segunda-feira, 11 de outubro de 2010

CLAMO POR TI AO VENTO



Sofro pelas saudades que deixaste
        Por te querer colada ao meu corpo
Muito mais do que por tuas visitas
        Esporádicas em minha cama

Sofro por querer estar contigo
        Em todos os lugares aonde vou
E tu pareces ter esquecido que existo
        E os bons momentos vividos...

Tu não sais do meu pensamento
        Foste um rio que passou
Rasgando a terra em meu corpo
        Sem opções vou direto ao mar

Inexoravelmente deixei de ser eu
        Para ser você... e tu?
Será que não ouves o vento?
        Espalhei meu amor por todas as brisas
Agora canta pra ti o sabiá...

Mário Feijó
11.10.10  

domingo, 10 de outubro de 2010

CORAÇÕES APAIXONADOS...



Eu te quero
E sei que tu também
Então venha
E faça do meu corpo tua rua

Céu estrelado
Costa oceânica
Com primavera e flores
Com a brisa a soprar nosso corpo...

Siga-me eu te ofereço a paz
Saudades de nós nunca mais
Serenos seguiremos no amor
Sentindo a paixão brotando do chão

Feito sementes que nascem
Fato incontestável quando se ama
Foi assim desde que te vi
Festeiro ficou meu coração pulsando por ti...

É dia de festa todos os dias
Quando a gente ama e é amado
O coração se entrega um ao outro
Quando a gente se descobre apaixonado...

Mário Feijó
10.10.10

sábado, 9 de outubro de 2010

ENTÃO VENHA...

(Não, não sou eu... é uma foto do site: http://www.olhares.com/)



Cores
Licores
Odores
          Andor
O santo é de barro
Devagar com a oração...

Casar
Rezar
Amar
        Sei lá o que quero?

Sou teu prisioneiro
Quero correr
Às vezes somente morrer de amor
É terrível morrer por amar
Cansa, dói, corrói a alma...

Morrer de tanto amar
Deve ser bom
Provavelmente o corpo fica lá
Estirado na cama
Mas com um sorriso nos lábios...

Descobri!
Eureka!
É isto o que eu quero!
Então venha... estou tirando a roupa
Te espero...

Mário Feijó
09.10.10

Auld Lang Syne (with lyrics)

EU PRECISO DAS TUAS DIGITAIS EM MEU CORPO

(imagem obtida no site http://www.olhares.com/)

               Eu choro por ti, não somente por ti, mas por todos os que amam e que não são amados. Por aqueles que não compreendem a si mesmos que se esvaziaram de amor e nem compreendem as lágrimas derramadas.
               E quando eu choro é como um pedaço de mim que foi embora sem se despedir. Um pedaço que esvazia a minh’alma, que corrói a minha fé na fraternidade humana.
               Será que só eu sofro por isto?
               E os outros seres do planeta o que fazem pelo amor?
               O que fazem um pelo outro?
               Venceu o egoísmo? Em qual ordem de seres eu estou?
               Não sou melhor que ninguém, mas em meu peito bate um amor cansado precisado de bengalas para sobreviver, para seguir em frente. Mas eu não desisto, embora sofra, e mais lágrimas caem esvaziando a minhalma esquálida, pálida, sofrida, deprimida.
               Eu não queria estar tão sozinho nesta empreitada, mas cada vez menos meu coração encontra o eco de outros corações. Cada vez vejo menos lágrimas por amor ao próximo.
               O que eu faço para sobreviver?
               O que eu faço com esta saudade que sobrou de ti? Com a minha cabeça cheia de fantasmas do passado num futuro cada vez mais triste?
               Olho pro mar e chego à conclusão que metade daquela água salgada saiu dos olhos de minha alma...
               Sabe o que eu mais preciso neste momento?
               Tuas digitais espalhadas pelo meu corpo...
Mário Feijó
09.10.10

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Relax your mind - Healing Music

ALMAS DIVIDIDAS



Almas divididas
Partidas ao meio
Feito gêmeos univitelinos
Que se dividem no útero materno

Almas divididas são como um rio
Que diante de um obstáculo divide-se
Continua rio, mas dividido, menor, fraco

Assim são algumas almas
Umas nem pertencem à família da outra
Mas são iguais... Muitas vezes encontram-se por aí...

Umas até se encontram e se amam
Outras se encontram e se odeiam
Outras somente se espelham...

E seguem em frente
Ora cometendo o mesmo erro
Outrora acertam, corrigem-se
Mas por terem sido dividias são mais fracas
Embora se achem fortes
Precisam crescer, evoluir, renascer...

Mário Feijó
08.10.10

Simply Red - Never Never Love

The Lighthouse Family - (I Wish I Knew How It Would Feel To Be) Free / One

TEMOS QUE SER FORTES

(foto: site Olhares.com)


Temos que ser fortes diante da vida
Quando os filhos não nos entendem
Quando eles só nos amam se pagarmos
Caso contrário... Ficam de mal...

Temos que ser fortes para poder evoluir
Para conseguir a felicidade merecida
Embora nossos filhos não achem isto
Eles pensam que só eles têm o direito de errar...

Temos que ser fortes quando perdemos um filho
Atropelado, para as drogas ou para um tiro perdido...
Temos que ser fortes quando um deles tenta o suicídio
Quando um deles faz aborto e te acusam
De um dia ter pretendido o mesmo, em relação a eles...

Temos que ser fortes para não sucumbir antes da hora
Pelo desgosto de uma vida “hight society” de alguns
Ou por ligar a TV e ver arrastão, bala perdida, drogas, corrupção
Então penso: temos que ser fortes, para poder sobreviver...

Mário Feijó
08.10.10

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

UM AMOR TÃO PURO




Quando o amor é puro
Amamos e somos amados integralmente
O amor que é puro
A alma se regojisa e sente
Sem se importar com o que o corpo sente...

O amor quando é puro
Sente-se por plantas
Por bichos e por gente
Amor que é puro a gente sente...

E um amor tão puro
Você sente por homens
Por mulheres e até por leões
A gente sabe e o bicho sente...

Mário Feijó
07.10.10

QUERO VOCÊ



Quero você feito o dia
Querendo o sol
Para ser esplêndido

Quero você feito a noite
Que sem a lua e as estrelas
É uma simples noite

Quero você feito a praia
Que dengosa, manhosa
Entrega-se às suas ondas devassas

Quero você feito flor aberta
Esperando seu colibri
Oferecendo seu colo, seu pólen,
Seu néctar para frutificar

Quero você
Para poder sobreviver...

Mário Feijó
07.10.10

Charlie Chaplin

Pavarotti and Friends - We are The World

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

SEM MEDO DE AMAR


Eu não queria me perder
Nos caminhos que o vento escondeu
Nem sair por aí sem destino
Respirando os venenos que ele me traz

Eu não queria ter que
Matar minha sede de amor
Com fantasmas desconhecidos
Tampouco com o teu: aterrador

Eu queria era ser dono de mim
E pela vida afora sair
Ver o sol, as estrelas, o mar
E mergulhar em suas águas cálidas

Como se estivesse penetrando teu corpo
Esquecido do meu em algum sarcófago
Para em um sono profundo
A minh’alma relaxar, sem medo de amar...

Mário Feijó
06.10.10

Comentário: eu não tenho medo de amar, aliás nunca tive, apesar das decepções mas cada ser a quem amamos dedicamos um tipo de amor. O amor nunca é igual ele se traveste em cada momento. Nunca sabemos qual foi o melhor. Sabemos que foi amor, embora de um outro jeito. Todos merecem ser amados, não interessada de que jeito seja. O que não pode é um amor traidor, isto nos joga pra baixo, decepciona e em algumas vezes gera dentro de nós o ódio. É porque não foi um amor sincero. Não há amor que sobreviva a mentiras... não há!

PERNAS



Pernas que te levam
A qualquer lugar
Que dão suporte
Que servem para te sustentar

Pernas que erguem teu corpo
Que te fazem caminhar
Pernas que dançam
E que me fazem por algumas suspirar

Pernas lisas, torneadas
Outras fortes e malhadas
Pernas que andam pelo mundo
Numa passarela a desfilar

Pernas curtas, compridas
Pernas de homem e de mulher
Pernas de garça, de rãs
Pernas de gigantes
Pernas anãs...

Não interessam
Todas interessam...

Mário Feijó
06.10.10

EU NÃO RESISTO A VOCÊ


Eu não resisto a você
Quando a tua luz
Atinge meus olhos
Como se fosse um amanhecer

Eu não resisto a você
Quando meu corpo é seduzido
Como se fora um “caldeirão da bruxa”
Que começasse a ferver

Há uma química
Que mexe com a minha física
E todos os meus hormônios em ebulição
Mudam meus pensamentos pra ti

Eu sou abelha procurando por mel
Sou pássaro que canta para te atrair
Sou animal no cio a te seguir
Sou o fim do dia se não te encontro
E na busca pelo teu amor torno-me noite por encanto...

Mário Feijó
05.10.10

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

DESVENDANDO SEGREDOS

(Sarau em São Paulo - Itaú Cultural, lançamento Antologia Delicata, ago/10)


Vamos falar da vida
E também da morte
E de todos os mistérios
Que eu ainda não sei?

Vamos falar de mim
De ti, de nós ou até mesmo
De nada especificamente?

Vamos sair pelo mundo
De mãos dadas ao vento
Espiar onde a lua se esconde
Desvendar os 10 mandamentos?

Vamos passear ao sol
E segui-lo feito um girassol
Ou simplesmente correr pela praia
Catar conchinhas na areia
E nos esconder dentro de um caracol?

Diga que vamos a qualquer lugar
Desvendar os segredos da vida
Escancarar todos os mistérios
E para começar conte-me também os teus...

Mário Feijó
04.10.10

ENTRE A LUZ E A ESCURIDÃO

(Sarau na Escola Santa Rita - Guaíba-RS)


Luzes rasgavam a escuridão
Feito navalhas cortantes
E a terra nua sangrada
Expondo suas entranhas

Era um ato de rebeldia?
Amor? Nostalgia? Esperança?
Eu não sei! Não sei responder
Perdi-me na escuridão

Enquanto aquela língua de fogo
Lambia a terra profícua dizimava
A vida que nela habitava
Queimando sementes num deserto que prosperava

Cobria-se o planeta de nuvens de fumaça
Onde até o sol sentia vergonha por ela passar...
Imbecis são os homens que trocam
O verde da terra pelo verde que colocam nos bolsos
Imbecis... Pobres imbecis...

Mario Feijó
03.10.2010

domingo, 3 de outubro de 2010

APAIXONANTE E APAIXONÁVEL



Eu sou daquelas pessoas
Que em algumas épocas
Seriam açoitadas por amar demais
Quiçá apedrejado em praça pública...

Primeiro porque sou apaixonado pela vida
Eu amo a água dos rios e do mar
Os pássaros, os peixes e as flores
Adoro o bater das ondas e a luz do luar...

Fico encantado com o soprar dos ventos
Escuto nele segredos
Eu adoro olhar o céu
E imaginar o que há por lá...

Eu amo qualquer ser vivo
E não posso olhar demais as pessoas
Por perigo de me apaixonar
Sou assim apaixonável e por horas, apaixonante quiçá...

Alguns me chamam de tolo, envolvente,
Outros acham que sou um idiota
E até já me chamaram de cínico
Deixo todos os julgamentos de lado
E continuo pela vida um eterno apaixonado...

Mário Feijó
03.10.2010

sábado, 2 de outubro de 2010

AMOR EXTRASENSORIAL




Quero que você seja
Meu amor sem toques
Um amor que deixa a mente vagar
Sonhar... Pensando em ti...

Não quero que vejas meu corpo
Ele pode não te agradar
Eu amo tua essência
Não teu corpo material...

Deixemos assim nossa mente vaguear
Eu não quero saber
Quem tu és, um ser qualquer
Jovem, velho, belo, feio...

Quero amar somente
A essência do teu espírito
Amar teu ser andrógino, espacial
As cores do teu pensamento, a luz que emanas...

Mário Feijó
02.10.2010

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

FOGO E AMOR



Acendeu-se o jogo da vida
Quando houve amor
Fogo n’água gerando calor
Beijos, toques, juras, ardor...

Sempre valerá à pena
Quando houver sinceridade
Quando o que sobrevive é o amor...

Acender-se-á pela eternidade
A chama da vida
Quando dois corpos se amam...

Luz contínua, luz da vida
Feito chama no templo
Que sobrevive na paz
E na alma fica tatuado com fogo o amor...

Mário Feijó
01.10.2010


AMOR E SAUDADE



Se um dia olhares para o céu
e de teus olhos cair uma única lágrima
por teres lembrado de mim, eu serei feliz
porque sobrevivi na tua saudade...

Mário Feijó
01.10.2010

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

EMBAIXO DA MELALÊUCA



        Embaixo de um jacarandá magro, sem folhas, lembro-me de rapaz que eu era aos quinze anos. Estava eu sentado na Praça Pedro Osório, na cidade de Pelotas-RS. Linda cidade, majestosa praça, mas não pude deixar de pensar na pessoa que eu era na minha adolescência e a comparação com o pequeno e fino jacarandá. Pobre jacarandá, escondido entre tantos arbustos, talvez ele não se desenvolva pela sombra a que é submetido pelas outras tão majestosas árvores.
        A praça se situa bem à frente da Prefeitura e da Bibliotheca Pública Pelotense. Prédios antigos, belíssimos. A biblioteca completa 135 anos este ano. E eu ali perdido numa cidade até então desconhecida pra mim. Já tinha ouvido falar, já tinha visto reportagens da cidade, mas estar lá foi a primeira vez. E eu ali esperando a biblioteca abrir para participar do Sarau Poético a que tinha sido convidado. O que fazer? Fiquei passeando pela praça. Observando as pessoas e escrevendo.
Sentei em um banco molhado e pus-me a apreciar os nativos passantes. Eram estudantes saindo da escola; trabalhadores que corriam apressados para casa ou para estudos noturnos. Outros, talvez, iguais a mim, passantes somente.
De uns eu escutava trechos de conversas, frases que ficavam sem sentido, numa mistura bucólica ao gorjear dos pássaros que em alarido de final de tarde disputavam um galho para dormir. Mudos e observadores, somente eu e as estátuas de cavaleiros empinados em seus cavalos e belas damas, paralisadas em um chafariz no meio da praça.
Fiquei ali, quase duas horas, embevecido pelo clima do lugar observando o cair da tarde, num quase inicio de noite que parecia ia ser chuvosa, o que acabou não acontecendo. E quando passava por um arbusto de “pata-de-vaca rosa” uma rajada de vento jogou sobre a minha cabeça inúmeras flores rosa e branco, como se me dessem boas-vindas à cidade.
Agradeci à natureza pela recepção e fechei meu caderno com um sorriso nos lábios.

No centro da biblioteca de 135 anos convidados para o V Sarau Poético Musical estava Maurício Raupp Martins que nos encantou com uma maravilhosa explanação sobre Pablo Neruda. Junto comigo na mesa Duda Keiber; Valder Valeirão e Victor Hugo Guimarãe Rodrigues. Abrilhantando musicalmente a noite estava Vicente Botti, com sua voz maravilhosa. Foi uma noite encantadora e inesquecível...

Mário Feijó
30.09.10

UM AMOR AMIGO


Tudo o que eu sempre quis
Foi amar você
E viver um pouco de felicidade

Não foi o que aconteceu
Porque o amor não é
Salvo-conduto à felicidade
O amor não nos dá direito ao céu
Nem tampouco nos conduz à eternidade...

Eu já nem falo do amor-paixão
Desses que dá saúde ao corpo
E faz bem pro coração...

Basta-me hoje um amor amigo
Desses que nos fazem companhia
Em qualquer momento da vida
E a todas as horas do dia...

O que eu quero é paz na vida
Para saber que cumpri minha missão
Porque passar pela vida brigando
Não é esta a minha paixão...

Mário Feijó
30.09.10

SOMOS BORBOLETAS



Há nos corações
Sempre esperanças
Por dias melhores
Por um par que lhe complete...

Somos se comparados ao universo,
Uma simples borboleta
Que dura apenas um dia
Temos pressa sempre e cometemos erros...

E no desespero de ganhar do tempo
Deixamo-nos levar por emoções passageiras
Não amadurecemos atitudes
E muitas vezes morremos
No bico do primeiro pássaro...

Há tempo para tudo
Até para criarmos raízes
E para fazer escolhas...

Ah! E o tempo?
Alguém perguntará
E eu responderei calmamente
O tempo é eterno
Quando não contamos as horas...

Mário Feijó
30.09.10

O PLANETA TERRA: NOSSA CASA



Quando eu olho
A imensidão dos campos
O mar em sua vastidão
Penso que o homem
Com tanta inteligência
Destrói sua morada, seu ninho
Quando derruba árvores
Sem plantar outra no lugar
Quando joga óleo no mar
Destruindo o ecossistema
Ou quando joga detritos nos rios
Acabando com a vida nas águas...

Por que será que não se planta
Para renovar? Não se cuida dos rios
Nem tampouco do mar?
Por que será que destruímos
Blocos de mármores para pisar em cima
Ou para revestir paredes inteiras
Quando hoje já se faz pisos tão belos?

Extraímos petróleo do mar
Com riscos de destruirmos o planeta
Quando existe a energia renovável do álcool
Eólica e a energia solar.
Um dia o planeta saturado perguntará
O que será de nós? O que será?

Mário Feijó
30.09.10

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

QUE AMOR É ESTE



Por que disseram
Que era meu destino te amar?
Isto me pareceu ser
Uma sentença de morte, não de amor...

Amor é um sentimento que te eleva
Que te põe nas alturas
Sem que você perca o chão
Sem que você perca-se de si mesmo...

Por que disseram
Que o amor é eterno?
Amor é algo que vem
E do mesmo jeito um dia vai embora...

O ser humano tem que aprender a amar
Nosso amor é egoísta demais,
Faz sofrer, quer tudo para si,
E quando sente que não é dono do outro
Faz tudo para destruí-lo
Que amor é este que não suporta
Ver o ser amado feliz?

Mário Feijó
27.09.10

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

PORES-DO-SOL

(foto: site www.olhares.com)

 
Vendo tantos pores do sol
Nestes muitos anos de vida
Penso que já sei bastante de mim
Um pouco de você e do nada...

Acredito que posso
Mas nem tudo o que posso
É realmente possível...

Há pudores
Há censuras
Amores e horrores
Nem tudo eu posso...

E quanto mais sei
Mais entendo do nada
E mais descubro
Que realmente nada sei...

Mário Feijó
23.09.10

MINHA MISSÃO: SER POETA



É minha obrigação
Ao mundo gritar
A dor nem sempre minha
Ora tua, ora do mundo...

Sou poeta e é este o meu destino
Costurar corações partidos
Para que deixem de sangrar
Alertar para que não sucumbam
Numa hemorragia de decepções...

Se eu sofro? Isto não importa
Eu represento aqueles que se calam
Por isto a minha obrigação
É conter as dores do mundo...

Eu sou a voz dos sofredores
É isto o que eu sou
Sou poeta – o meu mote
É a tua dor... E tantas vezes gritei a tua
Pensando ser minha aquela dor...

Mário Feijó
23.09.10

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

RESÍDUOS



Há sempre resíduos
Em meus sentimentos
Eles podem até não ser mais os mesmos
Mas sempre resta algo que me incomoda

Há resíduos no que sinto
Uma mistura de amor e ódio
De gosto e desgosto
Uma luta antagônica constante

Há dúvidas entre o que os dias proíbem
Mas que as noites tudo escondem
Há resíduos teus em mim

Há em mim quase nada de mim mesmo
E o que eu sou? O que sobra?
Resíduos do que fomos?

Mário Feijó
22.09.10

NO BRILHO DOS TEUS OLHOS



É certo que a velhice para mim chegou. E você pode constatar isto, no véu que cobre meus olhos opacos; no meu andar trôpego; nas minhas mãos nodosas e enrugadas; nos sinais que o tempo no meu corpo deixou.
Penso que você não vê que dentro de mim palpita uma vida que ainda pensa em aventuras, quanto tu que és jovem e não só nas do passado, mas também nas fantasias que a minha mente cansada não esquece.
Sim! A minha mente pode em algumas vezes esquecer quem eu sou, mas ela lembra quem eu fui... No entanto o que mais me dói é que sua mente, parece querer esquecer quem eu sou. Infelizmente não conseguirá apagar o meu nome em teus registros, nem nas fotos envelhecidas que guarda da sua infância. E se você não queimá-las ou rasgá-las continuarão lá incomodando.
Há nos meus olhos um brilho de esperança. É minha insistência em viver que meu corpo não apaga.
Um dia quando eu me for talvez você possa olhar para o céu e deixar uma lágrima cair. Se isto acontecer tenha a certeza de que sou feliz porque sobrevivi na tua saudade...



Mário Feijó
22.09.10

ENIGMA



É um enigma
O que me faz
Amar você...
        É um enigma
        As razões que encontro
        Para viver...
É um enigma
O voo dos pássaros
O instinto de proteção dos animais...
        É um enigma
        A minh’alma tão livre
E tão prisioneira de mim...
Assim como é um enigma
Que os filhos vêm
Se aninham em nossos braços
E quando crescem nos rejeitam...
        É um enigma
        A minha persistência em ser
        Quando na realidade
        Em me contento
        Com o nada que sou...

Mário Feijó
22.09.10

terça-feira, 21 de setembro de 2010

O AMIGO EM QUEM EU CONFIO



Amigo eu confio em ti
Tudo o que eu te falo
Muitas vezes é o que
Eu poderia ser

E muitas vezes depois que falei
Eu já não acredito mais
Eram apenas aventuras mentais
E se você espalha os meus segredos
Sei que terei problemas
Até para ser eu mesmo...

Eu em ti confio
E queria ver tua reação
Delírios, fantasias que
Eu contaria ao meu analista
Eu conto a você...

Mário Feijó
21.09.10

PEDRA LAPIDADA



Algumas pessoas
Não conseguem perceber
Quando têm a felicidade nas mãos
Quando têm diante de si um grande amor...

E quando perdem,
Despeitadas desdenham
Certamente porque têm muito a aprender...

Eu já fui pedra bruta
Que se lapidou
Já fui e tive um grande amor
Não valeu à pena...

A dor e as feridas
Não cicatrizam nunca
Elas moldaram minha alma
A ponte de eu não saber mais amar...

Mário Feijó
21.09.10