quinta-feira, 19 de julho de 2012

ENTRE TODOS OS HOMENS


ENTRE TODOS OS HOMENS 

Quando menina
Ainda de pés descalços
Ela sonhava com um moço
Que lhe parecia Netuno 

Olhos verdes
Sorriso que penetrava na alma
E ela sonhava com ele
Como se fosse Jorge em seu cavalo 

Jamais vira homem tão encantador
Jamais beijara seus lábios
E sonhava com o toque de sua pele 

De todos os homens que conhecera
Este tinha o poder
De derrubar os muros nos nãos...

Mário Feijóh
19.07.12

quarta-feira, 18 de julho de 2012

QUERO UM AMOR VERDADEIRO


QUERO UM AMOR VERDADEIRO 

Eu queria um amor
Desses que nos arrebata
Um amor pra vida inteira
Mas a vida é finita
Eu me conformaria com um amor
Que durasse o máximo que pudesse 

Não sei se isto seria suficiente
Para me fazer feliz
Porque o meu sonho
É ter alguém que me ame verdadeiramente
Alguém em quem eu pudesse confiar
Para quem eu pudesse me entregar por inteiro 

Eu já tive um amor assim
Porém só eu amei
Só eu me dei e meu amor
Não suportou mais que vinte anos
O tempo que este amor durou... 

Mário Feijó
18.07.12

terça-feira, 17 de julho de 2012

CURIOSIDADES DO MEIO LITERÁRIO


Curiosidades do meio literário!



O escritor Wolfgang Von Goethe escrevia em pé. Ele mantinha em sua casa uma escrivaninha alta.

O escritor Pedro Nava parafusava os móveis de sua casa a fim que ninguém os tirasse do lugar.

Gilberto Freyre nunca manuseou aparelhos eletrônicos. Não sabia ligar nem sequer uma televisão. Todas as suas obras foram escritas a bico-de-pena, mesmo o mais extenso de seus livros, Ordem e Progresso, de 703 páginas.

Euclides da Cunha, Superintendente de Obras Públicas de São Paulo, foi o engenheiro responsável pela construção de uma ponte em São José do Rio Pardo (SP). A obra demorou três anos para ficar pronta e, alguns meses depois de inaugurada, a ponte simplesmente ruiu. Ele não se deu por vencido e a reconstruiu. Mas, abandonou a carreira de engenheiro.

Machado de Assis, nosso grande escritor, ultrapassou tanto as barreiras sociais como as físicas. Machado teve uma infância sofrida pela pobreza e ainda era míope, gago e epiléptico. Enquanto escrevia Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado foi acometido por uma das suas piores crises intestinais, com complicações para a sua frágil visão. Os médicos recomendaram-lhe três meses de descanso em Petrópolis. Sem poder ler, nem redigir, ditou grande parte do romance para a esposa, Carolina.

Graciliano Ramos era ateu convicto, mas tinha uma Bíblia na cabeceira só para apreciar os ensinamentos e os elementos de retórica. Por insistência da sogra, casou na igreja com Maria Augusta, católica fervorosa, mas exigiu que a cerimônia ficasse restrita aos pais do casal. No segundo casamento, com Heloísa, evitou transtornos: casou logo no religioso.

Aluísio de Azevedo tinha o hábito de, antes de escrever os seus romances, desenhar e pintar, sobre papelão, as personagens principais, mantendo-as na sua mesa de trabalho, enquanto escrevia.

José Lins do Rego era fanático por futebol. Foi diretor do Flamengo carioca e chegou a chefiar a delegação brasileira no Campeonato Sul-Americano, em 1953.

Aos dezessete anos, Carlos Drummond de Andrade foi expulso do Colégio Anchieta, em Nova Friburgo (RJ), depois de um desentendimento com o professor de português. Imitava com perfeição a assinatura dos outros. Falsificou a do chefe durante anos para lhe poupar trabalho. Ninguém notou. Tinha a mania de picotar papel e tecidos. "Se não fizer isso, saio matando gente pela rua". Estraçalhou uma camisa nova em folha do neto. "Experimentei, ficou apertada, achei que tinha comprado o número errado. Mas não se impressione, amanhã lhe dou outra igualzinha."

Em uma das viagens a Portugal, Cecília Meireles marcou um encontro com o poeta Fernando Pessoa no café A Brasileira, em Lisboa. Sentou-se ao meio-dia e esperou em vão até as duas horas da tarde. Decepcionada, voltou para o hotel, onde recebeu um livro autografado pelo autor lusitano. Junto com o exemplar, a explicação para o "bolo": Fernando Pessoa tinha lido o seu horóscopo pela manhã e concluído que não era um bom dia para o encontro.

Érico Veríssimo era quase tão taciturno quanto o filho Luís Fernando, também escritor. Em uma viagem de trem a Cruz Alta, Érico fez uma pergunta a que o filho respondeu quatro horas depois, quando chegavam à estação final.

Clarice Lispector era solitária e tinha crises de insônia. Ligava para os amigos e dizia coisas perturbadoras. Imprevisível, era comum ser convidada para jantar e ir embora antes de a comida ser servida.

Monteiro Lobato adorava café com farinha de milho, rapadura e içá torrado (a bolinha traseira da formiga tanajura), além de Biotônico Fontoura. "Para ele, era licor", diverte-se Joyce, a neta do escritor. Também tinha mania de consertar tudo. "Mas para arrumar uma coisa, sempre quebrava outra."

Manuel Bandeira sempre se gabou de um encontro com Machado de Assis, aos dez anos, em uma viagem de trem. Puxou conversa: "O senhor gosta de Camões?" Bandeira recitou uma oitava de Os Lusíadas de que o mestre não lembrava. Na velhice, confessou: era mentira. Tinha inventado a história para impressionar os amigos. Foi escoteiro dos nove aos treze anos. Nadador do Minas Tênis Clube, ganhou o título de campeão mineiro em 1939, no estilo costas.

Guimarães Rosa, médico recém-formado, trabalhou em lugarejos que não constavam no mapa. Cavalgava a noite inteira para atender a pacientes que viviam em longínquas fazendas. As consultas eram pagas com bolos, pudins, galinhas e ovos. Sentia-se culpado quando os pacientes morriam. Acabou abandonando a profissão. "Não tinha vocação. Quase desmaiava ao ver sangue", conta Agnes, a filha mais nova.

Mário de Andrade provocava ciúmes no antropólogo Lévi-Strauss, porque era muito amigo da mulher dele, Dina. Só depois da morte de Mário, o francês descobriu que se preocupara em vão. O escritor brasileiro era homossexual.

Vinicius de Moraes, casado com Lila Bôscoli, no início dos anos 50, morava num minúsculo apartamento em Copacabana. Não tinha geladeira. Para aguentar o calor, chupava uma bala de hortelã e, em seguida, bebia um copo de água para ter sensação refrescante na boca.

José Lins do Rego foi o primeiro a quebrar as regras na ABL, em 1955. Em vez de elogiar o antecessor, como de costume, disse que Ataulfo de Paiva não poderia ter ocupado a cadeira por faltar-lhe vocação.

Jorge Amado, para autorizar a adaptação de Gabriela para a TV, impôs que o papel principal fosse dado à Sônia Braga. "Por quê?", perguntavam os jornalistas. Jorge respondeu: "O motivo é simples: nós somos amantes." Ficou todo mundo de boca aberta. O clima ficou mais pesado quando Sônia apareceu. Mas ele se levantou e, muito formal disse: "Muito prazer, encantado." Era piada. Os dois nem se conheciam até então.

O poeta Pablo Neruda colecionava de quase tudo: conchas, navios em miniatura, garrafas e bebidas, máscaras, cachimbos, insetos...


Vladimir Maiakovski tinha o que atualmente chamamos de Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC). O poeta russo tinha mania de limpeza e costumava lavar as mãos diversas vezes ao dia, em uma espécie de ritual repetitivo e obsessivo.

A preocupação excessiva com doenças fazia com que o escritor de origem tcheca Franz Kafka usasse roupas leves e só dormisse de janelas abertas – para que o ar circulasse -, mesmo no rigoroso inverno de Praga.

O escritor estadunidense Ernest Hemingway passou boa parte da sua vida tratando de problemas de depressão. Apesar da ajuda especializada, o escritor foi vencido pela tristeza e amargura crônicas. Hemingway deu fim à própria vida com um tiro na cabeça.

O poeta e artista plástico Mário Feijó era administrador de empresas. Trabalhou a vida inteira para sustentar a família. Foi casado três vezes, das duas primeiras divorciou-se e da terceira companheira ficou viúvo, teve cinco filhos, oito netos (até 2012); e só se dedicou aos seus livros alguns anos depois de aposentado. Antes fazia revisão de livros e teses. Porém escrevia desde adolescente.

OLHAR QUE FALA


OLHAR QUE FALA 

Havia sorriso naquele olhar
Eram olhos que falavam
Sem que ela precisasse
Dizer qualquer palavra 

Existem crianças que têm este olhar
Mas eu já vi olhos que falam
Também em animais como gatos
E a minha cachorra também é assim 

São olhares complacente
Olhar de quem sabe ser amigo
Porque amigo não precisa falar
Basta estar junto, ser solidário... 

E os animais sabem fazer isto
Com uma maestria especial
Eles sabem quando precisamos deles
E ficam ali próximos à disposição... 

Mário Feijó
17.07.12

segunda-feira, 16 de julho de 2012

EU ACREDITO NO AMOR


EU ACREDITO NO AMOR 

Eu acredito em mim
Eu acredito em ti
Eu acredito em nós
Eu acredito no que fomos
E você acredita em que? 

Eu me pergunto
Por que tudo é finito?
Por que tudo se transforma
Por que você não está aqui?
Onde estará você agora? 

Eu acredito no amor
E me pergunto por que te fostes?
Por que me deixastes sozinho?
Eu estou pronto para amar
E tu tens esperança? 

O tempo passa feito o vento
Que nós não vemos
Lançando sementes ao solo
E no meu peito brotam flores
E o amor por que não brota? 

Mário Feijó
17.07.12

O APITO DOS NAVIOS


O APITO DO NAVIO



        Eu tenho feito viagens. Algumas maravilhosas ao meu passado distante. Lembro dos meus tempos de criança. Lembro de Dona Mariquinha minha primeira professora, antes mesmo de entrar no primeiro ano. Depois lembro de todas as professoras do ensino primário, da professora Gertrudes que teve tifo quando eu estava no terceiro ano. Neste mesmo ano operei a apendicite e quando voltei para a aula (naquela época a gente ficava um mês de repouso), a professora que substituía a Profa. Gertrudes era a professora Neli. Muito mais jovem e linda. Acho que ela foi a segunda mulher por quem me apaixonei na vida (eu tinha na época nove anos).

Três anos depois eu tive uma paixão que deve ter durado uns três ou quatro anos. Ah! Maria da Graça... Ela até hoje nem tomou conhecimento deste amor. Foi nesta época que eu comecei a juntar amores platônicos.

Eu lembro também de um colega, Jorge Cascaes, meu Deus do céu! Eu tinha tanta inveja dele... Era um galã. Tinha todas as meninas do colégio voando ao redor dele, como se ele fosse um enorme girassol, e elas um monte de abelhas querendo o seu néctar. Eu não entendia porque eu não era assim. Eu era simplesmente um tipinho sem graça, magricelo, sardento, e o pior de tudo... tinha (e ainda mantenho) um par de “olhos de gato” como chamavam os meus olhos. Era horrível ter olhos claros. Eu me sentia diferente de todo mundo, já que comigo não estudava ninguém que tivesse olho claro. Só em casa a gente se sentia normal, porque lá todos tinham olhos azuis ou verdes. Desde meus pais, até meus avós, maternos e paternos.

Além disto eu era da turma dos TFP (tímidos, feios e pobres) – eram muitos defeitos para uma pessoa só. Então comecei a tentar compensar estes defeitos me dedicando a prestar atenção às aulas e passei a ser um CDF (que todos sabem o que quer dizer: C... de ferro). Tirava dez em quase todas as matérias e por este motivo atraia a atenção de professores e alguns colegas, mas não das pessoas por quem eu era apaixonado platonicamente. Então passei a ter pessoas gravitando também ao meu redor. Só que este interesse não era o que eu gostaria.

Não percebi grandes vantagens na minha autoestima, mas ela subiu alguns andares.

Esta época da minha vida, apesar das dificuldades pelas quais passávamos, era uma época romanticamente linda. No fim da minha criancice e inicio da adolescência – 10/12 anos eu comecei a trabalhar, vendendo artesanato que minha mãe fazia; vendendo laranjas na porta do colégio (que meu pai comprava em cento e eu vendia em unidades no recreio do turno inverso, mas uma vez tive que faltar a aula pois a professora disse que só poderia voltar se tivesse o livro – ADMISSÃO AO GINÁSIO -  então faltei à aula para vender laranjas e comprar o livro). Depois fui trabalhar, numa experiência desastrosa como cobrador de ônibus. Porém eu estava mais encantado em viajar de ônibus do que em cobrar. Aí um colega assumiu o lugar e provavelmente querendo a vaga trapaceou, o que resultou na falta de dinheiro na hora da prestação de contas. Esta aventura durou um só dia...

Sei que fui feliz nesta época, mesmo diante de todas as dificuldades. Foi uma felicidade que me ajudou, em cima das muitas decepções, a construir a pessoa que eu sou hoje. Talvez por isto eu dê tanto valor a tudo o que faço, pois sei como é difícil a caminhada para o sucesso, ou o pseudo sucesso porque muitas vezes nos enganamos pensando ser o que os outros não acham. Tanto para o lado bom como o ruim. Por isto é muito importante ter sempre os pés no chão.

Eu estudei numa escola pública e nem sei se na época havia escolas particulares na minha cidade. Este era um mundo que eu não conhecia. O meu mundo sempre foi simples e eu, apesar de ter refinado alguns gostos, continuo uma pessoa simples. Se eu juntasse dinheiro e o investisse, talvez fosse um homem “bem de vida”, mas eu optei por viver bem, e todo o dinheiro que sempre ganhei foi para me dar conforto e bem-estar. Jamais me tornaria escravo do dinheiro.

Na minha realidade de criança havia o apito dos navios no porto Rita Maria e para descarregar combustíveis na ponta do Leal, em Florianópolis. A Ponte Hercílio Luz com seus trilhos de madeira, à qual eu atravessei (com medo) a pé algumas vezes. Isto era a minha realidade.

Aquele era o meu mundo. Não havia televisão, telefone, internet. Havia a revista Cruzeiro e Manchete. Havia Crush e Grapette... Até que um dia apareceram os Beatles com sua música maravilhosa e seus cabelos longos. Neste momento começou em nossas vidas uma outra realidade que eu jamais conhecera: falta de comida em casa. Meu pai não tinha mais clientes para cortar cabelos nem fazer barbas, pois a moda eram cabelos e barbas grandes. Aí sim eu comecei a perceber que os apitos do navio diziam: acorda! Mas eu ainda era muito criança... Então fui trabalhar para ajudar em casa...



Mário Feijó

16.07.12  

domingo, 15 de julho de 2012

OS TEUS SEGREDOS


OS TEUS SEGREDOS



        Apesar de dizer que não tinhas segredos, os que de ti pensei tinhas viraram cinzas ao acender a lareira.

Nas cinzas jogadas no mar todos os segredos se esconderam nas conchas. Quando as levei ao ouvido pensei delas ter ouvido tudo aquilo que não contaste.

Um dia já foste Maria, um pouco Amélia, porém com alma de Anita. Nunca foste santa e nossos segredos agora serão somente meus. Eu desaprendi de confessar e não tenho mais medo de pecar...

Tudo o que eu queria era continuar pecando contigo, queria te presentear com mais dias felizes, mas escolheste te esconder em outra dimensão. Lá eu não descubro teus segredos. Nem os outros...

Eu descobri que há alguns portais em dias festivos: nos natais, nos aniversários, em dias santos, na páscoa... eu sei disto. Já estive na entrada de alguns destes portais.

Hoje deixaste de ser Maria para flanar por outras vias encontrando a paz que eu sempre procurei. Não és a primeira Maria que vai embora da minha vida. Um dia foi Hilda que me levou o amor; Felícia levou a minha felicidade e tu os meus sonhos. Insônia é a certeza que deixaste, além de feridas invisíveis aos olhos.

Cicatrizes são feridas que ainda doem como se eu tivesse ouvido o canto das sereias para depois ficar completamente surdo para as coisas do mundo.

Hoje eu sou um ermitão urbano, esquecido por todos, sem traços de amor em braços não estendidos.

Agora convivo com mentiras e saudades do teu sorriso, do teu olhar quando da frente da lareira me sopravas beijos.



Mário Feijó

15.07.12

sexta-feira, 13 de julho de 2012

NÓS DOIS


NÓS DOIS 

É com todas as forças
Que eu sempre amei
E é com todas as forças
Que eu sofro por amor 

Nem por isto deixarei de amar
Eu não deixarei de amar por sofrer
Eu não deixarei de amar
Porque alguém um dia me enganou 

Seguirei o meu caminho
E procurarei por outro amor
Deve haver em algum lugar
Alguém que se encaixe na minha metade 

E nós dois nos completaremos feito
O mar e a onda, a lua e o sol,
O vento e as flores do campo
Os dias e as noites, só nós dois... então eu te espero... 

Mário Feijó
13.07.12

GUERRA E PAZ


GUERRA E PAZ 

Eu não sonhava
Com flores em minha estrada
Mas não precisava
Que houvesse somente espinhos 

Eu não queria somente praia e sol
Para descanso e lazer
Todos os dias da minha vida
Mas não precisava que houvesse um deserto

Deve haver alguma coisa
Que de errado eu fiz
Para que meus dias não sejam de paz
Nesta luta diária pela sobrevivência... 

Mário Feijó
13.07.12

quinta-feira, 12 de julho de 2012

PAIXÃO, TESÃO E AMOR


PAIXÃO, TESÃO E AMOR 

Eu não pedi teu amor
Tampouco queria esta paixão
Contentar-me-ia viver
Tendo um pouco de tesão 

Mas tudo veio ao mesmo tempo
E eu não sei lidar direito
Com estes ingredientes todos
Juntos num só caldeirão... 

Têm horas que o amor me assusta
Noutras eu penso que é somente paixão
E dentro da minha cabeça
Põe no meu corpo a tesão... 

Queria ser menino de novo
Voltar a pensar em romance, em namorar...
Olho o céu contando estrelas
Pensando que tu as estas a contar 

É quase um jogo
Como se das mãos tu me fugisses
Conto agora 1... 2... 3...
Como no jogo de céu e inferno... 

Mário Feijó
12.07.12


PRINCIPES E SAPOS


PRINCIPES E SAPOS 

Toda menina sonha
Quer um príncipe encantado
Homens são sapos desencantados...


Mário Feijó
12.07.12

EU ME ETERNIZARIA PRA TI


EU ME ETERNIZARIA PRA TI 

Eu quero agora
Apenas um cálice
Inebriando-me em teus lábios 

Carne contra carne
Dentes que se chocam
A minha carne treme
A cada sopro do teu hálito 

Eu não moro mais em mim
Agora moro dentro de ti
Passando pela serra do mar
Venho deitar-me nos campos do sul 

Eu me eternizaria em ti
Mas o que já viveste é muito para mim
Nem bem ganhas a liberdade
E eu a minha prisão... 

Mário Feijó
12.07.12   

quarta-feira, 11 de julho de 2012

VOCÊ ME ELEVA


VOCÊ ME ELEVA 

Justo quando eu pensava
Que jamais amaria
Vem você e derruba
Todas as minhas convicções 

A minh’alma é de outro lugar
Ela desconhece a velhice
Esta fica a cargo do corpo cansado
No qual eu ainda habito 

Então a minh’alma sonha
Acredita que tudo pode
E você se torna possível!
Volto a ter vinte anos... 

Volto a me ver com você
Como se fossemos dois adolescentes
Fazemos planos, trocamos juras, amamos!
Fecham-se as cortinas! Abre-se a realidade... 

Mário Feijó
11.07.12

terça-feira, 10 de julho de 2012

OLHOS DE JABUTICABA


OLHOS DE JABUTICABA 

Um brilho na noite
Orgasmos de vagalumes
Que piscavam e acendiam
No escuro: o negrume... 

E teus olhos me olhavam
Como se neles luzissem as estrelas
Como alcançá-las em teus olhar
Tão negros feito jabuticabas? 

Eu não sei por que te quero
Porém de longe sinto teu cheiro
Como se houvesse energia de cio
Que me chama para teus braços 

E no campo a luz da lua ilumina!
Abaixo dela apenas teus olhos
Que me focam com paixão
Arrancando-me todas as roupas... 

Mário Feijó
10.07.12

ENTRE A PAIXÃO E O AMOR


ENTRE A PAIXÃO E O AMOR

Se tu me pedisses
Eu te entregaria
Não somente o meu corpo
Que já é teu, mas a alma... 

Se eu pudesse eu voaria
Para os teus braços todos os dias
Igual a uma alma louca
Que se perde pelo universo... 

Há dias em que eu
Não quero me encontrar
Mas é a ti que procuro... 

Há tempos em que eu
Queria a felicidade
Porém só existe sentido em ser feliz
Tendo prazer contigo... 

Eu já nada sei de mim
Nada mais sei de amor
Agora eu só entendo de paixão
E do que eu sou capaz de fazer
Para estar contigo... 

Mário Feijó
10.07.12

sábado, 7 de julho de 2012

AGORA ESTOU QUENTE...


AGORA ESTOU QUENTE...



Nas tardes frias e chuvosas como esta

O que eu mais gostaria era ter você aqui

Esquentando minha pele

Incendiando meu corpo

Como está longe de mim

Acendo minha lareira

Bebo xicaras de café

Um cálice do vinho sonhando

E deixo o tempo passar



E o tempo é cruel quando envelhecemos

Ele é uma corça célere

Fugindo de um leopardo

Feito você que encontra muitos motivos

Para ser feliz longe de mim



Embarcarei nesta viagem

No lombo da corça

Procurando ser feliz

Ser precisar de você



Acredito que quando

Não conseguimos ser felizes com o que temos

Não é alguém que nos ensinará

O caminho desta tal felicidade...



Haja tardes frias!

Esperarei meus dias quentes...



Mário Feijó

07.07.12

sexta-feira, 6 de julho de 2012

VOCÊ




Você é assim:
        Uma tarde fresca
        Uma noite de luar
        Uma brisa amena
                Que refresca
                Que encanta
                Que arrepia 

Você tem a força:
        Da luz das estrelas
        Da erupção do Etna
        Das ondas do Pacífico
                Porque penetrou em meu ser
Porque mexe com minha química
Porque atordoa o meu físico 

E ninguém é melhor que você:
        Para sacudir o marasmo
        Para abrir novos caminhos
        Tudo isto apenas com teu sorriso... 

Mário Feijó
06.07.12

INSIGHT SOBRE A ARTE


INSIGHT SOBRE A ARTE



A arte é imprescindível aos olhos. Não nos bastam as belezas naturais, mas o que o homem faz com ela, com bom senso, com amor, com trabalho.

E se a beleza das cores, dos movimentos e dos sons são imprescindíveis aos meus sentidos também o é a culinária.

Arte é um movimento de ir e vir que transforma, que deixa marcas.

Nem sempre precisamos ser coerentes quando fazemos arte porque a arte questiona, sugere, provoca...

Todo ser vivo é capaz de fazer arte... basta se movimentar.



Mário Feijó

06.07.12


quinta-feira, 5 de julho de 2012

FORTES SÃO AS ÁGUIAS...


FORTES SÃO AS ÁGUIAS... 

Alguns não fazem nem muito, nem pouco nos seus dias e passam pela vida como se nem brisa fossem.

Não balançam as folhas do coqueiro, tampouco arrepiam os lírios do campo.

Que vida mais insipida! Tudo aceitam, nada contestam em nenhum contexto.

Há os que passam pela vida como se fossem autômatos. Não é possível que nada se conteste que nada se faça para mudar um contexto de mediocridade.

E a vida segue sem que nada construam por si, por seus filhos, seus amigos, seus parentes, sua comunidade ou pelos outros, anônimos seres.

Não somos animais irracionais que só comem, descansam e lutam pela sobrevivência. Têm pessoas que nem isto fazem. Eu conheço pessoas assim. Tenho algumas em minha família que nem trabalho têm. Dependem da caridade dos outros, como não são nada, nada fazem.

É uma triste realidade esta e eu resolvi tocar neste tema, quem sabe alguns que me lerem incentivem estes que nem ler o fazem... tenho tentado há anos mudar o status quo de algumas destas pessoas. Pra ser bem específico desta pessoa que para o leitor não interessa saber a identidade, e se interessar é curiosidade não construtiva...

E quando eu arrumo algo para que ele faça, diz que não pode, que arrumou algo para fazer. Contenta-se com muito pouco, vive de nada, faz muitos filhos e não se preocupa com seus futuros.

Há vezes em que eu não consigo entender. Mas tenho que respeitar, pois a vida não é minha e cada um tem que cumprir seu próprio destino.

Um dia ainda adolescente ouvi um ditado judeu de que “não devemos interferir no destino das pessoas”. Passei a evitar fazê-lo diretamente, mas indiretamente, por sermos pais fica difícil não querer interferir.

Muitas mães são assim. Acostumam mal seus filhos e mesmo adultos estão sempre por perto os protegendo. Não temos o desprendimento das águias que quando os filhotes nascem os empurram do ninho para que voem. Para que se tornem donos de suas vidas. Para que se tornem fortes ou se esborrachem de vez...

Também não temos a elasticidade do bambu que se curva diante das adversidades para não se quebrarem...

Fortes são mesmo as águias, nós não passamos de aprendizes nesta vida e pouco até usamos de nossa massa encefálica. Dizem os cientistas que não usamos nem 10% do nosso potencial.

Será que quando aprendermos a usar o nosso cérebro com um pouco mais de racionalidade não estaremos mudando a raça humana e os destinos deste planeta?

Que outro animal mata por prazer? Que outro animal suja tanto o planeta? Temos que usar um pouco mais o cérebro pensando um pouco menos em nosso próprio bem, diante de uma vida tão efêmera...

Tenho a impressão que é chegada a hora de começarmos a tentar pelo menos ser um pouco melhores...



Mário Feijó

05.07.12

AMOR INCOMPREENDIDO


AMOR INCOMPREENDIDO 

Algumas vezes somos
Apenas uma sombra
E na solidão do quarto
Descobrimos a escuridão 

Frágil feito um cristal
Que se quebra pelo descuido
Eu me fragmento por inteiro
Na busca de uma nesga de luz 

O pior não é a paixão devorando
É o amor incompreendido
É não poder passear de mãos dadas 

Aí o meu peito se contrai
As carnes tremem
Feito um adolescente diante do amor... 

Mário Feijó
04.07.12

NOITES DE BEIJOS, DIAS DE LUZ


NOITES DE BEIJOS, DIAS DE LUZ 

Como se dançássemos um bolero
- São dois pra lá, dois pra cá –
E no balançar das flores do campo
Tu em meus braços danças
Ao ritmo da vida... 

Eu te quero assim solta ao vento
Pluma que balouça
Flor que treme as pétalas
Excitada quando te toco 

Luz do sol sobre o corpo
Dá-me vida e calor
Como se em meu corpo
Colidissem teus beijos
Pura energia de amor – 

Venha! Meus braços te esperam
Minha boca calada por teus beijos
Suspiram por dias de sol... 

Mário Feijó
05.07.12

terça-feira, 3 de julho de 2012

QUERO VOCÊ


QUERO VOCÊ 

Hoje é um daqueles dias
Em que algo me incomoda
Ou tudo de um modo geral
Me deixa inquieto, irritado 

Eu queria estar feliz
Mas sinto que não estou!
Há um frio em meus pés
Há um arrepio em minhas costas

E dentro de mim há
Um mar que se debate bravio
Ondas que se arrebentam nas pedras
E águas inquietas, revoltas... 

Amanhã eu já não sei
O que será de mim
Mas neste momento eu seria feliz
Se pudesse estar em teus braços... 

Mário Feijó
03.07.12

AMORES EGOÍSTAS


AMORES EGOÍSTAS 

Ela diz que me ama
Mas nada faz por mim
E fica esperando ganhar amor
Feito flor que espera no jardim 

Algumas vezes somos flores
Esperando que o corpo seja regado
E se ela não se dispuser a fazer algo por mim
Um dia ficarei cansado 

Há falta de doação
No tempero falta companheirismo
Um pouco de sal na solidariedade
E compreensão de que a vida é breve 

Ah! Eu não gosto de pedir amor
Eu o dou a quem me dá
E se ela não compreende isto
Este amor não vai durar... 

Mário Feijó
03.07.12

segunda-feira, 2 de julho de 2012

POR QUE ELES SE AMAM?


POR QUE ELES SE AMAM? 

Um dia eles se olharam
E sem saber por que
Eles se apaixonaram 

Algumas vezes o amor é cheiro
Noutras é tato
Em muitas vezes é visão
Existe o amor que nasce pelo cheiro
E também pela audição 

O fato é que o amor é sentido
E ele entra por um
Ou por todos os sentidos 

Não há explicação
Não existe razão
De concreto: eles se amam... 

Mário Feijó
02.07.12

ONDAS DE AMOR


ONDAS DE AMOR 

É nas ondas do mar
Que eu refresco o meu corpo
Toda vez que chega o verão
Eu te sinto por inteiro 

E você se aproxima de mim
Como se fosse uma onda
Envolvendo todo o meu corpo
Em descargas elétricas, ondas de amor... 

Como parar uma onda?
Eu não sei! E também não sei
Se que parar você
Se quero impedir o teu calor a me envolver... 

Volto pra beira do mar
À espera do verão
Como se nesta estação
Eu ganhasse sobrevida 

Penso que é isto o que fazemos
Quando estamos diante do amor
Sobrevivemos por mais dias
Porque só o amor tem na vida esta energia... 

Mário Feijó
02.07.12