sexta-feira, 15 de outubro de 2010

CONTIGO POR PERTO


Hoje quando acordei
Parecia que no meu dia
Faltava um pedaço do céu
Ou quem sabe até do mar
Mas algum pedaço faltava
Havia eco em meu corpo
Nem sei se minha alma
Estava dentro de mim
Ou se tinha ido passear...

Havia um vazio, é certo
E ao meu redor
O dia correspondia a este vazio
Estava cinza, fechado, até o sol
Parecia ter ficado perdido na noite...

Existem dias assim:
De vazio e solidão
Então o melhor de tudo
É lavar a alma
Colocando-a para quarar
Para alvejar e só depois vesti-la novamente...

Penso que tudo isto é porque
Minha pele clama por ti
O teu amor alveja minh’alma
Dá alegria ao meu corpo
E dá vida ao meu dia.

Sou feliz sempre
Porque tenho tudo
Mas contigo por perto
Minha felicidade é completa
Fico no vento a flanar...

Mário Feijó
15.10.10

NÃO TE QUERO MAIS (Versão de “Non me quitte pás”)


Eu não te quero mais
Não aceito mais tuas mentiras
Tu mulher, o que mais sabes
É mentir para mim
Por isto eu não te quero mais

E não venha novamente
Em outro corpo querer mentir
Porque eu te rechaçarei
Se tu me mentires

Penso que esta minha alma de criança
Não suportaria mais viver de mentiras
E de decepções por isto eu te digo
Não te quero mais
Penso que nunca mais
Nunca mais eu te amarei

Vou somente escutar
O barulho da chuva
E dar ouvido ao diz o mar
Deles eu não ouço mentiras
Eles sabem amar
Quanto a você, eu não te quero mais
Não te quero mais
Não te quero mais...  

Mário Feijó
15.10.10

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

SINTO TUA FALTA



Quisera ter minhas asas
Para voar e te encontrar
Penso que não voarei mais
Depois que cai em um roseiral...

Sinto tua falta, principalmente, dos teus lábios
Cheios de beijos e palavras de amor
E o que mais falta me faz
Depois dos teus lábios é o teu calor
O calor do teu corpo... ah! O teu calor
Quanta falta me faz...

Não sei se algum dia fui anjo
Mas contigo eu voava
Quando não era meu corpo
Era a minha imaginação...
Ah! Que falta faz minhas asas!

Mário Feijó
14.10.10

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

PARA MATAR A SAUDADE



Quem pensa que eu me contento
Com o pouco que a vida me proporciona:
Engana-se eu quero mais que ouro
Eu só serei feliz com calor humano,
Com muitos abraços e beijos
Para matar as saudades que sinto...

Da vida nada se leva
Diz o ditado e eu não quero
Um monte de dinheiro
Nem tampouco muitas propriedades
Eu troco tudo por carinhos
Por pequenos instantes de felicidades...

Tenho certeza de que é isto o que levarei da vida
Os amores que eu tive
A fé que eu deixei e plantei em cada um
Estes são os tesouros
Que desta vida levarei...

Mário Feijó
13.10.10

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Whitney Houston

RENASCENDO PARA O AMOR



Eu sei que não devia
Lembrar mais de ti
Só que fizeste tudo
Para eu não te esquecer

Penso que deixaste tudo que é teu
Dentro de meu coração
Levaste a chave contigo
E eu não consigo te desalojar

Queria desocupar todos os espaços
Fazer uma faxina nas lembranças
Jogar a saudade fora
Tirar tuas digitais de meu corpo...

Só assim quem sabe
Eu possa amar novamente
Sem medo envolver-me numa paixão
Que me fizesse renascer para o amor...

Mário Feijó
12.10.10

MENINO NA RUA...



Ele era um simples menino
Que não entendia as artimanhas da vida
A manha dos adultos
E acordar todas as manhãs com fome

Ele não entendia aqueles pais
Que não se preocupavam
Em alimentar sua ninhada
Não compreendia a falta de beijos e abraços

Ele só queria um pedaço de pão
Um copo de leite, uma fruta, um carinho
Não compreendia porque não ganhava presentes
Não tinha festa de aniversário
E o natal era um dia qualquer...

Ele não compreendia porque muitos cães e gatos têm casa
Ele não tinha a sua, não tinha uma cama quentinha
Nem tampouco um abrigo e na rua
Era tratado com desprezo...

E o menino cresceu
Tornou-se um homem
E jamais esqueceu
O tormento que passou
Ele não quer isto para os seus...

Mário Feijó
12.10.10

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

NO VAZIO DO SILÊNCIO



O silêncio da tua ausência
O ardor da minha pele ferida
Pede somente o regozijo do teu toque

Eu sigo em frente todos os dias
Procurando na luz do sol
O azul do teu olhar
Agora disseminado no céu

Por que fizeste isto comigo?
Eu não tenho mais o teu calor nos meus braços
Restou somente imagens, lembranças
E no silêncio as brumas da minha solidão...

Mário Feijó
11.10.10

DA MINHA MAGIA DE AMAR RESTOU O MAR



Não era para ser saudade
O sentimento que me domina
Era pra ser placidez
E no meu peito deveria pulsar a felicidade

Beija meus pés o mar
        E minhas flores o colibri
        E tu mulher o que farás
        Quando a lua tornar-se nova?

Da minha magia em te amar
Restou o mar a me consolar
Feito amigo fiel todos os dias
A quebrar o silêncio que há em mim

Mário Feijó
11.10.10

CLAMO POR TI AO VENTO



Sofro pelas saudades que deixaste
        Por te querer colada ao meu corpo
Muito mais do que por tuas visitas
        Esporádicas em minha cama

Sofro por querer estar contigo
        Em todos os lugares aonde vou
E tu pareces ter esquecido que existo
        E os bons momentos vividos...

Tu não sais do meu pensamento
        Foste um rio que passou
Rasgando a terra em meu corpo
        Sem opções vou direto ao mar

Inexoravelmente deixei de ser eu
        Para ser você... e tu?
Será que não ouves o vento?
        Espalhei meu amor por todas as brisas
Agora canta pra ti o sabiá...

Mário Feijó
11.10.10  

domingo, 10 de outubro de 2010

CORAÇÕES APAIXONADOS...



Eu te quero
E sei que tu também
Então venha
E faça do meu corpo tua rua

Céu estrelado
Costa oceânica
Com primavera e flores
Com a brisa a soprar nosso corpo...

Siga-me eu te ofereço a paz
Saudades de nós nunca mais
Serenos seguiremos no amor
Sentindo a paixão brotando do chão

Feito sementes que nascem
Fato incontestável quando se ama
Foi assim desde que te vi
Festeiro ficou meu coração pulsando por ti...

É dia de festa todos os dias
Quando a gente ama e é amado
O coração se entrega um ao outro
Quando a gente se descobre apaixonado...

Mário Feijó
10.10.10

sábado, 9 de outubro de 2010

ENTÃO VENHA...

(Não, não sou eu... é uma foto do site: http://www.olhares.com/)



Cores
Licores
Odores
          Andor
O santo é de barro
Devagar com a oração...

Casar
Rezar
Amar
        Sei lá o que quero?

Sou teu prisioneiro
Quero correr
Às vezes somente morrer de amor
É terrível morrer por amar
Cansa, dói, corrói a alma...

Morrer de tanto amar
Deve ser bom
Provavelmente o corpo fica lá
Estirado na cama
Mas com um sorriso nos lábios...

Descobri!
Eureka!
É isto o que eu quero!
Então venha... estou tirando a roupa
Te espero...

Mário Feijó
09.10.10

Auld Lang Syne (with lyrics)

EU PRECISO DAS TUAS DIGITAIS EM MEU CORPO

(imagem obtida no site http://www.olhares.com/)

               Eu choro por ti, não somente por ti, mas por todos os que amam e que não são amados. Por aqueles que não compreendem a si mesmos que se esvaziaram de amor e nem compreendem as lágrimas derramadas.
               E quando eu choro é como um pedaço de mim que foi embora sem se despedir. Um pedaço que esvazia a minh’alma, que corrói a minha fé na fraternidade humana.
               Será que só eu sofro por isto?
               E os outros seres do planeta o que fazem pelo amor?
               O que fazem um pelo outro?
               Venceu o egoísmo? Em qual ordem de seres eu estou?
               Não sou melhor que ninguém, mas em meu peito bate um amor cansado precisado de bengalas para sobreviver, para seguir em frente. Mas eu não desisto, embora sofra, e mais lágrimas caem esvaziando a minhalma esquálida, pálida, sofrida, deprimida.
               Eu não queria estar tão sozinho nesta empreitada, mas cada vez menos meu coração encontra o eco de outros corações. Cada vez vejo menos lágrimas por amor ao próximo.
               O que eu faço para sobreviver?
               O que eu faço com esta saudade que sobrou de ti? Com a minha cabeça cheia de fantasmas do passado num futuro cada vez mais triste?
               Olho pro mar e chego à conclusão que metade daquela água salgada saiu dos olhos de minha alma...
               Sabe o que eu mais preciso neste momento?
               Tuas digitais espalhadas pelo meu corpo...
Mário Feijó
09.10.10

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Relax your mind - Healing Music

ALMAS DIVIDIDAS



Almas divididas
Partidas ao meio
Feito gêmeos univitelinos
Que se dividem no útero materno

Almas divididas são como um rio
Que diante de um obstáculo divide-se
Continua rio, mas dividido, menor, fraco

Assim são algumas almas
Umas nem pertencem à família da outra
Mas são iguais... Muitas vezes encontram-se por aí...

Umas até se encontram e se amam
Outras se encontram e se odeiam
Outras somente se espelham...

E seguem em frente
Ora cometendo o mesmo erro
Outrora acertam, corrigem-se
Mas por terem sido dividias são mais fracas
Embora se achem fortes
Precisam crescer, evoluir, renascer...

Mário Feijó
08.10.10

Simply Red - Never Never Love

The Lighthouse Family - (I Wish I Knew How It Would Feel To Be) Free / One

TEMOS QUE SER FORTES

(foto: site Olhares.com)


Temos que ser fortes diante da vida
Quando os filhos não nos entendem
Quando eles só nos amam se pagarmos
Caso contrário... Ficam de mal...

Temos que ser fortes para poder evoluir
Para conseguir a felicidade merecida
Embora nossos filhos não achem isto
Eles pensam que só eles têm o direito de errar...

Temos que ser fortes quando perdemos um filho
Atropelado, para as drogas ou para um tiro perdido...
Temos que ser fortes quando um deles tenta o suicídio
Quando um deles faz aborto e te acusam
De um dia ter pretendido o mesmo, em relação a eles...

Temos que ser fortes para não sucumbir antes da hora
Pelo desgosto de uma vida “hight society” de alguns
Ou por ligar a TV e ver arrastão, bala perdida, drogas, corrupção
Então penso: temos que ser fortes, para poder sobreviver...

Mário Feijó
08.10.10

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

UM AMOR TÃO PURO




Quando o amor é puro
Amamos e somos amados integralmente
O amor que é puro
A alma se regojisa e sente
Sem se importar com o que o corpo sente...

O amor quando é puro
Sente-se por plantas
Por bichos e por gente
Amor que é puro a gente sente...

E um amor tão puro
Você sente por homens
Por mulheres e até por leões
A gente sabe e o bicho sente...

Mário Feijó
07.10.10

QUERO VOCÊ



Quero você feito o dia
Querendo o sol
Para ser esplêndido

Quero você feito a noite
Que sem a lua e as estrelas
É uma simples noite

Quero você feito a praia
Que dengosa, manhosa
Entrega-se às suas ondas devassas

Quero você feito flor aberta
Esperando seu colibri
Oferecendo seu colo, seu pólen,
Seu néctar para frutificar

Quero você
Para poder sobreviver...

Mário Feijó
07.10.10

Charlie Chaplin

Pavarotti and Friends - We are The World

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

SEM MEDO DE AMAR


Eu não queria me perder
Nos caminhos que o vento escondeu
Nem sair por aí sem destino
Respirando os venenos que ele me traz

Eu não queria ter que
Matar minha sede de amor
Com fantasmas desconhecidos
Tampouco com o teu: aterrador

Eu queria era ser dono de mim
E pela vida afora sair
Ver o sol, as estrelas, o mar
E mergulhar em suas águas cálidas

Como se estivesse penetrando teu corpo
Esquecido do meu em algum sarcófago
Para em um sono profundo
A minh’alma relaxar, sem medo de amar...

Mário Feijó
06.10.10

Comentário: eu não tenho medo de amar, aliás nunca tive, apesar das decepções mas cada ser a quem amamos dedicamos um tipo de amor. O amor nunca é igual ele se traveste em cada momento. Nunca sabemos qual foi o melhor. Sabemos que foi amor, embora de um outro jeito. Todos merecem ser amados, não interessada de que jeito seja. O que não pode é um amor traidor, isto nos joga pra baixo, decepciona e em algumas vezes gera dentro de nós o ódio. É porque não foi um amor sincero. Não há amor que sobreviva a mentiras... não há!

PERNAS



Pernas que te levam
A qualquer lugar
Que dão suporte
Que servem para te sustentar

Pernas que erguem teu corpo
Que te fazem caminhar
Pernas que dançam
E que me fazem por algumas suspirar

Pernas lisas, torneadas
Outras fortes e malhadas
Pernas que andam pelo mundo
Numa passarela a desfilar

Pernas curtas, compridas
Pernas de homem e de mulher
Pernas de garça, de rãs
Pernas de gigantes
Pernas anãs...

Não interessam
Todas interessam...

Mário Feijó
06.10.10

EU NÃO RESISTO A VOCÊ


Eu não resisto a você
Quando a tua luz
Atinge meus olhos
Como se fosse um amanhecer

Eu não resisto a você
Quando meu corpo é seduzido
Como se fora um “caldeirão da bruxa”
Que começasse a ferver

Há uma química
Que mexe com a minha física
E todos os meus hormônios em ebulição
Mudam meus pensamentos pra ti

Eu sou abelha procurando por mel
Sou pássaro que canta para te atrair
Sou animal no cio a te seguir
Sou o fim do dia se não te encontro
E na busca pelo teu amor torno-me noite por encanto...

Mário Feijó
05.10.10

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

DESVENDANDO SEGREDOS

(Sarau em São Paulo - Itaú Cultural, lançamento Antologia Delicata, ago/10)


Vamos falar da vida
E também da morte
E de todos os mistérios
Que eu ainda não sei?

Vamos falar de mim
De ti, de nós ou até mesmo
De nada especificamente?

Vamos sair pelo mundo
De mãos dadas ao vento
Espiar onde a lua se esconde
Desvendar os 10 mandamentos?

Vamos passear ao sol
E segui-lo feito um girassol
Ou simplesmente correr pela praia
Catar conchinhas na areia
E nos esconder dentro de um caracol?

Diga que vamos a qualquer lugar
Desvendar os segredos da vida
Escancarar todos os mistérios
E para começar conte-me também os teus...

Mário Feijó
04.10.10

ENTRE A LUZ E A ESCURIDÃO

(Sarau na Escola Santa Rita - Guaíba-RS)


Luzes rasgavam a escuridão
Feito navalhas cortantes
E a terra nua sangrada
Expondo suas entranhas

Era um ato de rebeldia?
Amor? Nostalgia? Esperança?
Eu não sei! Não sei responder
Perdi-me na escuridão

Enquanto aquela língua de fogo
Lambia a terra profícua dizimava
A vida que nela habitava
Queimando sementes num deserto que prosperava

Cobria-se o planeta de nuvens de fumaça
Onde até o sol sentia vergonha por ela passar...
Imbecis são os homens que trocam
O verde da terra pelo verde que colocam nos bolsos
Imbecis... Pobres imbecis...

Mario Feijó
03.10.2010

domingo, 3 de outubro de 2010

APAIXONANTE E APAIXONÁVEL



Eu sou daquelas pessoas
Que em algumas épocas
Seriam açoitadas por amar demais
Quiçá apedrejado em praça pública...

Primeiro porque sou apaixonado pela vida
Eu amo a água dos rios e do mar
Os pássaros, os peixes e as flores
Adoro o bater das ondas e a luz do luar...

Fico encantado com o soprar dos ventos
Escuto nele segredos
Eu adoro olhar o céu
E imaginar o que há por lá...

Eu amo qualquer ser vivo
E não posso olhar demais as pessoas
Por perigo de me apaixonar
Sou assim apaixonável e por horas, apaixonante quiçá...

Alguns me chamam de tolo, envolvente,
Outros acham que sou um idiota
E até já me chamaram de cínico
Deixo todos os julgamentos de lado
E continuo pela vida um eterno apaixonado...

Mário Feijó
03.10.2010

sábado, 2 de outubro de 2010

AMOR EXTRASENSORIAL




Quero que você seja
Meu amor sem toques
Um amor que deixa a mente vagar
Sonhar... Pensando em ti...

Não quero que vejas meu corpo
Ele pode não te agradar
Eu amo tua essência
Não teu corpo material...

Deixemos assim nossa mente vaguear
Eu não quero saber
Quem tu és, um ser qualquer
Jovem, velho, belo, feio...

Quero amar somente
A essência do teu espírito
Amar teu ser andrógino, espacial
As cores do teu pensamento, a luz que emanas...

Mário Feijó
02.10.2010

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

FOGO E AMOR



Acendeu-se o jogo da vida
Quando houve amor
Fogo n’água gerando calor
Beijos, toques, juras, ardor...

Sempre valerá à pena
Quando houver sinceridade
Quando o que sobrevive é o amor...

Acender-se-á pela eternidade
A chama da vida
Quando dois corpos se amam...

Luz contínua, luz da vida
Feito chama no templo
Que sobrevive na paz
E na alma fica tatuado com fogo o amor...

Mário Feijó
01.10.2010


AMOR E SAUDADE



Se um dia olhares para o céu
e de teus olhos cair uma única lágrima
por teres lembrado de mim, eu serei feliz
porque sobrevivi na tua saudade...

Mário Feijó
01.10.2010

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

EMBAIXO DA MELALÊUCA



        Embaixo de um jacarandá magro, sem folhas, lembro-me de rapaz que eu era aos quinze anos. Estava eu sentado na Praça Pedro Osório, na cidade de Pelotas-RS. Linda cidade, majestosa praça, mas não pude deixar de pensar na pessoa que eu era na minha adolescência e a comparação com o pequeno e fino jacarandá. Pobre jacarandá, escondido entre tantos arbustos, talvez ele não se desenvolva pela sombra a que é submetido pelas outras tão majestosas árvores.
        A praça se situa bem à frente da Prefeitura e da Bibliotheca Pública Pelotense. Prédios antigos, belíssimos. A biblioteca completa 135 anos este ano. E eu ali perdido numa cidade até então desconhecida pra mim. Já tinha ouvido falar, já tinha visto reportagens da cidade, mas estar lá foi a primeira vez. E eu ali esperando a biblioteca abrir para participar do Sarau Poético a que tinha sido convidado. O que fazer? Fiquei passeando pela praça. Observando as pessoas e escrevendo.
Sentei em um banco molhado e pus-me a apreciar os nativos passantes. Eram estudantes saindo da escola; trabalhadores que corriam apressados para casa ou para estudos noturnos. Outros, talvez, iguais a mim, passantes somente.
De uns eu escutava trechos de conversas, frases que ficavam sem sentido, numa mistura bucólica ao gorjear dos pássaros que em alarido de final de tarde disputavam um galho para dormir. Mudos e observadores, somente eu e as estátuas de cavaleiros empinados em seus cavalos e belas damas, paralisadas em um chafariz no meio da praça.
Fiquei ali, quase duas horas, embevecido pelo clima do lugar observando o cair da tarde, num quase inicio de noite que parecia ia ser chuvosa, o que acabou não acontecendo. E quando passava por um arbusto de “pata-de-vaca rosa” uma rajada de vento jogou sobre a minha cabeça inúmeras flores rosa e branco, como se me dessem boas-vindas à cidade.
Agradeci à natureza pela recepção e fechei meu caderno com um sorriso nos lábios.

No centro da biblioteca de 135 anos convidados para o V Sarau Poético Musical estava Maurício Raupp Martins que nos encantou com uma maravilhosa explanação sobre Pablo Neruda. Junto comigo na mesa Duda Keiber; Valder Valeirão e Victor Hugo Guimarãe Rodrigues. Abrilhantando musicalmente a noite estava Vicente Botti, com sua voz maravilhosa. Foi uma noite encantadora e inesquecível...

Mário Feijó
30.09.10

UM AMOR AMIGO


Tudo o que eu sempre quis
Foi amar você
E viver um pouco de felicidade

Não foi o que aconteceu
Porque o amor não é
Salvo-conduto à felicidade
O amor não nos dá direito ao céu
Nem tampouco nos conduz à eternidade...

Eu já nem falo do amor-paixão
Desses que dá saúde ao corpo
E faz bem pro coração...

Basta-me hoje um amor amigo
Desses que nos fazem companhia
Em qualquer momento da vida
E a todas as horas do dia...

O que eu quero é paz na vida
Para saber que cumpri minha missão
Porque passar pela vida brigando
Não é esta a minha paixão...

Mário Feijó
30.09.10

SOMOS BORBOLETAS



Há nos corações
Sempre esperanças
Por dias melhores
Por um par que lhe complete...

Somos se comparados ao universo,
Uma simples borboleta
Que dura apenas um dia
Temos pressa sempre e cometemos erros...

E no desespero de ganhar do tempo
Deixamo-nos levar por emoções passageiras
Não amadurecemos atitudes
E muitas vezes morremos
No bico do primeiro pássaro...

Há tempo para tudo
Até para criarmos raízes
E para fazer escolhas...

Ah! E o tempo?
Alguém perguntará
E eu responderei calmamente
O tempo é eterno
Quando não contamos as horas...

Mário Feijó
30.09.10

O PLANETA TERRA: NOSSA CASA



Quando eu olho
A imensidão dos campos
O mar em sua vastidão
Penso que o homem
Com tanta inteligência
Destrói sua morada, seu ninho
Quando derruba árvores
Sem plantar outra no lugar
Quando joga óleo no mar
Destruindo o ecossistema
Ou quando joga detritos nos rios
Acabando com a vida nas águas...

Por que será que não se planta
Para renovar? Não se cuida dos rios
Nem tampouco do mar?
Por que será que destruímos
Blocos de mármores para pisar em cima
Ou para revestir paredes inteiras
Quando hoje já se faz pisos tão belos?

Extraímos petróleo do mar
Com riscos de destruirmos o planeta
Quando existe a energia renovável do álcool
Eólica e a energia solar.
Um dia o planeta saturado perguntará
O que será de nós? O que será?

Mário Feijó
30.09.10