terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A ABELHA, A BORBOLETA E A JOANINHA





É noite e o calor do sol
Continua em mim
E na luz do luar 

Ouço aqui perto
O mar a mandar recados
E as abelhas que conversam
Apoiadas nos meus girassóis

- Eu não posso perder muito tempo
Diz a borboleta à Joaninha
Enquanto a operária se apressa
Temerosa de que não dê conta do néctar 

Nas alturas o sol apenas sorri
Emanando energias
A um planeta tão complexo
E tão cheio de vida feito a Terra. 

Mário Feijó
13.12.11

ENTRE RUAS...






Haviam muitos caminhos
Mas nenhum deles me levava a ti
Por entre ruas me perdi
Sempre a te procurar 

Quando amamos sempre procuramos
Procuramos um ao outro
Procuramos ser felizes
Procuramos estar completos 

Porém os mesmos caminhos
Que pareciam me conduzir a ti
Levavam-me à perdição
E eu voltava à minha solidão 

Continuo por entre ruas
Sempre olhando nos olhos
Querendo ver em que corpo tu te escondes
Em qual alma tu te abrigas 

Mário Feijó
13.12.11

EU TE AMO (Encantado)






Amar-te deixou de ser segredo
Desde que o vento enciumado
Tornou-se furacão e espalhou
Aos quatro cantos do mundo este amor 

A lua conformada
Ontem estava alaranjada
Dizendo estou “bege”
Pelo meu despudor 

Não me importa mais que saibam
Que eu te amo encantado
Feito um girassol que segue
O astro que lhe ilumina 

És meu sol e eu de longe te sigo
Como se fora o girassol
Contando as horas da noite
Para ver o dia chegar... 

Mário Feijó
13.12.11

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

SENTIMENTOS AMOROSOS




Quem disse que eu
Não conseguiria
Viver sem você
Mentiu ou se enganou 

Eu aprendi a não mergulhar fundo
Sentimentos dosados
Ensinam-nos a boiar
E a nadar mesmo fora d’água  

A felicidade é um mergulho no escuro
E quem tiver medo de mergulhar
Ou tiver medo do escuro
Desconhecerá o sentido dela 

Somos aprendizes sendo então temos
Que ser sinceros conosco e com os outros
E não ter medo de viver sentimentos de amor 

Mário Feijó
12.12.11

O AMOR FAZ SENTIDO





Não eram apenas sonhos
Que povoavam meus pensamentos
Mas brisas, cheiros e cores
E principalmente o abraço dos ventos 

Não eram apenas luzes
Que iluminaram meu caminho
Havia no ar um hálito
De hortelã silvestre com almíscar 

E eu me descobri
Muito mais feliz
Quando percebi
Que em minha vida havia amor 

O doce sabor do amor
Aliado ao perdão
Faz o mundo modificar
Faz tudo ter mais sentido 

Mário Feijó
11.12.11

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A ESPERANÇA

 

A esperança é algo
Que não devia acabar
Porque quando acreditamos
Tudo se torna possível 

No entanto sabemos
Que existem situações
Onde a esperança acaba
Onde ela não sobrevive. 

Quando alguém morre
Não adianta ter esperança
O corpo é finito
E não sobrevive 

Para os que acreditam
Na continuidade da vida
É diferente mas nada será igual

O dia que passou
Este também não volta.
A esperança é um sentimento abstrato
Que cabe muito mais
Em coisas igualmente abstratas...

Mário Feijó
08.12.11

O PODER DAS PALAVRAS




É mera
Quimera
Mera voz
Frank Sinatra
Withney Houston
Gal Costa 

É mera
É nova
É velha
É merda 

Quem disse que não posso
Eu posso dizer
Tudo o que quero
Tudo o que acho
Tudo o que penso 

É maravilhoso
Poder falar
Poder dizer... 

Mário Feijó
08.12.11

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

INSTINTOS

 

De todos os meus instintos
Eu preservo o meu amor
Amar e ser amado
É uma coisa que me salva 

Tenho instinto de sobrevivência
Instinto de beijar
Instinto de comer
Quero me salvar
Comendo você 

Instintivamente quero teu calor
Quero teu amor
Quero ser teu
Quer ter você 

Sou um animal
Sou um mineral
Sou puro instinto
Quando o assunto é amor  

Mário Feijó
07.12.11

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

DESCOBERTAS

 

Mais de meio século vivi
Entre sonhos e medos
Consumindo-me no tempo
Distraído não morri mas 

Quase nada sobrou
Quero ousar
Quero ir além de mim
Além das definições do que sou 

Não vou esperar
A outra metade de mim
Por mais meio século
Quero ir muito além de um ruído 

Agora não serei mais
Uma incógnita a ser desvendada
Eu vou além do meu ser
Eu vou além do que tu és...


Mário Feijó
02.12.11

FELICIDADE É SEMENTE EM SOLO ÚMIDO





A minha felicidade
Não conseguiu esperar por ti
Ela aconteceu numa das voltas
Que o mundo deu por aí 

Nada espera
E tudo pode acontecer
Enquanto o mundo gira
Enquanto você entontece 

E felicidade é assim
Ela acontece e brota diante da chuva
Como fazem as sementes grávidas
Diante de solo úmido... 

Eu tive amor bastante para nós
Durante muito tempo
Até que o nosso solo empobrecido
Tornou-se um deserto... 

Mário Feijó
05.12.11

A FORÇA DA NATUREZA






Diante da força da natureza
Eu sou quase nada
Eu sou quase nada no mar
Eu sou quase nada na chuva 

Eu sou quase nada diante do vento
Diante do luar eu mudo
Você pra mim é tudo
Quero teu corpo alcançar 

Volto a ser nada
Diante da luz do sol
E diante de um vulcão
Eu sou um nada longe
Contentando-me a reclamar poeira 

É o que eu sou na galáxia
Poeira efêmera
Que se esvai em segundos
Que o vento leva
Que se dilui na bruma... 

Mário Feijó
06.12.11

NA HORA DA FELICIDADE




Eu já vivi mais que meu pai
Muito mais que minha mãe
E bem mais que meu filho 

Eu penso que é porque
Tenho muito mais para aprender
Muito mais para pagar
Muito mais para sofrer 

Nada acontece por acaso
A vida só é longa
Diante do sofrimento 

Porque na hora da alegria
A vida é muito veloz
E diante da felicidade
Ela só deixa lembranças... 

Mário Feijó
06.12.11

DIA DE FESTERÊ





As andorinhas
Pousam no fio
Como se fossem
Notas musicais na pauta

A moça na janela canta
Uma música ritmada
Como vento incansável
Ao carregar areia da duna

O sabiá querendo escutar a moça
Disfarça buscando água na goteira
Chacoalhando-se como se tomasse banho
E voa procurando se secar numa toalha molhada

As andorinhas que nada cantam
Encantam-se a fazer verão
E a moça com uma flor no cabelo
Bate com os pés n’água saudando Iemanjá...

Mário Feijó
06.12.11  

domingo, 4 de dezembro de 2011

AMOR VOCÊ JÁ TEM BASTANTE





Dói no meu peito
Ver que amor
Você já tem bastante 

Dói bastante
O amor que me sobra
E não pode ser teu 

Eu não soube te amar
O tempo (maldito tempo)
Levou você como se fora
A duna que o vento
Leva de um lado para o outro... 

Amor você já tem bastante
Meu corpo transborda
Minha alva seca
Escorrendo pelas mãos... 

Mário Feijó
04.12.11

A FALTA QUE VOCÊ ME FAZ





É o meu corpo
Que sente a tua falta
Quando eu vou deitar
Quando esfrego minha pele 

É o meu corpo
Que sente a falta do teu amor
O teu calor que por ele se espalha
Como se me ninasse 

É o meu corpo
Que sofre crises de abstenção
Quando eu não posso te tocar 

No entanto é a minh’alma
Que sofre este desamor
Que se desalinha
Que fica sem energia... 

Mário Feijó
04.12.11

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

PECADO ORIGINAL

 

Havia uma pedra
Bem no meio do caminho
Estava sobre nossas cabeças
E tudo virou sombra, escuridão 

As noite não passam
De dias escuros
Que se escondem
Sob o luar, sob as estrelas 

E a grande pedra
Algumas vezes brilha
Noutras também
Envergonhada se esconde 

Por que será
Que todos se escondem
Envergonhados certamente
De seus pecados originais... 

Mário Feijó
28.11.11

EM NOME DO PAI




Eram apenas flores
Grávidas e sem cheiros
Frutificadas no campo santo
Sem pecado original 

Uma virgem no solo pisou
E todos os campos floriram
Lírios, cravos, alecrins
Sorriram em azul 

Efeito girassol
Óleo violeta ungia as cabeças
Que pensavam em orgias 

Em nome do pai
Teu perdão abençoa
Enquanto a criança chora
E a falsa mulher sorri 

Mário Feijó
29.11.11

VOCÊ É UM VENCEDOR






Eu nunca pensei que chegaria aos sessenta anos. No entanto ao chegar lá eu acho tão pouco tudo o que e vi. Eu continuo sonhando, mas a vida quer me obrigar a achar que sou velho. E as pessoas ao meu redor não ajudam, elas também pensam que eu sou velho. Mas eu não sou. Existe dentro de mim uma energia que me diz, esta história de velhice é para quem está doente, do corpo ou da cabeça. Eu apesar dos percalços da vida, não me acredito velho, nem doente.

Todos nós somos uma ilha. Eu acredito nisto, pois dentro de nós só habita um ser: EU. Quando isto não acontece, deixamos de sermos nós mesmos ou passamos a ser “perturbados” porque deixamos outras energias a interferir na nossa. Nosso corpo é uma casa que nos foi doada, para habitarmos enquanto vivermos. Então só depende de nós quem habitará este corpo, quem irá frequentá-lo, e tudo o que colocamos para dentro de nós é responsabilidade nossa, do alimento a drogas. São escolhas que fazemos a partir do nosso livre arbítrio e devemos arcar com as consequências desta decisão.

Quando eu era criança pensava que pessoas com mais de quarenta anos eram velhas. Como eu fui tolo, como as pessoas que pensam assim são tolas. É exatamente a partir dos trinta-quarenta anos que nos tornamos mais conscientes de nós mesmos. É a partir desta idade que ganhamos maturidade naquilo que produzimos. É a partir desta idade que tudo o que fazemos tem mais qualidade.

Eu só vejo um problema quando vamos ganhando idade: é que vamos mais e mais sendo abandonados. Vamos conhecendo a solidão de si mesmos. Mas é uma consequência natural, pois passamos uma vida inteira ao lado de um monte de gente e algumas vezes esquecemo-nos de passar alguns momentos conosco. Esta solidão é benéfica. Quem não consegue ficar bem consigo mesmo é porque nunca foi boa companhia para os outros.

Minha vida foi construída para fazer de mim um ser melhor. Portanto eu nunca procurei acumular coisas. As pernas algumas vezes cansam então eu precisei ter um carro. O corpo se debilita ao relento, portanto eu precisei ter uma casa. Não precisa ser minha, pode ser alugada ou de alguém, mas eu preciso me abrigar. Por isto eu me ensinei a ser feliz. Eu me ensinei a me contentar com pouco. Isto não quer dizer que eu não tenha lutado por mais, por ter, por fazer. Lutei sim, mas isto nunca foi importante. Também tentei ensinar isto aos meus, mas cada um aprende do seu modo.

Eu estou completando sessenta anos de vida. Alguns até dizem que não aparento, mas não é isto o que importa. O que importa é o que eu sinto, como me vejo diante da vida, como me coloco diante do universo, minha relação com os demais seres que habitam este planeta. Minha relação com a natureza. Jamais estive tão lúcido em relação a mim e em relação ao que eu represento neste planeta. Isto não pode ser velhice, isto é sapiência, isto é vivência saudável, isto é felicidade. Se os outros não me compreendem, se os outros não me entendem isto não é culpa minha, é falta de maturidade do outro, mas este outro também não tem culpa. Somos somente seres humanos em aprendizagem, somos espíritos em evolução.

Erros no caminho todos cometeram: eu e os outros. Temos é que nos perdoar uns aos outros. Temos é que perdoar a nós mesmos. Ser compreensivos em relação aos outros, ser complacentes conosco.

Este é um momento de comemorar? É sim. Todos os dias são momentos de comemorar: estamos vivos. Bem ou mal estamos vivos. Temos consciência de nós. Então devemos comemorar e agradecer a todas as energias que nos mantiveram vivos. Quem acredita em Deus agradeça a Ele pela sua existência. Quem não acredita agradeça a qualquer coisa, agradeça aos seus pais por terem lhes dado a vida, agradeça aos filhos que teve, agradeça à natureza por ter lhe dado alimentos, por ter lhe dado água, ao sol por ter lhe dado luz e energia, agradeça aos ventos, agradeça ao ar. Há muitas razões para se viver. Algumas delas até desconhecemos, outras estão à nossa volta... Sempre nos sobram mãos e braços estendidos em nossa direção. Exigir que estas mãos e estes braços sejam dos filhos, dos irmãos, dos parentes é demais. Agradeça mesmo quando estas mãos e estes braços forem de um enfermeiro num hospital ou de um desconhecido quando você estiver no chão. Isto é saber viver. O resto não importa. Você está vivo. Você é um vencedor.



Mário Feijó (30.11.11)

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

CONVERSA DE AMIGOS





Ontem à noite
Quando conversei com o vento
Como há muito não fazia
Trocamos confidências 

Andava eu em minhas reminiscências
E ele por aí com a brisa do mar
Ambos decepcionados, solitários
Foi um encontro para conversar 

Contei-lhe minhas aflições
Dividindo nossos segredos
Segredos que eu
Nem pensei que tinha  

Ele soprou-me paz
Disse-me vir um tempo de bonança
E que eu acreditasse no amor
Haveria um encontro com o tempo...


Mário Feijó
28.11.11

domingo, 27 de novembro de 2011

UVAS VERDES






Algumas pessoas
Assemelham-se a uvas verdes
Têm pela vida um amargor
E deixam seu gosto na boca 

A maioria é mulher
Ou pensam que são
Um bicho qualquer
Pronto para atacar 

Não se amam
Tampouco amam os outros
E gestos de amor
São mal interpretados 

Há mulheres assim
Uvas que poderiam amadurecer
Mas passam pela vida travando
Serão eternas uvas verdes
Até apodrecer...


Mário Feijó
27.11.11

A VIDA É DOCE






A vida é mais doce
No sabor de um beijo
Há muitos beijos mentirosos
Beijos amargos, beijos falsos 

A vida é mais doce
Quando se ama
Quando se acredita no amor
Quando embarcamos na fantasia 

A vida é mais doce
Quando fazemos
Quando acreditamos
Quando temos fé 

A vida é mais doce
A favor do vento
Quanto existe tempo
Para você acreditar... 

Mário Feijó
27.11.11

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

ESPIRITO ASPIRANTE





Do sopro sobrou apenas
Um espírito benfazejo
Refletindo sua luz essencial
Azul, cálida e suave 

Foi o que sobrou
Daquele sopro de vida
Que agora espírito
Não mais respira 

Apenas suspira e aspira
Como todos os novos espíritos
Aspirantes à vida eterna 

Mário Feijó
24.11.11

TREZE ROSAS






Trago-te hoje
Treze rosas roxas
Poderiam ser vermelhas
Brancas ou amarelas 

Porém são rosas roxas
Rosas rubras putrefatas
Assassinadas na esquina
Na mão direita ensanguentada 

Trago-te treze rosas pálidas
Sem qualquer vestígio de hemoglobinas
Lábios desfigurados 

Cálidos à espera de um beijo
Começo ou despedida
Tudo dependerá do desejo 

Trago-te treze rosas roxas
Aqui e agora
Espinhos nas mãos
Cravos no coração
Tome! São tuas! 

Mário Feijó
24.11.11

SINTO VOCÊ EM MIM



Eu nunca ouvi teu choro
Tampouco ouviste o meu
Já ouvi o teu riso
Porém tu nem viste um sorriso meu 

O nosso sol é o mesmo
E brilha pra nós na mesma hora e local
A lua e as estrelas são as mesmas
Que brilham para nós dois 

És a minha perdição
Porque eu já senti teu cheiro
Quase o gosto que têm teus beijos
Eu já senti nos sonhos meus 

Eu sinto tua pele
Nas minhas mãos
Sinto o teu paladar
No céu da minha boca 

Mário Feijó
23.11.11

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

ROSTO ESCONDIDO





Há rostos escondidos
        Atrás de máscaras
Atrás de mentiras
Na frente de espelhos
Na frente da inveja 

Há rostos escondidos
Em lágrimas
Na poeira
Na sujeira
E na falsidade 

Há rostos escondidos
         No medo
Por trás das mãos
E de cinco dedos 

Mário Feijó
23.11.11

terça-feira, 22 de novembro de 2011

DEPOIMENTO DE VIDA






Durante a minha vida inteira eu pensei que ao chegar aos sessenta anos seria um inútil, que a gente não namorava mais, pois não tinha mais tesão. Ledo engano.

Também pensava que a gente ao se aposentar ficaria em casa de pijama, tomando remédios, esperando a morte chegar.

Descobri também um monte de coisas, que a juventude faz a gente pensar a respeito dos mais velhos e que são erros ou mitos.

Eu gostaria de depor aqui que tudo o que eu fazia quando era mais jovem faço agora. É óbvio que tudo tem limites e temos que perceber que, um homem de sessenta anos, não ficaria bem com um corte de cabelo tipo “gambá”, usado pelo Neymar. Da mesma forma também é ridículo uma mulher com esta idade com micro saia ou blusas “baby look”. Têm coisas que só o bom senso e o desconfiômetro mostram o caminho certo.

Não podemos acreditar nestes mitos do passado. Antigamente as pessoas envelheciam aos quarenta anos. Os tempos mudaram. A qualidade de vida das pessoas hoje é outra e pode-se manter saudável e produtivo até oitenta anos ou mais. Tudo depende da cabeça da pessoa.

Se você parar de sonhar, de criar, de produzir irá envelhecer, e isto não depende de idade. Depende da inteligência, da fé, do que a pessoa faz, e de não ter uma vida absolutamente sedentária.

Dar um passeio, caminhar, ler, escrever, pintar, cantar, ouvir música são coisas fundamentais na vida de qualquer pessoa, tenha ela a idade que tiver.

É importante não se tornar ranzinza com qualquer coisa e, ter consciência disto, para se corrigir. Também é importante aceitar as mudanças de comportamento. Pudores demasiados é sinal de velhice. Hoje muita coisa pode.

Não julgar os outros, não se punir com culpas, perdoar a si mesmo e aos outros, são alguns conselhos para se manter jovial. Quando puder dançar dance, se a vida lhe apresentar situações que tiver que cantar, cante. Sorria. O sorriso ajuda com os músculos da face e facilitam a elasticidade do rosto e dão mais alegria à sua vida. Então sorria. Cumprimente as pessoas e observe o mundo. Há poesia nele.

E por falar em poesia, ler qualquer coisa é importante, mas ler poesia dá elasticidade ao cérebro. Então pense nisto e pratique. A velhice não está no corpo das pessoas, mas na forma como elas pensam sobre si mesmas. Não se isole nunca. O isolamento leva à depressão e depressão é um curto caminho para a velhice e para a morte.

Tenha fé: em você, em Deus, em deuses, nos outros, em qualquer coisa, mas tenha fé. Ela é importante em nossas vidas...



Mário Feijó (22.11.11)        

ERRAR É HUMANO



                               Nada lhe posso dar que já não existam em você mesmo.
                                           Não posso abrir-lhe outro mundo de imagens, além
                                                          daquele que há em sua própria alma. Nada lhe posso dar a
                                          não ser a oportunidade, o impulso, a chave. Eu o ajudarei a tornar visível o seu próprio mundo, e isso é tudo.
Hermann Hesse

É tão pouco
Tudo o que eu quero
Sem ferir ninguém
Sem maldade alguma 
        Mas eu sou humano
        E humano erra 
Eu luto pelo que acredito
Eu dou o meu melhor
Eu sou perfeccionista 
        Porém sou humano
        E humano erra 
Muitos me julgam
Outros me condenam
Mas ninguém olha pra si
E deviam, porque:       
        Somos humanos
        E humanos erram... 
Mário Feijó
22.11.11

domingo, 20 de novembro de 2011

NO VELÓRIO





No velório havia café, chá, salgadinhos, água gelada, bolachinhas, salgadinhos e fofoca. No menu além de todas as iguarias havia o defunto como assunto. Este já fora execrado à boca pequena. Mas o tema não rendeu muito porque o homem era bom, pobre diabo. Então o assunto não rendeu muito.

Vanda Maria procurou outras vítimas já que o falecido foi marido de sua amiga, até ontem à noite.

- Você e eu precisamos emagrecer menina. Disse ela à Tereza.

- Eu já perdi quase dez quilos. Argumentou Tereza, querendo se livrar da prima. Mas Vanda não perdoou e perguntou:

- E seu marido? Como Está? Outro dia encontrei com ele. Que homem lindo!

- Nós nos separamos querida. Disse Tereza.

- Então é por isto eu você engordou deste jeito. Disse Vanda Maria à prima, de soslaio, e foi falar com outra Candinha.

Tereza ficou rosa choque e esqueceu aonde estava, querendo avançar na outra. Foi contida por colegas próximas que apreciavam a contenda, mas que não queriam perder o show gratuito.

A viúva inconsolável (minto, a viúva não estava inconsolável. Parecia estar numa festa de formatura agradecendo um diploma pelo qual havia lutado há anos).

Será que ficamos assim tão felizes depois de quarenta, cinquenta anos de convivência, quando o companheiro morre? Não sei! O mundo mudou, mas ninguém é obrigado mais a aturar o outro até à morte...

- Caros amigos, familiares e conhecidos do Sr. Francisco, homem bondoso e membro da Igreja (mentira). Dizia o padre.

- Vamos rezar e pedir pela alma deste nosso amigo (o padre não conhecia o morto, a mulher ele conhecia porque esta era da congregação).

Enquanto o padre rezava. Num momento de descuido, Tereza e Vanda Maria, as primas, atracaram-se e caíram na vala aberta para o defunto (que por pouco não se revirou no caixão).  



Mário Feijó

20.11.11


sexta-feira, 18 de novembro de 2011

O QUE É POESIA






Poesia é a forma de se contar
O que se passa dentro de nós
Através das coisas simples
Que acontecem ali fora...

Mário Feijó



O sol fica mais lindo
Quando eu estou feliz
As estrelas até me piscam
E as flores se abrem com prazer 

A poesia entra na nossa mente
Mas sai mesmo é do coração
Na poesia não há razão
Ela vai além da compreensão do sentir 

Somos meio loucos quando amamos
Também somos assim
Quando fazemos poesia
Quando escrevemos poemas...


Mário Feijó
18.11.11

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

AS PESSOAS MENTEM



Algumas pessoas mentem
Mesmo quando olham nos olhos
Mesmo quando derramam lágrimas
E fazem a gente chorar

Algumas pessoas mentem
Por amor, por necessidade,
Por maldade, para viver,
Por profissão ou por prazer

Algumas pessoas mentem
Olhando flores
Tecendo amores
Criando relações...

Algumas pessoas mentem
Mesmo quando o vento fala verdades
Mesmo quando a lua exala paixão
E quando colibris fazem amor...

Mário Feijó
15.11.11

CORAÇÃO SOLUÇANDO




Eu sou um menino
Cheio de sonhos de adulto
Que às vezes pensa como bicho
Noutras apenas namora o vento

E você por onde anda?
Não tem sonhos menino?
É um velho criança
E se esqueceu de viver...

Por onde andam teus sonhos?
Em que esquina você se perdeu?
Não ouve o sussurro das ondas
Tampouco namora as sempre vivas...

Ainda há pouco chovia
Eu ouvia teu coração soluçando
És agora um velho cansado
E teus lábios desaprenderam beijar...

Mário Feijó
15.11.11