e depois... ah! Depois...

Bem, depois durante a viagem Fernando, o tal motorista do caminhão cobrou a passagem direitinho...

Remexendo seus poucos pertences de repente cai no chão uma foto, em preto e branco, com passos na areia e no verso estava escrito “você faz seu próprio caminho”.  Um arrepio percorreu seu corpo e ela pensou: acho que vou mudar pra Capão da Canoa. Disseram-me que lá eu teria mais chances de arrumar um emprego e no inverno as pousadas são mais baratas.

Desembarcou na rodoviária de Capão, atravessou à rua e foi em direção a uma fruteira próxima quando viu uma senhora desembarcando de um Fox preto, puxou conversa pedindo informações ao que a senhora logo se apresentando disse chamar-se Sônia Maria e que ali mesmo perto da rodoviária havia uma pousada de sua amiga Maria de Lurdes, chamada Pousada de Capão. Quase foi ao céu tamanha a sua felicidade, parecia que as coisas aconteciam de uma forma que tudo se encaixava rapidamente. Além de um lugar pra morar Daiane conseguiu um emprego na Pousada de Maria de Lurdes, que lhe dava além de comida um quarto pra dormir, mais um salário mensal. Estava até esquecendo as preocupações e agruras dos últimos tempos.  

Numa tarde de folga, já no inicio da primavera, Daiane resolveu passear na praia, conhecer os mares do sul. A maré estava baixa e a praia semideserta, mas o tempo estava nublado e os jornais anunciavam uma frente fria se aproximando, o que dava uma sensação de inverno, principalmente para Daiane, acostumada ao calor do nordeste.

Caminhou pensativa por longo tempo e diante de uma rajada de vento mais forte resolveu voltar e se assusta ao olhar o caminho antes percorrido e se lembrar da foto e das palavras “você faz o seu próprio caminho”. Parecia profético e assustador tudo o que lhe acontecia e a imagem que ora via parecia ser a mesma da fotografia...

Voltou para a pensão da D. Maria de Lurdes e lá chegando ela apresentou à Daiane dois rapazes atléticos, muito bonitos, com idade que regulava vinte e poucos anos dizendo que eram seus filhos e que haviam saído de um seminário, onde estudavam, para dar um tempo em suas vidas.

Daiane foi para seu quarto com a imagem dos rapazes na cabeça, nem tanto pela beleza deles, mas porque um parecia a imagem refletida do outro. Seriam gêmeos? Parecia que sim, mas a cabeça de Daiane girava, ora vendo a imagem dos rapazes, ora os passos na areia...



Mário Feijó

24.07.11

PIJAMA LILÁS



Não diga nada
Apenas dispa-se
E coloque seu pijama lilás
Que está sobre a minha cama 

Deite-se lentamente
Se entregue ao meu amor
E tenha sonhos azuis
Ou até mesmo multicor... 

Vamos juntos descobrir
Tudo o que nos faz felizes
Amar não é se esconder
Deixemos que se escondam os infelizes...

Nascemos para amar
O amor não tem uma cor
Ele é multicolorido
Limpamos as cicatrizes
E também todo o prurido... 

Mário Feijó
24.07.11

sábado, 23 de julho de 2011

PENSANDO EM AMY WINEHOUSE





        Viver é para poucos um grande privilégio. A vida é uma dádiva. Enquanto alguns apenas vivem como se fossem abelhas em uma colmeia, ou até mesmo como se fosse uma comunidade de formigas...

        Para uns, viver existe uma razão, mas com muito pouca emoção, para outros viver não implica em qualquer responsabilidade e fazem da vida uma roleta russa brincando com a morte... usam drogas, cortam os pulsos numa chantagem de amor...

O amor vai além da compreensão da vida, além da contração muscular deliciosa de um orgasmo.

Não compreendemos as nossas razões então como iremos compreender as razões, como iremos compreender as razões de Deus para com a nossa existência?

Enquanto isto ouço o bater de asas. É mais um anjo rebelde que não compreendeu as razões da vida levanta voo e vai embora...

Não nos compete julgamento ou condenações, apenas orações...



Mário Feijó

24.07.11

sexta-feira, 22 de julho de 2011

NO MEU QUARTO





Num canto da sala
Num canto do quarto
No quarto do mundo
Num recanto, ouço um canto... 

Enquanto caio
Saio, levanto, ando
Sigo, vou embora
Sem fugir de ti, nem de mim... 

No quarto
Eu parto
Divido ao meio
E o que sobra? 

Sobra a minha vida
E com ela faço o que quero
Na sala, no quarto
Ou em qualquer lugar... 

Mário Feijó (23.07.11)