terça-feira, 11 de outubro de 2011

ASSIM SOMOS NÓS





Eu tenho dúvidas
E não foi o tempo
Nem mesmo o vento
Que as dissipou 

Foram as escolhas que fiz
Aliadas a todas as interferências
De influências de pessoas
E de outros componentes que me cercam: 

Dias de sol
Noites de luar
Mar azul
Flores que se abrem
Pássaros que cantam
Sorrisos sinceros
Braços estendidos
Ombros amigos
Tardes de solidão... 

Eu sei que não estou só
Tudo ao meu redor
Interfere no meu humor
Na maneira como devo ser 

E eu não sou
Fraco nem forte, mas tudo
Inclusive meus hormônios
Interferem na pessoa que eu sou...


Mário Feijó
11.10.11

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

HÁ EM TI





Há em teu olhar
Raios de luz
Que me fulminam
Quando me olham... 

Há no teu cheiro
Algo que vicia
Que me faz pedir
Por ti mais e mais... 

Há no teu toque
Uma obsessiva compulsão
Que me atrai e fascina... 

Há na tua boca
Um canto que chama
E que ao mesmo tempo aprisiona... 

Mário Feijó
10.10.11

A PELE QUE TU TOCAS





Acaricio tua pele
Jovem e macia
Enquanto a minha
Cansada e marcada pelo tempo
Aos poucos se contrai
Pelo toque de tuas mãos
Que me acariciam... 

Sou pluma ao vento
Em ascensão por teu sopro de vida
Por teu toque de amor
Inocência angelical
Malícia de seres vividos... 

Há um vendaval em mim
Há erupções vulcânicas
Lava que se espalha
Queimando a pele que tu tocas... 

Mário Feijó
09.10.11

domingo, 9 de outubro de 2011

VELAS ACESAS





Somos todos
Velas que um dia
Foram acesas
Que vão queimando aos poucos
Iluminando aqui e acolá
Vidas que um dia se apagam... 

Mário Feijó
09.10.11

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

SOB AS ASAS DA COTOVIA





Eu queria saber por que é
Que você mudou-se
De malas e cuias
Para a minha mente?

Por que veio só a tua imagem?
Por que não veio teu corpo quente junto?
O que é que eu faço só com tua imagem? 

Tenho pensamentos indecentes com teu corpo
Enquanto danço com tua imagem
Sob o vento, embaixo das palmeiras,
Nas noites de luar que criei pra ti...  

Já fiz um ninho pra ti
Sob as asas da cotovia
Que chora a ausência de ovos
Contentando-se com o que eu conto de ti... 

Mário Feijó
06.10.11

SABIÁ NA LARANJEIRA





Sempre tão vagas
São as lembranças que fazem
Minha saudade sobreviver
Instalada em meu coração 

Fogão à lenha
Pilão socando café
Que ainda há pouco
No sol torrava... 

Na cozinha Felicidade assovia
Uma cantiga antiga
Que se eternizou em mim
Mãe, avó, escrava, confidente... 

Na laranjeira um sabiá
Tenta acompanhá-la na mesma cantiga
Mas ela é mais sábia que todos
Os sabiás que cantam na região... 

O menino moleque corre pelo quintal
Depois vem comer com seus irmãos
O pirão de feijão escaldado
Num alguidar de barro sobre a mesa... 

Mário Feijó
06.10.11

MALDITO É VOCÊ QUE EU NÃO POSSO AMAR...





Posso sentir teu cheiro
Posso tocar tua pele
Posso roçar meus lábios em tua boa
Mas não te posso amar... 

Maldito é você
Que me faz sentir teu calor
Que me abraça
Que me chama de amigo
Mas que eu não posso amar... 

Maldito seja você
Que faz deste amor
Minha prisão e tortura
Que me olha calidamente
Mas que eu não posso amar... 

Maldito seja você
Que me chama para sorver
O vinho mais delicioso
Que não me deixa tocar teu cálice
E que não me deixa te amar... 

Mário Feijó
06.10.11

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

ANJO FAMINTO





Quando eu lembro
Que quando criança
Houve dias em que
Eu roubava comida para sobreviver... 

Eu me sinto tão pequeno
Entendo-me criança, mas não perdoo
Aquela criança carente e faminta
Aquela criança má que eu fui... 

Não era intenção daquela criança
Fazer qualquer mal a alguém
Nem mesmo à minha avó Angelina
Que na sua senilidade nada compreendia
E morria de fome comigo... 

O menino faminto sobreviveu
A avó senil não resistiu
Não sobreviveu ao descaso, ao abandono
Então Angelina pegou suas asas e partiu...


Mário Feijó

05.10.11

DIÁRIO DE UMA EX-PROSTITUTA Cap. XII - A FORÇA DO DESTINO

(fotos da internet, ilustrativa só para mostrar um par de gêmeos)

(Meu personagem participa de um salvamento no mar)

CAP. XII

A FORÇA DO DESTINO

        
         O cheiro de linguiça frita espalhava-se no ar. Daiane na cozinha cantarolava: é o amor! Que mexe com minha cabeça e me deixa assim! Que faz eu pensar em você e esquecer de mim! Que faz eu esquecer que a vida é feita pra viver!...

Minutos antes, ela fora até o mercadinho e comprara duzentas gramas de linguiça. Picara em pedacinhos e agora fritava numa panela pequena no fogão à lenha enquanto a água fervia. Daiane tinha acordado pensando na avó Dona Felicidades, já falecida, que adorava comer pirão d’água escaldada com farinha de mandioca e linguiça frita. Dentro da água colocara apenas uma pitada de sal. Enquanto cantava sentia a boca salivar pensando nos tempos em que tinham tão pouco para matar a fome, mas havia amor e cumplicidade entre elas.

Os meninos tinham ido surfar, e Daiane prometera que, quando terminasse o serviço na cozinha, iria até à praia espiá-los.

Havia começado a primavera. No quintal, as primeiras rosas amarelas se abriam. Eram lindas. Noutro canto do jardim copos de leite e jasmins cheirosos.

Desceu a Avenida Rudá atravessando a Paraguaçu, e foi em direção à praia. Tarde gostosa, com pouco vento, é o que lhe parecia ali. No entanto, na beira da praia, o vento era mais forte: vento sul, o que fazia o mar repuxar para os lados.

Com os olhos voltados para o mar viu alguns surfistas. Não muitos. Continuou caminhando pela beira d’água, pés no chão, segurando sua saia floral, de um leve algodão. Foi em direção à Zona Nova, como lhes disseram os guris e não em direção à plataforma.

Ao chegar à área destinada à pesca, viu que nem placa de alerta havia para os surfistas e, naquela zona muitos pescadores lançavam suas redes, o que era perigoso para a prática do esporte. E quanto mais se aproximava daquela área mais seu coração batia forte. Estava com uma estranha sensação. Mesmo num dia que parecia ter começado perfeito.

Neste momento, assusta-se com um corre-corre de pescadores na praia e de alguns surfistas alvoroçados no mar. Estão retirando um rapaz d’água, meio sem fôlego. É Marcos, reconhece Daiane. Correu até ele ajudando aos que o carregavam enquanto aflita pergunta:

- E seu irmão?

Ao que ele ainda sem fôlego em choque, respondeu:

- Ficou enrolado nas redes. Eu não consegui salvá-lo.

Na praia não havia salva-vidas, visto que só aparecem com a Operação Verão. Quando chegou efetivamente ajuda da Brigada trouxeram do mar o rapaz sem vida.

Daiane estava desesperada. Marcos chorava feito criança, lamentando não poder salvar o irmão. Na cidade a Prefeitura culpava a Brigada Militar e a Brigada dizia que a culpa era da Prefeitura que já teria as placas no depósito e ainda não as colocara.

É castigo de Deus! Dizia Maria de Lourdes, a mãe desesperada. Eles não deviam ter saído do seminário.

É a força do destino, diziam os moradores da cidade.

Maktub, dizem os árabes...

Nos jornais locais comoção geral! Na Zero Hora mais um assunto a ser debatido com a chegada do verão.

Daiane, prostrada e em choque, estava sendo atendida por paramédicos da SAMU que recomendavam calma. A moça tinha que ir para o hospital porque estava grávida e seu estado inspirava cuidados...
Mário Feijó
Primavera de 2011


(*) Este fato realmente aconteceu em Capão da Canoa há mais ou menos um ano atrás.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

FOGO!







Recostado na parede
Dás um adeus
Onde outrora gritaram: fogo! 

Eu assustado lembro de ti
Sem uma palavra
Dizendo até breve! 

O tempo ficou invertido
Eu não sou mais teu
Nem consideram nosso amor bandido! 

Há lembranças escuras em teu olhar
No meu apenas o silêncio
Abro meus braços e faço dele
Teu refúgio e teu abrigo... 


Mário Feijó
04.10.11

DELÍRIOS DE ROSA





Risos de escárnio me assustam
Há os risos nervosos
Mas sorrisos sinceros
Acalentam-me teu carinho... 

Nada de correr apavorado
Sorrisos sinceros abrem meus braços
Abrem meu coração e espaço
Para muitos abraços em minha vida... 

O sorriso é o perfume
Que a rosa-flor exala
Tão diferente do riso indiferente
Que uma boca propala... 

Virgem Rosa numa ilha Inglesa
Disse que faz versos com sorrisos
Eu te abro meus braços
E te planto em meu jardim...


Mário Feijó
04.10.11

SONHOS (Deus não tem culpa)






Quando não nos permitimos
Deixamos de viver
Abortamos sonhos
Que diante da desesperança
Deixam de nascer... 

Não são as dores nossas
Que farão o mundo parar
Tampouco as dores daqueles
Que cansaram de lutar... 

Ninguém poderá viver os sonhos meus
Principalmente aqueles que
Não lutam por suas vidas
Que abandonam sonhos seus... 

Há aqueles ainda
Que diante do fracasso
- Seus e dos outros –
Culpam a Deus...


Mário Feijó
04.10.11

sábado, 1 de outubro de 2011

EU DESISTO




Eu não devia
- eu sei –
Desistir de você
Mas desisto! 

Eu sabia
Que não se muda destinos
Pensei estar fazendo caridade
Interferindo no teu
Mas desisto! 


Eu desisto de você
Com o peito sangrando
Com dor no coração
Como se estivesse desistindo de mim... 

Há forças na natureza
Tão fortes quanto uma tsunami
A força de uma erupção
A força das águas
Numa forte tempestade... 

Agora eu descobri
Que as forças do destino
São tão fortes quanto
As forças da natureza...


Maktub...
Dizem os árabes...


Mário Feijó
01.10.11

DIÁRIO DE UMA EX-PROSTITUTA ADOLESCENTE

CAP. XI - GENERAL OSÓRIO E DAIANE

 

Daiane chegou do colégio apavorada. Meu Deus do céu! Dizia ela. Vou tirar zero. Maria de Lourdes quis saber o que houve. É que eu não nasci aqui. Estou aqui há tão pouco e nada sei de história nenhuma, nem do RS e nem do Brasil. O general Osório foi um militar brasileiro, mas toda a sua história tem raízes por estes lados e nós vamos apresentar uma peça de teatro, por causa da Semana Farroupilha, e eu terei que ser Francisca Fagundes. A esposa dele, ainda por cima nós mesmos teremos que contar a sua história. Não esquenta! Disseram os meninos. Ajudamos você a buscar informações na internet. Só que ele não teve fama somente no Brasil. Sua fama ultrapassou fronteiras...


Militar e político gaúcho, Manuel Luís Osório, mais conhecido historicamente como General Osório, nasceu em 10/05/1808, na cidade de Santo Antônio do Arroio, RS. Faleceu em 4/10/1879, no Rio de Janeiro. Era filho do peão Manuel Luís, catarinense descendente de açorianos, e de Ana Joaquina Luísa Osório, filha de proprietários de terras. Foi pai de quatro filhos: Fernando, Adolfo, Manuela e Francisco.

Ingressou no Exército aos 14 anos foi militar contra sua vontade, por imposição de seu pai, mas também pela falta de alternativas para um garoto pobre do RS.

Participou de todas as batalhas ocorridas no sul do continente, desde a batalha de Sarandi, na guerra da província Cisplatina, em 1825. Lutou ainda em Passo do Rosário (1827), na Revolução Farroupilha (1835-1845) e na batalha de Monte Caseros (1852).

Em 1856, tornou-se general e, nove anos depois, marechal-de-campo, depois de ter organizado, no Rio Grande do Sul, o Exército brasileiro que participou da guerra do Paraguai (1865-1870). Comandou as tropas brasileiras que invadiram esse país, em 16/04/1866.

De julho desse ano a julho do ano seguinte, ficou no Rio Grande do Sul, reunindo novos contingentes para o Exército. Voltou ao campo de batalha em 1868 e mais uma vez demonstrou competência, conquistando a fortaleza de Humaitá e vencendo a batalha de Avaí. Conta-se que Osório era um homem simples, nada aristocrático, que se dava bem com os soldados e, assim como eles, estava sempre pronto para entrar em ação.

Sete anos depois do fim da guerra, foi chamado pelo imperador a ocupar uma cadeira no senado e promovido ao posto de marechal-de-exército. Em 1878, foi nomeado ministro da guerra, com a Ascenção do Partido Liberal ao poder. Permaneceu no cargo até a morte.

Na Guerra dos Farrapos iniciou luta ao lado dos rebelados, depois da declaração da República Rio-grandense, mudou de ideia e passou a lutar junto com as tropas imperiais do Brasil. Na 2ª Legislatura da Assembleia Legislativa Provincial do RS, elegeu-se deputado provincial. (Fonte: Google - Fernando Rebouças)

O interesse de Osório pela poesia surgiu na adolescência ao ouvir canções populares e ao presenciar improvisos de trovadores; começou a escrevê-las ao enamorar-se por Anna, e não mais parou. Osório ganhou alguma fama como repentista, glosando com rapidez os motes que lhe davam, mesmo quando já era general. Poesias, como esta, dificilmente passariam pelo crivo de críticos literários, mas por outro lado devem-se considerar as circunstâncias em que foram feitas, escritas por alguém que nem mesmo cursara a escola fundamental e que vivia em um ambiente que valorizava a força física e não a sensibilidade artística.

Para por fim ao namoro, os pais de Anna recorreram ao padrinho de batismo da moça que ocupava o cargo de comandante das forças militares para que enviassem Osório para bem longe. Anna, porém escreveu a ele reafirmando seus sentimentos, dizendo temer que fosse forçada pelos pais a casar-se e pedindo que fosse buscá-la se a amava para fugirem, mas que o fizesse rapidamente. A carta havia sido escrita há um mês, pois o portador adoecera no caminho, parou para repousar e não a entregou a outra pessoa por ter ordens de entregá-la pessoalmente. O tenente Osorio enviou a resposta no mesmo dia em que recebeu a correspondência pedindo a Anna que o esperasse e após passar o comando de seu destacamento partiu para Rio Pardo-RS a cavalo. Ao chegar ela já estava casada e mais tarde Osório soube que Anna fora enganada com a notícia de sua morte, na qual acreditou por não ter recebido resposta àquela carta (DORATIOTO, Francisco. Perfis Brasileiros. General Osório).




Daiane achou muito interessante toda esta história biográfica deste herói do exército brasileiro, mas uma coisa me chama bastante a atenção nesta biografia, foi a paixão de Anna por Osório que também lhe correspondia, mas a família da moça era contra visto que achavam que um simples tenente não tinha como sustentar uma família. Ela acabou morrendo pouco tempo depois que casou com um parente rico arranjado pela família, e no momento dos preparativos funebres descobriram marcado em seu peito, numa espécie de tatuagem o nome de Manuel Osório.

No palco Marcos lia à colega de Daine um trecho do poema que o General, na época escreveu para Anna:

Tu sabes fingir suspiros...

Mas eu, firme amante, não!

Faz-me desejar a morte

A minha ardente paixão

Tu verás, ingrata, um dia

Debaixo do frio chão,

E mesmo assim respirando

A minha ardente paixão.



Enquanto isto no espelho colocado no centro do palco, trajada de Francisca, Daiane imaginava ser aquele amor adolescente de Manuel, o famoso general Osório.



Mário Feijó

Set/2011

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

ALMA DE ARTISTA


(Artista: Mário Feijó)


A alma de artista
É alma da natureza
É alma de bicho
É alma de chuva... 

Alma de artista
Não tem cor nem sexo
Não tem idade
Não se prende a um corpo... 

Alma de artista
Não fica presa a um lugar
Não fica presa a uma vida
Ela voa, tem asas e sofre com
Imagem+ação ou seja de imaginação... 

Mário Feijó
30.09.11

SIMBIOSE


#garrafasdecorativas - mario feijo




Quando eu olho sob tua pele
E vejo nela meu sangue que corre
Sei que és o meu sêmen
Que um dia te deu vida... 

De onde veio tu’alma
Que impregnada da minha
Se fez ser, se fez mulher
Noutras vidas que geraste... 

Ouve uma simbiose
Carne-espirito
Que corre hoje nas veias
Das almas que caminham mundo afora... 

Mário Feijó
30.09.11

POR ONDE ANDARÁ O AMOR?





Aonde está o amor
Que ontem tocava meu corpo
Que tanto me excitava
Que quando chegava me elevava aos céus
E que quando partia me mostrava o inferno?   

Aonde está o amor
Que não ensinou
A este velho corpo insaciado
As delícias do prazer
Que só ele ensina? 

Aonde está o amor
Que partiu levando teu corpo
Que me elevava às alturas
E que agora me deixa
Neste chão estatelado?


Por que será que não voltas?
Será que não foste feliz comigo?
Será que não sentes de mim esta falta?
Não era o que os teus olhos, os teus braços
E o todo o teu corpo me diziam... 

Aonde estará o amor? 

Mário Feijó
30.09.11

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

DIÁRIO DE UMA EX-PROSTITUTA ADOLESCENTE - Cap. XI - Daiane e o General Osório



CAP. XI - GENERAL OSÓRIO E DAIANE

                          Daiane chegou do colégio apavorada. Meu Deus do céu! Dizia ela. Vou tirar zero. Maria de Lourdes quis saber o que houve. É que eu não nasci aqui. Estou aqui há tão pouco e nada sei de história nenhuma, nem do RS e nem do Brasil. O general Osório foi um militar brasileiro, mas toda a sua história tem raízes por estes lados e nós vamos apresentar uma peça de teatro, por causa da Semana Farroupilha, e eu terei que ser Francisca Fagundes. A esposa dele, ainda por cima nós mesmos teremos que contar a sua história. Não esquenta! Disseram os meninos. Ajudamos você a buscar informações na internet. Só que ele não teve fama somente no Brasil. Sua fama ultrapassou fronteiras... 

                   Militar e político gaúcho, Manuel Luís Osório, mais conhecido historicamente como General Osório, nasceu em 10/05/1808, na cidade de Santo Antônio do Arroio, RS. Faleceu em 4/10/1879, no Rio de Janeiro. Era filho do peão Manuel Luís, catarinense descendente de açorianos, e de Ana Joaquina Luísa Osório, filha de proprietários de terras. Foi pai de quatro filhos: Fernando, Adolfo, Manuela e Francisco.

                     Ingressou no Exército aos 14 anos foi militar contra sua vontade, por imposição de seu pai, mas também pela falta de alternativas para um garoto pobre do RS.

                     Participou de todas as batalhas ocorridas no sul do continente, desde a batalha de Sarandi, na guerra da província Cisplatina, em 1825. Lutou ainda em Passo do Rosário (1828), na Revolução Farroupilha (1835-1845) e na batalha de Monte Caseros (1852).

                    Em 1856, tornou-se general e, nove anos depois, marechal-de-campo, depois de ter organizado, no Rio Grande do Sul, o Exército brasileiro que participou da guerra do Paraguai (1865-1870). Comandou as tropas brasileiras que invadiram esse país, em 16/04/1866.

                    De julho desse ano a julho do ano seguinte, ficou no Rio Grande do Sul, reunindo novos contingentes para o Exército. Voltou ao campo de batalha em 1868 e mais uma vez demonstrou competência, conquistando a fortaleza de Humaitá e vencendo a batalha de Avaí. Conta-se que Osório era um homem simples, nada aristocrático, que se dava bem com os soldados e, assim como eles, estava sempre pronto para entrar em ação.

                    Sete anos depois do fim da guerra, foi chamado pelo imperador a ocupar uma cadeira no senado e promovido ao posto de marechal-de-exército. Em 1878, foi nomeado ministro da guerra, com a Ascenção do Partido Liberal ao poder. Permaneceu no cargo até a morte.

                    Na Guerra dos Farrapos iniciou luta ao lado dos rebelados, depois da declaração da República Rio-grandense, mudou de ideia e passou a lutar junto com as tropas imperiais do Brasil. Na 2ª Legislatura da Assembleia Legislativa Provincial do RS, elegeu-se deputado provincial.

                     Em julho de 1866, manteve-se no RS, onde formou novas tropas. Em 1868, retornou à batalha para conquistar a fortaleza de Humaitá, durante a batalha do Avaí. (Fernando Rebouças)

                    O interesse de Osório pela poesia surgiu na adolescência ao ouvir canções populares e ao presenciar improvisos de trovadores; começou a escrevê-las ao enamorar-se por Anna, e não mais parou. Osório ganhou alguma fama como repentista, glosando com rapidez os motes que lhe davam, mesmo quando já era general. Poesias, como esta, dificilmente passariam pelo crivo de críticos literários, mas por outro lado devem-se considerar as circunstâncias em que foram feitas, escritas por alguém que nem mesmo cursara a escola fundamental e que vivia em um ambiente que valorizava a força física e não a sensibilidade artística.

                  Para por fim ao namoro, os pais de Anna recorreram ao padrinho de batismo da moça que ocupava o cargo de comandante das forças militares para que enviassem Osório para bem longe.

                  Anna, porém escreveu a ele reafirmando seus sentimentos, dizendo temer que fosse forçada pelos pais a casar-se e pedindo que fosse buscá-la se a amava para fugirem, mas que o fizesse rapidamente. A carta havia sido escrita há um mês, pois o portador adoecera no caminho, parou para repousar e não a entregou a outra pessoa por ter ordens de entregá-la pessoalmente. O tenente Osorio enviou a resposta no mesmo dia em que recebeu a correspondência pedindo a Anna que o esperasse e após passar o comando de seu destacamento partiu para Rio Pardo-RS a cavalo. Ao chegar ela já estava casada e mais tarde Osório soube que Anna fora enganada com a notícia de sua morte, na qual acreditou por não ter recebido resposta àquela carta (DORATIOTO, Francisco. Perfis Brasileiros. General Osório).


                 Daiane achou muito interessante toda esta história biográfica deste herói farroupilha, mas uma coisa me chama bastante a atenção nesta biografia, foi o fato de que na época ele se apaixonou por Anna que também lhe correspondia, mas a família da moça era contra e quando ele estava fora a casou com outro.

                  No palco Marcos lia à colega de Daine um trecho do poema que o General, na época escreveu para Anna:

Tu sabes fingir suspiros...
Mas eu, firme amante, não!
Faz-me desejar a morte
A minha ardente paixão

Tu verás, ingrata, um dia
Debaixo do frio chão,
E mesmo assim respirando
A minha ardente paixão.
(Manoel Osório) 

                     Enquanto no espelho colocado no centro do palco Daiane, trajada de Francisca imaginava-se ser o amor adolescente de Manuel, o famoso general Osório. 

Mário Feijó
Set/2011

O PEQUENO PRÍNCIPE E O PARQUE EÓLICO





Quando mais um girassol se abrir
Ele fará dos cataventos
A energia da tua vida 
Seja na terra dos bons ventos
Ou no marasmo da tua casa
Ele tem o óleo da vida
E a luz do teu ar condicionado... 

Quando gira o girassol
Meu cata-vento encantado
Buscará todos os ventos
Pequeno Príncipe alienado... 

Olhando o Parque Eólico
Via nele a mais linda
E amedrontadora floresta
De árvores que comiam ventos... 

Mário Feijó
29.09.11