quarta-feira, 18 de setembro de 2013

O MUNDO NÃO É JUSTO






O MUNDO NÃO É JUSTO

        O mundo não é justo e no Brasil a justiça é injusta. O exemplo mais claro, para a minha indignação está estampado nas páginas dos jornais: “julgamento do mensalão”. Isto também denota que quem tem dinheiro, mesmo que conseguido de uma maneira não muito honesta, também não o perde.
Em países árabes e na China as pessoas morrem, se roubarem, ou pelo menos são mutiladas e têm a mão cortada.
No entanto o que me deixa indignado nem é o que acontece com os outros, mas coisas que acontecem comigo e me atingem, me afligem e me fazem adoecer.
Há uns dois anos, com frequência minha conta no Banco do Brasil sofre invasão e emitem cheques que não são meus e o banco paga. Só param e o banco me repõe depois que eu dou queixa na polícia, ou repentinamente ninguém mais manda cheques para a minha conta corrente. Concluí que isto acontece dentro do próprio banco, pois no inicio até se preocupavam em imitar minha assinatura, agora fazem uma assinatura qualquer. Tentei processar o banco e todos os lugares onde fui disseram que não posso. Ficou a insegurança de “quando será que vão fazer novamente?”.
Depois disto sofri um acidente de carro aí aconteceram várias injustiça. Até hoje não recebi o DPVAT (que anunciam como a coisa mais fácil para ser conseguida, isto que eu vivi com a vítima por quase seis anos e juntos criávamos duas crianças que tínhamos a guarda judicial). Nem o reembolso de despesas médicas me pagaram (pra não dizer que não pagaram recebi R$214,00 porque tenho a UNIMED e eles me cobraram este  valor, então me reembolsaram isto, mas o valor da ambulância que foi de R$ 1.740,00, não pagaram e ainda sumiram com os documentos).
Hoje faz quase dois anos que o acidente aconteceu, no qual por pouco eu quase não morri, visto que tive seis costelas quebradas, uma vertebra trincada e os dois pulmões perfurados (cabe aqui um outro parêntesis: no hospital de Capão da Canoa-RS, cidade onde moro há sete anos, dispensaram-me durante três dias, eu ia lá morrendo de dor e diziam que eu nada tinha).
Nada posso fazer contra o que me fizeram, mas estou sendo processado por homicídio culposo – a justiça não é justa. Além do mais fiquei sem dinheiro, pois tive que recomeçar a minha vida, saindo da casa em que morávamos (que era dela e da filha) por pressão de todos que não me queriam mais na casa. Ninguém viu meu sofrimento, nem a dor física, apesar de eu ter perdido 15k em apenas um mês. Hoje ninguém da família mais fala comigo (acredito que me condenam pelo acidente, além de pensarem que eu queria ter direitos sobre a casa). Mas tenho consciência de que foi um acidente e nem vou entrar mais nos detalhes, já falei disto em outras crônicas e ainda me dói muito falar disto, física e emocionalmente.
Agora, diante de tudo isto como se não bastasse, ainda tenho que pagar para um advogado me defender das acusações de homicídio e de “estar me escondendo para não ser encontrado” (isto que eu estive recentemente na polícia, para atualizar meu endereço e eles disseram que já estava atualizado”, não mudei de cidade, mesmo sendo natural de Florianópolis-SC, não voltei pra lá e meus telefones, na ocorrência são os mesmos.
A vida não é justa e a justiça está cada vez mais cega. Tenho a impressão que os seres humanos evoluíram tecnologicamente mas no entanto não evoluíram mentalmente, no sentido de serem mais compreensivos uns com os outros. Isto talvez até se deva ao fato do aumento da criminalidade.
Eu não endureci diante da vida. Não quero perder minha sensibilidade, nem pelos que estão próximos, nem pela humanidade de um modo geral.
No entanto cada vez concluo mais que o mundo não é justo e cada vez mais dói viver quando tentamos olhar o mundo com os olhos do coração...

Mário Feijó
18.09.13

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