quinta-feira, 29 de setembro de 2011

LIBERDADE, LIBERDADE





Trancar um bicho numa jaula
E lhe oferecer comida
Não é um paraíso
Como pensam muitos... 

Trancar um pássaro numa gaiola
E lhe oferecer água e alpiste
Pedindo que apenas cante
Que abdique de sua vida, também não... 

Isto é o mesmo que represar
As águas de um rio
Que de um lado tudo alaga
E do outro tudo seca, ou mata... 

Natureza é coisa livre
Digna de ser observada
Com ela podemos aprender
E ter nossa alma lavada... 

Mário Feijó
29.09.11

FALTA ÁGUA OU AMOR?





Há dias que eu penso
Que meu coração secou
Feito o teu jardim
Onde o mato tomou conta
Tal qual as tuas violetas
Que deixaram de florescer
Desde que eu parti... 

Será que secaram
Junto com meu coração
Que por não ter mais teu carinho
Também aos poucos secou? 

Algumas vezes eu penso
Que água e amor são iguais
Quando abundam até afogam
Mas quando faltam deixam tudo seco... 

Mário Feijó
29.09.11


quarta-feira, 28 de setembro de 2011

PRIMAVERA





Sempre falam da primavera
Como tempo de renovação
Existe até a excitação da primavera
Penso que alguns um dia verão... 

Eu criança pensava
Na primavera como uma mulher
E penso que encontrei algumas até
Nos caminhos por onde passei... 

Há, verão muitos homens
Que também são estações
Alguns até excitam
Feito a prima Vera... 

E o que faremos depois
Quando chegar o outono?
Quando chegar o inverno?

Chamaremos a prima
Para esquentar nossos pés?
Verões e varões já terão ido embora... 

Mário Feijó
28.09.11

terça-feira, 27 de setembro de 2011

UMA LÁGRIMA LAVA A ALMA





Por que será
Que apenas uma lágrima
É capaz de lavar nossa alma? 

Há desamores
Que não são compreensíveis
Eles não deveriam nascer
Para um grande amor morrer... 

Por que será
Que apenas uma lágrima
É capaz de lavar nossa alma? 

Uma flor nasce de um botão
E ela nunca substitui a que morreu
Cada uma é diferente da outra
Mesmo quando todas são amarelas... 

Por que será
Que apenas uma lágrima
É capaz de lavar nossa alma? 

Aprendamos com a natureza
Já dizia Leonardo da Vinci
No rio a água se renova todos os dias
Mas já conhece seu rumo... 

Por que será
Que apenas uma lágrima
É capaz de lavar nossa alma? 

Vem a chuva cem profusão
Lava nossos caminhos-destinos
Então por que apenas uma lágrima
É capaz de lavar a alma? 

Por que será
Que apenas uma lágrima
É capaz de lavar nossa alma? 

Mário Feijó
28.09.11

HÁ PESSOAS QUE NÃO TÊM ALMA





Eu penso que meu cachorro
Morreu com depressão, abandonado
Como você fez comigo... 

Eu penso por que será
Que eu o deixei contigo? 

Havia dias em que ele
Não tinha água pra beber
Não tinha comida para comer 

Eu penso por que será
Que eu o deixei contigo? 

Havia tempo que bastava
Passear com ele na quadra
Ele só queria dar bom dia
Pra todos os cheiros do mundo
Era o que lhe bastava... 

Eu penso por que será
Que eu o deixei contigo? 

O poeta já perguntou:
Dizem que bicho não tem alma
Mas será que vivente tem? 

Mário Feijó
27.09.11

SONHOS DE MARIA





Quando chega a luz do dia
Vejo os olhos de Maria
Que ainda estão fechados 

É que Maria dorme
Quando o dia desperta
Porque Maria só acorda
Quando sua alma liberta sorrisos 

Tudo isto porque Maria sonha
Com seus sonhos de menina
É que Maria dá vida a sapos de pano
E aos que se disfarçam de homens 

E quando chega a luz do dia
É que Maria encantada
Tece planos pra sua vida
Brincando contos na internet... 

Mário Feijó
27.09.11

AH! SE O MEU CACHORRO FOSSE POETA





Se o meu cachorro fosse poeta
Eu leria todos os seus poemas
Porque assim eu o compreenderia
Compreenderia, ainda, suas angústias, seu mundo... 

Se o meu pai fosse poeta
Eu penso que a nossa distância
Jamais seria tão grande
Porque teríamos sobre o que conversar... 

Se o meu vizinho fosse poeta
Não haveria portas nos separando
Teríamos um mundo de poesias
Para trilhar, para conviver... 

Ah! Se você fosse poeta
Eu penso que te amaria muito mais
Eu conheceria os teus sonhos
E embarcaria contigo num mundo de amor... 

Ah! Se o meu cachorro fosse poeta!!!...


Mário Feijó
27.09.11

APRENDA OLHANDO


Aprenda olhando a natureza.
Utilize-a como mentora.
Leonardo da Vinci



E vem a mim
Teus lábios sedutores
Imitando beijos que jamais deste
E que pela vida não tive noutros amores... 

Todos os atos são eventos
Imperfeitos imitadores
Das promessas que foram feitas
E dos sonhos irrealizados... 

Ao amor jamais será
O ágape que na realidade
O sonho deseja
Promessas que não cumpre... 

Mário Feijó
27.09.11


segunda-feira, 26 de setembro de 2011

MEGERA ADORMECIDA




Patética
Caquética
Boca enrugada
Maquiagem borrada
        Divina ela se dizia 

Pernas finas
Barriga aparecendo
Saia curta demais
        Gatinha ela se achava... 

Ridícula
Bipolar
Tinha quase setenta
        E se dizia com 35... ah!


Mário Feijó
26.09.11

TUA INSENSATEZ





Quando você diz
Que eu não posso te amar
É o mesmo que me dizer
Para não me alimentar... 

E se queres que eu morra
Faça isto comigo
Proíba-me de respirar
Proíba-me de ir e vir... 

Mas também diga
Que eu não posso beber
Que eu não posso te ver
Nem tampouco olhar o mar... 

Meu insensato coração
Não irá entender
E parará de bater
Tudo isto por quê?
Eu ainda amo você... 

Mário Feijó
26.09.11

sábado, 24 de setembro de 2011

VOCÊ É ASSIM





Você é assim:
Feito o vento
Que balança o bambuzal
E eu sou assim
Bambu, pernas bambas
Tremendo pelo vento
Que passa e me balança... 

E meu coração
É um bumbo
Em dias de ensaio
Quando chega o carnaval... 

E o bambuzal
Balança ao vento
Sob o som de um coração
Que ensaia sua festa... 

Sem ti tudo é silêncio
Nem tem festa
Não tem pernas bambas
Não tem dias de carnaval...


Mário Feijó
24.09.11

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

ANTES E AGORA


ANTES...

Antes eu conseguia juntar os pedacinhos
e voltar a ser eu.
Impossível, agora. Como conseguir reconstituir-me
se me falta você?

(J. G. de Araújo Jorge)



AGORA E ANTES 

Antes o poeta não
Conseguia se reconstituir
Porque lhe faltava você
Agora o poeta aprendeu 

Que a sua felicidade
Não depende de outro ser
Ela está dentro de nós
Precisamos ser felizes em primeiro lugar... 

Não devemos depender de nada
Nem tampouco de alguém
Para construir nosso caminho
E nossa felicidade... 

Agora o poeta sai pelo mundo
É feliz vendo as estrelas
Inteirando-se com o mar
Aspirando o perfume das flores... 

Agora o poeta sai a sonhar
Não depende dos sonhos de ninguém
Só depende da sua própria vontade
Descobriu que algumas mulheres o faziam chorar... 

Agora o poeta sai pelo mundo
Joga conversas ao vento
Beija-flores e troca com elas segredos
Agora o poeta ganhou o mundo e partiu...


Mário Feijó
22.09.11

A GRANDE DÚVIDA





        Jurema era uma moça tímida e pacata de uma cidade à beira-mar. Ganhou um filhote de pica-pau e o colocou em um viveiro. Como adorava bichos juntou-os a outros pássaros feridos e abandonados que encontrava na pequena cidade praiana.

        Havia no viveiro de Jurema muitos pássaros e uma fêmea de quero-quero que tinha sido encontrada com uma asa quebrada e esta se apaixonou pelo pica-pau que lhe correspondia com sinceridade. Acabaram fazendo um ninho e lá chocaram três ovos, mas a grande dúvida de Jurema era como seriam chamados aqueles bichinhos.

Como serão chamados filhos de quero-quero com pica-pau? Pensou Jurema. Quero-Pica? Ou Quero-Pau? Oh! Dúvidas.

Estamos aceitando sugestões do Brasil e do Exterior. Jurema quer registrar seus pássaros híbridos...
A primeira sugestão veio do Rio de Janeiro: QUEROPICA QUEROPAU, mas Jurema achou muito grande (o nome)... risos.



Mário Feijó

22.09.11

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Mário Feijó, presidente da Academia dos Escritores do Litoral Norte, esteve dia 17.09.11 na Feira do Livro de Torres, representado nossa AELN e foi o Presidente do Juri do 5. Concurso de Poesia nas Escolas daquela cidade, intitulado NOVOS TALENTOS DA POESIA TORRENSE 5 - uma promoção da Feira do Livro da Cidade e da Cultural FM.

                Mário Feijó, presidente da Academia dos Escritores do Litoral Norte, esteve dia 17.09.11 na Feira do Livro de Torres, representado nossa AELN e foi o Presidente do Juri do 5. Concurso de Poesia nas Escolas daquela cidade, intitulado NOVOS TALENTOS DA POESIA TORRENSE 5 - uma promoção da Feira do Livro da Cidade e da Cultural FM.

                Foram tão bonitos os trabalhos apresentados pelos adolescentes que resolvi publicar neste espaço os cinco primeiros colocados, dando especial destaque para as duas primeiras poesias:

1. lugar - João Pedro Zanata - Matilha Urbana - aluno da 7a. Série da Escola Estadual de Ensino Fundamental Manoel João Machado - Torres - RS.

MATILHA URBANA

O lobo,
imponente e solitário,
o lider de uma horda caótica,
ou a simples "fera" que conversa com a lua?

Na tundra de árvores de cerne habitável,
rasteja, espreita, comanda a matilha.
Sozinho na neve, a lua e o relento,
na caça, a esperteza, única armadilha.
O grito de uma presa na noite adentro.

Na fumaça boreal que sai das chaminés,
encoberto o luar, perdeu a graça,
Husky de madame vira teteia,
uivo de homem, comando de caça.
Perigo na noite, é show sem plateia.
Orelhas em pé, radar de alerta,
quem uiva mais forte é o líder do bando.
Na boca de lobo, esgoto e lixão,
no governo, chuhuaua assume o comando.
Vacilo é o próprio caixão.

Rosnando, uivando, ganindo.
Já não pesca peixes no rio,
apenas sobrevive seguindo,
temido, respeitado e bravio
O lobo.

2. Lugar - Cristal Silveira Figueiredo, da Escola I.E.E. Marcílio Dias - Torres - RS

O EU LÍRICO E O POETA DESOLADO

O Seu coração Bate?
Perguntou o eu Lírico.
O poeta Respondeu: bate!
Mas não como eu quero
Não bate como batia antes,
Ele bate por tristezas
Ele bate desolado
Ele bate sem querer bater
Se antes a cada batida,
Caísse uma lágrima de emoção,
Hoje essa lágrima só serve para limpar o olho.
Se antes a cada palavra dita
O coração vibrava,
hoje ele só bate por obrigação
No silêncio das minhas palavras...
O eu lírico tornou a perguntar:
O seu coração bate?
e num simples e último suspiro do poeta
O eu lírico não obteve resposta...

3. Lugar - Luana Oliveira Rocha - FOLHAS NO CHÃO - E.E.B. Gov. Ildo Meneghetti de Passo - Torres - SC

4. Lugar - Milena Santos de Jesus - SILÊNCIO - EEB Gov. Ildo Meneghetti - Passo de Torres - SC

5. Lugar - Taís Camargo Cardoso - EEEB Gov. Jorge Lacerda - Passo de Torres - SC


Mário Feijó
Presidente da AELN
www.aeln.org
http://artesplasticas-poesias.blogspot.com/mariofeijo
http://recantodasletras.uol.com.br/autores/mariofeijo
http://www.poetasdelmundo.com/verInfo_america.asp?ID=3979
http://www.artpop.org.br/mariofeijo
(Membro honorário da Academia de Artes de Cabo Frio - RJ

MUTAÇÕES







Algumas vezes agimos feito o tubarão
Que no ventre da mãe devora os irmãos
Na luta pela sobrevivência... 

Noutras agimos tal qual a leoa
Que diante da fome
Não êxita em devorar os filhotes... 

Algumas vezes somos
O gorila que quando domina outro macho
Mata seus filhotes e fica com suas fêmeas... 

Há vezes que somos
Tal qual insetos que não duram
Muito mais que 48 horas
E por viver já é feliz... 

E há vezes em que deixamos de ser lagartas
Para ser uma linda borboleta e
Diante dos seus dois dias de existência
Visita todos os jardins... 

Mas há dias em que não passamos de amebas
Que praticamente nada fazemos
Apenas justificamos nossa existência
Dentro da cadeia alimentar... 

Mário Feijó
20.09.11

OLHOS NOS OLHOS É RESPEITO E AMOR




Um dia você descobre
Que não é mais criança
Embora dentro de nós
Ainda exista uma 

Apesar de você querer escondê-la
Ela passa a vida sobrevivendo
Apesar de tudo e de você mesmo... 

Outro dia você descobre
Que muita coisa
Que você já deu valor extremo
Agora não tem tanta importância... 

Você passa a ser menos seletivo
Vive melhor, vê que o preconceito é bobagem
Vê que tem mais valor a qualidade de vida
E menos valor a quantidade de coisas... 

Descobre que um gesto de carinho
Vale mais que mil palavras
Descobre que abraçar é prioritário
E que olhar as pessoas nos olhos é respeito e amor... 

Mário Feijó
20.09.11  

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

NA CIDADE DOS “BONS VENTOS” (OSÓRIO-RS)





Outro dia na estrada
A criança que me habita
Viu árvores comedoras de vento
Em forma de cata-ventos eólicos 

Eu estava na Freeway(*)
E vi aquelas árvores sem folhas
Girando como se quisessem me pegar
E minha criança corria assustada... 

E quanto mais o carro
Balançava de um lado para o outro
Quando passava na estrada
Ela encolhia-se em seu berço... 

Enquanto isto o motorista
Segurando firme na direção
Porque a força dos ventos
Parece querer arrancá-lo da estrada
Seguia o seu destino tranquilamente... 

Mário Feijó
19.09.11

(*) Principal acesso entre Porto Alegre e as Praias do Litoral Norte e Santa Catarina. 

LUA MINGUANTE

Fotos: Laurent Laveder



Tudo tem seu tempo
As tristezas também vão embora
Feito a lua que passa por fases
Ela também irá minguar... 

As lágrimas secarão
Quando tudo estiver cicatrizado
Vida nova, lua nova
E abrimos os braços para novos amores...

Quando acreditamos que
Não só a luz intensa da lua cheia
Pode abraçar os amantes
Amores existem em todas as luas... 

Eu quero passar na tua rua
E sob a tua janela cantar-te uma canção
E perguntar: “como vai você?
Eu preciso saber da tua vida...” 

Mário Feijó
19.09.11

O TRAPEZISTA, O PALHAÇO E A BAILARINA




Feito trapezista que se balança no ar
Equilibrando-se sobre cordas
A vida nos faz balançar... 

O mínimo erro e somos atirados ao chão
O mínimo deslize e nossa vida
Que sempre está por um fio
Pode ganhar rumos não pretendidos... 

E lá vem o palhaço sorrindo
Escondendo a dor numa falsa alegria
Enquanto o coração ferido, enciumado
Apaixonado morre de amores pela bailarina... 

A mesma bailarina que dança
Esperando seu trapezista que se balança
Sobre cordas bambas, por seu amor que chora
Por uma menina que lhe adora 

Mas que não é o seu sonho
Ele ama o palhaço, o palhaço idiota que não lhe vê
Pois só tem olhos para a bailarina
Que por ironia do destino ama-o... 

Mário Feijó
19.09.11




domingo, 18 de setembro de 2011

TECENDO O AMOR



Eu queria aprender
A tecer destinos
Como fazem as mulheres
Com seus homens, seus filhos, suas vidas 

E numa rede de amor
Envolver o teu corpo
Costurar a tua alma
E agasalhar-me com ela... 

Eu queria
Com os lírios do campo
Tecer o teu caminho
Enredando-o ao meu com sorrisos... 

Eu queria tão somente, sem medo
Envolver tua vida à minha
E tecer felicidade
Feito o bicho da seda... Embalar-te... 

Mário Feijó
18.09.11

sábado, 17 de setembro de 2011

APRENDENDO A AMAR





Eu sempre soube que nada sei
Porque toda vez que aprendi
Aprendi que posso mais
Que sei tão pouco diante
Da grandiosidade do universo... 

E se te perguntarem por mim
Diga que eu viajei no tempo
Que domei as asas do vento
E que estou na luz do luar... 

Eu sou amor
Eu sou ator
Estou apenas
Aprendendo a amar... 

Mário Feijó
17.09.11

QUANDO PENSO EM TI – poetrix


QUANDO PENSO EM TI  

Dói em mim respirar
Se isto não é amor
Eu não sei o que será?


Mário Feijó
17.09.11

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

EU E VOCÊ - Poetrix





Diante da tua luz
Certamente eu serei
Apenas uma sombra...


Mário Feijó
16.09.11

DEVORANDO-TE





Eu queria poder agora
Voar na tua direção
E mais rápido que trovão
Chegar a ti, atingir-te 

Prostrar-te em meus braços
E feito leão faminto
Devorar as tuas carnes
Mordendo-te aos poucos... 

Eu queria sorver tua seiva
E nela fazer o feitiço
Da eterna juventude
Eternizando-me em ti... 

Minha sorte é que sou poeta
Tudo posso e te abraço
Numa rajada de vento te enlaço
Numa língua de fogo, num raio de sol... 

Mário Feijó
16.09.11

QUEM É VOCÊ?





Quem é você Anjo-menino
Uma flor num mar de gente
Que de longe me acena
        Com teu néctar estonteante? 

Quem é você
Que ontem do vigésimo primeiro
Dizia-se apenas lua
        Deixaste teu brilho em meu olhar 

Quem é você
Que trouxe tua boca em cálice
E nela pensei beber todos os vinhos
        Embriagado me perdi no amor... 

Quem é você?
Eros sou eu
Mas desta vez
        Foi tua flecha que me acertou... 

Mário Feijó
16.09.11


 

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

UM AMOR ALÉM DE MIM






Da próxima vez que eu te ver
Espero que seja em Paris
Quiçá numa gondola em Veneza
Não importa aonde será... 

Antes ou depois de uma taça de vinho
Quero fazer amor contigo
Até o dia raiar... 

E depois de saciados
Eu quero entregar a ti
A minh’alma, pois meu corpo
Este já é teu...  

E se tu quiseres em comunhão
Tomaremos do amor o veneno
Como se fôramos Romeus
Destes tempos tão modernos...


Mário Feijó
15.09.11

QUEM DISSE QUE EU QUERO TE ESQUECER?





Eu ainda lembro
Dos nossos beijos
Embaixo dos parreirais
Furtivos... audazes! 

Eu ainda lembro
Como era bom
O gosto de jabuticaba
Quando nossos lábios se tocavam... 

Eu ainda lembro
Do calor do teu corpo
Que fazia o meu tremer
Era algo que me rejuvenescia... 

Eu ainda lembro
Mas quem disse que
Eu quero esquecer? 

Tu foste o amor mais sublime
Que um dia eu senti
Por isto eu vou sempre
Lembrar de ti... 

Mário Feijó
15.09.11

POMBOS E PESSOAS...





Parece que foi ontem que eu estava em Cabo Frio, dali fui pra Capão da Canoa e agora estou em Florianópolis. O tempo é célere e tudo na vida igualmente...

Sento num local pitoresco – Mercado Público de Florianópolis – querendo almoçar em paz, algum prato típico da cidade, e o peixe assado é um deles. Sinto água na boca quando penso. Então decido é isto mesmo o que vou fazer e sentei ali, observando a vida, os transeuntes e... os pombos novamente. Como a que descrevi em um poema há menos de um mês, em Cabo Frio, no Rio de Janeiro.

Lá estão eles novamente feito praga que se alastra e se adapta a tudo. Desta vez vejo-os comendo um pastel de carne, feito no forno (certamente para não engordar... risos) que alguém deixou cair no chão. Será que foi o olho gordo dos pombos?

Veio o garçom eu peço um peixe na chapa, só o peixe e ele me traz de brinde um molho de camarão (e que camarão!!! Enorme!).

Consegui comer até a metade em paz, mesmo com o vento que batia e as pessoas passavam ao redor (quanta poeira certamente comi, sem perceber enquanto tentava almoçar). Mas o que mais me incomodou não foi isto, foi a quantidade de pedintes que encontrei na cidade, e aquele momento era próprio para uma mulher se aproximar e pedir, moço, dá pra deixar um pedaço pra mim? Pronto! A fome foi embora. Veio a dúvida: será que ela estava mesmo com fome ou queria somente que eu me consternasse e lhe desse dinheiro?

É que no dia anterior eu tinha ido ao salão cortar o cabelo. Antes de entrar no salão, um desses pedintes, até bem arrumado me cercou pedindo qualquer coisa de comer para levar para a filha, em casa. Não queria dinheiro, queria pão, leite, qualquer coisa. Fui com ele até a padaria, mas achando que estava falando a verdade dei R$ 2,00 e fui procurar um local melhor para estacionar, pois estava numa zona de local proibido. Quando voltei passei em frente à padaria e encontro com o fulano que quase esbarrou em mim, sem os pães e com um cigarro na boca... No dia anterior foi a mesma coisa, um me atacou pedindo R$ 5,00 para colocar gasolina no carro pois tinha acabado e foi ver que tinha esquecido a carteira em casa, mas deixaria comigo, se eu quisesse a identidade... antes fez uma cena, meu Deus, meu Deus. O que eu faço? Aí se aproximou. Resultado: levou os R$ 5,00.

Eu fiquei pensando nos pombos e nas pessoas. Quem será que se adaptou melhor? Os pombos pelo menos são verdadeiros. Não fazem cenas, nem usam de chantagem emocional para que você lhes jogue um pouco de arroz, evitando que eles comam frituras... e as pessoas? Estão cada vez mais se utilizando de mentiras para arrancar dinheiro e coisas dos que ainda acreditam que as coisas podem mudar...



Mário Feijó (14.09.11)

PAZ E PRAGA







A pomba branca
Inspira a paz
Já as marrons e as negras
Viraram pragas em algumas cidades... 

Sejam elas a bela Veneza italiana
Cabo frio no Rio de Janeiro
Ou a Bela Capital Catarinense
Florianópolis – Terra de sol e mar... 

Será que é porque
Paz e praga começam com P
Que os pombos voam
De um lado para o outro sem se explicar? 

Ou será que é porque
O mundo mudou?
Temos uma paz tolerada... 

Vivemos em prisões domiciliares
Até que uma bala perdida
Venha e nos tire a vida?(*)


___________________________________

14.09.11


(*) foi assim que morreu o ator Older Cazarré. Dentro de seu apto, atingido por uma bala perdida.

NA MEMÓRIA – poetrix





Amores
Desastres
Nunca serão esquecidos...


Mário Feijó
14.09.11


DESTINOS CRUZADOS





Eu era a estrada
De mão dupla pela qual
Tu trafegavas sem problemas.
Éramos o destino um do outro...  

De repente fugiste
Da minha vida, do meu caminho
E eu fiquei sabendo que você
Tem andado na contramão... 

Tua estrada está esburacada
Faz tempo não tem conservação
E a minha vazia está
Sem trânsito algum, deserta... 

Mantenho-me na mesma direção
Conservando meu destino
Quem sabe teu amor
Volte a trafegar por estes lados... 

Mário Feijó
14.09.11