terça-feira, 27 de agosto de 2013

LACRIMÉ



LACRIMÉ

Eu já morei em vales secos
Onde girinos não nasciam
Por falta de água
Por falta de lágrimas

E as dores fervilhavam
Como se fosse lava escaldante
De um vulcão prestes
A entrar em erupção

Deixei que as lágrimas caíssem
Enfrentei os temporais
Desviei dos vendavais
E os girinos viraram sapos

Engoli-los? Jamais
Agora há flores no meu quintal
Os peixinhos nadam no lago
As lágrimas viraram uma pasta “lacrime”...

Mário Feijó
27.08.13

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