terça-feira, 2 de setembro de 2014

NÃO TENHA MEDO DE SER FELIZ



SEM MEDO DE SER FELIZ



“Quando descobrimos que absolutamente nada é definitivo, inclusive a vida. Compreendemos a inutilidade do orgulho, a tolice das disputas, a estupidez da ganância e a incoerência de tolas mágoas”
Dito popular



- Nada é definitivo! Não somos eternos, disse ele quando discutia com a esposa.
Brigavam por causa de dinheiro. Ele não era tão materialista, mas ela não abria mão de joias, carros novos todos os anos e a casa redecorada, de tempos em tempos.
Lembravam personagens da novela atual. Roberto era uma pessoa simples, que dava valor à natureza. Amava os campos, as árvores e os rios. Alexandra de Barros Medeiros Lins e Silva não queria nem saber de onde se originavam as coisas. Era fútil e sofisticada e com apenas 35 anos já fizera plástica em praticamente todo o corpo.
- Eu não quero nem saber de vaquinhas e suas merdinhas espalhadas pelo campo, desde que não me falte os melhores queijos e a manteiga na mesa, dizia Alexandra.
Toda a discussão começara porque Roberto resolvera dar de presente a uma filha, de seu casamento anterior, e que estava se casando, um apartamento.
Alexandra não simpatizava com a moça que era somente dez anos mais moça que ela. Além do mais a jovem era muito bonita e nunca fizera plástica nenhuma.
Roberto tinha 45 anos e estava sempre entre “a cruz e a espada” como se dizia popularmente, diante de uma situação difícil.
Alexandra nos últimos anos mostrava-se cada vez mais fútil e materialista.
Ele já pensara até em separação, mas ainda se achava apaixonado por ela e sentia-se um fracassado toda vez que pensava em mais um casamento fracassado.
- É tão inútil a ganância e tão incoerentes as mágoas quando temos uma vida tão passageira, dizia ele aos amigos. E ia relevando sua vida conjugal. Mas os últimos tempos estavam muito difíceis e ele não sabia até quando iria aguentar. Pensava sempre no filho de dez anos que iria sofrer com a separação, como sua filha Letícia sofrera quando se separou de sua primeira esposa há quase quinze anos.
Alexandra se revelara uma moça fútil e tola, principalmente depois que o filho nasceu. Até então ela participava mais ativamente da vida do marido e trabalhava com ele na empresa. Agora era apenas uma figura decorativa, sempre em busca de projeção social.
- Se nada na vida é definitivo, nem a própria vida, pense nisto, dizia Luiz, seu gerente comercial e amigo de faculdade. Você ainda é bastante jovem e a tendência de sua vida conjugal será piorar cada dia mais. Pobre Alexandra que não vê a pessoa genial que você é.
- Seja feliz Roberto, disse ele, mais uma vez ao amigo. Lute pelo que quer. A vida tomará o rumo que tem que tomar, mas só você decide para onde o seu “rio” irá correr.

Mário Feijó
01.09.14

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